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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Cine Especial: Revisitando 'Nosferatu'

Ao longo desses quase vinte anos que eu escrevo sobre cinema por aqui é notório que uma vez ou outra sempre escrevo novamente sobre o clássico do expressionismo alemão "Nosferatu" (1922) do diretor F.W Murnau. Um dos motivos que talvez leve a isso é que o filme é puramente cinema, gótico, expressionista e do qual é até mesmo revisitado por cineastas que se inspiram neste longa. Tantas vezes escrevendo sobre ele então porque escrever novamente?

Talvez não somente pelo fato que em breve haverá uma nova versão que sairá pelas mãos do diretor Robert Eggers, como também pelo fato de que "Nosferatu" é um daqueles filmes cujas lembranças me fazem acreditar que cada filme que eu vá conhecer se torne uma bela aventura. Porém, é preciso me lembrar de passagens da minha vida do qual as imagens já se embaçam através dos anos que passam.  Acho que o primeiro vislumbre que eu tive sobre o filme foi em uma edição especial de vários anos atrás do Globo Repórter da Rede Globo sobre Drácula.

Para os que estavam fora do planeta, "Nosferatu" é na realidade uma versão não autorizada do clássico literário escrito por Bram Stoker, mas que, ironicamente, se tornou através dos anos uma das melhores adaptações já feitas até hoje. O livro foi publicado pela primeira vez em 26 de maio de 1897 e provavelmente o especial do programa tenha sido exibido em 1997, ano que o livro estava completando cem anos. Quando estava assistindo ao programa me lembro claramente do teor mórbido quando estava sendo exibida diversas versões de Drácula para o cinema e dentre elas lá estava "Nosferatu".

Não sei ao certo, mas acho que deram destaque a cena em que ele ouve o galo cantar antes de sucumbir ao sol. Curiosamente, foi a partir desse clássico que levantou a ideia que os vampiros morriam perante os raios de sol.  Naquele tempo eu já alugava filmes para assistir em casa, sendo que a cidade de Guaíba onde eu morava tinha tantas vídeo locadoras que eu fazia questão de me cadastrar em cada uma delas.

Curiosamente, eu fui alugar o filme pela primeira vez em uma locadora bem vagabunda perto da escola Ruy Coelho Gonçalves onde eu estudava, sendo que foi indicado por uma colega minha que ficou fascinada pelo filme, mesmo sendo uma obra de vários anos atrás. Foi lá então que achei o VHS, mas ele estava empoeirado, perdido em meio a tantos títulos e temia por estar até mesmo estragado. Felizmente eu assisti em minha casa pela primeira vez.

Era uma cópia original em VHS lançada pelo Continental da época e que, curiosamente, havia lançado também no mesmo período "King Kong" (1933). Porém, em termos de imagem, ela era desgastada, não restaurada e cuja trilha tocada em um órgão era por vezes insuportável. Mesmo assim tive uma vaga ideia do porque o longa ser até hoje reverenciado e sendo que vários elementos do clássico viriam posteriormente na filmografia do diretor Tim Burton que é um grande fã do cinema gótico.

Algum tempo depois obtive umas revistas antigas da revista SET onde havia um texto especial sobre o clássico e fazendo com que visitasse ele diversas vezes na locadora. No decorrer dos anos, "Nosferatu" foi um daqueles filmes que acabou sendo restaurado, principalmente na era do DVD e recursos digitais que deram um novo verniz aos filmes para eles continuarem ainda vivos. Me lembro que uma das últimas restaurações para o filme foi feita entre 2005 e 2006 por Luciano Berritatúa para a fundação Friedrich Wilhelm Murnau com base de uma cópia de 1922, com intertítulos e coloração original.

Logicamente eu comprei uma versão do filme em DVD original, novamente pela Continental, mas infelizmente veio danificado e nunca pude trocá-lo. Anos depois, felizmente, a Versátil lançou um box especial com clássicos filmes de vampiros e 'Nosferatu" estava entre eles. Porém, F.W Murnau não criou uma obra para ser vista e revista em uma telinha, mas sim na tela grande onde ela foi exibida nos seus primeiros anos de vida.

Se tornou comum eu me pegar assistindo ao clássico toda vez que era exibido em uma mostra especial de Porto Alegre. O Fantaspoa, por exemplo, é um dos festivais do gênero fantástico mais conhecidos do país e sempre quando dá os programadores exibem o filme do Murnau e se tornando um grande sucesso de público. Em uma das edições, por exemplo, o filme foi exibido no Instituto Goethe com trilha sonora ao vivo e nem preciso dizer que isso foi inesquecível.

Por ser uma obra de domínio público, o filme é exibido até mesmo no Youtube hoje em dia e se tornando até mesmo meme nas redes sociais. Curiosamente, o personagem acabou tendo uma rápida participação no desenho "Bob Esponja" no episódio "Turno Macabro" e fazendo com uma nova geração tivesse conhecimento sobre o clássico. Se não conhece através dos livros de história sobre o cinema, ao menos irá conhecer através de outra mídia.

Mais de cem anos depois vemos a obra se tornar mais conhecida do que nunca, principalmente agora com a chegada de sua nova versão comandada por Robert Eggers. Independentemente dela ser boa ou ruim, ao menos o clássico estará sempre lá para podermos apreciá-la e sentirmos o sabor do mais puro cinema. Talvez F.W Murnau não tenha vivido o suficiente para ver o seu legado sendo lembrado com glórias, mas ao menos o seu perfeccionismo serviu de inspiração para várias gerações que surgiram através das décadas.

"Nosferatu" é um daqueles clássicos que me fez embarcar em uma grande aventura para conhecê-lo e que cada revisão era como se estivesse assistindo a obra pela primeira vez como um todo. 

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