Sinopse: Esta biografia de Alan Turing (Benedict Cumberbatch) acompanha sua ascensão no mundo da tecnologia quando seus conhecimentos inestimáveis em matemática lógica e ciência da computação contribuíram com as estratégias usadas pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto este homem tinha diversos conflitos com sua própria homossexualidade buscando soluções de cura e vindo a cometer suicídio em 1954.
Infelizmente não
basta ser um gênio, pois às vezes se paga um alto preço por ter tido esse dom.
Assim como outras cinebiografias da temporada (como Teoria de Tudo) o dom de
uma pessoa pode ser vasto, mas nem por isso deixará de passar por percalços. O Jogo da
Imitação escancara que, por mais que façamos algo de bom para o próximo, sempre
haverá aqueles que contra atacam de uma forma cega e preconceituosa.
Ao criar um aparelho
para decifrar códigos nazistas, Alan Turing (Benedict Cumberbatch) não somente
salvou milhares de vidas durante a Segunda Guerra Mundial, como também é
responsável pelo primeiro computador criado na história. Infelizmente esse
importante conhecimento foi por vários anos desconhecido pelo público, devido a uma
sociedade homofóbica da época que era vasta, sendo que pessoas com conotação
homossexual eram perseguidas e mortas injustamente durante décadas. O filme, ao
desvendar a real natureza de Turing que, foi um gênio muito a frente do seu
tempo, mas que infelizmente devido ao fato de ser gay, foi caçado no inicio dos
anos 50 e tendo um destino trágico.
Embora pouco
conhecido, o diretor norueguês Morten Tyldun soube muito bem conduzir as duas
linhas de história (Segunda Guerra e início dos anos 50), para termos uma
profunda analise dos fatos e sem que a gente se confunda nas idas e vindas da
história. Interpretado com garra por Benedict Cumberbatch que, confere ao seu
personagem uma fraqueza quase infantil, mas sem soar falso em nenhum momento,
Turing tenta se agarrar ao seu talento, mas nos momentos em que precisa mais do
que isso para seguir em frente, ele acaba se transformando numa vítima,
perseguido por seus desejos sexuais que, aparentemente, ele mesmo não consegue
entender rapidamente se comparado aos códigos da guerra no qual ele trabalha.
O filme se apoia em
dois lados, entre o tempo de guerra e aquele momento em que as pessoas não são
condenadas por sua ideologia em tempos difíceis, mas sim por opções pessoais
que, absurdamente ganham a perseguição do estado que deveria se preocupar com
outras coisas mais graves. Esse é mote principal do filme: das escolhas
difíceis que envolvem a perda de milhares de vidas numa batalha, para a
intervenção do dia a dia de alguém que não afeta em nenhum momento outras
pessoas, mas que devido a sua opção sexual, é perseguido como se fosse um
criminoso.
Com um elenco afiado (Keira
Knightley novamente cumpre bem o seu papel em filmes de época) e com uma
reconstituição de época perfeita, O Jogo da Imitação é um filme para ser visto por todos, até
mesmo pelos políticos homofóbicos atuais
que, usam a bíblia como arma, em vez de pregar uma boa e justa política. A
pergunta que fica no ar é: será que ao saberem que o criador do computador era
gay, esses políticos de hoje deixariam de usar os seus computadores pessoais?
Definitivamente tem gente que nasce em época errada!
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