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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Cine Especial: 'Cisne Negro - 15 Anos Depois'

No final do século 20 o diretor Darren Aronofsky começou a chamar atenção através de filmes em que se explora a obsessão, vícios e o lado complexo da mente do ser humano. Foi precisamente a partir de "Réquiem Para Um Sonho" (2000), um filme perturbador sobre o mundo das drogas, que o realizador ganhou holofotes e ganhando cada vez mais carta branca para a criação de suas obras autorais. Mesmo com poucos títulos em sua filmografia Darren Aronofsky é aquele típico realizador que basta fazer um longa que poderá facilmente entrar para a história ao levantar diversas discussões na medida em que o tempo passa.

Em 2006 o realizador arriscou em uma ficção intitulada "A Fonte de Vida" (2006), onde o passado e o presente se alinham em uma única vertente. Já em "O Lutador" (2008) vemos a luta de um protagonista em busca de uma redenção pessoal, mesmo quando ela é praticamente nula em ser obtida. É então que logo viria "Cisne Negro" (2010) talvez a sua obra mais bem equilibrada sobre o significado da palavra obsessão e até que ponto a nossas mentes podem nos persuadir.

Desde que assistiu ao lago dos Cisnes, um balé dramático em quatro atos de 1876 do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovski e, libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer, o diretor viu ali uma forma de inserir uma trama que remetesse até mesmo clássicos que vai desde " Malvada" (1950) como "Repulsa do Sexo" (1965). Uma trama em que se explora a luta pela perfeição no mundo artístico, mas tendo um alto preço a ser pago durante o percurso. O filme, por si só, culmina na realização em que a protagonista ansiava, mas deixando em aberto o destino sobre ela.

O filme pode facilmente ser classificado como um filme de horror, porém não havendo o lado sobrenatural que tradicionalmente é visto dentro deste gênero, mas sim algo mais psicológico e cujo verdadeiro mal pode se encontrar no lado mais obscuro da mente humana. Interpretada com grande intensidade por Natalie Portman, Nina deseja protagonizar como dançarina principal do Lago dos Cisnes, mas não conseguindo em um primeiro momento ser os dois lados da personagem, ou seja, o cisne branco e o sombrio. No decorrer do filme, por exemplo, ela parece ser assombrada no que parece ser a sua própria sombra e da qual anseia em sair do seu casulo para então se tornar perfeita.

O realizador explora a questão da tentação, da qual figuras como o professor de dança Thomas Leroy (Vincent Cassel) e a sua colega Lilly (Mila Kunis) seriam figuras das quais provocam o interior da protagonista. Enquanto ela procura convencer o professor de todas as formas que pode ser perfeita, por outro lado, Lilly é a perfeição que Nina anseia, mas ao mesmo tempo tendo medo de que ela roube o seu grande ato que anseia. Curiosamente, o desejo da protagonista em querer ser como Lilly nos brinda com intrigante cena de sexo, mas da qual sintetiza os dois lados da mesma moeda incrustados dentro da mente da protagonista.

A gente nunca sabe ao certo onde começa e onde termina as alucinações da protagonista, sendo que a sua mãe poderia ser uma espécie de manifestação para conter o que Nina está enjaulando dentro de si. Neste último caso, por exemplo, o outro lado dela surge através de manifestações vista em espelhos, sendo que eles são usados diversas vezes no decorrer da história, seja para vermos tais manifestações, como também as próprias reações dos personagens a partir de uma outra perspectiva. É interessante observar também como o uso dos espelhos se entrelaça com perfeição com a montagem do filme como um todo e que por vezes sintetiza a mente fragmentada de Nina.

Curiosamente, existe a questão sobre exclusão do velho e dando destaque ao novo sangue em voga. Se isso foi destacado recentemente em "Substância" (2024) isso já era explorado a partir de "Cisne Negro", principalmente em tempos em que todos anseiam pelo sucesso, mas não conseguindo vencer os seus próprios obstáculos. Embora com pouco tempo de cena, a personagem de Winona Ryder simboliza uma geração aos poucos sendo descartada, mesmo tendo dado tudo de si para obter o equilíbrio da perfeição que tanto deseja.

Exibido pela primeira vez em 1º de setembro de 2010 na abertura do Festival de Veneza, o filme acabou sendo um verdadeiro sucesso de crítica e de público, arrecadando mais de trezentos milhões de dólares contra um orçamento de apenas treze. Indicado há vários prêmios, sendo que Natalie Portman praticamente ganhou em todos, incluindo de melhor atriz no Oscar daquela época. Porém, é preciso reconhecer a forte presença de Mila Kunis quando surge em cena e fazendo de sua personagem mais enigmática do que deveria.

Outro fator que merece ser destacado é o fato de Darren Aronofsky sempre usar o CGI em prol de contar uma boa história e não a poluir. No caso de "Cisne Negro" isso não foi diferente, ao acrescentar o recurso nas manifestações em que a protagonista enxerga, ou até mesmo inserido nos momentos em que os espelhos a deixam cada vez mais confusa. Porém, tecnicamente, o ápice deste recurso se encontra quando a protagonista se transforma em um verdadeiro cisne na frente da plateia e concluindo, enfim, a perfeição que tanto desejava, mas ao mesmo tempo fazendo com que caísse em ruína.

Apontado nas listas dos melhores filmes do século vinte um "Cisne Negro" é um belíssimo horror psicológico e cujo verdadeiro monstro pode estar escondido no lado mais puro do ser humano. 

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Cine Dica: Próximas sessões do Clube de Cinema: "A Prisioneira de Bordeaux" (sábado) e "Memórias de um Esclerosado" (terça)

 O Clube de Cinema de Porto Alegre tem duas sessões imperdíveis nos próximos dias!

No sábado, exibiremos A Prisioneira de Bordeaux, novo drama francês que traz a sempre talentosa Isabelle Huppert em uma atuação marcante. E na terça-feira teremos uma ocasião muito especial: dentro do nosso Ciclo de Cinema de Animação, receberemos o diretor Rafael Corrêa e a co-roteirista Ma Villa Real para conversar com o público após a exibição do premiado documentário gaúcho Memórias de um Esclerosado. Uma grande honra para o Clube! A sessão será aberta e gratuita, traga seus amigos para conhecerem o Clube de Cinema.


PRÓXIMAS SESSÕES DO CLUBE DE CINEMA


SÁBADO | 06/09

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim – R. dos Andradas, 736 – Centro Histórico, Porto Alegre

⏰ 10h15 da manhã

A PRISIONEIRA DE BORDEAUX (La Prisionnière de Bordeaux)

França, 2025, 108min, 14 anos

Direção: Patricia Mazuy

Elenco: Isabelle Huppert, Hafsia Herzi

Sinopse: Duas mulheres de mundos opostos são unidas pela mesma realidade: a prisão de seus companheiros. Alma, uma mulher solitária da alta sociedade, cruza o caminho de Mina, jovem mãe de origem humilde, durante uma visita à penitenciária. A conexão inesperada entre as duas dá início a uma relação complexa, que desafia barreiras sociais, culturais e emocionais.

TERÇA-FEIRA | 09/09

📍 Local: Sala Redenção – Cinema Universitário (Rua Eng. Luiz Englert, 333 – Campus Centro/UFRGS)

⏰ 19h

MEMÓRIAS DE UM ESCLEROSADO

Brasil, 2024, 70min, 12 anos

Direção: Rafael Corrêa e Thais Fernandes

Sinopse: Fruto de nove anos de realização e já premiado em diversos festivais, o filme mistura imagens de arquivo, entrevistas e cenas de animação para contar a história do cartunista Rafael Corrêa em sua jornada de memórias, arte e descobertas diante da esclerose múltipla. Uma obra sensível e inventiva que fala de fragilidade, amizade, afeto e resistência.

Entrada franca! Após a sessão, haverá bate-papo com o diretor Rafael Corrêa e a co-roteirista Ma Villa Real, mediado pela diretora de comunicação do Clube de Cinema, Kelly Demo Christ.

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui. 


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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (04/09/25)

 Invocação do Mal 4: o Último Ritual

Sinopse: Invocação do Mal 4: O Último Ritual é o mais novo eletrizante capítulo do icônico universo cinematográfico Invocação do Mal, baseado em eventos reais. Vera Farmiga e Patrick Wilson se reencontram, para trabalhar em um último caso, como os renomados investigadores paranormais da vida real Ed e Lorraine Warren, uma considerável e arrepiante adição à franquia sucesso mundial de bilheteria.


A Vida de Chuck

Sinopse: De Stephen King e Mike Flanagan, A VIDA DE CHUCK apresenta a extraordinária história de um homem comum. A jornada de Charles "Chuck" Krantz (Tom Hiddleston) é contada de forma única e emocionante, misturando gêneros para explorar os altos e baixos da existência humana.


O Rei da Feira

Sinopse: Quando um feirante é misteriosamente assassinado, entra em cena Monarca (Leandro Hassum), um detetive nada convencional, que mistura seu faro investigativo com dons paranormais... e um certo talento para se meter em confusão. 

Desenhos

Sinopse: Criaturas fantásticas ganham vida quando o caderno de esboços de uma garota cai em um estranho lago. À medida que a cidade começa a desmoronar, ela e o seu irmão precisam rastrear os monstros imprevisíveis, caóticos e reais.

Super Wings em Velocidade Máxima

Sinopse: Aeronave mais rápida do mundo deve defender a Terra contra um ex-fabricante de brinquedos determinado a sequestrar influenciadores infantis de mídia social.

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Cine Dica: Cinemateca Capitóio -PROGRAMAÇÃO 04 a 10 de setembro de 2025

 Abá e Sua Banda

JULIO RENY NO CINEMA

Entre os dias 06 e 09 de setembro, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra gratuita Julio Reny no Cinema, destacando o trabalho do músico em filmes produzidos no Rio Grande do Sul, para celebrar o lançamento do documentário Amor e Morte em Julio Reny, dirigido por Fabrício Cantanhede.

A mostra também apresenta o faroeste italiano Uma Pistola para Ringo, protagonizado por Giuliano Gemma, ator mencionado em Cine Marabá, uma das mais admiradas canções de Reny. Amor e Morte em Julio Reny será apresentado no domingo, 7 de setembro, às 18h. A sessão será seguida de debate com o músico e o diretor.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/9176/julio-reny-no-cinema/


ROBERTA FINDLAY NO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 5 de setembro, às 19h30, o Projeto Raros apresenta Jogo da Sobrevivência (1985), um dos filmes mais celebrados e violentos de Roberta Findlay, diretora referência da cena exploitation dos Estados Unidos. Com entrada franca, a sessão será apresentada pelo pesquisador Carlos Thomaz Albornoz.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9173/projeto-raros-jogo-da-sobrevivencia/


ABÁ E SUA BANDA NA SESSÃO VAGALUME

Em setembro, a Sessão Vagalume traz para a tela da Cinemateca Capitólio uma história cheia de música, amizade, aventura e descobertas! A animação Abá e Sua Banda (Brasil, 2025, animação, 84 min, direção de Humberto Avelar) será exibido nos dias 06 e 07 de setembro, às 15h

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9178/sessao-vagalume-aba-e-sua-banda/


GRADE DE HORÁRIOS

04 a 10 de setembro de 2025


04 de setembro (quinta-feira)

15h – Na Idade da Inocência

17h – No Céu da Pátria Nesse Instante

19h – A História de Adèle H.


05 de setembro (sexta-feira)

15h – Jules e Jim - Uma Mulher para Dois

17h – Carlota Joaquina, Princesa do Brazil

19h30 – Projeto Raros: Jogo da Sobrevivência


06 de setembro (sábado)

15h – Sessão Vagalume: Abá e Sua Banda

17h – Vicious + Uma Pistola para Ringo

19h – Deu Pra Ti Anos 70


07 de setembro (domingo)

15h – Sessão Vagalume: Abá e Sua Banda

17h – B de Brasil

18h – Amor e Morte em Julio Reny + debate


09 de setembro (terça-feira)

15h – Na Idade da Inocência

17h – Iracema - Uma Transa Amazônica

19h – Verdes Anos


10 de setembro (quarta-feira)

15h – A História de Adèle H.

17h – No Céu da Pátria Nesse Instante

19h – Jules e Jim - Uma Mulher para Dois

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Ladrões'

Sinopse: O ex-jogador de beisebol Hank Thompson inesperadamente se vê envolvido em uma luta pela sobrevivência no submundo criminoso da cidade de Nova York dos anos 1990. Ele é forçado a navegar por um mundo que nunca imaginou. 

Darren Aronofsky gosta de colocar os seus protagonistas no limite, onde os seus corpos e mentes são testados a prova e fazendo a gente se perguntar se chegaram vivos ao final da história. Se em "Réquiem para um Sonho" (2000) vemos o que o vício das drogas faz com o corpo e a mente, por outro lado, "Cisne Negro" (2010) nos revela o lado mais obsessivo pelo desejo em alcançar a perfeição, mas ao ponto de enganar a sua própria mente. "Ladrões" (2025) é o filme mais leve do cineasta, mas não menos que genial.

No longa, acompanhamos a história do ex-jogador de beisebol Hank Thompson (Austin Butler), que após um grave acidente não pode mais jogar e partindo para uma vida normal como barman. Tudo parece bem, mas isso muda quando seu vizinho Russ (Matt Smith (XI)) pede para ele cuidar do seu gato por uns dias. De repente, Hank se vê envolvido no meio de uma trama envolvendo gângsteres, brigas e dívidas e levando para um caminho sem volta.

Depois de tantos filmes complexos, principalmente após "Mãe" (2017) e "A Baleia" (2022) é até estranho assistir a esse filme de Darren Aronofsky, já que ele é leve comparado a tudo o que o realizador já fez, mas que ao mesmo tempo mantém as suas características principais. Para começar, o protagonista foge do seu passado, onde decide não enfrentar os seus medos e se entregando aos vícios como no caso da bebida. Isso lhe provoca até mesmo mudanças físicas e a situação piora quando é seriamente agredido por uma dupla mafiosa russa.

Mesmo em forma Hank sofre com as suas cicatrizes interiores, sendo somente amenizado com a presença de sua ficante Yvonne (Zoë Kravitz), mas cuja mesma não esconde o seu descontentamento perante a realidade do protagonista. O encontro entre os dois já revela o que o diretor procura explorar, principalmente quando em alguns momentos assistimos pela perspectiva do gato e do qual o protagonista cuida. Vale destacar que o pequeno bichano se tornará peça primordial para que o Hank enfrente uma encruzilhada que o mudará para sempre.

Se consagrando a partir do filme "Elvis" (2022) Austin Butler é o galã da vez do cinema norte americano, mas não escondendo um grande talento e provando não ter somente uma cara bonita para atrair as massas. O seu personagem aqui é trágico, do qual facilmente nos identificamos, mesmo quando ele se envolve em situações que beiram ao absurdo. Curiosamente, a situação que o protagonista se envolve não é muito diferente do que já assistimos em filmes dirigidos por Tarantino e Guy Ritchie, mas alinhado pelo gosto de Darren Aronofsky em colocar os seus personagens em situações limites, seja física ou mental.

Se passando no ano de 1998, vemos uma Nova York transitando pelo velho e o novo, cuja presença das Torres Gêmeas nos passa o peso da frase que o tempo destrói tudo. No caso do protagonista ele sente da pior maneira possível, em não somente se meter em uma situação que não era do seu respeito, como também ter que enfrentar os seus próprios demônios interiores. Para piorar, não há ninguém para que ele possa confiar, sendo que a figura da mãe que quase nunca aparece é o único elo que lhe resta para querer se manter vivo em meio aos tantos percalços que ele enfrenta.

Embora o ato final se arraste um pouco nós não conseguimos desgrudar da tela, já que ficamos tão envolvidos com os altos e baixos do protagonista que ficamos nos perguntando qual será o seu próximo passo mesmo após os primeiros créditos surgirem na tela. Curiosamente, é o filme menos pessimista de Darren Aronofsky, mas que mantém todas suas fórmulas de sucesso, desde os personagens seus obsessivos, como também a sua forma de filmar quase a lá vídeo clipe e principalmente nas cenas de perseguição onde a gente se pergunta como ele se comportaria em um filme de ação. A meu ver, Darren Aronofsky procura se renovar, mas nunca deixando de fazer o que sempre nos apresentou até aqui.

Com um grande elenco que inclui nomes como Liev Schreiber e Vincent D'Onofrio, "Ladrões" é o menos ambicioso de Darren Aronofsky, mas não menos autoral e mantendo o que sabe fazer de melhor quando o assunto é obsessão. 


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Cine Dica: Cinesemana de 4 a 10 de setembro de 2025

A primeira cinemasemana de setembro vem com várias novidades na nossa programação. Uma delas é o relançamento do clássico brasileiro A MARVADA CARNE, que completa 40 anos e volta às salas em cópia restaurada. Também temos a estreia de O RETORNO, baseado no poema “A Odisseia”, de Homero, e protagonizados pelos atores Ralph Fiennes e Juliette Binoche, além de ENTRE NÓS, O AMOR, um filme delicado sobre a relação entre mãe e filho e com Valeria Bruni-Tedeschi no papel principal.[

Em homenagem ao Luis Fernando Verissimo, voltamos com dois filmes do diretor Angelo Defanti e que valorizam vida e obra do escritor gaúcho: o documentário VERISSIMO, de 2024, e O CLUBE DOS ANJOS, de 2022. E a mostra Política de Cinema, da Assembleia Legislativa, traz mais um filme de Tabajara Ruas: SENHORES DA GUERRA, que tem como pano de fundo a revolução de 1923.

Seguem em cartaz o concorridíssimo O ÚLTIMO AZUL, do diretor pernambucano Gabriel Mascaro, que lotou as sessões na semana de estreia, e também RABIA – AS ESPOSAS DO ESTADO ISLÂMICO, da diretora alemã Mareike Engelhardt, que mostra a realidade de jovens induzidas ao casamento com soldados jihadistas.

Esta é a última semana para conferir A FANFARRA, um drama emocionante sobre a relação entre dois irmãos desconhecidos e que têm a música em comum, e UMA BELA VIDA, em que o diretor Costa-Gavras propõe uma reflexão sobre a finitude da vida.

Confira a programação no site oficial da Cinemateca clicando aqui. 

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - '3 Obás de Xangô'

Sinopse: Sinopse: "3 Obás de Xangô" gira em torno da amizade incondicional de Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé.  

O estado da Bahia possui uma das culturas mais significativas do nosso Brasil, do qual é moldada por crença, música, arquitetura, dança e literatura. Mas para isso acontecer coube a influência de certos artistas e cuja interligação entre eles fizeram com que esse pensamento se fortalecesse como um todo. "3 Obás de Xangô" (2025), não fala somente sobre grandes talentos, como também colaboraram positivamente com relação a visão da Bahia para o Brasil e o mundo.

Dirigido por Sérgio Machado, do filme "Cidade Baixa" (2005), o filme um documentário que gira em torno da amizade incondicional de Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé, artistas que foram os maiores responsáveis pela criação de um imaginário de baianidade que persiste até os dias de hoje. Os três defendiam que a força de suas obras residia em documentar o que viam nas ruas: a resiliência do povo do candomblé, o poder das mulheres, a onipresença do mar. Os livros de Jorge, as canções de Caymmi e as pinturas e esculturas de Carybé consolidaram ‘um modo de estar no mundo’ dos baianos e influenciaram as gerações de artistas que vieram a partir deles.

Logicamente o documentário gira muito mais com relação a Jorge Amado, pois estamos falando do homem que escreveu grandes clássicos da literatura brasileira e que muitas delas foram adaptadas para o cinema e televisão. É através dele, por exemplo, que temos uma dimensão de como a cultura bahiana influenciou a sua obra e fazendo com que ela se espalhasse pelo Brasil e se tornasse até mesmo mundialmente conhecida. O documentário explora o quanto a religião do candomblé se encontra enraizada por lá, mesmo tendo sido perseguida de forma preconceituosa por outras religiões.

Ao mesmo tempo, muitas músicas da região são tocadas durante a projeção e sendo muitas delas compostas por Dorival Caymmi, sendo que recentemente eu tive um maior conhecimento sobre ele a partir de outro documentário que foi "Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos" (2024). Por conta disso, a sensação que me deu foi um deja-vu em alguns momentos, já que Sérgio Machado utilizou cenas do filme "Capitães da Areia" (1971), do qual possui a música de Dorival e do qual eu havia visto neste documentário do ano passado. Se por um lado a sensação foi de repeteco, ao menos eu acredito que não tenha sido intencional da parte do realizador, pois sem citar esse conteúdo seria praticamente impossível.

E é claro que não poderia deixar de mencionar a obra Carybé, cuja suas pinturas se encontram espalhadas no decorrer do documentário e elevando a cultura bahiana em outro nível. Embora curto, o longa de Sérgio Machado serve mais para ser uma espécie de janela para os desavisados em conhecer a cultura Bahiana, da qual foi moldada por diversos talentos e cuja memória precisa continuar viva como um todo.  "3 Obás de Xangô", não somente um documentário sobre três grandes artistas, como também um cartão de visita para aqueles que nunca pisaram na própria Bahia. 

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