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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Cine Especial: Batman - Por Tim Burton

 Algo Estava Acontecendo 

Quando eu era criança a minha mãe me levava junto com ela para o centro de Porto Alegre para ir consultar o médico para cuidar de sua saúde. Eu acho que era entre 1988 ou já início de 1989 e para mim Porto Alegre era enorme com os seus arranha céus e que faziam me lembrar um certa Gotham City das HQ do Batman. Por coincidência, algo de estranho estava acontecendo, pois comecei a enxergar símbolos do homem morcego por todos lados, desde nas paredes, como também em bancas, postes e nas roupas das pessoas.

Dias depois eu estava assistindo uma matéria especial na tv sobre o futuro lançamento de “Batman” (1989) para o cinema e fazendo com que ficasse eufórico, já que era o meu personagem preferido dos HQ. Mal imaginava a magnitude do longa-metragem, já que a minha visão do herói que eu tinha em carne e osso ainda era do seriado dos anos sessenta e, portanto, eu não estava preparado pelo lado mais sombrio e principalmente da visão autoral de Tim Burton. Olhando para trás percebo que o filme tinha tudo a ver com relação ao que o personagem estava passando nos anos oitenta, já que ele foi repaginado por Frank Miller e gerando assim obras primas como "Cavaleiro das Trevas" e "Batman - Ano Um".

O filme foi um projeto que se estendeu por vários anos, mas o estúdio queria lançar o longa em 1989 de qualquer jeito, principalmente para pegar carona com o aniversário de cinquenta anos do personagem criado por Bob Kane. A missão não foi fácil, mas o filme é um daqueles tipos de obras que os Deuses do cinema sorriem para que dê tudo certo e foi isso que aconteceu ao longo do tempo. Curiosamente, o estúdio optou por um diretor que a pouco havia adquirido o seu primeiro grande sucesso, mas que nasceu para carregar o fardo.

Tim Burton havia lançado em 1988 "Os Fantasmas Se Divertem" (1988) comédia de humor sombrio que mescla elementos do gênero de horror e se tornando rapidamente um filme cultuado e revelando o lado autoral do cineasta como um todo. Embora não tenha lido uma HQ sequer do personagem Burton captou a essência logo de imediato, já que ela possui elementos dos quais moldaram o realizador ao longo dos anos, desde ser uma figura gótica que vive nas sombras e que se mistura em uma cidade sombria e, por vezes, assustadora. Aliás, é preciso reconhecer que os cenários que representam a cidade são um verdadeiro espetáculo, do qual quase se assemelha a magnitude de outro clássico da época "Blade Runner" (1982) e não é à toa que o filme viria a ganhar um Oscar de melhor Edição de Arte.

O que não foi fácil para o diretor foi a escolha do seu protagonista, já que o estúdio com certeza desejava um grande astro, mas ao invés disso o realizador sonhava trabalhar com um ator comum que conseguisse nos passar o lado mais humano do homem morcego. Já tendo trabalhado com o diretor em "Os Fantasmas se Divertem" Michael Keaton foi a escolha bastante questionada para época, tanto é que choveram cartas indignadas dos fãs que não enxergavam o ator como Batman. Mais de trinta anos depois esses mesmos fãs parecem terem se arrependido de terem jogado paus e pedras contra o intérprete, pois após o lançamento do filme e anos seguintes muitos consideram como o melhor Batman do cinema até hoje.

Quem ainda se saiu melhor nesta história foi Jack Nicholson, um dos grandes talentos do cinema e cujo anos oitenta ele vinha de grandes sucessos como "O Iluminado" (1980) "Laços de Ternura" (1983) e "As Bruxas de Eastwick" (1987). Para a construção do seu Coringa ele decidiu se distanciar da visão que o público tinha com relação ao personagem que havia sido interpretado por Cesar Romero no seriado dos anos sessenta e se inspirando mais na versão mais adulta e violenta vista no clássico "A Piada Mortal" de Alan Moore. Além disso, é mais do que nítido que o ator buscou inspiração em outros personagens que ele havia interpretado, como no caso do pai que se torna um verdadeiro psicopata no já citado "O Iluminado".

O resultado é um Coringa nascido para Jack Nicholson, onde o intérprete se divertiu sendo ele mesmo, mas colocando para fora o seu demônio interior e nos brindando com uma interpretação digna de Oscar. Não é à toa que por muito tempo esse foi considerado o Coringa definitivo, até a chegada de um certo Heath Ledger, mas essa é uma outra história que merece uma análise mais detalhada. Curiosamente, Jack Nicholson se tornou ator mais bem pago na época, já que ele assinou um contrato de porcentagem nos lucros e que deu ao ator cerca de 50 milhões de dólares.

Mas quem acabou caindo de paraquedas na produção foi realmente Kim Basinger. Inicialmente quem faria a repórter investigativa seria Sean Young, que chegou até mesmo interpretar a personagem e participar de algumas cenas, porém, Young fraturou a clavícula durante as filmagens, em uma cena em que precisava montar um cavalo juntamente com Michael Keaton. Em última hora, foi chamada Basinger, uma atriz que na época ainda era inexperiente, mas já colecionava alguns sucessos como "9 1/2 Semanas de Amor" (1986).

Um Novo Começo 

Pode-se dizer que "Batman" foi o primeiro grande filme a se tornar um sucesso antes mesmo de ter estreado. Havia outdoor em todas as cidades, álbuns de figurinhas, brinquedos, camisetas e tudo que era possível para atrair uma grande fatia do público. Se hoje isso pode parecer comum com tantos lançamentos de filmes baseado em HQ isso era para época algo incomum e fazendo do filme uma sessão obrigatória mesmo para aqueles que não eram cinéfilos ou fãs de HQ. O resultado foi uma bilheteria de mais de quatrocentos milhões e sendo uma quantia exorbitante para aqueles tempos.

Não demorou muito para que outros estúdios corressem contra o relógio para fazer as suas adaptações de HQ para o cinema, porém, era uma outra época e esses lançamentos eram muito esporádicos e bem diferente de hoje em dia. O mais próximo da magnitude que Tim Burton havia criado foi apresentado em "Dick Tracy" (1990), dirigido e estrelado por Warren Beatty e cujo seu visual era cartunesco, colorido e que remetia as HQ dos anos trinta. Mas se há uma coisa que ambas as obras tinham em comum era a sua trilha sonora, sendo que elas foram elaboradas por Danny Elfman. 

Ópera Cinematográfica 

Tá certo que Hans Zimmer havia criado uma fantástica trilha sonora para a trilogia de "Cavaleiro das Trevas" de Christopher Nolan, mas se há uma trilha definitiva sobre Batman é a que foi criada por Danny Elfman em 1989. Na abertura, por exemplo, ela começa ecoar vagarosamente, assim como a câmera do diretor que vai se direcionando para as paredes escuras de pedra e logo depois se revela ser um grande símbolo do morcego. A trilha de Elfman se casa com perfeição em cada cena do personagem e cujo seu ápice se encontra quando obtemos o primeiro vislumbre do Bat-sinal no céu.

O Fantasma da Ópera 

De todas as versões que Batman teve para o cinema essa não é somente a mais cinematográfica, como também a mais artística e das quais possuem raízes tanto expressionistas como também teatrais. Neste último caso, por exemplo, o ato final do filme foi totalmente inspirado na peça "O Fantasma da Ópera" que estava fazendo um maior sucesso em Londres naquela época e que havia sido assistido por Jack Nicholson. Convencido pelo ator, Tim Burton e seus produtores e roteiristas decidiram reescrever o ato final e o resultado é esse que testemunhamos a mais de trinta anos atrás e sendo apontado como um dos grandes momentos da história do cinema. 

Expressionismo Alemão 

Devido ao grande sucesso do filme não demorou para que houvesse uma continuação, mas diferente do filme anterior, Tim Burton teve controle total do projeto e fazendo com que sua visão autoral dominasse a obra do começo ao final. "Batman - O Retorno" (1992) é o filme mais gótico do personagem, violento, estranho e maravilhoso a todo momento. Gotham City é aqui uma cidade ainda mais sombria, com as suas enormes e estranhas estátuas e cujo formato dos seus prédios remetem ao melhor do expressionismo.

Neste último caso, o filme é uma bela homenagem a esse importante período do cinema alemão, já que Burton cresceu assistindo a esses longas e exemplos é o que não faltam no filme para concordar com essa minha observação. Christopher Walken, por exemplo, interpreta o corrupto milionário chamado Max Schreck, sendo que esse nome é do ator que interpretou Drácula no clássico expressionista "Nosferatu" (1922). E o que dizer do visual do Pinguim interpretado por Danny DeVito, sendo que é claramente uma homenagem ao vilão do clássico "O Gabinete do Dr. Caligari" (1920).

Porém, há uma pincelada de elementos extraídos dos filmes de terror dos anos trinta e dos quais se destaca através da Mulher Gato, já que o seu traje preto todo remendado parece mais uma bela homenagem ao que foi visto nos primeiros filmes de "Frankenstein". Falando na personagem, já se passaram vários anos e outras atrizes de grande talento a interpretaram, mas nenhuma supera o assombroso trabalho que Michelle Pfeiffer, pois a sua Selina Kyle é uma figura trágica, abusada moralmente pelo seu patrão e sobrevivendo através de uma estranha relação com os gatos. A cena em que ela retorna para casa e começa a liberar toda a sua raiva para fora é, na minha opinião, uma das melhores atuações da atriz em sua respeitável carreira. 

O Maior Prêmio Veio Através do Tempo 

Embora seja tão bom quanto o primeiro, "Batman - Retorno" não foi o sucesso esperado que o estúdio tanto queria, sendo que os produtores começaram acusar Tim Burton como inadequado para continuar na cadeira como diretor nos filmes seguintes. Olhando para trás se percebe que a Warner somente queria dinheiro, não somente através da bilheteria, como também na venda de brinquedos e qualquer outra bugiganga que pudesse obter algum lucro. Sai de cena Tim Burton e começa a era Joel Schumacher que nasceu somente para vender "Batman Eternamente" (1995) e o terrível "Batman e Robin" (1997) como meros produtos a serem vendidos para o mercado e não como cinema de qualidade como era visto no passado.

O tempo passou e provou o quanto o estúdio estava errado, ao ponto da maioria dos cinéfilos reconhecer que Batman nas mãos de Tim Burton foi uma das melhores coisas que aconteceram para o personagem no cinema e cuja fidelidade era o que menos importava, mas sim sendo feita de coração, elegância e puramente cinema. Não é à toa, portanto, que depois de mais de trinta anos Michael Keaton retorna na pele do personagem em "The Flash" e calando por completo aqueles detratores do passado.

"Batman" e "Batman - O Retorno" por Tim Burton é cinema de qualidade, sobrevivente ao teste do tempo e possuindo uma ousadia que as adaptações atuais quase nunca alcançam. 


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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (15/06/2023)

 'THE FLASH'

Sinopse: Barry usa seus superpoderes para viajar no tempo e mudar os eventos do passado. Mas quando tenta salvar sua família e acaba, sem querer, alterando o futuro, ele fica preso em uma realidade na qual o General Zod está de volta, ameaçando colocar o mundo em risco, e não há super-heróis a quem recorrer.


'MEDUSA DELUXE'

Sinopse: Depois que um cabeleireiro é encontrado morto em um concurso de penteados, os participantes restantes decidem descobrir quem é o assassino. Rivalidades e desconfiança crescem, enquanto um grupo de determinados hairstylists suspeita de que alguém está tentando fraudar a competição, eliminando competidores de forma macabra.


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 15 a 21 DE JUNHO

 ESTREIA:

BEM-VINDOS DE NOVO

Brasil/ Documentário/2023/105min.

Direção: Marcos Yoshi

Classificação indicativa: 10 anos

Sinopse: Pais e filhos se reencontram depois de 13 anos separados. Este é o ponto de partida do filme, que acompanha o processo de reconstrução afetiva da família do diretor Marcos Yoshi, atravessada pelo fluxo de migrações entre o Brasil e o Japão, conhecido como fenômeno dekassegui. A história de uma família de descendentes de japoneses dividida entre a necessidade de garantir o sustento e o desejo de permanecerem juntos.

Elenco: Roberto Shinhti Yoshisaki, Yayoko Yoshizaki e Marcos Yoshi


EM CARTAZ:


CORPOLÍTICA

Brasil/ documentário/ 2022/ 102min.

Direção: Pedro Henrique França

Classificação indicativa:

Sinopse: O documentário investiga o vazio de representatividade LGBTQIA+ no cenário político do Brasil, país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Diante de um recorde de candidaturas LGBTQIA+ nas eleições brasileiras de 2020, em um momento histórico no país e no mundo, candidatos e políticos relatam suas experiências e as violências vividas dentro de seus processos de afirmação e na luta por direitos.


URUBÚS

Brasil/Drama/2021 /113MIN.

Direção: Claudio Borrelli

Classificação indicativa: 16 anos

Sinopse: Em São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas comanda um grupo de pichadores que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Quando Trinchas conhece Valéria, uma estudante de arte, seus mundos colidem, resultando na invasão da 28ª Bienal de São Paulo. A partir de então, a pichação ocupa seu lugar no mundo da arte e o bando de jovens invisíveis de periferia se transforma em protagonista de um polêmico debate cultural.

Elenco:Gustavo Garcez, Bella Camero, Bruno Santaella, Julio Martins, Robert Orlando


HORÁRIOS CINEBANCÁRIOS DE 15 a 21 DE JUNHO (não há sessões nas segundas-feiras):


15h: URUBÚS

17h: CORPOLÍTICA

19h: BEM-VINDOS DE NOVO


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2023

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

A programação de 15 a 21 de junho traz três estreias em nossas salas. Uma delas é exclusiva: o longa QUANDO ESCURECE, do argentino Néstor Mazzini, Kikito de melhor direção na mostra de longas latinos do Festival de Gramado de 2022. Também temos os lançamentos dos longas A HISTÓRIA DA MINHA MULHER, da premiada diretora húngara Ildikó Eynedi, e o documentário BEM-VINDOS DE NOVO, em que o cineasta paulista Marcos Yoshi recupera a história de sua família.

Seguem em cartaz três filmes que estão entre os favoritos do nosso público: a produção britânica O ÚLTIMO ÔNIBUS; o filme MEU VIZINHO ADOLF, do israelense Leon Prudovsky; e EO, do veterano diretor polonês Jerzy Skolimowski.


Confira nossa programação e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


 15h – O ÚLTIMO ÔNIBUS Assista o trailer aqui.

(The Last Bus – Reino Unido, 2022, 92min). Direção de Gillies MacKinnon, com Timothy Spall, Phyllis Logan, Grace Calder. Pandora Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Depois da morte da esposa, Tom Harper sai do lugarejo onde viviam, no norte da Escócia, decidido a cumprir uma promessa. Para isso, ele vai fazer uma viagem de ônibus por 1.400 quilômetros até o sul da Inglaterra, usando seu passe gratuito de idoso. No percurso, enfrenta percalços, conhece pessoas gentis e desafia as limitações da idade – ao mesmo tempo em que revisita o seu passado e se depara com um país diverso e multicultural.


 16h45 – QUANDO ESCURECE - ESTREIA

(Cuando Oscurece - Argentina, 2022, 80min). Direção de Néstor Mazzini, com Cesar Troncoso, Matilde Creimer Chiabrando, Andrea Carballo. Distribuição independente, 14 anos. Drama.

Sinopse: Flor acredita que está passeando com o pai quando eles rodam muitos quilômetros por lugarejos do interior. Mas a intenção de Pedro é sequestrar a filha, já que acredita que nunca mais poderá vê-la. Quando a menina percebe o que está acontecendo, decide buscar pela mãe. Prêmio de melhor direção na competição de filmes latinos do Festival de Cinema de Gramado 2022, "Cuando Oscurece" é a segunda parte da trilogia "Autoengano", que Mazzini iniciou com o longa "36 Horas".


18h30 – A HISTÓRIA DA MINHA MULHER - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(A Feleségem Története -  Alemanha/França/Hungria/Itália, 2022, 170min). Direção de Ildikó Eynedi, com Léa Seydoux, Gijs Naber, Louis Garrel. Pandora Filmes, 18 anos. Drama.

Sinopse: Jacob Störr, capitão da marinha holandesa, faz uma aposta despretensiosa e acaba se casando com Lizzy, uma francesa linda e com alguns mistérios. Apesar de ninguém acreditar no casamento, o amor entre ambos será sincero e doloroso, principalmente porque Jacob sofre com a suposta infidelidade da mulher. O filme, que concorreu no Festival de Cannes em 2022, é uma adaptação do romance homônimo do escritor e poeta húngaro Milán Füst.

SALA EDUARDO HIRTZ


 15h15 – UMA VIDA SEM ELE Assista o trailer aqui.

(À Propos de Joan - França/Alemanha/Irlanda, 2022, 101min). Direção de Laurent Larivière, com Isabelle Huppert, Lars Eidinger, Swann Arlaud. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joan Verra sempre foi uma mulher independente, com um espírito livre e aventureiro. Quando seu primeiro amor retorna depois de muitos anos, ela decide não contar que tiveram um filho juntos. Junto com essa mentira, ela terá de enfrentar um segredo do passado.


17h15 – EO Assista o trailer aqui.

(Polônia/Itália, 2022, 85min). Direção de Jerzy Skolimowski, com Sandra Drzymalska, Mateusz Kosciukiewicz, Isabelle Huppert. Zeta Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tom de fábula, o filme acompanha a jornada de um burro cinza e suas descobertas pela Europa contemporânea – ele vivia em um circo e ganhou sua liberdade depois de um protesto pela liberação dos animais. Sozinho no mundo e movido por um espírito curioso, ele encara várias experiências e momentos inusitados. Com este longa, o veterano diretor Skolimowski, de 85 anos, faz uma homenagem a Robert Bresson e seu “A Grande Testemunha”, de 1966. O filme competiu no Festival de Cannes 2022 e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.  


 19h – MEU VIZINHO ADOLF Assista o trailer aqui.

(Colômbia/Israel/Polônia, 2022, 96min). Direção de Leon Prudovsky, com David Hayman, Udo Kier, Danharry Colorado. A2 Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Depois de perder sua família para o regime nazista, o sobrevivente polonês Marek Polsky vai viver em um vilarejo no interior da Colômbia. Em plena década de 1960, já acostumado com a solidão dos dias, o velho Polsky entra em disputa com um novo vizinho por causa de um pedaço do terreno. A situação piora quando Polsky começa a desconfiar que o alemão da casa ao lado pode ser Adolf Hitler – o que até faz algum sentido, pois a América do Sul se tornou um destino de fuga para muitos líderes do ditador.


SALA NORBERTO LUBISCO


14h45 – BEM-VINDOS DE NOVO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 105min). Documentário de Marcos Yoshi. Embaúba Filmes, 14 anos.

Sinopse: Na virada do milênio, os descendentes de japoneses Yayoko e Roberto Yoshisaki foram tentar uma vida melhor no Japão, enquanto seus três filhos ficaram no Brasil com os avós. O casal retorna 13 anos depois e a família passa por uma complexa reconstrução afetiva, documentada pelo filho Marcos Yoshi.


17h – TRÊS MULHERES, UMA ESPERANÇA Assista o trailer aqui.

(Lost Transport - Holanda/Luxemburgo/Alemanha, 2023, 100min). Direção de Saskia Diesing, com Hanna van Vliet, Eugénie Anselin e Anna Bachmanna. A2 Filmes, 14 anos. Drama histórico.

Sinopse: Na primavera de 1945, nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, um trem com centenas de prisioneiros judeus é abandonado próximo de um vilarejo alemão ocupado pelo exército soviético. Num ambiente de muita desconfiança e incertezas, com soldados ocupando territórios e famílias destruídas, surge uma amizade improvável entre três mulheres: a franco-atiradora russa Vera, uma jovem alemã chamada Winnie e a judia-holandesa Simone.


19h15 – CORPOLÍTICA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 100min). Documentário de Pedro Henrique França. Vitrine Filmes, 12 anos.

Sinopse: O documentário reflete sobre a importância da representatividade LGBTQIA+ em cargos políticos, principalmente em um país como o Brasil - o lugar onde mais se matam pessoas LGBTQIA+ no mundo. Vários candidatos que concorreram às eleições de 2022 falam de suas trajetórias e as violências que sofreram, incluindo Fernando Holiday e Thammy Miranda, respectivamente primeiro vereador gay e primeiro vereador trans da Câmara Municipal de São Paulo, Erica Malunguinho, primeira deputada trans eleita no Brasil, e Jean Wyllys, que renunciou ao mandato de deputado federal por conta de ameaças. O filme ganhou os prêmios de melhor documentário no Festival do Rio e Queer Lisboa, melhor filme no Mix Brasil e melhor filme LGBTQIA+ no Montreal Independent Film Festival.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.


Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.


Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 15 a 22 de junho de 2023

LOUISE BROOKS 


A PRIMEIRA MORTE DE JOANA EM DEBATE

Neste sábado, 17 de junho, às 18h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão comentada do filme A Primeira Morte de Joana, de Cristiane Oliveira, em parceria com o Cineclube Academia das Musas e a distribuidora Lança Filmes! O valor do ingresso é R$ 16,00. Participam do debate Adriana Borba, diretora de arte, Gina O´Donnell, produtora executiva, e Luciana Tubello e Tainara Fraga, pesquisadoras integrantes do Cineclube Academia das Musas.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6414/a-primeira-morte-de-joana-debate/


UÝRA – A RETOMADA DA FLORESTA EM CARTAZ

O documentário Uýra - A Retomada da Floresta, de Juliana Curi, ganha uma semana de exibição na Cinemateca Capitólio a partir desta quinta-feira, 15/06. O valor do ingresso é R$ 16,00.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6361/uyra-a-retomada-da-floresta/


LOUISE BROOKS REVISITADA

De 13 a 22 de junho, a Cinemateca Capitólio exibe um ciclo de filmes estrelados pela atriz de cinema favorita de Antunes Filho: Louise Brooks. A programação também apresenta três obras que trazem personagens inspiradas pela mítica atriz: Cabaret, de Bob Fosse, Totalmente Selvagem, de Jonathan Demme, e A Morte lhe Cai Bem, de Robert Zemeckis. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6317/antunes-filho-e-louise-brooks/


GRADE DE HORÁRIOS

15 a 22 de junho de 2023


15 de junho (quinta-feira)

15h – Uma Noiva em Cada Porto

17h30 – Uýra - A Retomada da Floresta

19h – Mendigos da Vida


16 de junho (sexta-feira)

15h – Diário de uma Garota Perdida

17h30 – Uýra - A Retomada da Floresta

19h – Cabaret


17 de junho (sábado)

15h – Mendigos da Vida

16h30 – Uma Noiva em Cada Porto

18h – A Primeira Morte de Joana + debate


18 de junho (domingo)

15h – A Caixa de Pandora

17h30 – Uýra - A Retomada da Floresta

19h – A Morte lhe Cai Bem


20 de junho (terça-feira)

15h – Cabaret

17h30 – Uýra - A Retomada da Floresta

19h – Sociedade Regenerativa


21 de junho (quarta-feira)

15h – A Morte lhe Cai Bem

17h30 – Uýra - A Retomada da Floresta

19h – Totalmente Selvagem


22 de junho (quinta-feira)

15h – Diário de uma Garota Perdida

17h – Totalmente Selvagem

19h – Windy Riley vai a Hollywood + Bandidos Encobertos 

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Urubus'

Sinopse: Em São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas comanda um grupo de pichadores que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca.  

Sinceramente eu não gosto da pichação, pois ela acaba chegando aos monumentos históricos, culturais e sujando assim um pouco da nossa história. Porém, se ela existe é porque ela vem de uma minoria excluída da sociedade e da qual grita para ser ouvida, mesmo que para isso corram até mesmo sério risco de vida. "Urubus" (2021) fala sobre uma parte dessa sociedade que adentra a noite, se arriscando ao escalar enormes arranha céus para deixar a sua marca e dizer para nós alguma coisa.

Dirigido pela estreante Cláudio Borrelli, a trama se passa na quarta maior cidade do mundo, São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas (Gustavo Garcez) comanda um grupo de pichadores que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Mas, quando Trinchas conhece Valéria (Bella Camero), uma estudante de pós-graduação em arte, uma paixão surge entre os dois. Os mundos distintos do casal colidem, resultando na invasão da 28ª Bienal de São Paulo.

Embora novo no ramo da direção, Cláudio Borrrelli surpreende com a câmera na mão, ao criar uma abertura digna de nota. Por dez minutos, vemos o grupo de pichadores escalando um enorme prédio para pichar o parapeito, mas ao mesmo tempo a tensão aumenta com a possiblidade da chegada da polícia. Se tem, portanto, uma corrida contra o tempo, onde a edição frenética das cenas faz com que respiremos fundo e fazendo a gente se perguntar qual o destino daqueles jovens que se arriscam em tudo.

Porém, é preciso observar que a produção é do veterano Fernando Meirelles, especialista em obter atores novatos para formar o seu elenco, mas conseguindo extrair deles interpretações que não devem nada se for comparado aos veteranos. Se isso deu certo com o seu clássico "Cidade de Deus" (2002) aqui a situação não é diferente e fazendo com que a trama obtenha uma pegada mais forte com relação ao mundo real que se encontra em nossa volta. Embora a trama já seja baseada em fatos verídicos, esse artifício colabora para que tudo se torne ainda mais verossímil.

Baseado no caso da invasão da 28ª Bienal de São Paulo em 2008, onde pichadores invadiram o local em que não havia nenhuma arte para ser exposta, o evento repercutiu no mundo inteiro e gerando até mesmo documentários posteriormente como no caso, por exemplo, "Pivetta" (2021). Aqui, a personagem da vida real vista antes naquele documentário é agora interpretada pela atriz Bella Camero, do filme "Marighella" (2021) e da qual se torna uma representação do nosso olhar perante aquele universo desconhecido e do qual é sempre censurado pela grande mídia corporativa. Porém, o estreante Gustavo Garcez dá um verdadeiro gás ao filme ao encarnar com perfeição um jovem com uma fúria contida dentro de si e da qual extravasa a partir de suas pichações.

O realismo das interpretações de todos do elenco vai ao extremo, principalmente pelo fato de que os diálogos são moldados por gírias, linguagem chula e que só quem pertence a essa vida, por vezes, irá compreendê-la. Claro que, logicamente, é uma vida da qual possui inúmeros perigos, desde ao fato de sofrer repreensão vinda da polícia, como também ter atritos com gangues que não aceita pichações em seus territórios. Tudo acaba gerando uma verdadeira panela de pressão e da qual a mesma explode independente do que aconteça.

Ao final, o mundo real bate forte na porta desses jovens sem muitas opções, mas cuja sua rebeldia e persistência chama a nossa atenção pela sua coragem de irem contra a um sistema que não aceita grandes ondas na água. Uma vez sendo feita cabe aqueles que se encontram presos ao sistema que comecem a ouvir esses excluídos e para que assim a maioria da sociedade possa, enfim, compreendê-los. Claro que nem todos terão a mente a aberta para pôr isso em prática, mas não significa que a batalha está perdida.

"Urubus" é um retrato de alguns indivíduos perdidos no mundo, mas que obtém algum caminho no momento que as suas pichações se tornam um curioso significado para outros. 

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Cine Dica: Próximas Atrações do Clube de Cinema de Porto Alegre

"Meu Vizinho Adolf" 

SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS

Data: 17/06/2023, sábado, às 10:15 da manhã


"Trono Manchado de Sangue" (Kumonosu Jô)

Japão, 1957, 110 min, 14 anos

Direção: Akira Kurosawa

Elenco: Toshirô Mifune, Minoru Chiaki, Isuzu Yamada, Takashi Shimura 

Sinopse: Um distinto guerreiro samurai tem um encontro com um espírito misterioso em uma clareira na floresta e descobre que está destinado à glória e poder. Sua esposa porém o empurra para acelerar a profecia assassinando seu senhor e usurpando seu lugar.


SESSÃO DE DOMINGO CLUBE DE CINEMA  

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 18/06/2023, domingo, às 10:15 da manhã


"Meu Vizinho Adolf" (My Neighbor Adolf)

Colômbia/ Israel/ Polônia, 2022, 96 min, 14 anos

Direção: Leon Prudovsky

Elenco: David Hayman, Udo Kier, Danharry Colorado

Sinopse: Depois de perder sua família para o regime nazista, o sobrevivente polonês Marek Polsky vai viver em um vilarejo no interior da Colômbia. Em plena década de 1960, já acostumado com a solidão dos dias, o velho Polsky entra em disputa com um novo vizinho por causa de um pedaço do terreno. A situação piora quando Polsky começa a desconfiar que o alemão da casa ao lado pode ser Adolf Hitler – o que até faz algum sentido, pois a América do Sul se tornou um destino de fuga para muitos líderes do ditador.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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