Sinopse: A história universal de um garoto que sonha ser
jogador de futebol. No caso de Beto (Lucas Alexandre), goleiro. O pano de fundo
da trama tem um colorido especial ao retratar com fidelidade os costumes nas pequenas
cidades brasileiras dos anos 70: o machismo, as relações familiares, a infância
que brinca na rua, bate figurinha, assiste aulas de Educação Moral e Cívica e
canta o Hino na escola estadual.
Ontem (02/12/14) no
Cinebancários de Porto Alegre, assisti Meninos Kichute que, embora eu não tenha
vivido no período do qual a trama se passa (1975), é um filme que facilmente a
pessoa se identifica, já que a trama protagonizada por crianças acaba por
fazendo com que muitas pessoas se lembrem de algo parecido visto na tela. O
filme se passa no interior de São Paulo. Somos apresentados a Beto, o filho do
meio de uma família simples de um bairro operário, que sonha em ser goleiro de
futebol e superar os obstáculos – o principal deles, a resistência do pai,
autoritário e religioso, para o qual competição é pecado. Porém, o próprio pai
pratica um pecado muito maior, o que torna então uma pessoa hipócrita perante
as outras pessoas com quem vive.
Enquanto isso
acompanhamos os jovens criando o Meninos de Kichute Futebol Clube,( kichute era
o tênis conhecido entre os garotos que cresceram entre o fim dos anos 1960 e o
início dos 1980). Embora seja um filme protagonizado por crianças, a trama
possui alguns momentos de drama que, mesmo não sendo o foco principal, ele
engloba também o papel político brasileiro da época, sob o regime da ditadura
militar. Produzido em 2008 e exibido em alguns festivais em 2010, o filme
infelizmente chegou tardiamente por aqui, mas antes tarde do que nunca.
A trilha sonora ajuda
também a direcionar a pessoa cada vez mais ao filme e fazê-la se identificar,
pois ela possui inúmeras canções de sucesso e criando-se então uma sensação de
pura nostalgia que são elas: "Que Fim Levaram todas as Flores" de
Secos e Molhados, "Filho Maravilha" de Jorge Ben e "Eu Quero
Botar meu Bloco na Rua" de Sergio Sampaio. Mesmo com poucos recursos na
mão, a direção de arte também faz um trabalho primoroso, especialmente
mostrando os carros, a moda de se vestir da época e os cortes dos cabelos dos
garotos que, aliás, eram os mesmos que eu usava nos meus primeiros anos de vida
nos anos 80.
Independente de qual
geração a pessoa nasceu, a força principal mesmo do filme é a identificação que ele nos provoca. Vemos
disputa nos campinhos de futebol, as curiosidades do mundo adulto através de
revistas para maiores de 18 anos, brigas durante uma pelada, o bullying na
escola (que na época nem tinha esse nome), e é impossível não reviver com
nostalgia registros de uma infância que a cada dia se torna mais distante e
dourada para nós.
O filme é uma
adaptação do livro homônimo de Márcio Américo, comediante e escritor. No filme,
o autor dividiu o roteiro com o diretor Lucas Amberg. Acreditasse que foram
mais de 600 crianças que passaram pelo processo de seleção de atores e foram
escolhidas 20 para a criação do elenco mirim.
Elas se destacam nas
cenas da escola, no ferro velho e no campinho. Por ser um filme agradável e
nostálgico em assisti-lo, o filme ganhou o Prêmio do Público na categoria
Melhor Filme Brasileiro da Mostra Internacional de Cinema der São Paulo.
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