A primeira
Sessão Aurora do ano acontece no sábado, 28 de fevereiro, às 18h, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), com a exibição de
O Nascimento de uma Nação, de D. W. Griffith, em cópia digital restaurada, no mês em que o filme completa 100 anos. Após a sessão, acontece um debate com os editores do
Zinematógrafo. A entrada é franca.
Em 2015, a Sessão Aurora vai promover o ciclo
Histórias do Cinema Americano, a partir de filmes de diferentes
tempos, gêneros e autores em exibições mensais. Considerado o pai do
“cinema narrativo clássico”, Griffith será o ponto de partida dessa
jornada cinematográfica. A sessão também marca o
lançamento do Zinematógrafo número 13.
Em O Nascimento
de Uma Nação, Griffith consolida o modelo narrativo que se tornaria
dominante no cinema americano
e que ele vinha germinando, mais ou menos conscientemente, desde o
início de sua carreira como diretor, em 1908. Nesta época, o cinema
americano passava por transformações que acompanhavam o desenvolvimento
do próprio capitalismo do país. Inserido neste contexto
mais amplo, Griffith soube como ninguém se integrar na nascente
indústria do cinema e, mais do que isso, ajudar a construir um sistema
narrativo eficiente que pudesse manter o interesse do público numa arte
que lentamente se afirmava como tal, alimentando,
então, o a curiosidade da classe-média americana. É este movimento
crucial que O Nascimento de Uma Nação vai sacramentar, com todas as
tensões estéticas e ideológicas que ele traz.
O
filme narra a história de duas famílias: os Stonemans, do Norte
abolicionista, e os Camerons, do Sul escravista a partir do início da
Guerra Civil
Americana (1861-1865) até a Reconstrução nos anos seguintes – período
no qual, aliás, Griffith teve sua infância. Baseado no livro e na peça
de Thomas Dixon Jr., “The Clansman: An Historical Romance of the Ku Klux
Klan”, pretensa verdade histórica sobre a
Guerra e os papéis dos Confederados e da União nos conflitos, os 180
minutos do filme mostram ainda o assassinato de Lincoln e a ascensão da
Ku Klux Klan, no filme tomada como a salvação heróica dos brancos “na
luta contra os negros”. Para o clã, na versão
da história que Griffith comprou da obra de Dixon, a abolição da
escravidão levaria os Estados Unidos ao caos.
Exibido
pelo então Presidente e notório racista Woodrow Wilson na Casa Branca, o
filme, produção grandiosa e sucesso de público, também teve de lidar
com protestos onde quer que fosse anunciada a sua exibição pública.
Notadamente pelo racismo que o filme veicula, movimentos pelos direitos
dos negros fizeram, ao longo de décadas, protestos pelo banimento do
filme, enquanto que, do outro lado, tentava-se
defender o filme apelando para as “liberdades constitucionais”, tendo o
próprio Griffith se pronunciado no célebre discurso “The Rise and Fall
of Free Speech in America”. No limite, é um filme que reflete um pouco
da própria tensão social que atravessa a História
dos Estados Unidos desde a sua fundação.
SESSÃO AURORA
O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO
(The Birth of a Nation)
Direção: David Wark Griffith
1915
180 minutos
Elenco: Lilian Gish, Henry B. Walthall, Mae Marsh, Miriam Cooper, Mary Alden, George Siegmann, Wallace Reid
Exibição em HD com legendas em português
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133
www.salapfgastal.blogspot.com
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133
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