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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 2 de julho de 2025

Cine Dica: Cinesemana de 3 a 9 de julho de 2025

A primeira cinesemana de julho destaca dois títulos assinados por diretoras mulheres. A italiana Valeria Bruni-Tedeschi dirige JOVENS AMANTES, baseado em suas memórias pessoais durante o período em que cursou artes dramáticas na França. Já a francesa Anne-Sophie Bailly conduz PEDAÇO DE MIM, com foco na relação de uma mãe e seu filho com deficiência.

A semana ainda traz várias sessões especiais, incluindo a exibição, em parceria com a revista Almanaque 21, de DE VOLTA PARA O FUTURO, que completa quatro décadas de lançamento nos cinemas, enquanto o crítico Waldemar Dalenogare comenta o faroeste POR UM PUNHADO DE DÓLARES, de 1961.

Seguem em cartaz DREAMS, o filme ganhador do Festival de Berlim e que completa a elogiada trilogia do norueguês Dag Johan Haugerud, e também O GRANDE GOLPE DO LESTE, com Sandra Hüller, ambientado às vésperas da reunificação da Alemanha. Esta é a última semana de exibição do longa chinês LEVADOS PELAS MARÉS, que traça um panorama do seu país nas últimas duas décadas, e do filme ENTRE DOIS MUNDOS, protagonizado por Juliette Binoche.

Entre as produções brasileiras, destacamos a exibição de AS CORES E AMORES DE LORE, documentário sobre a pintora Eleonere Koch, filha da psicanalista Adelaide Koch, que entra em cartaz em sessões compartilhadas com o longa VIRGÍNIA E ADELAIDE.

Confira a crítica completa no site oficial da sala clicando aqui. 

terça-feira, 1 de julho de 2025

Cine Dica: Streaming - 'The Last of Us’

Filmes baseado em vídeo game quase sempre se tornaram um fracasso de bilheteria e os motivos para isso é o que não faltam. Se no passado era praticamente impossível criar uma trama boa baseada em um jogo que não tinha exatamente um enredo, hoje a situação é ainda mais complexa, pois a trama dos games de hoje realmente existem, parecendo praticamente um filme, mas se estendendo muito além de duas horas de duração. Eu particularmente evito esses jogos de hoje em dia, pois se são praticamente um longa metragem então para que ser levados ao cinema?

Eis que então a resposta veio com a série "The Last of Us", baseado no que que muitos dizem ser o melhor jogo de vídeo game dos últimos tempos. A premissa é aquela velha conhecida de sempre, onde surge um vírus que infecta aos poucos a humanidade e fazendo deles uma espécie de zumbis, só que desta vez interligada com raízes e fazendo com que os mesmos saiam debaixo da terra. Mas para minha surpresa essas criaturas se tornam secundárias perante os outros problemas que a dupla principal enfrenta.

Este é o cenário em que acompanhamos Joel (Pedro Pascal), um sobrevivente durão que é contratado para levar a jovem Ellie (Bella Ramsey) para fora da zona de quarentena opressiva onde vive. Os dois devem encontrar um grupo de rebeldes paramilitares que se rebelou contra as autoridades. Porém, eles descobrem no caminho que Ellie está possivelmente infectada com o vírus, apesar da jovem não apresentar os sintomas recorrentes da doença. Por conta disso, eles acreditam que a imunidade de Ellie pode ser a chave para encontrar a cura do vírus e potencialmente salvar a humanidade.

Diferente do que se imagina, a dupla central não irá enfrentar os zumbis a todo momento, mas sim a própria insanidade do homem que desperta no momento que encara o real Apocalipse que surge e ficando tudo fora do controle. Embora eu não tenha jogado o jogo há quem diga que a fidelidade é quase 100%, mas ao mesmo tempo a produção caminha de forma independente e não obrigando as pessoas a terem que conhecer o vídeo game. Destaque para a dupla de intérpretes Pedro Pascal e Bella Ramsey, sendo que essa última já era uma jovem atriz conhecida pelas últimas temporadas de "Game Of Thrones", mas aqui ganhando a consagração definitiva, onde protagoniza um dos episódios mais violentos e dramáticos da série e fazendo da atriz uma das melhores revelações dos últimos tempos.

Com o sucesso da primeira temporada era inevitável que logo chegasse um segundo ano. Infelizmente esse novo arco perdeu um pouco do seu folego, principalmente após os desdobramentos do segundo episódio, apontado por muitos como um dos melhores e mais angustiantes episódios da série, mas fazendo com que os demais seguintes não superassem em termo de qualidade. Outro fator que anda acontecendo é da atriz Bella Ramsey estar sendo criticada pelo fato de sua atuação estar se afastando por demais da imagem da personagem no vídeo game e fazendo com que o futuro da série se torne duvidoso. Resta esperar para ver o que irá acontecer mais adiante, sendo que a meu ver a série precisa se encerrar de forma digna o quanto antes e não se estender e cair em uma vala comum como das demais séries que foram mais além do que deveriam.

"The Last of Us" se torna desde então uma grata surpresa para aqueles que achavam que o gênero de horror apocalíptico estava esgotado, quando na verdade se encontra ainda bem vivo. 


Onde Assistir: HBOMAX

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 03 A 09 DE JULHO

 Protagonizado pela premiada Laure Calamy, longa francês “Pedaço de Mim” chega ao CineBancários dia 3 de julho 

Também estão em cartaz no cinema o documentário IMO e o filme O SILÊNCIO DAS OSTRAS


“Pedaço de Mim”, longa de estreia da diretora francesa Anne-Sophie Bailly, estrelado por Laure Calamy (Dez Por Cento, Contratempos, Uma mulher do mundo, Minhas Férias com Patrick entre outros) e os jovens Charles Peccia Galletto e Julie Froger, chega ao CineBancários dia 3 de julho. O filme, que participou do Festival de Veneza 2024, na competição Mostra Orizzonti, tem a produção da Les Films Pelléas e é distribuído no Brasil pela Filmes do Estação.

Na história, Mona, uma mulher divorciada, vive com seu filho Joel, um adulto neurodivergente. Os dois compartilham uma relação profunda, que é abalada quando Mona descobre que a namorada de Joel, também neurodivergente, está grávida.

O filme é protagonizado pela atriz Laure Calamy, que levou o prêmio de Melhor Atriz no César Awards 2021 - principal premiação do cinema francês - por seu papel na comédia “Minhas Férias com Patrick”.


PROGRAMAÇÃO DE 03 A 09 DE JULHO

Em cartaz:


IMO

Brasil/ Documentário/ 2024/ 71min.

Direção: Bruna Schelb Corrêa

Sinopse: Três mulheres revisitam suas memórias e, neste ambiente regido por suas angústias, podem vislumbrar reações possíveis a situações que já viveram. Memória é lugar de voltar, ainda que doa.

O SILÊNCIO DAS OSTRAS

Brasil/ Drama/ 2024/ 127min.

Direção: Marcos Pimentel

Sinopse: A vida de uma garota que nasceu numa vila de operários de uma mina e tem que aprender a lidar com sucessivas perdas. Com o fim da mineração, o local se transforma em uma cidade-fantasma. Sem ter para onde ir, ela e seu cachorro são os únicos que não abandonam o lugar, até que o rompimento de uma barragem dizima a região. Após perder todos os seus mundos, Kaylane nsiste em sobreviver e resistir. Um filme sobre crescer e sonhar em meio à poeira, à lama e ao silêncio.

Elenco: Lavinia Castelari, Bárbara Colen, Lucas Oranmian, Lira Ribas.


HORÁRIOS DE 03 A 09 DE JULHO

15h: IMO

16h40: O SILÊNCIO DAS OSTRAS

19h: PEDAÇO DE MIM

Não há sessões nas segundas-feiras


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.


CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Sementes Podres'

É sempre bom de vez em quando assistir um filme sem muitas expectativas, mas que lhe surpreende de forma positiva. Em alguns casos, por exemplo, são filmes cuja lição de moral lhe serve para até mesmo remeter situações do seu cotidiano e que acaba servindo de bom exemplo. "Sementes Podres" (2018) Nos diz que nós não nascemos de acordo com que as pessoas acham quando nos veem, mas sim é através de nossas ações que falam por nós.

Dirigido por Kheiron, o filme conta a história de Wael, interpretado pelo próprio cineasta, que é um ex-menino de rua que ganhava a vida com pequenos golpes após o término da guerra. Certo dia, a sua mãe adotiva Monique (Catherine Deneuve), apresenta um velho conhecido, agora encarregado de uma organização de apoio a adolescentes problemáticos. E a partir da convivência com seis adolescentes com dificuldades, o jovem vigarista pode encontrar a redenção como mentor do grupo, e tem a chance de curar seu passado para encontrar seu lugar na sociedade.

De origem iraniana, o diretor Kheiron com certeza fez esse filme a partir das coisas que testemunhou ao longo da vida, seja nos tempos em que viveu no Irã, como também na sua transição para a França. No caso do seu personagem, nós podemos constatar que a própria vida dura o moldou para se tornar uma pessoa melhor, mas para isso precisou de uma mão amiga para enfrentar os obstáculos para que não caminhasse no caminho errado. No decorrer do filme, por exemplo, vemos a trama transitar entre o presente e o passado e fazendo a gente compreender o porquê ele ter chegado naquele ato inicial que nós o conhecemos.

O charme do filme está em sua interação com os jovens problemáticos, mas que possuem certo talento e que basta um pequeno empurrão para que possam ser despertados. É nesta interação entre uma pessoa vivida e jovens que mal sabem sobre o certo e errado que se encontra o coração do filme como um todo, pois são nestes momentos em que todos nos identificamos, seja para aqueles que tiveram uma experiência parecida na escola, como também nas primeiras semanas do seu novo emprego. São esses momentos com diálogos afiados que nos prende do começo até o final da trama, principalmente quando cada daqueles jovens possui uma história complexa e que basta se abrirem para compreendermos elas.

E como é bom ver Catherine Deneuve ainda ativa e demonstrando talento perante a jovens que ainda mal começaram no ramo artístico, mas que enxergam nela um exemplo a ser seguido. Se consagrando ainda nova no clássico "Repulsa do Sexo" (1965), Deneuve poderia facilmente se tornar uma coadjuvante de luxo, mas sempre quando surge em cena se destaca de uma maneira poderosa e mesmo em papeis como esse que não se exige muito de sua pessoa. Sua interação com ator e cineasta  Kheiron é outro ponto a favor da obra como um todo e sendo graças a eles que se obtém a nossa atenção desde o início.

Ao final, o filme nos passa a questão que para se construir uma sociedade perfeita basta prestarmos atenção na maneira de como direcionamos as pessoas para as escolhas coerentes e não os deixar à própria sorte. Portanto, a cena em que o protagonista e seus jovens começam a prestar atenção nas pessoas em volta de uma praça simboliza o fato que devemos prestar mais atenção com que acontece em sua volta, e não somente pensar somente em sua pessoa. Nos pequenos gestos de virtude é que pode se encontrar a solução para grandes problemas.  

"Sementes Podres" é uma grata surpresa vinda do cinema francês e cuja sua lição de moral é universal.   

Onde Assistir: Netflix. 

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Cine Dica: Nova mostra da Sala Redenção une música e cinema

De 1º a 11 de julho, a Sala Redenção apresenta a mostra “Cena musical”, que reúne dez longas-metragens que destacam artistas e suas trajetórias na música. A programação conta com dois blocos, o primeiro focado em filmes do gênero musical e o segundo em biografias de artistas nacionais.

A mostra inicia com um clássico do cinema brasileiro, “O Ébrio” (1946), de Gilda Abreu, estrelado e musicado pelo cantor Vicente Celestino. “Elis e Tom, só tinha de ser com você” (2022), de Roberto de Oliveira e Jom Tom Azulay, é outro destaque da programação. O filme, que mostra os bastidores da produção do emblemático disco “Elis & Tom”, de 1974, tem sessão especial no dia 7 de julho, às 19h, seguida por apresentação musical com Ianaê Régia e Arthur de Faria.

Também são exibidos musicais de estilo clássico, como “Guarda-chuvas do amor” (1963) e “Duas Garotas Românticas” (1966), ambos do diretor Jacques Demy; “A vida é bela” (1989), do qual participa como ator e musicista Papa Wemba, um dos grandes nomes da rumba africana; “Nha Fala” (2003), uma comédia musical de Guiné-Bissau; e os longa-metragens brasileiros “Carnaval no fogo” (1949), “Nosso sonho” (2023), “Tropicália” (2012) e “Raul: o início, o fim e o meio” (2012).

A entrada é franca e aberta à comunidade em geral. A Sala Redenção está localizada no campus centro da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 29 de junho de 2025

Cine Dica: Próxima Sessão do Cineclube Torres - '9, A Salvação'

 Segunda feira do Cineclube Torres com o filme de animação para adultos "9 - A salvação" de 2009, dia 23 às 20h, com entrada franca.

O filme encerra a programação de junho sobre a inteligência artificial na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto da UP Idiomas. A animação é uma produção de Tim Burton, realizada pelo diretor Shane Acker que no filme expande a ideia de um seu curta-metragem, "9". O curta foi  indicado aos Oscars em 2006 e premiado naquele ano com o Student Academy Award, por ter sido produzido enquanto era estudante na UCLA. O n.9 é um boneco, mal acabado, feito de saco de juta, que ganha vida num mundo pós-apocalíptico em que humanos não mais existem e os únicos sinais de vida são bonecos como ele, inexoravelmente caçados por máquinas.

A animação é caracterizada por uma atmosfera sombria e visualmente impressionante, com elementos de fantasia, ficção científica e terror. Na sessão será exibida a versão original do filme, com as interpretações de excelentes atores, como os veteranos Christopher Plummer e Martin Landau, Elijah Wood dando a voz ao protagonista e, única mulher da trupe de bonecos, Jennifer Connelly, como a aventureira n.7.

Após muita ficção científica, embora inspirada num problema real e contemporâneo, na programação de junho, o Cineclube Torres vai trazer um tema de grande atualidade na cidade, numa perspectiva humanista e da garantia dos direitos humanos.A sessão, com entrada franca, integra a programação continuada realizada na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.



Serviço:

O que: Exibição do filme  "9 - A Salvação", de Shane Acker (EUA - 2009) - 1h19m

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto à escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, 30/6, às 20:00

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística - Cadastur


CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Cine Especial: 'Batman Begins - 20 Anos Depois'

Após o vergonhoso "Batman e Robin" (1997) que sepultou a carreira cinematográfica do herói no cinema, o estúdio Warner sempre teve o desejo de se redimirem e lançar um novo filme que, no mínimo, respeitasse os fãs de carteirinha. Porém, a tarefa de relançar o personagem novamente no cinema não foi das mais fáceis, principalmente que um projeto para a retomada era sempre anunciado, mas logo engavetado. Após muita dança  das cadeiras, onde até mesmo Darren Aronofsky (Cisne Negro) ficou envolvido no projeto por um certo tempo, o estúdio deu luz verde para a retomada do personagem no cinema no momento que Christopher Nolan aceitou a árdua tarefa.

Com roteiro de David S. Goyer (na época se recuperando do fiasco na direção em Blade: Trinity), o projeto de levar Batman novamente às telas começou com a intenção de fazer um filme de baixo orçamento e focando a trama no primeiro ano do herói na ativa, ou seja, começando tudo do zero. Contudo, o estúdio decidiu injetar um orçamento maior, chamando um grande elenco e dando certa liberdade a Nolan em fazer o que bem entendesse durante a produção. Com mais dinheiro na mão, Nolan não só decidiu fazer um filme de origem, como também fazer com que esse personagem sim se tornasse possível em nosso mundo real.

Para começar, o filme não é sobre Batman, mas sim sobre Bruce Wayne, que ainda criança vê os seus pais sendo mortos durante um assalto e despertando nele o desejo de vingança. Porém a questão vai muito mais além, pois o cineasta e o roteirista não quiseram ir para um caminho comum, mas fazer com que o personagem trilhasse uma fina linha sobre responsabilidade e fazer justiça de uma forma mais coerente. O resultado é vermos então o protagonista testemunhando o verdadeiro mal que assola a cidade, mas não criado por simples ladrões de rua, mas sim justamente por uma polícia corrupta, políticos gananciosos, juízes vendidos e gângster que usam todos eles para obter benefício próprio.

Nolan cria então uma minuciosa trama de ficção, mas com altas doses de temas vindos do mundo real. Sua Gotham City está anos luz de distância da visão autoral criada por Tim Burton em 1989, mas ela não deixa de ser sombria, suja, violenta, caótica e sintetizando sobre os males das grandes metrópoles que sofrem no mundo real de hoje em dia. Portanto é chocante, por exemplo, ao vermos numa sequência em que as questões sobre o que é vingança e justiça se casarem com um cenário desolador, onde os becos de um bairro há um grande aumento de moradores de rua devido à crise e a corrupção que assolam na cidade e não sendo muito diferente do que acontece, por exemplo, em São Paulo como um todo.

A verossimilhança é, portanto, a palavra de ordem dentro do filme, onde não só há uma preocupação em tornar aquele mundo fictício como algo crível, como fazer a gente crer que apenas um homem pode sim mudar os rumos de uma cidade como um todo. Tudo aqui é criado de uma forma bem pensada, ao vermos o personagem principal (Christian Bale) no fundo do poço, mas tendo então a chance de obter um novo caminho e alcançar o que está então procurando. Não há como negar que aqui há uma referência que Nolan faz com relação a Jesus Cristo quando ele fez a sua peregrinação de quarenta dias e quarenta noites no deserto, só que aqui o protagonista recorre então ao Diabo para obter o poder para fazer a diferença que tanto deseja.

Embora seja um projeto maior e diferente do que já havia feito antes, Nolan novamente usa alguns artifícios para testar a percepção do cinéfilo que assiste. A questão sobre a identidade de Ras Al Ghul, não é muito diferente do que havia sido visto, por exemplo, em "Amnésia" (2001), onde o protagonista acredita que conhece o rosto do seu oponente, mas ele se torna então uma cortina de fumaça e ocultando as verdadeiras intenções do seu verdadeiro antagonista. Esse artifício acaba se tornando muita mais crível do que é visto nas HQ, onde o vilão usa o poço de lázaro para ser então imortal. A verossimilhança é então imposta nos dois lados da moeda do conflito, principalmente pelo fato que só temos o primeiro vislumbre do herói uniformizado após mais de uma hora de filme. Até lá, cada treino, desafio, recursos em que o protagonista busca para combater o crime, são então construídos minuciosamente para serem vistos e aceitos de uma forma fácil pelo público.

Não me admira, por exemplo, se essa forma gradual na construção do herói ter servido de inspiração para o estúdio rival Marvel na elaboração do seu primeiro filme do "Homem de Ferro" (2008). Com um teor mais adulto, o filme foi recebido de uma forma bem positiva, mas não escapando de alguns detratores que não entenderam a proposta na época. O filme foi conquistando somente 100% da aprovação da crítica e do público nos meses que foram passando e sendo até mesmo considerado por alguns como um dos melhores filmes do ano de 2005.

Embora tenha faturado somente R$ 370 milhões mundialmente, o filme passou a ser cultuado, ganhando adeptos e incentivando o estúdio a dar continuidade aquele universo crível que Nolan havia criado para o personagem. Nolan somente voltaria a Gotham City em 2008, mas antes disso experimentaria alguns toques de magia que tanto almejava experimentar.  

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