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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: 9º Festival de Verão 2013: O RIO NOS PERTENCE


Sinopse: Após 10 anos longe da cidade do Rio de Janeiro, Marina (Leandra Leal) recebe um cartão postal misterioso que a faz retornar à cidade. Sem saber claramente os motivos que a fizeram retornar, ela procura por respostas. Aos poucos, sua mente é conturbada com paranoias e os sonhos começam a se confundir com a realidade.

Nos primeiros momentos de projeção, a protagonista interpretada por Leandra Leal está relaxada ao lado do namorado, falando inglês (não espere explicação por isso) e se esquecendo por completo do mundo lá fora. Contudo, um cartão postal que ela recebe, faz com que ela de encontro com o passado, para resolver assuntos não resolvidos, tanto com sua família como também de amores não resolvidos. A partir daí, somos levados a ir juntos ao lado da protagonista, numa realidade familiar, mas pouco convencional aqui.
Escrito e dirigido por Ricardo Pretti (Estrada para Ythaca, 2010, e No Lugar Errado, 2011), O Rio nos Pertence por vezes lembra Nina de Heitor Dhalia, onde ambos os filmes possuem uma realidade filtrada, onde faz parecer que determinados ambientes que nos conhecemos, acabam por ser apresentados de uma forma jamais vista. É como se aquela visão sempre esteve lá, mas nunca nos demos conta, ou faz entender que há duas realidades, mas que nunca dão espaço uma para outra e somente nos, num determinado momento da vida, é que nos damos conta disso.
Mas diferente de Nina, a questão não é o fato de a protagonista estar vendo coisas, mas talvez não se dando conta de onde realmente está. Numa das melhores cenas do filme (que me lembrou O Som ao Redor), a protagonista começa a rasgar uma parede, que por sua vez se mostra ser uma grande janela que da de encontro com a paisagem carioca. Mas o visual é sombrio, para não dizer melancólico e com que faz a protagonista gritar por alguém, mas sem ser respondida.
Gritos e escuridão é que fazem também o clima da produção se tornar bem estranho, beirando até mesmo num clima de filme de terror clássico, mas muito distante daqueles vistos do cinema americano. Na realidade o filme de Pretti está mais para A Hora do Lobo de Ingmar Bergman, onde só faltou mesmo a protagonista dialogar com a gente. Mas em vez disso, ela se encontra com um amor antigo chamado Mauro e com sua irmã vivida com maestria por Mariana Ximenes, onde ambas se digladiam numa conversa reveladora e que da uma dica (ou não) do que está acontecendo na tela.
É um filme que poderia ser filmado da forma mais simples, mas o cineasta preferiu ir contra a maré e apresentar uma obra mais experimental e que fizesse com que a gente tirasse inúmeras interpretações do que estamos vendo realmente. Podemos até mesmo ir para um caminho fácil sobre a verdadeira natureza da jornada da protagonista, mas ir para esse caminho seria obvio demais, então o diretor nos joga outros inúmeros detalhes para fazermos uma teia de teorias sobre inúmeros significados das seqüências apresentadas.  Fora o momento da janela já citada, não há como ignorar a enigmática cena da praia, onde a personagem da a entender que está sendo puxada contra a sua vontade por algo, mas não se importando muito com isso.    
Assim como o já cultuado Doce Amianto, Rio nos Pertence é mais um de muitos filmes experimentais brasileiros que veio para ficar. Mesmo indo contra a onda de comedias que assola nossos cinemas, mas são obras como essa de Pretti, que faz com que a trama continue em nossas mentes e nos convencendo a dar mais uma conferida na sala escura.       


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2 comentários:

Bússola do Terror disse...

Não assisti. Mas, pelo que você descreveu, parece mais um filme pra levantar suposições sobre a história do que pra explicar a história.
Bom, vi que você tem uma página no Facebook, então vou seguir você lá, porque a Bússola do Terror também tem um grupo lá.
São os mesmos posts do blog. Só fiz Control C e Control V.rs Mas já repostei lá a maior parte do que tem no blog.
Bom, então a gente se vê lá também.

Marcelo Castro Moraes disse...

Será bem vindo lá também Bussola, abraços.