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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cine Especial (HQ): AZUL É A COR MAIS QUENTE

"Só o amor pode salvar o mundo. Por que eu teria vergonha de amar?"
 Emma.
  
Sinopse: Clémentine é uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota mais velha e de cabelos azuis. Por meio dos textos do diário de Clémentine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer. 
Adolescência é uma fase complicada para todos, pois sempre nos pegamos tristes e sem saber o que realmente queremos. Conflitos internos, duvidas com relação ao futuro, qual é o nosso lugar neste mundo e o que é realmente saber amar, são alguns de muitos conflitos que enfrentamos nessa fase. Esses e outros temas são muito bem explorados nessa HQ francesa, escrita pela autora Julie Maroh.
Diferente do que se pode imaginar, não se trata de uma obra autobiográfica, mesmo ela tendo revelado ser lésbica e ter uma companheira á vários anos, Contudo a obra é um retrato da juventude da frança atual, em meio a mudanças, liberdade de expressão e sem ter medo de dizer o que realmente sente no peito. Esses e outros elementos são todos retratados na forma da personagem Clèmentine, protagonista da trama e que se coloca a prova com o que ela quer com relação a sua vida.
No momento em que ela cruza com uma bela garota de cabelos azuis chamada Emma, Clémentine se sente balançada e tendo pensamentos e sonhos dos quais ela mesma não entende o do porque ela estar tendo. A realidade é que, por mais que Clémentine tente aparentar ser feliz, ela sente mais sozinha do que nunca e vendo Emma sorrir para ela ao se cruzarem naquele momento, se acende um fogo de amor e afeto que tanto lhe faz falta. Ao acender isso, a cor azul (que faz parte dos cabelos tingidos de Emma), começa a se destacar no ambiente cinzento e frio que antes se espalhava nos quadrinhos,
O traço e cores que Julie Maroh cria para esse álbum fazem uma bela representação, tanto da maneira como as protagonistas vêem aquele mundo, como também uma forma que uma delas enxerga o passado. Na medida em que a trama evolui, as cores começam a surgir mais, mas o azul é a cor predominante, uma espécie de representação dos sentimentos de ambas, principalmente de Clémentine quando pensa em Emma. Na falta de texto, são essas imagens que falam como um todo e na falta de imagens são as belas frases escritas que falam por si (só o amor pode salvar o mundo. Por que eu teria vergonha de amar?).
É claro que, por ser uma historia de amor entre duas garotas, o preconceito, intolerância e medo fazem parte desse álbum. Na verdade questões políticas e protestos que tanto se proliferou na frança nos últimos anos, acabam sendo muito bem representados, seja nas imagens de protestos que surgem no decorrer das paginas, como também as imagens e palavras pesadas vinda dos pais de Clémentine quando se descobre a verdade sobre elas. Mais sobre se aceitar no mundo da maneira como realmente é, o álbum também explora as dificuldades de se ter um amor perfeito e por vezes nunca é da maneira como realmente queremos.
Clémentine e Emma se amam, mas as duvidas, conflitos e insegurança no dia a dia, fazem com que ambas coloquem os sentimentos que sentem uma pela outra em cheque. Como toda bela historia de amor, isso não acabará bem, mas no final das contas, elas estarão lá juntas e sem nenhum arrependimento pelo que passaram, pois no fundo sabem que valeu à pena. Embora o início do álbum já nos de uma dica do que irá acontecer no final, ele não faz com que a gente desiste dele e sim sigamos em frente para saber como aquela historia chegou aquele ponto. A mensagem final que o álbum nos da, é que na vida vale à pena arriscar pelo amor, não importando da onde essa paixão surgiu e com quem você irá amar, apenas ame.
Azul é a cor mais quente é uma leitura para ser lida por todos, pois não é somente sobre uma historia de amor diferente, mas também uma historia de amor universal e que todos irão se identificar facilmente no decorrer das paginas.
O azul nunca foi tão bom de apreciar como é agora.
  
Leia também: Minha critica sobre a adaptação cinematográfica de Azul é a cor mais quente clicando aqui.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Uma HQ com uma proposta bem diferente do que costumo ler, hehehe! Acho que deve ser interessante ver outros aspectos da vida através de obras assim, envolvendo conflitos muitas vezes comuns a muitos adolescentes. Creio ser bom para tentarmos compreender melhor o próximo. Os desenhos são mesmo bacanas!

Marcelo Castro Moraes disse...

Espero uma hora vc possa ler Fernanda, compartilhe.