Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Embora com certo atraso, finalmente
destaco aqui o lançamento do DVD e Blu-Ray do Homem de Ferro 3, que se tornou
neste ano (por enquanto) a maior bilheteria da temporada. Dos extras do
Blu-ray, destaco como eles fizeram a cena de ação envolvendo o ataque ao Força Área
Um, em que o nosso herói salva inúmeras pessoas em queda livre, que desde já, é
uma das melhores cenas de ação do ano.
Portanto corram para lojas e aproveitem.
Leiam minha critica já publicada clicando aqui.
COM O ANUNCIO DA SEQUENCIA CONFIRMADA, RELEMBREMOS UM POUCO DE UMA DAS MELHORES COMÉDIAS DOS ANOS 90.
Sinopse: Lloyd Christmas
(Jim Carrey) e Harry Dunne (Jeff Daniels) são dois homens extremamente
estúpidos. Quando Lloyd leva até o aeroporto Mary Swanson (Lauren Holly), uma
bela mulher que vai para Aspen, Colorado, acredita que Mary perdeu uma mala. Na
verdade ela “esqueceu” no saguão, pois dentro dela está uma grande soma para
pagar o resgate do marido, mas antes que os seqüestradores peguem a valise
Lloyd a recupera e tenta lhe entregar. Como o vôo já partiu e ele se sente
atraído por Mary, convence Harry para irem até Aspen para devolver o dinheiro.
Na viagem se envolvem em várias confusões, além de serem perseguidos pelos seqüestradores.
A primeira vez que eu assisti
a esse filme foi lá atrás nos anos 90. Naquela época eu tinha somente um vídeo cassete,
não alugava muito nas locadoras da cidade (que eram péssimas) e somente
esperava um filme inédito para então gravar nas fitas que eu comprava. Já
naquele tempo conhecia Jim Carrey, graças ao sucesso gigantesco que foi de O Mascara
e já havia assistido O Mentiroso e Batman Eternamente. Mas faltava então a sua
melhor e mais divertida atuação no cinema.
Num primeiro momento a
historia não tem nada demais: Lloyd se apaixona por uma linda garota (Lauren
Holly) no aeroporto, mas ela acaba esquecendo-se de uma maleta e é então que
ele convence o seu melhor amigo Debi (Jeff Daniels) a ambos pegarem o pé na
estrada e ir atrás dela. O que eles não sabem é que têm assassinos atrás deles,
que estão atrás da maleta e é ai que as situações complicam, mas para melhor.
O grande charme do filme
está no fato de ser um verdadeiro road movie, onde a dupla desmiolada (com o seu cachorro móvel), se metem em inúmeras situações para lá de engraças e inusitadas: o sal que
deu azar no restaurante, o momento que Lloyd usa garrafas de cerveja para
satisfazer suas necessidades, a parição surpresa num banheiro de um posto de gasolina
e etc. Mas o ápice de todo o filme está numa situação em que não acontece
realmente, mas sim num momento em que Lloyd está sonhando com o seu grande amor
e é ai que eu acredito que o publico do cinema não parou de rir.
No sonho, Carrey usa e abusa
de caretas, piadas e movimentos de corpo inusitados, que nos surpreende pelo
fato de não ser nenhum efeito especial como foi visto em O Mascara. Veja abaixo
essa perola que talvez seja o momento mais engraçado dos anos noventa:
Mas com essa cena épica fica
a pergunta: o filme pertence todo ao Carrey? Na realidade por pouco sim, mas Jeff
Daniels também surpreende com inúmeros momentos com o seu Debi. Na verdade foi
até uma surpresa na época, já que Daniels vinha de uma carreira onde ele atuava
em papeis mais sérios como em Laços de Ternura. Mas assim como Steven Martim e Peter Sellers (que na vida real aparentam
seriedade), Daniels provou que tem uma veia cômica para dar e vender: a cena em
que ele tem uma forte dor no estomago (artimanha feita por Lloyd) é disparado o
seu melhor momento em cena.
O filme na época foi
dirigido pelos irmãos Peter Farrelly e Bobby Farrelly, que viram o seu filme da
noite pro dia se tornar a sexta maior bilheteria daquele ano e fez com que
fortalecesse um novo subgênero dentro da comedia, que é a escrachada, que usa e
abusam de piadas pesadas, que vão desde há pessoas com problemas de saúde,
idosos e até mesmo animais. Eles voltariam a repetir a dose em 1998 em Quem Vai
Ficar com Mary?, que novamente se tornou outro grande sucesso daquele ano para
dupla. Revendo esse filme, fico me perguntando se essas mesmas piadas seriam
usadas, num mundo hoje que o politicamente correto anda por ai, mas acredito
que teria o seu publico.
Após os sucessos de comedias
adultas como Ted, Se Beber não Case, Quero Matar o meu Chefe, Missão Madrinha
de Casamento, que embora sejam inadequados para menores de 18 anos, mas que renderam
horrores de bilheteria, os irmãos cineastas com certeza viram que era o momento
de trazer a sua dupla de volta as telas. Resta saber se a seqüência que será
lançada futuramente irá nos fazer rir até morrer como o anterior fez antigamente.
Abaixo, segue as trilhas sonoras do filme, que com certeza embalaram inúmeras festas
de muita gente.
Sinopse: O filme conta a
história de Rubén, um motorista de caminhão solitário que faz o trecho entre
Assunção, no Paraguai, e Buenos Aires, na Argentina, há anos. Em uma das
viagens, ele se depara com Jacinta e a pequena Anahí, em uma viagem fora da rotina.
Las Acacias faz parte
da “nova onda” do cinema argentino, que conquistou grande repercussão em inúmeros
festivais no mundo a fora e é presença constante em nossos cinemas. O ponto
forte desse filme de estréia do diretor Pablo
Giorgelli está em volta do olhar, em que pouco se fala, mas muito se observa. Ou
seja: é um cinema fundado na potência do ponto de vista dos personagens e que
molda a historia.
Aqui, as palavras vêm
dos olhares, nos pequenos gestos, que faz com que os protagonistas aos poucos
descasquem a imagem em que eles se apresentarão no início do filme, para então
apresentarem uma nova faceta até então escondida. A trama acaba então
explorando um pouco alguns dos problemas graves do mundo atual, que é da falta da
comunicação, de não saber se comunicar ou de simplesmente se refugiar no seu
mundo em particular. O personagem Rubén (Germán de Silva) no princípio mais
parece uma carcaça durona assim, como o seu caminhão, mas querendo ou não, terá
que mudar o seu mundo no momento que dá carona para duas personagens.
Com isso, a trama se
passa praticamente no caminhão do protagonista, onde em planos simples, começa há
se criar uma relação entre Rubén, Jacinta (Hebe Duarte) e seu bebê Anaty. A
pequena protagonista, aliás, é responsável por nos brindar com momentos
inesquecíveis, onde não só faz com que o motorista e a mulher comecem a conversarem
como também nos surpreende por ser tão expressiva, mesmo com poucos meses de
vida. Com certeza o diretor teve um trabalho árduo (mas compensador), em filmar
os momentos em que o bebê passava um olhar no qual serviria de ponto de partida
para inúmeros momentos chaves na relação do trio.
Curiosamente, á sensação
de claustrofobia que o espectador pode sentir no principio, já que a trama quase
toda ela se passa dentro da cabine do veiculo, logo se é dissipada, passando a
sensação de que o ambiente se alargou e isso graças à aproximação que o trio
começa há ter. Outro ponto a favor da trama foi não se alongar sobre o passado
de cada um deles, deixando somente pistas de onde eles vieram, o que eles foram
e o que eles perderam no passado. Bom exemplo disso é no caso de Rubén, que com
poucas palavras vindas dele (e de imagens de determinadas fotos), se percebe
que ele tinha a felicidade nas mãos, mas que por um motivo ou outro acabou que perdendo
ela ao longo do trajeto da sua vida.
Com Jacinta e Anaty, ele
consegue então enxergar uma possibilidade de redenção, mesmo que no final do
trajeto, coloque ambos em caminhos diferentes. Embora torçamos por um final
feliz, a trama termina com inúmeras questões no ar e fazendo com que a historia
continue em nossas mentes e imaginando qual seria o caminho seguinte para cada
um deles. No final das contas Las
Acácias é mais um belo filme road movie, no qual sempre durante uma viagem na
estrada, faz com que os protagonistas descubram novas camadas de sentimentos
deles mesmos. Muito embora eles acreditem no princípio, que suas vidas já estão
mais do que bem definidas.
NOTA: O filme teve pré-estréia
no ultimo sábado no cinebancários e terá estréia oficial na mesma sala a partir
do dia 17 de setembro. Mais informações vocês conferem na pagina da sala
clicando aqui.
Por fim, chego ao final de
mais um especial que eu sempre escrevo aqui, com relacionado aos cursos que eu
participo pelo CENA UM. Durante duas semanas, me dediquei há dissecar um pouco
os melhores momentos do gênero filme de ação chinês, onde os protagonistas dão
um verdadeiro show de artes marciais e que conquistaram uma geração inteira.
Mas para encerrar aqui essas postagens ficava me perguntando, qual filme para
encerrar esse especial com relação a esse gênero?
Eis que me lembrei do ano
2000, quando O Tigre e o Dragão aterrissou em nossos cinemas e dos EUA e que
pessoalmente, acho que com ele se encerrou um ciclo de tentativas em que o
cinema Chinês, seja de ação ou de outro gênero, conseguisse o seu espaço
definitivo no ocidente. Com isso, o texto abaixo é dedicado com carinho para
esse incrível filme dirigido pelo cineasta Ang Lee. Lembrando que o curso
começa amanhã, no Santander Cultural de Porto Alegre, das 13h30 as 16horas e ministrado
pelo escritor e editor César Almeida.
Quem já se inscreveu,
participem comigo nessa empreitada desse final de semana e até lá.
O Tigre e o Dragão
Sinopse: história de
duas mulheres, ambas exímias lutadoras, cujos destinos se tocam em meio
Dinastia Ching. Uma tenta se ver livre do constrangimento imposto pela
sociedade local, mesmo que isso a obrigue a deixar uma vida aristocrática por
outra de crimes e paixão. A outra, em sua cruzada de honra e justiça, apenas
descobre as consequências do amor tarde demais. Os destinos de ambas as
conduzirão uma violenta e surpreendente jornada, que irá forçá-las a fazer uma
escolha que poderá mudar suas vidas.
Foi preciso um
diretor de Taiwan para devolver aos fãs de cinema a magia com que a sétima arte
sempre brindou seu público. Depois de bem sucedidas incursões ao cinema de
Hollywood - em especial os belos "Razão e sensibilidade" e
"Tempestade de gelo", que captaram com inteligência as culturas
inglesa e americana, respectivamente - o cineasta Ang Lee não foi feliz com o
pouco visto e muito criticado "Cavalgada com o diabo" e resolveu retornar
às origens. Para isso, assumiu as rédeas da adaptação do quarto volume de uma
pentalogia chamada Crane/Iron, escrita por Du Lu Wang, um conhecido mestre
chinês de kung-fu. Tendo seu habitual parceiro James Schamus entre os
roteiristas, Lee construiu uma fábula majestosa e emocionante que recebeu o
título ocidental de "Crouching tiger, hidden dragon", ou, como
conhecido no Brasil, "O tigre e o dragão".
Não é difícil
compreender o porquê da comoção em torno do filme de Lee desde sua estréia, no
Festival de Cannes de 2000, quando foi ovacionado por uma legião de críticos
deslumbrados. Sua obra simplesmente tira o espectador de sua zona de conforto,
jogando-o em um universo particular, em que personagens ignoram a lei da
gravidade e onde todas as excepcionalmente bem coreografadas lutas não são
apenas desnecessários desvios da ação e sim parte integrante e indispensável da
narrativa, repleta de poesia visual - cortesia da magnífica fotografia de Peter
Pau, vencedor do Oscar da categoria. Não foi à toa que "O tigre e o dragão"
tornou-se o primeiro filme de língua não-inglesa a ultrapassar a barreira dos
100 milhões de dólares de arrecadação em território americano, além de sair
vitorioso em 4 categorias na festa do Oscar de 2001. O filme de Ang Lee é uma
festa para os olhos e um admirável espetáculo para todos que consideram o
cinema como um refúgio.
Dirigido com maestria
por um Ang Lee extremamente à vontade e no auge de sua criatividade como
cineasta, "O tigre e o dragão" tem a seu favor, além de tudo, uma
equipe que transmite paixão a cada polegada de celulóide. O elenco é impecável
- com destaque para Michelle Yeoh, cujo rosto expressivo casa com naturalidade
com uma força física impressionante - e é impossível não admirar a belíssima
trilha sonora (composta em apenas duas semanas por Tin Dau, que acabou com uma
estatueta do Oscar), a fotografia etérea e a direção de arte caprichada. No
fundo uma bela história de amor emoldurada por uma trama que envolve
sentimentos como honra, lealdade e amizade à toda prova - e um discreto discurso
feminista - "O tigre e o dragão" é uma obra-prima incontestável e um
dos melhores filmes já produzidos fora de Hollywood.
Leia mais:Mestres e
Dragões: Partes 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9.