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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: "Disforia"

Nota: Filme exibido no último sábado para associados do Clube de Cinema de Porto Alegre. Sinopse: Dário sofre pela dificuldade em se recuperar de um acontecimento assustador de seu passado. Ao se aproximar da menina Sofia, memórias de um trauma são despertadas. Atormentado, ele precisa encarar o passado e o mistério envolvendo a família dele.

Mesmo perante todas as dificuldades, seja devido a pandemia ou desse desgoverno atual, o cinema brasileiro ao menos tem surpreendido ao explorar outros gêneros, principalmente o horror. Curiosamente, o subgênero "pós terror" tem chamado atenção dos cinéfilos, pois títulos brasileiros como, por exemplo, "Trabalhar Cansa" (2011) nos mostra que a realidade em que o brasileiro vive hoje em dia acaba se tornando muito mais mortal do que qualquer monstro do armário tradicional. "Disforia" (2019) se envereda para o horror psicológico, mesmo quando surge em cena ingredientes tradicionais dentro do gênero que pode nos dizer ao contrário.
Dirigido pelo estreante por Lucas Cassales, a trama foca sobre a vida de um psicólogo chamado Dário (Rafael Sieg), que após um momento traumático em sua vida pessoal decidiu voltar a atender seus pacientes. A primeira pessoa que entra em sua agenda é Sofia (Isabella Lima), uma misteriosa criança de 9 anos de idade que desperta sentimentos curiosos e um tanto conflitantes em todos que a circundam. Ao longo do tratamento da menina, Dário volta a ter as sensações de agonia e aflição que ele não esperava que voltassem à tona.
O filme foca basicamente personagens sem rumo na vida, onde suas estradas se encontram nevoadas e não tendo nenhuma boa perspectiva. O cenário, por exemplo, é uma Porto Alegre acinzentada, que pouco lembra o seu glamour visto nos cartões postais, mas que se casa com os nossos dias atuais. Aliás, é notório que os realizadores do cinema gaúcho têm notado que os últimos acontecimentos políticos fizeram da cidade o que ela é hoje, pois basta pegarmos como exemplo títulos como "Ponto Zero" (2015), "Tinta Bruta" (2018) e o recente "Nuvem Rosa" (2021) para constatarmos que os mesmos captaram esses tempos nebulosos.
Por conta disso, essa visão pessoal acaba meio disfarçando alguns pontos óbvios dentro do roteiro, mas ao mesmo tempo sendo lançado perante a nós uma nova interpretação perante aos fatos. Se em um primeiro momento o filme nos lembra o clássico "O Sexto Sentido" (1999) logo ele vai transitando entre outras fórmulas de sucesso como no caso do "found footage", ou basicamente o subgênero filmes perdidos e que rendeu clássicos como "A Bruxa de Blair" (1999). Porém, essas fórmulas são logo descartadas ao vento, principalmente quando o realizador opina ao jogar o protagonista em um verdadeiro jogo psicológico, onde a lógica e o sobrenatural se fundem em um único plano e nos fazendo perguntar o que realmente está acontecendo.
Rafael Sieg se sai bem como um protagonista complexo, do qual o mesmo transita entre a razão e a loucura e se digladiando com os mistérios envolvendo, tanto a jovem garota, como também de sua esposa que se encontra internada. Por conta disso o ato final irá trazer mais dúvidas do que respostas, principalmente ao fazer com que a gente desconfie com relação ao que acontece na tela, que podem ser delírios, sonhos ou manifestações de algo ou de alguém que nunca vemos. A dúvidas solidificam ainda mais principalmente em seus minutos finais, dos quais me fizeram me lembrar também do clássico expressionista "O Gabinete do Dr. Caligari" (1919) e quem conhece o título sabe do que estou falando.
Apesar de toda essa salada de referências, além de um final um tanto que apressado "Disforia" é uma grata surpresa para aqueles que procuram novos desafios dentro do cinema brasileiro e cujo os gêneros podem sim serem explorados pelos nossos talentos.


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