Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Nos dias 26 e 27 de setembro,
eu estarei no Cine Capitólio, participando do curso Cinema de Autor, criado
pelo Cine Um e ministrado pelo pesquisador
e professor com atuação nas áreas de Teoria do Cinema Prof. Dr. Fernando
Mascarello. Enquanto atividade não chega, como sempre irei fazer umas postagens
especiais com relação ao assunto. Como já participei de inúmeros cursos, faço
aqui uma retrospectiva dos cineastas autores que já foram tema dos cursos do
Cine Um.
(NOTA:
Acessem as matérias sobre cada diretor clicando no nome deles).
LONGA QUE ESTREIA EM 24 DE SETEMBRO CONTA A TRAJETÓRIA DE DOIS GRUPOS DE EXPEDIÇÃO QUE QUEREM ALCANÇAR O TOPO DO EVERESTE
A Universal Pictures acaba de divulgar um novo vídeo promocional de “Evereste” (Everest),
com cenas inéditas e depoimentos da equipe de produção do filme. No
vídeo, o consultor chefe de alpinismo e o coprodutor do longa comentam
sobre a experiência de escalar a maior montanha do mundo.
A Universal Pictures acaba de divulgar um novo vídeo promocional de “Evereste” (Everest),
com cenas inéditas e depoimentos da equipe de produção do filme. No
vídeo, o consultor chefe de alpinismo e o coprodutor do longa comentam
sobre a experiência de escalar a maior montanha do mundo.
Segundo
o alpinista Guy Cotter, consultor chefe de alpinismo do filme, muitos
perguntam a razão pela qual as pessoas arriscam suas vidas no Evereste.
Para ele, uma das respostas é que durante a jornada até o topo, todas as
preocupações e ansiedades da vida são esquecidas: “Você percebe que
toda a bagagem que levamos é deixada para trás. Você se renova, é como
um renascimento”, comenta. Já o coprodutor do longa, David Breashears – a
137ª pessoa a escalar o Evereste -, diz que nada se compara à primeira
vez. “Nós éramos os únicos cinco na montanha acima de 6.500 metros e
parecia tudo intocado e remoto, e a montanha pareceu muito grande”,
conclui.
Filmado
em partes na base do Evereste, no Nepal, o longa tem direção de
Baltasar Kormákur (de “Dose Dupla”) e é produzido por Tim Bevan &
Eric Fellner, da Working Title. Inspirado em relatos dos livros “No Ar
Rarefeito”, de Jon Krakauer, e “Deixado para Morrer”, de Beck Weathers, o
filme é uma adaptação de William Nicholson e do ganhador do Oscar Simon
Beaufoy para os cinemas. No elenco estão Jason Clarke, Josh Brolin,
John Hawkes, Robin Wright, Michael Kelly, Sam Worthington, Keira
Knightley, Emily Watson e Jake Gyllenhaal.
Sinopse: Billy "The
Great" Hope (Jake Gyllenhaal), um lutador, trilha seu caminho rumo ao
título de campeão enquanto enfrenta diversas tragédias em sua vida pessoal.
Além das batalhas nos ringues, ele é forçado a lutar para conquistar o amor e o
respeito de sua filha, em uma busca por redenção.
O boxe é sem sombra de
dúvida o esporte mais bem sucedido dentro da história do cinema. Filmes como O
Campeão, Rocky, Touro Indomável e Menina de Ouro, são bons exemplos, aonde os
protagonistas buscam sua redenção particular dentro dos ringues. Porém, surge o
problema de sempre da falta de criatividade que hoje assola o cinema de Hollywood, sendo que, não adianta usar uma fórmula de sucesso, quando começa a
soar em nossos cérebros a sensação de que esse filme nós já assistimos antes. Não que Nocaute, o mais novo
trabalho do cineasta Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) seja um desperdício,
muito pelo contrário, pois ele consegue já no primeiro minuto obter a nossa
atenção e isso se deve somente a uma pessoa: Jake Gyllenhaal. Se a maioria do
público ficou impressionada pelo desempenho e mudança de físico desse ator em O
Abutre no ano passado, irá então se impressionar ainda mais com a mudança
física vista agora nesse filme, onde nem de longe lembra aquele diabólico
personagem e caçador de furos jornalísticos. Mas mudança de físico só não
basta para ter um bom desempenho, mas nisso Gyllenhaal entende. Embora o seu
personagem seja um verdadeiro campeão nesse esporte, se percebe que ele não
sabe fazer mais nada na vida a não ser lutar dentro do ringue. Com isso, o
seu lutador Hope nos é
apresentado com uma entidade incontrolável que, não mede esforços para vencer,
mesmo não percebendo que está aos poucos se deteriorando por agir assim. A situação é somente
amenizada graças à presença de sua filha e esposa (Rachel McAdams, de Sherlock
Holmes) que consegue amenizar a fúria que se encontra dentro da fera.
Infelizmente uma tragédia abala o universo desse boxeador, lhe fazendo perder
tudo e recomeçar do zero. Infelizmente, quando se era para o filme ficar mais
emocionante e interessante a partir desse ponto, eis que a previsibilidade
entra em cena no roteiro e fazendo com que já tenhamos uma idéia de como tudo
isso irá terminar. Talvez não seja o problema
de não haver um fator surpresa no roteiro que acaba não nos impressionando, mas
na forma como ele vai sendo nos apresentado é o que o torna meio sem sal. Bom
exemplo disso é a presença de Forest Whitaker (O Ultimo Rei da Escócia) que,
mesmo nos brindando com uma boa interpretação, acaba não ajudando muito na
situação, pois os seus conflitos e os motivos que o levam em querer treinar Hope
para que ele volte ao topo, são nos apresentados de uma forma muito econômica e
que, se não fosse por isso, renderia bons momentos da trama, infelizmente.
Falando de economia, dá para perceber Antoine Fuqua teve certo receio de ser
comparado a outros filmes do gênero como Rochy, pois as cenas em que Hope é
treinado passam que voando na tela, o que acaba não gerando nenhum pouco de
empolgação vinda da nossa parte. Contudo, as cenas de lutas
no ringue nos rendem bons momentos, aonde a montagem frenética, embalada com
uma boa trilha sonora de hip hop contorna o problema de nós já sabermos como
tudo isso irá acabar. Quando filme acaba, nos sentimos satisfeitos, mas ao
mesmo tempo conscientes do que tudo que nos foi apresentado poderia ter sido
muito melhor. Nocaute talvez venha a ser lembrado como um filme que tinha tudo
para se tornar uma grande obra, mas que faltou um pouco mais de coragem da
parte dos realizadores.
O PEQUENO QUINQUIN ENTRA EM CARTAZ NA SALA P. F. GASTAL
A partir de terça-feira, 15 de setembro, a versão cinematográfica da celebrada série de televisão
O Pequeno Quinquin, dirigida por Bruno Dumont, entra em cartaz na
Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar). O filme será
exibido em cópia digital em alta definição. Na sessão das 15h, o filme
será exibido integralmente, com um pequeno intervalo entre os episódios 2
e 3. Na sessão das 19h, exibiremos dois episódios
do filme a cada dia. Confira os detalhes na grade de programação. O
valor do ingresso é R$ 8,00.
O PEQUENO QUINQUIN
(P'tit Quinquin)
França, 200 minutos
Direção: Bruno Dumont
Em O Pequeno
Quinquin, o capitão de polícia Van der Weyden e seu parceiro Carpentier
investigam a descoberta de uma vaca morta preenchida com restos humanos
dentro de um galpão alemão abandonado após
a Segunda Guerra. Enquanto buscam respostas, eles são seguidos pelo
pequeno Quinquin, um menino que cria confusão por onde passa junto com
seus amigos e a namorada que toca trombeta.
Destacado pela
crítica francesa como um encontro entre Twin Peaks, Freaks e Monty
Python, O Pequeno Quinquin foi originalmente exibido como uma minissérie
da TV francesa. A primeira comédia de Bruno
Dumont foi destaque na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes
de 2014 e eleita o melhor filme do último ano pela prestigiada revista
francesa Cahiers du Cinéma.
Bruno Dumont
Nasceu em Bailleul, França, em 1958. Dirigiu os longas A vida de Jesus
(1993), vencedor do prêmio Caméra d’Or no Festival de Cannes; A
Humanidade (1999, 23ª Mostra), vencedor do Grande
Prêmio do Júri em Cannes; 29 Palms (2003), Flandres (2006, 30ª Mostra),
Grande Prêmio do Júri em Cannes; O Pecado de Hadewijch (2009), Fora de
Satã (2011, 35ª Mostra) e Camille Claudel 1915 (2013).
GRADE DE HORÁRIOS
15 a 20 de setembro de 2015
15 de setembro (terça)
15:00 – O Pequeno Quinquin
19:00 – O Pequeno Quinquin (episódios 1 e 2, 97 minutos)
16 de setembro (quarta)
15:00 – O Pequeno Quinquin
19:00 – O Pequeno Quinquin (episódios 3 e 4, 100 minutos)
17 de setembro (quinta)
15:00 – O Pequeno Quinquin
19:00 – O Pequeno Quinquin (episódios 1 e 2, 97 minutos)
18 de setembro (sexta)
15:00 – O Pequeno Quinquin
19:00 – O Pequeno Quinquin (episódios 3 e 4, 100 minutos)
19 de setembro (sábado)
15:00 – O Pequeno Quinquin
19:00 – O Pequeno Quinquin (episódios 1 e 2, 97 minutos)
20 de setembro (domingo)
15:00 – O Pequeno Quinquin
19:00 – O Pequeno Quinquin (episódios 3 e 4, 100 minutos)
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133www.salapfgastal.blogspot.com
Sinopse: O cineasta
Carlos Nader começou a acompanhar a vida do caminhoneiro Nilson de Paula em
1996. Transportador de porcos, ele então era casado e pai de uma menina. De lá
para cá, morte, doença, recomeço e muita estrada fizeram parte da história
deste homem comum.
Há pessoas que possuem
vidas fascinantes, onde a realidade e ficção por vezes se confundem. Claro que
há histórias de vidas humildes que, nada oferecem para a história da humanidade,
mas que não são menos do que fascinantes. Em maior ou menor grau, as vidas das
pessoas são mais do que genuínas, são na realidade, universos particulares e
cheios de detalhes, das quais nenhuma câmera cinematográfica pode registrar elas
como um todo. Durante de 20 anos, Carlos
Nader (Eduardo Coutinho, 7 de Outubro) se dispôs a interpelar homens comuns com
questões metafísicas: “A vida faz sentido para você?”. “A vida te parece
estranha?”, perguntas como essas foram feitas ao caminhoneiro Nilson e, a
partir da resposta inicial dele, Nader passou a registrar a trajetória desse homem
e de sua família.
Durante essas duas décadas, o cineasta
acompanhou nascimentos, mortes e viu a debilidade alcançar o corpo de Nilson.
Ao mesmo tempo, Nader foi engenhoso, ao criar
um paralelo aos acontecimentos de Homem Comum com trechos do clássico APalavra, de Carl Th. Dreyer, um filme em preto e branco e de muita beleza. O
longa dinamarquês trata sobre a morte, mas indo além, abordando a dificuldade
em aceitar a vida em toda a sua estranheza em seu percurso. Seria capaz o homem
de vencer Deus e superar a morte? No cinema, pelo menos isso acontece, mas em
até certo ponto é claro! Nader vai mais além,
ao registrar Nilson desembarcando porcos para um abate. Não há como não ficar
aflito pelo destino de cada um deles, pois o cineasta não hesita em focar os olhares
de tristeza e apreensão que os animais
estão sentindo naquele momento. Se para o homem existem conflitos e duvidas com
relação à vida e a morte que, é colocado em cheque durante o documentário, o
que sobra para esses animais que não pediram para estarem ali? A ligação do mundo
real com a vida fantástica ainda se desdobrará num terceiro momento, uma vez
que Nader refaz de modo pessoal, determinadas sequências da obra de Dreyer.
Essa terceira camada amplia ainda mais o Homem, uma vez que se torna possível
reescrever grandes obras que já foram dadas como definitivas. Talvez essa
intenção de reescrever a obra de Dreyer seja uma justificativa para o cineasta
nos pregar uma peça com relação ao destino de Nilson, sendo que, há uma cena,
da qual ela poderia ser vista segundos antes da subida dos créditos, mas ele
optou para ela ser usada de uma forma que desconcertasse aquele que assistisse.
Acima de tudo, Homem
Comum é um filme sobre a fé ou da falta dela e que tenta registrar o que leva
as pessoas a seguir em frente, mesmo quando a vida não faz nenhum sentido.
Talvez cada ser desse mundo tenha uma missão, resta saber qual ela seria. O
importante é deixar algo de bom exemplo para aqueles que continuam e provando
que sua vida não tenha sido em vão.
Mesmo com pouca duração,
se percebe que Nader criou um filme com tamanha complexidade e rara inteligência, da qual infelizmente, não se encontra muito hoje em dia no nosso cinema.