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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 5

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.


Alphaville

Sinopse: A cidade de Alphaville é comandada pelo computador Alpha 60, que aboliu os sentimentos em seus habitantes. Lemmy Caution (Eddie Constantine) é um agente enviado ao local, com a missão de encontrar o professor von Braun, criador de Alpha 60. Seu objetivo é convence-lo a destruir a máquina. o percurso Natacha (Anna Karina), a filha do professor, lhe ajuda como guia.
Parábola sobre o totalitarismo, é um dos filmes mais diretos do diretor, mas não menos interessantes. O protagonista em si foi construído a partir da imagem do personagem das HQ Dick Tracy, criado por Chester Gould, mas se olharmos bem, o visual lembra e muito os detetives de filmes noir da era de ouro do cinema como Humphrey Bogart em O Falcão Maltes por exemplo. E se por um lado, Godard não tinha um Bogart, pelo menos Eddie Constantine não faz feio como um detetive futurístico.
Como o visual era bem noir (mesmo retratando o futuro) o filme possuía uma trilha sonora descaradamente Hollyoodiana. Atualmente, essa obra pode ser muito bem encontrada entre os cem melhores filmes de ficção cientifica do cinema. Gênero que o cinema Frances alias pouco explorou durante sua historia.

Curiosidades: Apesar de Alphaville ser uma cidade futurista, foram usadas locações de Paris como sets de filmagens. Em 10 de julho de 1970 foi banido de todos os cinemas paquistaneses.


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Cine Dica: Em Cartaz: Werner Herzog: Sou o que são meus filmes

Do dia 06 a 21 de setembro, o Cine Bancários e a Sala PF Gastal estarão exibindo (com entrada franca) Mostra “Werner Herzog: Sou o que são meus filmes”.
Por aqui, estarei postando sobre os filmes que eu for assistindo e falando um pouco de cada um deles. Já adianto que as obras de Herzog são no mínimo incomuns, portanto, recomendo e muito que elas sejam vistas na tela grande, porque não é sempre que temos essa grande oportunidade.


Hércules
Sinopse: O trabalho de estréia de Herzog busca já a imperceptível transgressão do mero documentário e evoca um tema central de suas obras: o ridículo da revolta titânica.
O primeiro trabalho de Herzog não tem muito que dizer, apenas mostrando até que ponto os homens vão para adquirir o corpo perfeito para certas competições do fisiculturismo. Assistindo a esse curta, imediatamente me lembrei de Arnold Schwarzenegger num documentario onde ele estava competindo para ser mister universo. Seria o curta de Herzog uma especie de influencia na criação daquele documentário?


Fata Morgana
Sinopse: Uma viagem pela África, poética e surreal, como um sonho, fragmentária, por ser destituída de qualquer história, ainda assim amparada em uma coerência interna. Herzog confronta os mitos da criação com imagens da destruição.
Documentário com belas imagens, mas que se deve ser assistida com a mente aberta e adentrar sem pestanejar neste mundo que Herzog filma sem pressa num vasto deserto. A proposta esta sobre a criação da vida em meio ao nada e do nada surge à vida e da vida vem a destruição. Complicado? Assistindo de começo ao fim tem então uma vaga idéia da proposta do diretor. Homem surge do nada, com o nada ele cria e sua criação ele destrói gradualmente nos anos que ele passa no lugar onde nasceu. Não é para qualquer um, mas que representa muito bem o que é Herzog.


La Soufrière
Sinopse: Verão de 1976: há uma ameaça de uma erupção devastadora do vulcão "La Soufrière" na ilha de Guadalupe, Antilhas Francesas. A ilha é evacuada. Werner Herzog e sua equipe de filmagem ficam para filmar a catástrofe – e aguardam a erupção em vão.
Assim como seus personagens dos seus filmes, Werner Herzog é alguém que vai alem dos seus limites sem se importar com os riscos que ira aparecer a sua frente. Só mesmo explicando dessa forma para tentar entender os motivos que ele levou a adentrar em uma cidade fantasma que havia sido abandonada com a ameaça da explosão de um vulcão. Durante o documentário vemos imagens assustadoras de ruas desertas, casas abandonadas, assim como pobres animais que ficaram para traz sem ter tido um pingo de esperança.
Um dos pontos altos do documentário esta na entrevista de duas pessoas que se recusaram a sai da cidade e aceitam a morte com tamanha facilidade unicamente pelo fato que um dia irão morrer mesmo, então ficar ali para morrer ou depois não fará a mínima diferença. São depoimentos humanos de pessoas simples, que possuem poucos recursos, mas tem muito a dizer. No fim a erupção jamais aconteceu, mas serviu para colocar no mapa a situação humilde da ilha de Guadalupe e do lado imprevisível da mãe natureza.


Lições da Escuridão
Sinopse: Pouco antes da segunda Guerra do Golfo, tropas iraquianas incendiaram campos de petróleo e terminais durante sua retirada do Kuait. Herzog e seu cinegrafista tentam registrar o inconcebível, o apocalipse, através de suas imagens.
Através de imagens aéreas vibrantes, Herzog testemunha o inferno na terra quando os campos de petróleo começam a pegar fogo e tanto o céu como a terra vira um mar negro em chamas com imagens e depoimentos de pessoas afetadas por uma guerra sem sentido. Curiosamente vendo essas imagens, não me surpreenderia se Sam Mentes tivesse se inspirado nessa obra de Herzog para criar uma das cenas chaves do filme Soldado Anônimo

Mais informações sobre os dias e horários das sessões vocês encontram nos blogs do Cine Bancarios e Sala PF Gastal clicando aqui e aqui. 


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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cine Dica: Em DVD: INSÊNDIOS

leia minha critica já publicada clicando aqui


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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Os Agentes do Destino

UM DOS MELHORES FILMES DO ANO,
COM O PIOR FINAL DO ANO
Sinopse: David Norris (Matt Damon) é um jovem político com uma carreira promissora, mas um escândalo atrapalhou a sua corrida ao Senado. Tão logo perde a disputa pela vaga ele conhece Elise (Emily Blunt), bailarina por quem se apaixona. Contudo, homens com estranhos poderes de interferir no futuro aparecem do nada e começam a pressioná-lo para que ele não dê continuidade a este romance, porque isso poderá atrapalhar o futuro de ambos. Sem saber ao certo quem são essas pessoas, a única certeza que David possui é que precisará reunir forças para enfrentá-los e encarar o que o destino lhe reserva.
É incrível como você curte um filme do começo ao fim, mas quando chega ao derradeiro final, fica com aquele gosto amargo de que você foi sacaneado. Não que a primeira incursão do roteirista George Nolfi (Doze Homens e Outro Segredo e O Ultimato Bourne) seja medíocre, muito pelo contrario, mas da a sensação de quando se chega ao final dessa trama, da a nítida impressão que o diretor amarelou quando se devia ter tentado em criar algo mais ousado para encerrar a trama com chave de ouro.
Baseado em um dos contos de Philip K. Dick (Blade Runner) o filme basicamente é sobre uma historia de amor impossível, moldado com altas doses de ficção e teorias de conspiração, bem ao estilo do escritor que se tornou conhecido em criar contos nos quais os protagonistas duvidam da sua própria realidade. Durante a historia, político David Norris (Damon, ótimo) tenta de todas as formas se reencontrar e ficar com a mulher que se apaixonou, a dançarina Elise (Blunt), mas que durante o percurso é atrapalhado pelos tais agentes do destino, liderados pelo agentes Richardson (Slattery), Thompson (Stamp) e Harry (Mackie) que acreditam que o destino dele não é ficar com ela, mas sim seguir sua carreira política. Ao mesmo tempo esses agentes são mandados por um poder maior que se autodenomina “Presidente”.
É claro que o olho mais atento ira ver que algumas idéias postas neste filme já foram vistas em outros filmes, desde a Matrix, Cidade das Sombras e até mesmo Monstros S.A, mas Nolfi consegue moldar o filme de uma forma que a trama tornasse fresca e envolvente, auxiliado graças a uma ótima montagem agilizada (principalmente nas cenas de fuga) como também uma empolgante trilha sonora que faz um belo casamento com a montagem durante todo o filme.
Mas nada disso funcionaria se o casal central não funcionasse na química, mas eles não só funcionam como torcemos para eles ficarem juntos, mesmo que pareça que a trama reserve a eles um final “beco sem saída”. E é justamente nesta sensação que o filme nos passa que ao mesmo tempo nos engana de uma forma grotesca e sem graça, em minutos finais que tenta passar ao espectador um final mais reconfortante, com lições de moral sobre destino e escolhas, quando na verdade estávamos esperando um final pessimista ou até mesmo aberto.
Se não fosse por esses minutos finais broxantes, o filme com certeza teria uma critica 100% positiva, mas pelo visto, George Nolfi não quis se arriscar muito em sua primeira incursão como diretor, mas como o filme fez um sucesso entre a critica mais severa (mesmo com esse final) quem sabe no seu próximo filme ele ouse mais e não nos trate como tremendos trouxas.


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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 4

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

 
O Demônio das Onze Horas
Sinopse: Casado com uma italiana e entediado com sua vida na alta sociedade, o professor espanhol Ferdinand foge em direção ao sul com Marianne, após um cadáver ser encontrado na casa dela. Eles caem na estrada e deixa um rastro de roubos por onde passam.
O argumento foi escrito pelo próprio cineasta, adaptando a obra Obsession, de Lionel White. Assim como na maioria de sua filmografia, a história não é muito linear e ao mesmo tempo questiona sempre a história do cinema e a evolução da sua linguagem. Mistura diversos gêneros como o thriller, comédia, drama romântico e uma pitada de Bonnie Clyde.
O tom da narrativa é um tanto que misturado, desde números musicais, inúmeras referências pictóricas e cinematográficas, assim como citações literárias. Assim como Viver a Vida, é relevante o trabalho de fotografia do filme, que novamente é autoria de Raoul Coutard, que destaca em cores primárias e que reinventa caminhos num incessante experimentalismo único.
A historia de um casal do casal em fuga é muito conveniente, pois a partir do momento que eles pegam a estrada, tudo pode acontecer, muito embora o espectador tenha uma certa noção do que poderá acontecer no final, mas Godard não cai no obvio. A trama se torna ideal para elaboração de inúmeras idéias sobre os gêneros de Hollywood e de suas mensagens que sempre passaram para o publico. Entre as muitas seqüências inesquecíveis do filme, não a como esquecer uma que envolve o famoso realizador norte-americano Samuel Fuller (que se interpreta a si próprio, assim como foi com Fritz Lang em Desprezo). A sua presença e diálogo curiosamente se tornam mais reais se comparada as outras pessoas em cena. Para destacar isso, o realizador é filmado com cores vivas enquanto os outros surgem esbatidos.
Assim como em seus filmes anteriores, é um filme estranho, inusitado e inesquecível de Godard.


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 3

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

VIVER A VIDA
Sinopse: Uma seqüência de doze segmentos desconectados apresenta a trajetória de uma jovem mulher entrando no mundo da prostituição em Paris.
De todos os seus filmes, esse é o meu preferido de Godard. Talvez por brincar com a nossa perspectiva em determinadas cenas, como a cena inicial em que câmera, ao em vez de focar os personagens, vemos somente eles conversando de costas para o bar e por minutos só ficamos vendo um leve vislumbre de seus rostos em um espelho. Outro belo exemplo é quando a protagonista, com mais um personagem, estão conversando no que parece ser em uma sacada com uma bela vista, mas a câmera vai para o lado e nos revela que é uma parede pintada. Inúmeros momentos como esse ocorrem durante o filme, seja pela perspectiva vinda do diretor, seja também em cenas que é vinda da própria perspectiva da protagonista, como na cena em que ela dança em um bar. Muito se deve isso, não somente pela ótima direção de Godard, mas também pela colaboração do seu colega de produção, o fotografo Raoul Coutard, que ganharia prestigio em injetar sua própria visão em determinadas seqüências de cena em outros filmes da época, nas quais se tornaram sua marca registrada, que por muitas vezes, eclipsava a direção do próprio diretor.
Anna Karina (na época, esposa do diretor) tem aqui um dos seus melhores desempenhos na carreira ao retratar uma mulher, por vezes, determinada, mas desiludida com a vida ao embarcar no submundo da prostituição. Se a momentos chaves nos quais ela se sobressai, se entregando em seu papel de corpo e alma, podemos citar dois momentos, sendo que o primeiro é a cena em que ela está no cinema, se identificando e sofrendo com a protagonista de “A Paixão de Joana D’Arc”, de Dreyer. Neste momento, Godard responde em forma de cena, as perguntas que são levantadas em outra obra sua (O Demônio das Onze Horas) sobre o que é o cinema? Aqui, a resposta é de uma forma simples, direta, e ao mesmo tempo, uma homenagem a sua própria arte. E por fim, a cena em que ela conversa com um senhor em um bar, sendo que esse ultimo desencadeia a conversa para filosofia pura e, em meio a conversa, faz a protagonista concluir que nos somos responsáveis pelos nossos atos (Se estou feliz, sou responsável; se estou infeliz, sou responsável).Frase como esta que resume seu destino em toda a película.
Um filme indispensável e que acho, por vezes, superior se comparado a Acossado.


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domingo, 4 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 2

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

DESPREZO
Sinopse: O Desprezo conta a história da crise de um casal em uma viagem à Itália que acaba mal. Camille (Brigitte Bardot) tem a impressão de que seu marido não lhe ama mais. Paul Javal, seu marido, é um roteirista que, para garantir o conforto da esposa e evitar o rompimento da relação, aceita escrever uma nova adaptação da obra grega "A Odisséia" para o cinema. Primeiro, nascem a dúvida e o desprezo em Camille e depois vem a incompreensão e a raiva de Paul. Diferente do livro de Homero, não é Ulisses que vai embora e abandona sua amada Penélope.
Baseado no romance de Alberto Moravia, um dos filmes mais fáceis de Godard, com uma narrativa linear e tratamento de tragédia grega. Bardot no auge da beleza tem o seu corpo generosamente dissecado pela câmera e ao mesmo tempo nos apresenta um dos seus melhores papeis de sua carreira bem sucedida. Assim como em Acossado, Godard explora a relação amorosa de um casal em um único cenário, mas em vez de somente um quarto, vemos o casal central andando em vários cômodos da casa, discutindo sua relação que está a beira do fim, enquanto a câmera somente  segue ambos, assim como o espectador.  O filme em si, também é uma homenagem ao próprio cinema que Godard faz, principalmente com a cena inicial  totalmente inusitada, mas que da uma vaga idéia do que vira a seguir. Atenção para participação para lá de especial do diretor  Fritz Lang, (Metropolis) fazendo ele propio em meio as gravações de Ulisses. Uma homenagem de um mestre para outro mestre.              



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