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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Cine Dica: '1944, O ANO NOIR'

De 30 de julho a 11 de agosto, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra 1944, o ano noir, destacando obras-primas que definiram as bases do subgênero mais sedutor do cinema policial norte-americano.

Com grandes obras de Fritz Lang, Otto Preminger, Billy Wilder, Edgar G. Ulmer, Robert Siodmak e Edward Dmytryk, a programação também apresenta dois filmes realizados em 1944 que dialogam com as imagens sombrias do cinema noir: À Meia-Luz, clássico de George Cukor que deu origem ao termo “gaslight”, e Idílio Perigoso, obra marcante dirigida pelo mestre Jacques Tourneur para a produtora RKO.


O valor do ingresso é R$ 10,00.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA: https://www.capitolio.org.br/novidades/7485/1944-o-ano-noir/


GRADE DE HORÁRIOS


30 de julho (terça-feira)

15h – Pacto de Sangue

17h – A Dama Fantasma

19h – Um Retrato de Mulher


31 de julho (quarta-feira)

15h – Barba Azul

17h – À Meia-Luz

19h – Até a Vista, Querida


01 de agosto (quinta-feira)

15h – Idílio Perigoso

19h15 – Laura


02 de agosto (sexta-feira)

15h – Até a Vista, Querida


03 de agosto (sábado)

19h15 – Pacto de Sangue


04 de agosto (domingo)

17h – Barba Azul


06 de agosto (terça-feira)

15h – Laura

19h15 – Idílio Perigoso


07 de agosto (quarta-feira)

15h – Um Retrato de Mulher


11 de agosto (domingo)

15h – À Meia-Luz

17h – A Dama Fantasma

domingo, 28 de julho de 2024

Cine Dica: "Festa de Família" na última sessão de julho do Cineclube Torres

O ciclo sobre laços familiares termina com filme dinamarquês, o primeiro do movimento Dogma 95, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na UP Idiomas Torres. Quase 30 anos atrás, em 95, dois cineastas dinamarqueses, Thomas Vinterberg e Lars von Trier, redigiram um manifesto formulando em poucas regras uma nova estética cinematográfica. Os 10 mandamentos ali contidos são um voto de castidade, para criação de um cinema mais realista, genuíno, anti comercial: câmara na mão, nenhum efeito ou artifício técnico, nenhuma música adicionada a não ser a do ambiente retratado.

"Festen - Festa de Família" foi o primeiro filme a seguir os ditames do Dogma, obtendo imediatamente a adesão de outros diretores e o sucesso da crítica. Festen conta a história de uma reunião de família e amigos para celebrar o 60º aniversário de seu patriarca, mas o jantar comemorativo em pouco tempo se transforma num violento acerto de contas. Vinterberg teve a inspiração do roteiro a partir de um depoimento transmitido por uma estação de rádio dinamarquesa, que posteriormente se revelou inverídico.

Realizado com um elenco de luxo por uma equipe de apenas cinco pessoas e uma câmera, uma diminuta DV Sony DCR-PC3 na mão, o resultado é um alto nivel de concentração dramática, como disse o proprio Vinterberg, "Você podia se mover por todo os lados e fazer tudo o que quisesse. Os atores estavam ligados o tempo todo, estávamos filmando tudo." O filme foi distinguido em 1998 com o Prémio do Júri no Festival de Cannes e com o Prêmio do Cinema Europeu como filme revelação do ano.

A sessão, com entrada franca, integra o ciclo de julho da programação continuada realizada nas segundas feiras, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.

Serviço:

O que: Exibição do filme “Festa de Família" integrado no ciclo “Assuntos de Famílias”.

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, dia 29/07, às 20h.

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - ‘O Anjo Exterminador’

 Nota: Filme para os associados no último dia 20/07/2024

Luís Buñuel gostava de incomodar muitos, desde a elite burguesa como a própria igreja católica através dos seus filmes que tem mais a dizer do que se imagina. Se no Espanhol "Viridiana" (1961) realizador provocou a Ira do Vaticano, o que dizer então da "Idade do Ouro" (1930) onde ele retrata o famoso Marquês de Sade na forma de Jesus Cristo. Esse último, aliás, provocou o ódio de diversas pessoas ao ponto de elas cometerem incêndios nos cinemas em Paris.

Conhecido pela famosa frase "sou Ateu, Graças a Deus" Buñuel nunca se preocupou com as consequências que os seus filmes poderiam provocar. Ao meu ver ele sempre teve a coragem de incomodar, mas ao mesmo tempo fazendo com que o público pense nos seus filmes por horas, pois os mesmos não conseguem capitar determinadas mensagens subliminares em suas tramas. "o Anjo Exterminador" (1962) talvez seja uma das mais enigmáticas obras de sua carreira, pois a própria proposta já nasce bastante estranha.

A trama é sobre um casal da elite da sociedade aristocrata que convida um grupo de amigos para um jantar em sua luxuosa mansão. Mas, após o evento, eles descobrem que estão presos em uma sala. Não existe divisória, nem grades que os mantenham lá, porém, ninguém consegue sair ou entrar naquele local. Enquanto os dias passam, as suas máscaras e convenções sociais vão desaparecendo, dando lugar aos instintos mais primitivos de cada um.

No filme "Meia Noite em Paris" (2011), de Woody Allen, o protagonista interpretado por Owen Wilson retorna ao passado em uma Paris do início do século. Lá ele encontra determinados artistas, sendo que dentre eles se encontra o próprio Luís Buñuel em início de carreira. O protagonista dá uma ideia para o diretor de uma trama em que as pessoas não saem de uma mansão, porém, o próprio Luís Buñuel não entendeu a proposta de forma imediata.

Embora seja uma ficção, além de uma bela homenagem para o cineasta espanhol, o que talvez Woody Allen quis nos dizer é que o próprio Luís Buñuel não soubesse ao certo qual era a sua mensagem da qual queria nos passar quando realizou o seu "O Anjo Exterminador". Porém, como ele se deleitava ao criticar duramente a elite, talvez a sua principal intenção fosse colocar essas pessoas em situações extremas e fazer com que as mesmas colocassem para fora as suas reais naturezas. É notório, por exemplo, que o realizador permite que os serviçais saiam do local antes que os eventos acontecessem e fazendo que somente o mordomo fizesse parte desta situação inexplicável.

Na medida em que a trama avança cada personagem começa a reagir de uma forma diferente, alguns procurando uma explicação plausível, enquanto outros começam a se entregar a loucura aos poucos. Nota-se que o realizador procura atravessar o cômodo com a sua câmera, como se a mesma estivesse também presa no local e gerando cada vez mais uma sensação claustrofóbica. Mas o que seria o significado do título "O Anjo Exterminador"?

Nota-se, por exemplo, diversas figuras de arcanjos nas paredes, além da presença de ovelhas que passeiam na mansão, mas que logo servem como sacrifício para aqueles que se encontram ali presos. Há todo um simbolismo religioso nas entrelinhas, como se realizador quisesse que esses personagens se entregassem a lógica cristã ao invés de bestialidade vinda da própria alma humana. Algo curioso vindo de alguém séptico com relação a fé, mas que usa esse artificio para moldurar as ações e consequências vindas dessas pessoas que se achavam que tinham tudo, mas logo se dão conta que não são nada perante algo catastrófico.

Assim como o seu filme anterior "Viridiana", essa produção dividiu a opinião de muitos críticos e cinéfilos da época e fazendo com os debates se tornassem ainda mais acalorados na medida em que o tempo passava. Curiosamente, o filme perdeu a Palma de Ouro em Cannes pelo nosso "O Pagador de Promessas" (1962), sendo que a nossa produção de Anselmo Duarte acaba se tornando muito mais convencional se formos comparar com a obra de Luís Buñuel. Ao meu ver os votantes da época acharam que "Viridiana" já havia feito barulho demais e dar novamente o prêmio principal para o cineasta seria o mesmo que explodir uma pólvora.

Anos se passam e o filme cada vez mais se torna relevante e servindo de base para diversas análises. Não é à toa também que a obra serviu até mesmo de inspiração, não somente para a realização de outros filmes, como também para escritores de livros e até mesmo HQ. A clássica história "24 horas", que pertence a um dos arcos da trama "Sandman - Prelúdios e Noturnos" escrita por Neil Gaiman possui uma premissa semelhante, mas se enveredando para algo mais grotesco e violento vindo do próprio homem.

Mais de sessenta anos já se passaram, mas "Anjo Exterminador" continua incomodo, perturbador e ao mesmo tempo fascinante quando é revisitado. 

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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Cine Dica: Streaming - 'Loki - 2ª Temporada'


Um personagem bem desenvolvido pode ser apresentado no decorrer de um filme ou em uma série com diversas temporadas. No caso do MCU alguns de seus personagens levou anos para serem explorados ao máximo e para assim obter o seu final perfeito. Foi assim com o arco de Homem de Ferro, Capitão América, Viúva Negra e agora Loki.

É engraçado quando olhamos para trás e nos damos conta que o personagem estreou em um dos piores filmes da fase Um do estúdio que foi justamente "Thor" (2011). Porém, Loki se destacava pelo seu lado trapaceiro, desalmado e não caindo na vala comum de se tornar um mero vilão caricato. Muito disso se deve ao fato de Tom Hiddleston ter se entregado ao personagem de tal forma que se nota que ao explorá-lo ao máximo não bastava um único filme, mas sim continuações, participações especiais e, enfim, uma série própria.

Com duas temporadas, "Loki" o programa pode nos apresentar o personagem com mais calma, longe do cenário do MCU, mas sim em um cenário chamado AVT, uma organização secreta cuja missão estava em proteger a linha temporal do universo a todo custo. Não é preciso ser gênio que a série se tornaria uma das peças centrais com relação a saga multiverso e que se encontra espalhada no MCU nestes últimos anos. Porém, se nesta última fase o estúdio anda em declínio, ao menos a série se diferencia pela sua ousadia ao explorar as diversas questões sobre o tempo e realidades paralelas.

Fora do MCU tivemos o filme 'Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" (2022), premiada obra que usou e abusou das várias possiblidades de um multiverso e se colocando a frente de qualquer outras ideias que a Casa das Ideias poderia explorar mais pra frente. Embora com a missão ingrata, "Loki" flui de uma forma que podemos compreendê-la, mesmo quando o início dessa segunda temporada faz todo o esforço para nós perdemos durante o percurso. De quebra, temos a participação mais do que bem-vinda do ator Ke Huy Quan, que aqui faz um personagem não muito diferente do que foi apresentado em 'Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", mas que se torna primordial para a trama como um todo.

Vale destacar que a série também foge de um grande problema que se tornou o personagem Kang, o Conquistador e suas variantes, já que ele era para se tornar uma peça fundamental para a saga do multiverso, mas ao que tudo indica isso está sendo deixado de lado aos poucos devido aos maus resultados dessa última fase do estúdio. Por conta disso, Loki ganha aqui o seu verdadeiro estrelato, principalmente quando os roteiristas fazem com que ele compreenda qual é o seu verdadeiro papel, não somente sendo um mero Deus da trapaça, como também a única salvação das linhas temporais que se encontram fora do controle. Para isso, Tom Hiddleston entrega uma atuação tão complexa e profunda que ela se sobressai em todas as cenas em CGI em que envolve o personagem.

Ao final, concluímos que ele encontrou o seu verdadeiro destino do qual sempre estava procurando e uma vez que se dá conta disso ele vai de encontro ao seu último abraço e concluindo a jornada do personagem de uma forma perfeita e ao mesmo tempo homenageando um dos maiores símbolos da mitologia Nórdica. Claro que algumas questões ficam em aberto, principalmente com relação aos destinos dos personagens de Owen Wison, Sophia Di Martino e Wunmi Mosaku, mas que talvez seja explorado mais adiante em um projeto futuro. Pensar em uma terceira temporada agora seria inviável, pois o final é mais do que perfeito.

"Loki" é uma das melhores produções já realizadas pelo MCU neste momento e que dá certo fôlego para o estúdio que se encontra atualmente em declínio. 

Onde Assistir: Disney+

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Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Entrevista com o Demônio'

Neste sábado, o Clube de Cinema de Porto Alegre apresenta o mais recente sucesso do terror, aclamado por críticos e cinéfilos. Será que as cadeiras do Espaço de Cinema vão tremer na nossa sessão? 😱


Confira as informações!


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Espaço de Cinema, Sala 3, Bourbon Shopping Country

Data: 27/07/2024, sábado, às 10:15 da manhã

"Entrevista com o Demônio" (Late Night with the Devil)

Austrália / EUA, 2023, 93 min, 16 anos


Direção: Colin Cairnes, Cameron Cairnes

Elenco: David Dastmalchian, Ian Bliss, Laura Gordon 

Sinopse: No terror "Entrevista com o Demônio", o apresentador Jack Delroy (David Dastmalchian) enfrenta a queda na audiência de seu programa após a trágica morte de sua esposa. Determinado a recuperar o sucesso, Jack planeja um especial de Halloween em 1977. Porém, o que começa como uma tentativa de entretenimento se transforma em um pesadelo ao vivo, levando todos ao limite do medo.

Sobre o Filme:  Quando a televisão surgiu em meados dos anos cinquenta ela veio há se tornar o vício dos cidadãos comuns que alimentavam os donos de canais que buscavam a todo custo pela audiência. Por conta disso surgiu diversos programas populares que apresentavam absurdos e que eram tudo pelo sucesso, ao ponto de pessoas irem aos programas dizendo que era até mesmo a reencarnação de jesus Cristo. Portanto, "Entrevista com o Demônio" (2023) é uma espécie de síntese pela corrida desenfreada pelo sucesso destes tempos não muito longínquos, nem que para isso vendesse a alma ao próprio Diabo.

Dirigido por Colin Cairnes e Cameron Cairnes, o filme conta a história sobre o apresentador de um programa de televisão dos anos setenta, Jack Delroy (David Dastmalchian), que está tentando recuperar a audiência do seu programa, resultado da sua desmotivação com o trabalho após a trágica morte de sua esposa. Em uma determinada noite de Halloween, o apresentador aposta as suas últimas cartas convidando pessoas que se envolvem em eventos sobrenaturais e para assim aumentar a sua audiência. O que ele não sabe é que essa investida lhe pagará um alto preço.

Confira a minha crítica completa clicando aqui e faça parte do Clube de Cinema. 

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terça-feira, 23 de julho de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Sequestro do Papa'

Sinopse: Em 1858, no bairro judeu de Bolonha, os soldados do Papa invadiram a casa da família Mortara. Por ordem do cardeal, vieram levar Edgardo, seu filho de sete anos. 

Marco Bellocchio é um daqueles diretores italianos que realizou ao longo de sua carreira filmes com temáticas que vão da família, fé e política. Logicamente isso se deve muito na questão de o próprio testemunhar em seu país questões políticas transitando com o que acontece no Vaticano e ao mesmo tempo tendo convivido em torno da união familiar que os italianos sempre pregam. "O Sequestro do Papa" (2023) é um filme que explora o lado usurpador da Igreja Católica e como a mesma afeta as famílias no seu dia a dia de uma forma até mesmo absurda.

O filme conta a história de Edgardo Mortara (Enea Sala), um jovem judeu que vivia em Bolonha, Itália, que em 1858, após ser batizado secretamente, foi tirado à força de sua família para ser criado como católico. A luta de seus pais para libertar o filho tornou-se parte de uma batalha política maior que colocou o papado contra as forças democráticas e de unificação italiana.

Com uma bela fotografia, além de uma edição de arte precisa, Marco Bellocchio procura nos transmitir através de sua obra tempos em que a palavra do catolicismo, principalmente vindas próprio Papa, ditava as regras para serem obedecidas e não importando com relação ao que aconteceria. Eram tempos em que bastava uma criança ser batizada, mesmo que de forma suspeita, para que a mesma se tornasse propriedade de um sistema religioso duvidoso e que usa os ensinamentos de jesus Cristo unicamente para esconder os seus reais propósitos. Diante disso, temos um jovem que acaba sofrendo uma lavagem cerebral que, embora gradual, se torna eficaz para ser dobrado ao meio.

Vale destacar a ótima interpretação de Paolo Pierobon como o Papa IX, sendo que ele constrói para esse personagem histórico um ser prepotente e do qual acredita estar acima de tudo e até mesmo de sua própria igreja. Uma vez que surge em cena, onde o mesmo testemunha os noticiários contra ele, se vê alguém que transita entre a lucides e a loucura e não medindo esforços para manter a criança raptada para si a todo custo. Há sempre uma tensão quando o personagem surge em cena, principalmente pelo fato de já sabermos os abusos, sejam vindos de papas ou padres, praticaram ao longo dos séculos.

A obra também explora sobre até que ponto é necessário manter intacto com relação ao que se acredita, uma vez que a pessoa sendo persuadida por uma ideia pode leva-lo para um caminho sem volta. Edgardo Mortara talvez seja uma representação de várias gerações que foram persuadidas por esse sistema moldado pela fé, quando na verdade o mesmo deveria colocar em prática o poder do livre arbítrio dado por Deus e não sendo forçado a seguir determinado desígnio. Uma vez que isso acontece talvez nem o próprio golpe de estado seja o suficiente para mudar a pessoa, uma vez que a própria já se encontra mais do que embriagada pelas ideias vindas da igreja.

No final das contas, Marco Bellocchio nos passa através do seu filme que o tempo destrói tudo, independente de quem está no poder, seja com relação a igreja ou de poderes vindos da política. Uma vez que as ambições fraturam há de se recomeçar de novo, mesmo quando tudo parece estar perdido. O problema é como tentar mudar a mente das pessoas uma vez que elas se encontram perdidas através de tantas promessas e falsas ideias.

"O Sequestro do Papa" é um retrato verídico que a própria igreja católica procura evitar para não reconhecer os seus erros do passado, pois a mesma sabe os grandes estragos que ela havia cometido. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 25 A 31 DE JULHO DE 2024

 ESTREIAS:

VERMELHO MONET

Brasil/Drama/ 2022/ 135min

Direção: Halder Gomes

Sinopse: O mercado de arte mundial, cada vez mais repleto de ricos colecionadores, está sempre em busca de uma nova descoberta, mesmo que esta novidade não seja assim ‘original’. Antoniette sabe disso e joga como poucos no universo dos marchands de arte, eventualmente criando um ‘novo original’ de um grande artista para aquecer o mercado. Johannes é um velho artista plástico, romântico demais para ser reconhecido nos tempos atuais, mas técnico como poucos. Caterina é uma jovem estrela em ascensão, emanando uma beleza frágil capaz de reavivar o mais machucado coração. Os três irão se relacionar em um perigoso jogo que envolve falsificações, mentiras e paixões arrebatadoras. Elenco: Maria Fernanda Cândido, Chico Díaz, Samantha Heck Müller, Gracinda Nave. 


A FILHA DO PALHAÇO

Brasil/Drama/104min.

Direção: Pedro Diógenes

Sinopse: joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha terão que conviver durante essa semana. Eles vão viver novas experiências, experimentar novos sentimentos e esse tempo juntos irá transformar profundamente a vida dos dois.

Elenco: Jesuíta Barbosa,Mateus Honori,Démick Lopes


EM CARTAZ:

GREICE

Brasil, Drama, 2024, 110min

Direção: Leonardo Mouramateus

Sinopse: Greice é uma estudante de Belas Artes que vive em Lisboa, Portugal. Quando se envolve em um acidente e fica suspensa por tempo indeterminado, ela decide voltar sem que ninguém saiba à Fortaleza, sua terra natal no Brasil, onde poderá praticar sua lábia profissional e conquistar todos ao redor.

Elenco: Jesuíta Barbosa, Isabél Zuaa, Lucas Galvino, Mauro Soares


HORÁRIOS DE 25 A 31 DE JULHO (não há sessões nas segundas feiras):

14h20: GREICE

16h20: VERMELHO MONET

18h50: A FILHA DO PALHAÇO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários: Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 / e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405