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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Inverno em Paris'

Sinopse: Um estudante do ensino médio de 17 anos luta para lidar com a morte súbita e inesperada de seu pai em um acidente que pode ou não ter sido suicídio.

A vida adolescente é uma faca de dois gumes, onde, onde o jovem tende sempre a correr riscos quando não sabe controlar os seus próprios sentimentos e principalmente no período da transição da juventude para a vida adulta.  A situação piora principalmente quando encara logo cedo situações que nem o bom sermão ajuda a amenizar a situação, a não ser com o verdadeiro afeto. "Inverno em Paris" fala sobre dores e perdas e das quais fazem com que o indivíduo se torne autodestrutivo consigo mesmo.

Dirigido por Christophe Honoré, A trama se passa durante o inverno na França, onde conhecemos Lucas Ronis (Paul Kircher), um jovem de 17 anos, que está prestes a terminar o último ano de internato quando a morte repentina de seu pai o faz questionar sobre o seu próprio futuro. Com muita dor dentro de si, ele viaja para Paris em busca de ajuda com seu irmão mais velho, Quentin Ronis (Vincent Lacoste). Observamos então Lucas nessa jornada estrelada pela perda e pelos desafios ao tentar se adaptar a uma nova cidade.

O anúncio da principal morte dentro da história é feita de forma gradual, sendo que o jovem protagonista somente tem a verdadeira noção sobre o que está acontecendo quando chega na casa da sua mãe, interpretada sempre pela competente Juliette Binoche. Nota-se que há sempre uma luta para que os ânimos não aflorem em cena, principalmente no momento em que determinados personagens começam a discutir sobre política, mesmo em uma situação como essa que se torna bastante inconveniente diga-se de passagem. A cena por si só revela uma sociedade cada vez desejando menos sentir a dor da perda e optando em fugir desse cenário mesmo quando está participando dele como um todo.

Ao se mudar para Paris, Lucas se torna o nosso segundo olhar para que assim possamos compreender os ventos da mudança que ele terá que enfrentar. Ao mesmo tempo, notamos o desejo dele adquirir amor e afeto, seja através dos seus familiares, como também daqueles que ele vai conhecendo, como no caso do melhor amigo do seu irmão chamado Lilio e que é interpretado pelo ator Erwan Kepoa Falé. É a partir desse personagem, por exemplo, que Lucas conhece uma outra realidade que até mesmo desconhecia e a partir do momento em que ousa experimentá-la é então que temos uma dimensão ainda maior de sua confusão mental que sente dentro de si.

O filme por si só é uma análise sobre relacionamentos de pais e filhos, dos quais as vezes acabam se tornando mal resolvidos, principalmente quando um não aceita a diferença do outro. Uma vez que Lucas perde o seu pai, acompanhamos o seu comportamento perante a ideia que ambos não tiveram tempo o suficiente e fazendo até mesmo questionar se a sua morte foi ou não um mero acidente. Portanto, uma vez tendo esses "poréns" em seus pensamentos, nós testemunhamos um Lucas lutando contra consigo mesmo.

Pelo fato de os personagens usarem máscaras em algumas ocasiões dentro da trama é notório que o filme tenha sido feito em tempos do Covid, sendo um período em que todos os envolvidos estavam inquietos com relação ao próprio futuro e se perguntando se haveria ou não um amanhã para todos. Talvez isso tenha colaborado ainda mais para o bom desempenho do elenco, sendo que cada um se destaca mesmo em poucos momentos de tela. Juliette Binoche, por exemplo, nos transmite toda a dor e preocupação que tem pelo seu filho, principalmente em um ato final em que o mesmo comete um grande ato falho e fazendo com que todos temam o que virá em seguida.

O filme vem em um momento em que o individualismo está cada vez mais ascendente e cabe começarmos a sermos menos frios e pensarmos como se sente o nosso próximo. A morte ainda é um assunto delicado para ser discutido, mas é preciso ser sentido, para que então nos demos conta que somos humanos e que precisamos colocar para fora o que realmente sentimos com relação a isso. "Inverno em Paris" fala sobre como convivermos com relação a perda e de como pode ser prejudicial se não dividirmos essa dor com aqueles que a gente realmente ama. 

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