Com a chegada do
aguardado filme Azul é a cor mais quente nos cinemas brasileiros, vamos nos
relembrar um pouco dos principais grandes vencedores de anos anteriores no
Festival de Cinema de Cannes e que levaram a cobiçada Palma de Ouro.
ELEFANTE (2003)
INSPIRADO EM UM TRÁGICO CASO REAL, DIRETOR UNE FATOS VERÍDICOS COM CRIATIVIDADE PARA CRIAR UM FILME INCOMUM
Sinopse: Um dia
aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de
uma escola secundária de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados
Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois
alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática, com
altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que
vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de
uma grande tragédia.
Gus Van Sant é um
diretor que tem uma carreira um tanto irregular de altos (Gênio Indomável) e
baixos (Psicose 1998) mas quando acerta, ele acerta em cheio e aqui ele não só
acerta o alvo como cria uma obra prima corajosa, engenhosa e polemica.
Inspirado no trágico acontecimento da escola de Columbine em 1999, o filme
retrata o dia a dia de jovens perdidos em suas vidas e não sabendo o que querem
e com isso, são facilmente seduzidos pelo caminho errado da vida, uma juventude
sem brilho e desprovida de perspectivas
O filme possui
inúmeras historias paralelas em que ambas se passam em um mesmo cenário e todas
somente irão se cruzar somente no trágico ato final. Até lá, o diretor usa a
sua criatividade na montagem, sempre apresentando uma determinada historia para
depois cortá-la e ir para outra historia que se passa perto da historia
anterior, tudo isso para elaboramos um incrível quebra cabeça nas nossas mentes
e conhecer melhor o dia a dia de cada um dos personagens que surgem na tela.
Ousado, criativo e
trágico esses e outros elementos que fazem desse filme indispensável para
qualquer cinéfilo que queira saber o que rolou de bom na primeira década do
cinema no século 21.
Entre os muros da
escola (2009)
Filme francês
conquista críticos do mundo e vira assunto entre as escolas
Sinopse: François
Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma
escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de
ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam
algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o
descaso e a falta de educação são grandes complicadores.
O tema levou a Palma
de Ouro no Festival de Cannes em 2009. A historia é baseada no cotidiano
de um professor, François Bégaudeau, que escreveu um livro com o mesmo titulo e
também protagoniza o filme. No livro ele conta suas experiências como professor
de língua francesa para os adolescentes. No filme, quase um documentário, os
alunos são convidados a escrever e a falar sobre as suas vidas. O resultado vai
além do cotidiano dos alunos de uma escola do subúrbio de Paris, já que traça
um retrato da atual sociedade francesa. O melhor deles, por exemplo, enfrenta
dificuldades nos estudos porque sua mãe é imigrante chinesa ilegal e corre o
risco de ser deportada. Lançado na França em Setembro do ano passado, Entre os
Muros da Escola fez 1,5 milhões de espectadores. Para a escolha do elenco o
diretor Laurent Cantet selecionou alunos de uma escola no 20º distrito de
Paris. Os pais dos estudantes são os mesmos da vida real.
Curiosidades: O diretor Laurent
Cantet veio ao Brasil para o lançamento do filme.
Foi o 1º filme
francês a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes desde 1987.
A ÁRVORE DA VIDA (2011)
A ODISSEIA SOBRE
TODOS NOS
Sinopse: Conta a
história que aproxima o foco na relação entre pai e filho de uma família comum,
e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang
até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus
mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão.
Assim como foi
Stanley Kubrick, Terrence Malick é um cineasta que dirigiu ao longo dos anos poucos
filmes, mas o suficiente para cada um deles passar algo totalmente fora do
convencional para o espectador e seu ultimo trabalho não foge desse padrão. A
Árvore da Vida é uma historia aparentemente simples, sobre o nascimento,
desenvolvimento, degradação e redenção de uma família, e se por um lado ela é
criada de uma forma de elementos já
vista em outros filmes, como do clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço e do
recente A Fonte de Vida, por outro, é criado com um toque especial do diretor,
o que o torna fresco, individual e com isso, a historia aparentemente
simples, ganha contornos inusitados. Ao
começar pela meia hora inicial, em que Malick apresenta a premissa principal da
historia, mas a envolve com o que ele quer passar para o espectador, sobre qual
a ligação entre o homem e a natureza? Deus criou realmente o universo, ou foi
tudo ao acaso?
São perguntas
difíceis de serem respondidas, mas talvez as respostas estejam em cada gesto de
olhar, ou do tocar dos personagens um com os outros, ou simplesmente no fato,
de que a união de uma família, não importa qual o obstáculo, é que sempre irá
gerar o laço que envolve o ser humano com o que vem depois desse plano. Ou
seja: um filme para ser visto de mente aberta, não importa qual a sua crença, pois a pessoa sai pensativa e até mesmo recapitula o que aconteceu durante a sua
própria vida. Em meio a tudo isso, Malick cria um jogo de câmera pouco visto no
cinema atual. Com ângulos inusitados, onde foca e filma por completo, todo o
cotidiano daquela família, aliada com uma montagem rápida, mas que jamais
cansa, pois quando agente menos percebe, já nos simpatizamos com cada um dos
personagens junto com as imagens, e com isso, nos viciamos em cada detalhe de
suas reações, desde com o próximo ao lado ou com o contato deles com a vida em
volta, não importa em qual forma.
Apesar de Brad Pitt e
Sean Penn estarem ótimos em seus papeis, a trama e as imagens deslumbrantes de
A Árvore da vida é o que falam por si, e só por isso, é um filme que o torna
indispensável nos próximos anos. Devido principalmente a sua mensagem corajosa
que tenta passar, para um público acostumado com o convencional, mas com o
desejo de apreciar algo incomum.
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