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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Cine Especial: 'Encontros e Desencontros' - 20 Anos Depois

Sofia Coppola tinha todas as chances de abandonar o cinema após ser duramente criticada, tanto pelo público como pela crítica, pela sua atuação no filme "O Poderoso Chefão - Parte III" (1990). Porém, estamos falando da filha do diretor Francis Ford de Coppola, realizador de várias obras primas e das quais somente nasceram a partir da persistência do cineasta. Acredito eu que Sofia tenha puxado esse lado do pai, ao ponto de embarcar novamente no universo do cinema como diretora a partir do filme "Virgens Suicidas" (1999).

A história sobre um grupo de irmãs que põem em prática um suicídio coletivo rendeu elogios da parte da crítica e rapidamente se tornando cultuado. Isso foi o suficiente para a realizadora embarcar em seu próximo projeto, mesmo em uma época em que ela não parecia estar muito bem em sua vida pessoal. Porém, a construção de um filme talvez sirva para exorcizar os demônios interiores de um cineasta e acredito eu que isso serviu para Sofia Coppola no início deste século. "Encontros e Desencontros" (2004) é até hoje considerado o melhor e mais pessoal filme de sua carreira e elementos é o que não faltam para essa proeza.

O filme fala sobre Bob Harris (Bill Murray), uma estrela de cinema, que está em Tóquio para fazer um comercial de uísque. Charlotte (Scarlett Johansson), por sua vez, está na cidade acompanhando seu marido, um fotógrafo workaholic (Giovanni Ribisi) que a deixa sozinha o tempo todo. Sofrendo com o horário, Bob e Charlotte não conseguem dormir. Eles se encontram, por acaso, no bar de um hotel de luxo, e em pouco tempo tornam-se grandes amigos ou algo mais do que isso.

Revendo o filme eu sinto que a personagem de Charlotte seria uma representação do que a Sofia Coppola estava sentindo na época, sendo que a própria estava realmente em Tóquio elaborando esse longa e buscando Bill Murray a todo custo para embarcar neste projeto. A maneira como Scarlett Johansson constrói para si a sua Charlotte me passou a sensação de estarmos diante dos dilemas da vida em que a cineasta estava convivendo naquele momento e se tornando, talvez, o seu maior triunfo. Johansson nos brinda com uma de suas melhores atuações da carreira, cuja sua beleza não atrapalha a sua naturalidade na atuação e sendo bastante genuína.

Agora, quem iria imaginar que aquela jovem atriz se tornaria um par perfeito para Bill Murray em cena, sendo que estamos falando de um veterano vindo de clássicos como "Os Caça Fantasmas" (1984) e "Feitiço do Tempo" (1993). Porém, ambos em cena possuem uma energia da qual laça os dois e fazem com que as suas atuações fluírem perfeitamente. Aliás, é notório que alguns diálogos são até mesmo improvisados, sendo que o próprio Murray sempre foi especialista nisso e fazendo com que Johansson ficasse ainda mais a vontade nas cenas em que contracenavam juntos.

Não faltam momentos em que comprovam essa minha observação, seja nos momentos em que ambos estão conversando no bar, como também na cena em que Murray está dialogando com uma senhora em uma sala de espera de um hospital. Reparem que atrás deles há duas senhoras que não se aguentam de rir toda vez que olham para o intérprete e que com certeza isso não estava no script. Mas esse é o poder de Bill Murray, ao passar o seu lado sarcástico mesmo não dizendo uma só palavra, mas nos afetando de uma forma muito positiva.

O filme pode ser interpretado como uma comédia romântica, mas que não cai nas fórmulas que desgastaram o gênero ao longo da década de noventa. Sofia Coppola criou uma história de amor mais verossímil, fazendo com que nos identificássemos com os protagonistas de uma maneira até então inédita dentro do gênero e obtendo assim um grande feito. É gostoso assistir ambos conversando em meio a cultura japonesa que se encontra espalhada durante toda a história.

Vale destacar a própria cidade de Tóquio, da qual transita entre as velhas tradições e as novas tecnologias e simbolizando toda uma sociedade movida por um sistema que nunca dorme e prossegue sempre em movimento constante. Diante disso, os protagonistas se apresentam diante de nós perdidos naquela cidade desconhecida e não sabendo ao certo o que querem da vida. Porém, é através da relação amizade e respeito de ambas as partes que fazem com que se desperte algo dentro deles.

Vinte anos depois o filme possui ainda hoje um dos segredos mais bem guardados da história do cinema, pois ao final os personagens se despedem, só que Bob cochicha no ouvido de Charlotte e ambos se despedem sem que a gente saiba o que ele havia dito para ela. Até hoje Sofia Coppola nos diz que foi tudo uma improvisação de Bill Murray naquele momento e Scarlett Johansson, já tendo uma grande afinidade com o ator, se entregou naquela cena de forma ainda mais emocional. Um final perfeito e recompensado com um Oscar de Melhor Roteiro Original.

"Encontros e Desencontros" é um dos melhores filmes do início deste século, ao criar uma curiosa história de amor sobre duas pessoas que se cruzaram em Tóquio e simbolizando os dilemas da vida e dos relacionamentos contemporâneos. 

Onde Assistir: Amazon Prime Vídeo. 

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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (09/11/23)

TAYLOR SWIFT: THE ERAS TOUR

Sinopse: O fenômeno cultural continua nas telonas! Mergulhe nesta experiência cinematográfica deste show único. Você pode se divertir com as imagens deslumbrantes deste marco histórico nas telonas. Recomenda-se usar roupas da Taylor Swift Eras e suas pulseiras da amizade!


 AS MARVELS

Sinopse: Carol Danvers, vulgo Capitã Marvel, recuperou sua identidade da tirania dos Kree e se vingou da Inteligência Suprema. No entanto, consequências não intencionais fazem com que Carol assuma o fardo de um universo desestabilizado. Quando suas obrigações levam Carol até uma fenda espacial anômala ligada a um revolucionário Kree, seus poderes se entrelaçam aos de Kamala Khan, uma super fã de Jersey City, vulgo Ms. Marvel, e aos da sobrinha de Carol, atual astronauta da S.A.B.E.R., a Capitã Monica Rambeau.


O Último Dia de Yitzhak Rabin

Sinopse: 1995. O assassinato do Primeiro-Ministro de Israel e Prêmio Nobel da Paz Yitzhak Rabin choca o mundo. A investigação revela o clima de intolerância política que pode ter levado ao crime e ao fim das esperanças de paz. Premiado no Festival de Veneza.


MISSÃO ANTENA: UMA AVENTURA INTERGALÁCTICA

Sinopse: Nas férias de verão,o tímido Allan se torna uma"antena humana"para um vizinho obcecado por ETs. Mas, ao invés de invasores, eles encontram Luna, uma garota ET que estuda humanos. Agora, Allan precisa ajudar sua nova amiga a voltar para casa, enquanto vivem divertidas aventuras e descobertas.

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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 9 A 12 DE NOVEMBRO DE 2023

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

TIA VIRGÍNIA

A cinesemana de 9 a 12 de novembro traz a aguardada estreia do longa nacional TIA VIRGINIA, que rendeu à Vera Holtz o Kikito de melhor atriz no Festival de Gramado e outros prêmios. Também temos o lançamento do longa português A BELA AMÉRICA, de António Ferreira, com a elogiada atuação de São José Correia.

Seguem em cartaz alguns sucessos de público, como o documentário ELIS & TOM, do diretor Roberto de Oliveira, e a cinebiografia MEU NOME É GAL, das diretoras Lô Politi e Dandara Ferreira. Também continuamos exibindo o premiado longa alemão AFIRE, de de Christian Petzold. Já os longas OS DELIQUENTES e O ÚLTIMO DIA DE YITZHAK RABIN ganham seus últimos dias de exibição.

Na próxima semana, entre os dias 13 e 17 de novembro, a Cinemateca Paulo Amorim será uma das sedes do Frapa, o Festival de Roteiro de Porto Alegre. A programação inclui cinco longas-metragens brasileiros, incluindo os inéditos LEVANTE, de Lilah Halla e María Helena Moran, e SAUDADE FEZ MORADA AQUI DENTRO, de Haroldo Borges.


Confira nossa programação completa e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


15h15 – TIA VIRGÍNIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 100min). Direção de Fabio Meira, com Vera Holtz, Arlete Salles, Louise Cardoso, Antonio Pitanga, Vera Valdez. Elo Studios, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Virgínia nunca se casou, não teve filhos e foi convencida pelas irmãs a cuidar dos pais. No primeiro Natal depois da morte do pai, com a mãe dependente de cuidados, Virginia reencontra suas irmãs. Enquanto preparam a ceia, os afetos e os ressentimentos dão o tom das conversas entre Virginia, Vanda e Valquiria. Inspirado nas memórias do próprio diretor, o filme ganhou seis Kikitos no Festival de Gramado, incluindo melhor filme pelo Júri da Crítica, melhor atriz para Vera Holtz e melhor roteiro.


17h15 – AFIRE Assista o trailer aqui.

(Roter Himmel - Alemanha, 2023, 103min). Direção de Christian Petzold, com Thomas Schubert, Paula Beer, Langston Uibel, Enno Trebs, Matthias Brandt. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Um grupo de jovens, entre conhecidos e desconhecidos, é obrigado a conviver por alguns dias em uma casa de férias junto ao mar Báltico. À medida que o tempo passa, surge um clima de amizade e até de romance em parte do grupo, enquanto Leon se irrita com o desenrolar da situação. Lá fora, os dias estão quentes, não chove há semanas e as florestas secas da região começam a pegar fogo. O filme foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim 2023.


19h15 – TIA VIRGÍNIA

(Brasil, 2023, 100min). Direção de Fabio Meira, com Vera Holtz, Arlete Salles, Louise Cardoso, Antonio Pitanga, Vera Valdez. Elo Studios, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Virgínia nunca se casou, não teve filhos e foi convencida pelas irmãs a cuidar dos pais. No primeiro Natal depois da morte do pai, com a mãe dependente de cuidados, Virginia reencontra suas irmãs. Enquanto preparam a ceia, os afetos e os ressentimentos dão o tom das conversas entre Virginia, Vanda e Valquiria. Inspirado nas memórias do próprio diretor, o filme ganhou seis Kikitos no Festival de Gramado, incluindo melhor filme pelo Júri da Crítica, melhor atriz para Vera Holtz e melhor roteiro.


SALA EDUARDO HIRTZ


15h – MEU NOME É GAL Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 90min). Direção de Lo Politi e Dandara Ferreira, com Sophie Charlotte, Rodrigo Lelis e Dandara Ferreira. Downtown/Paris Filmes, 16 anos. Cinebiografia.

Sinopse: Com sua presença, sua atitude, seu corpo e sua voz, Gal Costa foi a musa do movimento Tropicalista e ajudou a transformar os rumos da música e da cultura brasileiras. Junto com os companheiros Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Jards Macalé, Tom Zé e Wally Salomão, ela enfrentou as dificuldades de ser de vanguarda em meio ao conservadorismo e à violência impostos pela ditadura militar no Brasil.


17h – ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 100min). Documentário de Roberto de Oliveira. O2 Play, 12 anos.

Sinopse: Lançado em 1974, "Elis & Tom" é um dos discos mais importantes da história da música brasileira. As gravações deste encontro entre Elis Regina e Tom Jobim ficaram guardadas por mais de quatro décadas e ganham às telas dos cinemas depois de um cuidadoso processo de restauração e remasterização. Além de clássicos como “Águas de Março”, Chovendo na Roseira” e “Modinha”, o público vai conhecer os bastidores no estúdio, incluindo algumas tensões e um pouco do processo criativo destes monstros sagrados da nossa música. A produção é também um reencontro emocionante do diretor com amigos e com os artistas envolvidos no projeto.


19h – A BELA AMÉRICA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Portugal/Brasil, 2023, 102min). Direção de António Ferreira, com Estevão Antunes e São José Correia. Pandora Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Lucas é um sujeito pobre que ganha a vida como cozinheiro – talento que herdou do pai. Depois que perde sua casa, ele cruza o caminho de América, uma mulher notável que está em campanha à presidência do país. Lucas se apaixona e resolve conquistar a bela candidata pelo estômago – mesmo que para isso tenha que arriscar a própria vida.


SALA NORBERTO LUBISCO


14h45 – OS DELINQUENTES Assista o trailer aqui.

(Argentina/Brasil, 2023, 190min). Direção de Rodrigo Moreno, com Daniel Elias e Esteban Bigliardi. Vitrine Filmes/Mubi, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Morán planeja um crime perfeito para se livrar da monotonia do seu cotidiano: ele vai roubar do banco onde trabalha o suficiente para uma aposentadoria modesta, confessar o crime e, quando sair da prisão, poderá viver a vida que sempre quis. Mas, para o plano dar certo, Morán terá que contar com a ajuda de Román, que também trabalha no banco e precisa esconder o dinheiro até que ele saia da cadeia. O longa foi indicado pela Argentina para concorrer ao Oscar de melhor filme internacional.


18h30 – O ÚLTIMO DIA DE YITZHAK RABIN Assista o trailer aqui.

(Rabin, the Last Day - Israel/França, 2015, 156min). Direção de Amos Gitai, com Yitzhak Hizkiya, Michael Warshaviak, Amos Gitai. Synapse Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: O filme, que chega ao Brasil quase uma década depois de seu lançamento, recupera a trajetória do político israelense Yitzhak Rabin (1922 – 1995). Ele foi primeiro-ministro de Israel e, junto com o líder palestino Yasser Arafat, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1994 por buscar o caminho do diálogo para acabar com as hostilidades na região. Mas, na noite de 4 de novembro de 1995, logo depois de um discurso em Tel Aviv, Rabin foi assassinado por um militante judeu ortodoxo de extrema direita. O crime gerou convulsão social e acabou com as negociações pelo processo de paz.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 9 a 19 de novembro de 2023

Shaft


O CINEMA É NICHOLAS RAY E IDA LUPINO: ÚLTIMAS SESSÕES

A segunda parte da mostra O Cinema é Ida Lupino e Nicholas Ray, com foco nos trabalhos de atuação de Ray e Lupino entre os anos 1940 e 1970, segue em exibição até o dia 14 de novembro. No domingo, 12 de novembro, o pesquisador Cesar Almeida apresentará a exibição de Dez Segundos de Perigo, de Sam Peckinpah (17h), e a sessão surpresa (19h).


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6776/o-cinema-e-ida-lupino-e-nicholas-ray/ 


PIONEIRO DA COSTA DO MARFIM NO PROJETO RAROS

O Projeto Raros apresenta na sexta-feira, 17 de novembro, às 19h30, uma sessão com novas restaurações dos dois primeiros filmes de Désiré Ecaré, cineasta pioneiro da Costa do Marfim: Concerto para um Exílio (1968, 30 minutos) e Se Cuida, France! (1970, 60 minutos). Com entrada franca e apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français, a sessão será apresentada pelo crítico e pesquisador Pedro Henrique Gomes.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6798/projeto-raros-filmes-de-desire-ecare/


JIM CLARK, RICHARD ROUNDTREE E MARLENE CLARK EM DESTAQUE

De 15 a 19 de novembro, as exibições de Shaft, de Gordon Parks, Implacáveis até o Inferno, de Gordon Parks Jr., e Ganja & Hess, de Bill Gunn, celebram o legado dos atores Jim Clark e Richard Roundtree e da atriz Marlene Clark, que marcaram o cinema dos anos 1970 nos Estados Unidos e morreram em 2023. O valor do ingresso é R$ 10,00. 


DOCUMENTÁRIO SOBRE PLAUTO CRUZ EM CARTAZ

A partir de 10 de novembro, a Cinemateca Capitólio exibe Plauto, Um Sopro Musical, documentário de Rodrigo Portela sobre o músico Plauto Cruz. No sábado, 11 de novembro, às 18h30, uma sessão especial do filme em torno da história do choro será comentada pelo compositor e violonista Mathias Behrends Pinto. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6791/plauto-um-sopro-musical-debate/


GRADE DE HORÁRIOS

9 a 19 de novembro de 2023


9 de novembro (quinta-feira)

14h55 – Mesmo que Tudo Dê Errado, Já Deu Tudo Certo

17h – No Silêncio de uma Cidade

19h – A Grande Chantagem 


10 de novembro (sexta-feira)

15h – Plauto, Um Sopro Musical

17h – Hair

19h15 – Johnny Guitar


11 de novembro (sábado)

14h55 – Mesmo que Tudo Dê Errado, Já Deu Tudo Certo

17h – O Mundo Odeia-me

18h30 – Plauto, Um Sopro Musical + debate


12 de novembro (domingo)

15h – Plauto, Um Sopro Musical

17h – Dez Segundos de Perigo

19h – Sessão Surpresa


14 de novembro (terça-feira)

17h – Seu Último Refúgio

19h – Um Samurai em São Paulo + debate


15 de novembro (quarta-feira)

15h – Plauto, Um Sopro Musical

17h – Shaft

19h – Ganja & Hess


16 de novembro (quinta-feira)

17h – Implacáveis até o Inferno

19h – Compasso de Espera


17 de novembro (sexta-feira)

17h – Ganja & Hess

19h30 – Projeto Raros: Filmes de Désiré Ecaré


18 de novembro (sábado)

16h – Sessão AAMICCA

19h – Vai e Vem + debate


19 de novembro (domingo)

15h – Shaft

17h – Implacáveis até o Inferno

18h30 – O Céu Aberto + debate

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'A Noite das Bruxas'

Sinopse: O detetive belga Hercule Poirot investiga um assassinato enquanto participa de uma sessão espírita de Halloween em um palazzo assombrado em Veneza, Itália. 

Kenneth Branagh pegou gosto em adaptar as obras Agatha Christie, principalmente por aqueles protagonizados pelo detetive Hercule Poirot. "Assassinato no Expresso Oriente" (2017) foi um sucesso de bilheteria e abrindo caminho para que o realizador criasse logo em seguida "Morte no Nilo" (2022) e do qual não teve o sucesso esperado mesmo tendo sido tão bem dirigido. Pois bem, "Noite das Bruxas" (2023) não supera as qualidades dos filmes anteriores, mas nos prende atenção pela sua ousadia em levar o protagonista para um cenário um pouco diferente.

No terceiro filme da saga de Hercule Poirot (Kenneth Branagh), o detetive está de volta para investigar mais um mistério na cidade mais bonita do mundo: Veneza. O homem é convidado pela amiga, Ariadne Olivier (Tina Fey) para participar de uma sessão espírita no casarão de Rowena Drake (Kelly Reilly), que carrega a fama de ser assombrada por fantasmas de crianças. A princípio, Poirot nega o convite, mas fica curioso ao descobrir que a sessão será conduzida pela misteriosa médium Senhora Reynolds (Michelle Yeoh), e tem o propósito de fazer contato com a filha de Rowena, Alicia (Rowan Robinson), que se suicidou,  mas a mãe está convencida de que a garota tenha sido morta pelos fantasmas do local. Na noite da sessão, porém, um crime faz com que a situação tome um rumo macabro.

Assim como o filme anterior novamente vemos um Hercule Poirot mais humano e do qual se distancia um pouco do detetive perfeito visto em "Assassinato no Expresso Oriente". Se na história anterior nós descobrimos que ele guardava para si cicatrizes físicas, aqui podemos constatar que ele guarda feridas emocionais mais profundas e das quais faz com que ele enfrente uma situação da qual envolva algo mais para o lado sobrenatural. Mas estamos falando de um filme baseado na obra de Agatha Christie, onde tudo há uma explicação e, portanto, tanto o detetive como nós que assiste deve ficar com um pé atrás ao que testemunhamos neste cenário investigativo.

Se isso dá um gás em termos de novidade, por outro lado, a dinâmica continua a mesma, onde vemos um grupo de pessoas sendo obrigada em ficarem presos num determinado cenário enquanto o protagonista investiga sobre quem cometeu tal assassinato. Ao menos Kenneth Branagh capricha em sua direção estilosa e ao mesmo tempo surpreendendo em cenas que faz com que a gente dê um pulo na cadeira e remetendo aos típicos filmes de horror atuais. Após esse filme não me surpreenderia se o mesmo fosse convidado em elaborar um filme de horror, seja ele psicológico ou sobrenatural.

Para os fãs da escritora Agatha Christie adaptação é um prato cheio e para aqueles que tem pouca familiaridade poderão também desfrutar da obra como um todo. Porém, se é a intenção do estúdio e do realizador em levar para as telas todas as aventuras do Hercule Poirot eu sugiro fazerem uma mudança significativa para que a franquia seja renovada e ganhe um novo folego, pois se continuar com a mesma temática creio eu que o público irá começar em abandonar os filmes estrelados pelo personagem, se é que já não está acontecendo. Pessoalmente, se fechasse como uma trilogia seria mais do que satisfatório, mas quando o assunto é cinema americano a ideia é sempre ser usada até ser completamente esgotada.

"Noite das Bruxas" é mais para os fãs de Agatha Christie do que para aqueles que esperam alguma novidade e que revitalize as aventuras Hercule Poirot para o cinema.   

Onde Assistir:  Star+

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Cine Dica: Sessão Clube de Cinema 11/11/2023 - 'Afire'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA


Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 11/11/2023, sábado, às 10:15 da manhã

"Afire" (Roter Himmel)

Alemanha, 2023, 103 min, 14 anos

Direção: Christian Petzold

Elenco: Thomas Schubert, Paula Beer, Langston Uibel, Enno Trebs, Matthias Brandt

Sinopse: Um grupo de jovens, entre conhecidos e desconhecidos, é obrigado a conviver por alguns dias em uma casa de férias junto ao mar Báltico. À medida em que o tempo passa, surge um clima de amizade e até de romance em parte do grupo, enquanto Leon se irrita com o desenrolar da situação. Lá fora, os dias estão quentes, não chove há semanas e as florestas secas da região começam a pegar fogo. O filme foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim 2023.

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terça-feira, 7 de novembro de 2023

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'O Preço do Amanhã'

Sinopse: Acusado de assassinato, um homem deve descobrir como derrubar um sistema onde tempo é dinheiro e que permite que os ricos vivam para sempre, enquanto os pobres devem implorar por cada minuto de suas vidas. 


É engraçado que alguns filmes passam batido na época de sua estreia, mas que aos poucos ganha o seu reconhecimento na medida que o tempo passa. O clássico "Blade Runner" é um exemplo genuíno, pois o filme foi um fracasso na época do seu lançamento, mas se tornou rapidamente cultuado através das Cinematecas e VHS. O que o público não viu na época foi o fato da obra ser uma metáfora sobre o sistema capitalista cada vez mais afogando a sociedade e como a mesma deixa a sua vida passar e sem aproveitá-la ao máximo.

O tempo talvez seja um dos temas mais recorrentes da ficção cientifica, pois no nosso mundo real corremos contra ele, como se não tivéssemos tempo e cada vez mais presos ao relógio. Pode-se dizer que a situação piorou cada vez mais com o advento das tecnologias, principalmente com relação ao celular, onde se pode fazer tudo, mas privando a sociedade de aproveitar outras coisas e fazendo a mesma se esquecer de olhar para o céu ao longo da vida. A série "Black Mirror", por exemplo, é mais ou menos sobre isso, onde as pessoas cada vez mais se afogam e se tornam prisioneiras pelas tecnologias avançadas, mas que não são muito diferentes do que se vê hoje em dia.

O diretor, produtor e roteirista Andrew Niccol talvez seja um especialista ao possuir um olhar que consegue observar situações a frente do nosso tempo, mas que acabam realmente acontecendo, mesmo de forma parcial para se dizer o mínimo. Como diretor ele elaborou o surpreendente "Gattaca - Experiência Genética" (1997), onde o indivíduo somente seria bem-sucedido se possuísse um código genético perfeito. Já como roteirista ele criou "O Show de Thurman" (1998) e do qual profetizou uma sociedade cada vez mais obcecada pelos reality shows e ocupando as suas vidas ao assistir as vidas das outras.

Em seus filmes, seja como diretor ou roteirista, ele explora a questão de uma sociedade presa ao sistema e do qual a questão do tempo se encontra nas entrelinhas. Eis que então chegamos ao "O Preço do Amanhã" (2011), filme mal avaliado pela crítica e público na época do seu lançamento, mas foi crescendo a cada nova revisão. Pode-se dizer que hoje o filme se casa muito bem com a situação atual da sociedade, cada vez mais presas em seus celulares e não aproveitando o tempo que passa diante de suas vidas.

Em um futuro próximo, o envelhecimento passou a ser controlado para evitar a superpopulação, tornando o tempo a principal moeda de troca para sobreviver e também obter luxos. Assim, os ricos vivem mais que os pobres, que precisam negociar sua existência, normalmente limitada aos 25 anos de vida. Quando Will Salas (Justin Timberlake) recebe uma misteriosa doação, passa a ser perseguido pelos guardiões do tempo por um crime que não cometeu, mas ele sequestra Sylvia (Amanda Seyfried), filha de um magnata, e do novo relacionamento entre vítima e algoz surge uma poderosa arma com o sistema e organização que comanda o futuro das pessoas.

Nota-se no início da projeção que Andrew Niccol faz uma homenagem ao clássico literário "1984", pois embora exista uma tecnologia avançada, por outro lado, a sociedade ainda precisa trabalhar arduamente para obter tempo e ao mesmo tempo sendo vigiada como um todo. Visualmente o filme remete ao já clássico e citado "Gattaca" e ao mesmo tempo revelando uma população cada vez mais dividida entre os necessitados e os afortunados. Não deixa de ser peculiar ao assistirmos as pessoas lutarem para obter tempo de vida, sendo que o dinheiro acabou se tornando inexistente e cada minuto acaba valendo ouro.

Salas procura aproveitar a vida ao máximo, mesmo quando ela somente vale uma hora ou duas no decorrer do tempo. Quando obtém diversos anos de vida ele vê a chance de ajudar pessoas próximas a ela, mas o sistema se torna implacável e acaba não ocorrendo conforme o esperado. A cena em questão é a mais dolorida como um todo, pois bastava alguns segundos a mais para que tudo fosse resolvido.

Uma vez que não tem nada a perder ele decide gastar o seu tempo ao máximo em território dos poderosos e cujo tempo de dois mil anos não é nada para aqueles que vivem na mordomia. Neste cenário conhecemos então Sylvia, sempre protegida pelo seu pai, mas jamais sabendo como viver e mesmo tendo tempo de sobra. Com Salas ela experimenta sensações até então inéditas e valoriza o seu tempo mesmo quando ele começa a se tornar curto.

Embora hoje não vivemos presos pela moeda do tempo para continuarmos existindo, infelizmente constato que o filme era um retrato sobre o nosso futuro, onde não desfrutamos mais do tempo, onde ficamos presos por essas tecnologias que cabem na palma da mão, mas fazendo das nossas vidas cada vez mais alienadas e nos privando de apreciar as horas e dias que passam em um piscar de olhos, pois estamos sempre em movimento constante para se dizer o mínimo. Será preciso chegarmos ao ponto de que o tempo se tornará valioso para então finalmente acordamos?

O filme toca também em assuntos espinhosos que vai desde ao fato de que será preciso conter a superpopulação, mas aqui impondo um limite de tempo para todos nós e fazendo com que a maioria perca a sua humanidade pelo seu próximo. Portanto o filme, por mais que o estúdio tenha vendido como entretenimento em sua época de lançamento, ele nos faz pensar e fazendo com que até mesmo sintamos uma morbidez após o seu encerramento. E olha que eu estou falando de um filme cujo final até acaba sendo reconfortante, mas que não perde o seu peso que nos deixa ao fazer a gente refletir sobre o assunto sobre o nosso papel perante um mundo real cada vez mais implacável.

Com grande elenco que inclui pesos como Cillian Murphy, "Preço do Manhã" é um filme que foi melhorando a cada nova revisão, ao saber dialogar com o nosso mundo real em que obtivemos grandes tecnologias, porém, a mesma fez com que a gente perdesse o nosso precioso tempo. 

Onde Assistir: Netflix

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