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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 11 de março de 2020

Cine Dica: Cartaz: 'Inaudito' - Uma dose de prepotência

Sinopse: Documentário realizado com Lanny Gordin, guitarrista fundamental da Tropicália, que “eletrizou” Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jards Macalé, dentre outros. Lanny nos revela o seu processo libertário de composição e pensamento atual, embarcando em uma insólita odisseia pelo Brasil e pela China, seu país de nascimento.  

Existem várias formas de se fazer um bom documentário, desde fazer entrevistas, como também as imagens falarem por si sobre determinado tema. O problema se encontra quando o projeto não vai de um lugar para o outro, mas sim sendo sucumbido pela prepotência do protagonista como um todo. "Inaudito" fala mais ou menos sobre isso, cuja a obra é curiosa pela sua proposta, mas sucumbe perante a própria presença constante do protagonista.
Dirigido por Gregorio Gananian, o filme fala sobre  Lanny Gordin, que fez carreira como músico no Brasil, durante as décadas de 60 e 70. Neste período, trabalhou em discos e shows de Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Erasmo Carlos, Jards Macalé e outros ícones da música popular brasileira. O ostracismo veio no final da década de 70, associado ao desenvolvimento de esquizofrenia. Aos 65 anos, Lanny relata sua chegada ao país e revela seus pensamentos sobre a vida e, especialmente, sua relação com a música.
Transitando entre a arte cinematográfica e artes plásticas, o filme é moldado pelos pensamentos e ideias do cantor, cuja a figura não esconde as marcas que a vida lhe deu, mas usando isso para nos passar uma ideia sobre a sua superação. Com isso, ficamos transitando entre a sua música, poemas e pensamentos sobre a vida e da qual ele prega com um alto grau de autoestima. Porém, há uma prepotência em abundância vindo de sua parte e cuja essa sensação que eu tive é o que me fez achar a obra cansativa.
Não que eu não goste de um cinema experimental brasileiro, pois basta pegar, por exemplo, os tempos do nosso "cinema marginal" para constatarmos que havia ali algo de precioso. Porém, este documentário fica somente preso, tanto na figura do cantor, como também em imagens, por vezes, abstratas e que talvez queira passar uma representação da mente do protagonista. Embora conheçamos sobre a sua vida somente por cima, ao menos, algumas cenas de arquivo revelem os prelúdios que o fizeram dele se tornar o que ele é agora.
O que me fez sentir falta também foi entrevista de determinadas pessoas para falarem sobre essa figura curiosa da música. Se houvesse, por exemplo, um Caetano Veloso tentando nos explicar e analisar sobre a figura de Lanny Gordin garanto que a obra se tornaria muito mais rica. Ao invés disso, ficamos sendo sugados pela proposta do próprio musico doa o que doer e cabe paciência e a boa vontade de quem for assistir.
"Inaudito" nos convida para conhecermos um artista, mas fazendo a gente correr sério risco de nos aborrecermos com a sua proposta. 


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Cine Dica: Michel Ocelot, Albert Serra e Tsui Hark (12 a 18 de março)

DILILI EM PARIS E LIBERTÉ EM CARTAZ FILME BANIDO DE TSUI HARK NO PROJETO RAROS
Dilili à Paris

A partir de quinta-feira, 12 de março, a Cinemateca Capitólio apresenta dois filmes em cartaz: a animação Dilili em Paris, de Michel Ocelot, sucesso da Sessão Vagalume de março, e Liberté, a mais recente obra do consagrado diretor catalão Albert Serra. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
Na sexta-feira, 13 de março, às 20h, uma edição do Projeto Raros apresenta o polêmico Não Brinque com Fogo, de Tsui Hark, um dos grandes mestres do cinema de Hong Kong. Com entrada franca, a sessão conta com apresentação e comentários em vídeo do crítico e pesquisador Filipe Furtado, curador da mostra Cidade em Chamas: O Cinema de Hong Kong.
A sessão do Projeto Raros integra a programação da mostra 1980, que também apresenta nesta semana filmes de diretores como Martin Scorsese, John Carpenter, Paul Verhoeven, Dennis Hopper, Robert Altman, Brian De Palma, Michael Cimino e Clint Eastwood.

FILMES

LIBERTÉ
França/Portugal/Espanha/Alemanha, 2019, DCP, 132 minutos
Direção: Albert Serra
Distribuição: Zeta Filmes
Classificação: 18 anos
Em algum lugar entre Potsdam e Berlim, em 1774, pouco antes da Revolução Francesa, Madame de Dumeval, Duque de Tesis e Duque de Wand, libertinos expulsos da puritana corte de Luís XVI, pedem apoio ao lendário e sedutor Duque de Walchen, livre-pensador alemão, que vive solitário num país onde reinam a falsa virtude e a hipocrisia. A missão deles é exportar a libertinagem, filosofia do século das Luzes baseada na rejeição aos limites morais e às autoridades, mas, além disso, precisam encontrar um lugar seguro para realizarem seus jogos libertinos., nos quais a busca por prazer obedece apenas às leis ditadas pelos desejos não realizados.

DILILI EM PARIS
(Dilili à Paris)
França/Alemanha/Bélgica, 2018, DCP, 98 minutos
Direção: Michel Ocelot
Distribuição: Imovision
Versão dublada em português.
Classificação: livre
Durante sua primeira visita a Paris, a jovem Dilili precisa desvendar os misteriosos sequestros de várias meninas, que estão assombrando a cidade luz. Para isso, ela encontrará amigos extraordinários, como Monet, Rodin, Santos Dumont e muitos outros, que irão ajudá-la a combater os Mestres do Mal e resgatar as garotinhas.

NÃO BRINQUE COM FOGO
(Di yi lei xing wei xian)
Hong Kong, 1980, 95 minutos, digital com legendas em português Direção: Tsui Hark
Classificação: 16 anos
Brutal! Sádico! Niilista! Raivoso! O terceiro longa-metragem do líder da New Wave de Hong Kong, Tsui Hark, é uma severa acusação à civilização moderna, encontrando malícia em todos os aspectos da humanidade, da alma dos indivíduos aos coletivos, como famílias e sociedades, à globalização que já estava se formando em 1980. A história dos delinquentes juvenis que perdem o controle de suas travessuras é alimentada por um realismo absurdo. O filme foi tão perturbador para a época que acabou banido pelo governo colonial, e não foi lançado até que um relutante Tsui fizesse mudanças drásticas no corte. A cópia exibida no Projeto Raros é a mais próxima da versão original. A sessão conta com apresentação e comentários em vídeo do crítico e pesquisador Filipe Furtado, curador da mostra Cidade em Chamas: O Cinema de Hong Kong.

GRADE DE HORÁRIOS
12 a 18 de março de 2020

12 de março (quinta)
14h – Dilili em Paris
15h40 – Liberté
18h – Popeye
20h – Anos de Rebeldia

13 de março (sexta)
14h – Dilili em Paris
15h40 – Liberté
18h – A Bruma Assassina
20h – Projeto Raros: Não Brinque com Fogo

14 de março (sábado)
14h – Dilili em Paris
15h40 – Liberté
18h – Vestida Para Matar
20h – Touro Indomável

15 de março (domingo)
14h – Dilili em Paris
15h40 – Liberté
18h – O Portal do Paraíso

17 de março (terça)
14h – Dilili em Paris
15h40 – Liberté
18h – Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!
20h – Bronco Billy

18 de março (quarta)
14h – Dilili em Paris
15h40 – Liberté
18h – Gigolô Americano
20h – Agonia e Glória 

terça-feira, 10 de março de 2020

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: "Quando os Homens São Homens" (1971)

Sinopse: O apostador John McCabe (Warren Beatty) chega em uma comunidade de mineiros e decide abrir um bordel. Os residentes locais ficam impressionados com a autoconfiança do indivíduo, mas uma prostituta esperta, Constance Miller (Julie Christie) encontra uma forma de virar sócia de John no novo negócio.  

Robert Altman havia a recém colhido os louros pelo sucesso de "M.A.S.H" (1970), quando optou em voltar ao cenário de um gênero que ele mesmo frequentava no auge das séries de tv. Aqui, o retorno a esse cenário familiar não é voltada a nenhuma figura histórica, mas em vez disso o roteiro de Altman e Brian McKay se concentra em uma pequena cidade no oeste americano que se movimenta após a chegada de um jogador malandro (Warren Beatty) que monta um saloon e um prostíbulo no local. 
Sintetizar o dia a dia de pequenos cenários isolados do mundo sempre foi o ponto forte de Altman e como o olhar que o filme propõe sobre a conquista do oeste consiste em mostrar de forma um tanto mais crua a vida na cidade de Presbitherian Church, "Quando os Homens são Homens" acaba cedendo o espaço para o cineasta trabalhar em sua visão pessoal. Muito do que é inserido no filme são justamente pequenos elementos como a cena em que a mulher (Shelley Duvall) de um mineiro recém falecido e abordada para se tornar uma prostituta ou os as cenas entre Beatty e seu rival de negócios René Auberjonois. 
O olhar do cineasta como não poderia ser diferente é bastante crítico, mas o que se destaca é que aqui está crítica é desprovida do tom negativo que por vezes prejudica mesmo em algumas de suas melhores obras. No lugar dela entra um ar de melancolia que ronda toda a obra (reforçada pela bela trilha de Leonard Cohen). McCabe é mais ambicioso do que inteligente, pretencioso explicitamente nas façanhas que o público sabe que ele não cometeu, mas nunca é reduzido a uma caricatura ou é tratado com o tipo de ironia condescende que Altman costuma reservar para seus personagens. McCabe permanece como uma figura triste ao longo do filme, mas nunca digna de pena, que parece só encontrar alguma serenidade diante da morte que o aguarda.  
O cineasta sempre se interessou na pesquisa de gênero e parece se divertir muito manipulando os clichês que tinha que obedecer quando trabalhava para a televisão. A trama de "Quando os Homens são Homens" é tão batida que quando McCabe surge pela primeira vez na tela, o público já prevê a ascensão e queda que se seguirão. Se o percurso é conhecido, os detalhes e as ênfases mudam. Personagens não fazem o que deles se espera, o anti-herói se recusa a se redimir, o cenário segue desolado e coberto de neve, McCabe nunca deixa de ser apenas uma figura no meio do universo de personagens menores que seguem com seus próprios problemas. 
O filme todo converge rumo ao final onde McCabe é perseguido por um grupo de pistoleiros enquanto o resto da população tenta salvar a igreja em chamas. Altman filma a perseguição em planos gerais ou médios enquanto as cenas da igreja predominam planos americanos e closes, o que acaba intensificando o isolamento de McCabe. Este é o único momento do filme em que McCabe age como um herói de faroeste (e o faz surpreendentemente melhor do que a esta altura se esperava dele), ele consegue pegar todos os perseguidores mas não sem antes ser baleado e deixado para morrer sozinho enquanto o resto da cidade comemora. Há um estranhamento muito grande nestas últimas cenas um misto de tristeza e serenidade que intriga. Pode se dizer que é um dos finais mais positivos que Altman filmou. "Quando os Homens são Homens" não é tão famoso quanto “M.A.S.H”. ou “Nashville” (1975) mas não deixa nada a dever a estes ou qualquer outro dos filmes mais bem sucedidos do diretor. 

Nota: O filme será exibido para associados e não associados nesta terça-feira, as 19horas na Sala Redenção. Av. Paulo Gama, 110 - Farroupilha, Porto Alegre - RS 

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LUTO: Max von Sydow: 1929 -2020


Foi curiosa a forma como eu conheci o ator Max von Sydow. Lá estava eu em 1998 tentando alugar escondido a fita de VHS do filme "O Exorcista" (1973) para os meus pais não verem. Fiquei fascinado pelo elenco desse clássico de terror, principalmente pelo ator Max von Sydow. Mas o que mais me surpreendeu é que aquela não era a sua velhice natural, mas sim uma perfeita maquiagem. 
Ao saber que ele era mais novo do que aparentava naquele filme decidi então buscar mais informações sobre a sua carreira. Eis que então descobri que ele era um ator de prestigio na Suécia e sendo queridinho do cineasta autoral Ingmar Bergman. Ambos trabalharam em diversos filmes, mas com certeza todos os cinéfilos irão lembrar com carinho de sua atuação no filme "O Sétimo Selo" (1957) que, talvez, esteja facilmente na lista dos melhores filmes de todos os tempos.   
Max von Sydow também será lembrado pela sua diversificação, ao ponto de até mesmo ter atuado em adaptações de HQ como no caso de "Flash Gordon" (1980) e "Conan, o Bárbaro" (1982). Recentemente ele teve papel importante na sexta e melhor temporada de "Game Of Thrones", ao interpretar o importante e misterioso Corvo de três olhos. Max von Sydow com certeza lutou para continuar jogando xadrez contra a morte até o fim, mas continuará vivendo sempre em nossos corações. 

Filmografia: 
2018 Kursk - A Última Missão 
2016 Game of Thrones - Temporada 6 
2016 Primeiros e Últimos 
2015 Star Wars - O Despertar da Força 
2014 The Letters 
2013 Os Simpsons - Temporada 25 
2012 Liv & Ingmar - Uma História de Amor 
2011 Tão Forte e Tão Perto 
2010 Ilha do Medo 
2010 O Lobisomem 
2010 Robin Hood 
2009 Solomon Kane - O Caçador de Demônios 
2009 The Tudors - Temporada 3 
2008 Un Homme et Son Chien 
2007 A Hora do Rush 3 
2007 Aritmética Emocional 
2007 O Escafandro e a Borboleta 
2004 A Maldição do Anel 
2002 Minority Report - A Nova Lei 
2001 A Lenda de um Guerreiro 
1999 Neve Sobre os Cedros 
1998 Amor Além da Vida 
1995 A Che Punto è La Notte 
1995 O Juiz 
1993 Trocas Macabras 
1992 As Melhores Intenções 
1991 Até o Fim do Mundo 
1991 Europa 
1991 Oxen 
1991 Um Beijo Antes de Morrer 
1990 Tempo de Despertar 
1989 Os Caça-Fantasmas 2 
1987 Pelle, o Conquistador 
1986 Hannah e Suas Irmãs 
1985 George Stevens: A Filmmaker's Journey 
1984 Duna  
1983 007 - Nunca Mais Outra Vez 
1982 Conan, o Bárbaro 
1982 The Flight of the Eagle 
1981 Fuga para a Vitória 
1980 Flash Gordon 
1979 Furacão 
1977 O Exorcista II - O Herege 
1976 A Viagem dos Condenados 
1976 Cadáveres Ilustres 
1976 O Deserto dos Tártaros 
1975 Três Dias do Condor 
1973 O Exorcista 
1972 Nybyggarna 
1971 A Hora do Amor 
1971 The Emigrants 
1970 Carta ao Kremlin 
1969 A Paixão de Ana 
1968 Vergonha 
1967 A Hora do Lobo 
1966 Havaí 
1965 A Maior História de Todos os Tempos 
1963 Luz de Inverno 
1961 Através de um Espelho 
1960 A Fonte da Donzela 
1958  No Limiar da Vida 
1958 O Rosto 
1957 Morangos Silvestres 
1957 O Sétimo Selo 
1951 Senhorita Julia 

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segunda-feira, 9 de março de 2020

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Jovem Ahmed’ - Garotos Perdidos

Sinopse: Ahmed é um jovem muçulmano de 13 anos que vive na Bélgica. Seguindo as palavras de um imã local, e inspirado nos passos do primo extremista, ele começa a rejeitar a autoridade da mãe e da professora.  

Adolescência é um período em que o jovem vive na corda bamba e sendo que qualquer passo em falso pode cair em um abismo sem volta. A situação é ainda mais agravante quando um jovem enxerga na política, ou religião, lideres extremamente radicais e se criando uma verdadeira lavagem cerebral da noite para o dia. "O Jovem Ahmed" toca em um assunto espinhoso sobre o radicalismo de uma determinada religião e de como ela é capaz de dobrar jovens perdidos com promessas que quase nunca se cumpriram.
Dirigido por Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne, o filme conta a história de Ahmed (Idir Ben Addi), um menino muçulmano de 13 anos de idade que vive na Bélgica. Seguindo as palavras de um imã local, e inspirado nos passos do primo extremista, ele começa a rejeitar a autoridade da mãe e da professora. Quando se convence de que a professora é uma pecadora por ministrar um curso de árabe sem utilizar o Corão, Ahmed decide matá-la para impressionar os líderes religiosos e agradar a Alá. Depois do ato, o adolescente precisa lidar com as consequências.
Com a câmera na mão, os dois cineastas registram cada passo do jovem protagonista, pois o próprio parece uma bomba relógio contida, mas que a qualquer momento pode explodir de acordo com o que acredita. O filme transita em momentos dramáticos e até mesmo de tensão realista, pois estamos diante de um jovem confuso, mas que acredita fortemente em uma religião da qual acha que o fez colocar novamente nos trilhos da vida. Não demora muito para que os seus atos se tornem em consequências quase irreversíveis e cabendo a união de outros para que ele realmente desperte. Vale destacar que o filme não procura taxar negativamente a religião apresentada na trama, mas sim nos dizer que nas mãos de homens inconsequentes ela pode acabar sendo mal interpretada. O resultado disso é uma lavagem cerebral entre jovens como Ahmed, que procura se tornar um adulto rapidamente, mas que acaba seguindo cegamente ensinamentos vindos da mente de fanáticos. Isso culmina até mesmo na violência contra a mulher, sendo elas se tornarem os principais alvos de pessoas que acreditam que o homem é o centro do universo aos olhos de Deus.Aliás, a violência contra mulher é a principal válvula de escape que ocorre na trama e gerando desdobramento dos quais nos faz a gente se perguntar o que irá acontecer em seguida. Tudo, logicamente, acontece em volta do jovem protagonista e o ator Idir Ben Addi dá um show de interpretação e cuja a sua presença é de uma pessoa contida, mas que não escondendo uma entidade prestes a sair para o lado de fora. Logicamente do lado de cá da tela nós ficamos torcendo para ele obter a sua redenção, mas isso acontecerá graças ajuda de outros em sua volta, mesmo quando ele ainda se mantem cego pelo que acredita.
O ato final reserva momentos de tensão, cujo os atos e consequências vistos na tela não se encontram somente na ficção, mas também no nosso mundo real. Com o final em aberto, os realizadores propõem que nós façamos um debate com relação ao que nós testemunhamos, mesmo quando a causa parece perdida perante ao extremismo. "O Jovem Ahmed" é sobre uma geração perdida em busca de socorro e sendo seduzidas facilmente pelo retrocesso religioso. 

NOTA: Filme exibido para os associados do Clube de Cinema de Porto Alegre neste último sábado (07/03/2020)

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Cine Dica: Kirk Douglas na Sala Redenção


A Sala Redenção – Cinema Universitário recebe em março uma programação plural, trazendo à grande tela produções que retratam diversas temáticas e uma – justa – homenagem a um dos maiores atores que o cinema estadunidense já produziu: Kirk Douglas, falecido no mês passado aos 103 anos. O longa escolhido para relembrar a trajetória marcante do pai de Michael Douglas é o clássico Spartacus, de 1960.
Os parceiros escolhidos para março alimentam a miscigenação cultural característica do cinema da UFRGS. A mostra Diretoras Alemãs em Foco, realizada com o Goethe-Institut de Porto Alegre, abre a temporada 2020 da Sala Redenção. Ao longo do mês, o Sesc-RS também será outro parceiro envolvido nas projeções com a mostra Brasil Profundo e sessão especial da Unapi – Universidade Aberta para Pessoas Idosas. O Clube de Cinema de Porto Alegre, a Recam (Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul), Cinemas em Rede, Cineclube de Filosofia e o Grupo de Pesquisa Identidade e Território são outros convidados.

Confira a programação completa do mês de março no site oficial clicando aqui. 

domingo, 8 de março de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Dois Irmãos' - Uma Jornada Fantástica

Sinopse: Ambientado em um subúrbio de um mundo de fantasia, o filme da Disney-Pixar, apresenta dois irmãos elfos adolescentes que embarcam em uma missão extraordinária para descobrir se ainda há um pouco de mágica por aí.

Até hoje a Pixar acerta em seus filmes ao saber dialogar com os grandes e pequenos que vão ao cinema curtir uma boa aventura, mas se sendo surpreendidos por uma história profunda nas entrelinhas. Foi assim desde "Toy Story" (1995) e até mais recentemente "Viva: A Vida é Uma Festa" (2017), sendo que esse último toca até mesmo em assuntos delicados com relação a morte. "Dois Irmãos - Uma Aventura Fantástica" segue as mesmas fórmulas de sucesso que fizeram do estúdio ser referencia de filmes de grande qualidade e entreterimento.
Dirigido por  Dan Scanlon, a trama se passa em um local onde vivem seres fantásticos, mas cujo os tempos da magia ficaram no passado e dando lugar ao progresso vindo da tecnologia facil. É então que dois irmãos elfos adolescentes embarcam em uma extraordinária jornada para tentar redescobrir a magia do mundo ao seu redor e assim conseguir uma forma de voltar a verem o seu pai falecido. Porém, vários obstáculos eles terão que enfrentar nessa jornada inesperada.
Visualmente o filme possui inumeros igredientes que farão qualquer nerd que curte uma boa aventura magica se apaixonar de forma imediata. Para começar, o filme possui várias referencias da cultura pop, que vai desde ao "Senhor dos Anéis", como também "Harry Potter" e até mesmo para aqueles que cresceram jogando RBG. As referencias são inumeras e basta cata-las ao longo da projeção para nos darmos conta de como elas são infinitas.
Ao mesmo tempo, é um filme que nos identificamos facilmente através de seus personagens, pois embora eles sejam de um universo mágico, eles foram moldados para terem costumes humanos semelhantes ao nosso. Ao mesmo tempo, essa sociedade de seres extráordinários vivem em uma momento de crise existencial, onde a magia de tempos mais dourados deram lugar a tecnologia e sendo movidas pelas engrenagens do capitalismo. Ponto para os realizadores que souberam trazer esse assunto mais atual do que nunca vindo do lado de cá da tela.
Mas, como eu disse acima, o filme é moldado por seres fantásticos, porém, humanos e que devem lidar com as dores que vão desde a perda de entes queridos como também amadurecer perante os obstáculos que surgem no decorrer do tempo. Os irmãso elfos protagonistas aprendem da melhor e pior maneira possivel e nos rendendo momentos singelos de puro humor e emoção na medida certa. E, assim como o recente "Toy Story 4", o filme possui um final corajoso, que vai contra as nossas expectativas e comprovando a corajem e a fidelidade do estúdio em nos apresentar sempre uma boa e humana história.
"Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica" é sobre laços de familiares e moldados com o melhor do universo da cultura pop que se vê por aí atualmente  


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