Sinopse: Ainda vivendo em quarentena devido ao vírus da raiva, um sobrevivente decide se aventurar no coração sombrio do continente.
Pode-se dizer que foi Danny Boyle que revitalizou o subgênero zumbi no cinema ao lançar o seu já clássico "Extermínio" (2002). Além de um estilo vídeo clipe, o cineasta criou zumbis que correm de forma furiosa, ao ponto de se tornarem realmente ameaçadores e não meros mortos vivos que andam devagar a todo momento. Mais de vinte anos depois o realizador retorna ao mundo em que criou em "Extermínio: A Revolução" (2025), o longa que chega a ser tão bom quanto o original em termos de ousadia.
Na trama, já se passaram três décadas desde que o vírus da raiva escapou do laboratório de pesquisas médicas e contaminou grande parte da humanidade, transformando-os em zumbis. Agora, acompanhamos um grupo que, isolados numa ilha, encontraram um jeito de viver entre as criaturas. Amparados por um muro e conectados com os territórios contaminados por uma estrada altamente protegida, alguns cidadãos do grupo precisam sair numa missão.
Inicialmente é preciso lembrar que já houve um segundo filme lançado em 2007, mas que não havia dado muito crédito pois não foi Danny Boyle que havia dirigido. Com o realizador de volta na direção, posso assegurar que o longa pode ser visto independente de ter visto ou não os capítulos anteriores, já que a trama foca em novos personagens em meio ao apocalipse já estabelecido. Porém, é interessante como o prólogo nos situa exatamente no dia D da contaminação e cuja abertura já nos dá uma noção do que virá a seguir.
Boyle, por sua vez, não poupou esforços para que as cenas filmadas fossem realizadas de forma única, principalmente pelo fato de terem sido feitas com o uso de um iPhones 15 Pro Max, o que faz a gente soltar a imaginação com relação sobre qual será o futuro sobre a maneira de se filmar longas metragens. Com violência, por vezes, explicita, o realizador não se intimida em filmar zumbis praticamente nus e sintetizando a bestialidade que tomou conta da mente desses seres que antes eram seres humanos. Porém, acima de tudo, o filme fala sobre amadurecer perante o cenário de horror onde é preciso ser forte o suficiente para se continuar vivendo.
O protagonista, portanto, fica sendo o jovem Spike (Alfie Williams), que precisa amadurecer de forma precoce para se manter vivo em um mundo onde a morte se tornou algo rotineiro. A partir do momento que parte com a sua mãe (Jodie Comer) para achar um possível médico misterioso na floresta, interpretado com intensidade pelo veterano Ralph Fiennes, é então que ele experimentará o lado sombrio daquela realidade opressora. Vale destacar a ótima interpretação de Jodie Comer que, ao interpretar a mãe doente do pequeno protagonista, nos brinda com uma das melhores atuações do ano e que merecia maior reconhecimento.
Infelizmente, como não poderia deixar de ser, o filme se encerra com um ganho que se conecta com o prólogo inicial, mas que dá a entender que haverá uma continuação. Embora seja um cineasta autoral, Boyle parece que se rendeu para que as suas ideias se tornassem possíveis franquias, mas que poderá correr o sério risco de cair na vala comum um dia. Ao menos neste filme ele sabe como ninguém como filmar, mas fazendo eu ficar na dúvida se essa qualidade irá se manter nas demais continuações.
"Extermínio: A Revolução" é o retorno mais do que satisfatório de Danny Boyle no seu universo de zumbi e do qual deu um passo à frente a esse subgênero.
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