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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'A Felicidade das Pequenas Coisas'

Nota: Filme exibido neste último domingo para os associados

Sinopse: O professor Ugyen Dorji, de 20 e poucos anos, sonha em se mudar para a Austrália e ser um cantor famoso. Em seu último ano de contrato com o governo, ele é mandado para Lunana, onde deve assumir uma escola infantil. 

Atualmente estamos convivendo com uma realidade em que não nos damos mais conta da beleza em nossa volta, pois estamos cada vez mais presos em nossos celulares, trabalho e a corrida contra o tempo do dia a dia. São casos cada vez mais raros em que paramos por um momento para olharmos em volta e nos darmos conta que estamos perdendo o que mais vale a pena na vida. "A Felicidade das Pequenas Coisas" (2021) é lindo de se assistir, profundo sobre o que nos quer passar e despertando em nós o desejo de explorar esse mundo que não estamos mais conseguindo enxergar.

Dirigido pelo estreante Pawo Choyning Dorji, o filme conta a história de Ugyen, que está terminando a formação de professor, mas não tem nenhuma vocação para ensinar. Seu sonho é conseguir um visto para a Austrália, onde poderá cantar nos bares de Sydney. No entanto, é enviado pelo governo à "escola mais remota do mundo", em Lunana, no topo de uma imensa montanha. Ugyen detesta esta vida pacata e sem tecnologia, até descobrir o prazer da vida simples.

Já na abertura ela nos hipnotiza, já que o realizador filma com carinho o cenário principal para que não nos esqueçamos tão cedo desse primeiro plano. A fotografia privilegia as cenas externas com Ugyen e seus colegas diante da paisagem exuberante das montanhas, em luz natural. Sua subida até o local onde se tornará o cenário principal se torna uma espécie de cruzada de purificação espiritual, onde o protagonista começa aos poucos a largar, mesmo que no princípio de forma forçada, o comodismo da civilização e tendo que se virar com que a natureza tem a oferecer.

Uma vez chegando lá temos uma escola abandonada, porém, cheia de história através das simples coisas e das quais o protagonista não está acostumado em encara-las. Gradualmente, ele aprende de tudo um pouco, desde em ascender o fogão com esterco de boi como também solucionar uma forma de adquirir papel para as crianças estudarem. Não deixa de ser singelo o entrosamento entre as crianças e o protagonista, sendo que esse último não demora muito para se sentir encantando por aquele lugar e com as pessoas em sua volta.

Sherab Dorji se sai bem como o jovem protagonista que precisa lidar com esse novo cenário, sendo que para isso terá que largar dos vícios da cidade grande que tanto lhe prenderam. Do rapaz egoísta e preso aos aparelhos eletrônicos, logo a subida geográfica rumo à minúscula cidade Lunana também funciona como uma ascensão aos céus, à pureza da humanidade em meio às nuvens que, talvez, nunca havia adquirido durante até aquele momento. Embora manifeste um comportamento pouco sociável com os vizinhos e colegas no princípio, ele continua sendo tratado com cortesia e sorrisos. Aos poucos, será impregnado por esse otimismo e se alinhando com as suas novas virtudes em meio aquele cenário.

O filme em si presta uma bela homenagem a cultura local, onde cada detalhe filmado se percebe um total perfeccionismo vindo do cineasta como um todo. Há uma preocupação, por exemplo, na apresentação da construção do quadro escolar para a parede, pois antes disso ele não existia e seu nascimento acaba sendo algo interessante de ser visto. Já as velhas tradições, embora cada vez mais esquecidas por essa nova geração, aqui é vista como peça fundamental para fortalecer a fé daqueles que convivem, tanto com a beleza, como também da força vinda da natureza.

Em sua reta final, ficamos tão impressionados com a trama e seu cenário que não desejamos que ela termine tão cedo. Ao final, nos dá uma sensação de como estamos desperdiçando as nossas vidas por situações ou coisas sem nenhum significado e perdendo aquilo o que é mais precioso. Talvez devemos manter sim as nossas atividades rotineiras, mas nunca nos esquecermos do mundo real que se encontra lá fora e a nossa espera.

"A Felicidade Das Pequenas Coisas" é uma declaração de amor para uma cultura longínqua, assim como também para a própria natureza que existe em nossa volta, mas que não estamos mais prestando atenção para ela. 


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