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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Cine Dica: Streaming: 'The Beatles: Get Back'

Sinopse: O documentário apresenta o material da gravação do álbum Get Back, que mostrava músicas mais separadas dos membros, além de exibir os acontecimentos que geraram a última apresentação pública deles em conjunto. 

Peter Jackson abraça determinados projetos com os olhos fechados, mesmo correndo sério risco de se tornar um grande fracasso. Quando ele lançou a trilogia "O Senhor dos Anéis" (2001 - 2003) ele provou que ao querer se arriscar um cineasta pode sim nos brindar com algo novo, criativo e ao mesmo tempo inesquecível. "The Beatles: Get Back" não é somente uma homenagem a uma das melhores bandas do rock de todos os tempos, como também um grande presente para todos os fãs e um dos projetos mais corajosos do ano.

Dividido em três partes, o documentário narra o processo de gravação do 12º e último álbum da banda, "Let It Be", anteriormente conhecido como "Get Back". A produção traz, na verdade, um compilado restaurado a partir de mais de 60 horas de imagens inéditas (captadas pelo cineasta Michael Lindsay-Hogg em janeiro de 1969), além de mais de 150 horas de áudio nunca antes ouvidas. Por fim, a docusérie apresenta, pela primeira vez na íntegra, a última apresentação ao vivo dos Beatles como um grupo: o inesquecível show no telhado de um prédio de Savile Row, em Londres.

Diferente do que se imagina o documentário não resgata os primeiros anos do grupo, mas sim focando os últimos dias dos mesmos ensaiando por quase um mês no estúdio. Com grande material farto em mãos, Peter Jackson aproveita ao máximo para focar não somente no modo como eles criaram determinadas músicas de sucesso, como também o lado mais humano do quarteto como um todo. Não deixa de ser interessante, por exemplo, a interatividade entre Paul McCartney e John Lennon em cena e provando que um era mente do grupo enquanto o outro era o coração pulsante a todo momento.

Curiosamente, é surpreendente a força presente de Paul McCartney em cena, pois além de ser um grande gênio da música ele conseguia saber liderar a banda a cada momento durante o trabalho, mesmo em situações em que os ânimos ficavam aflorados. Neste caso, por exemplo, é notório que George Harrison se sente várias vezes incomodado ao não conseguir inserir as suas ideias para o trabalho, ao ponto de quase desistir do projeto para o último disco. É neste cruzamento de paz e turbulência que Ringo Starr, talvez, tenha sido o único que soube jogar entre eles e não permitindo que o seu ego o dominasse a sua pessoa naqueles tempos.

O grande charme do projeto fica também por conta da presença das esposas e namoradas durante as gravações, sendo que Yoko Ono é quase uma presença constante em cena e jamais se afastando de John Lennon. Essa presença, aliás, é o que torna o documentário mais familiar, ao vermos Paul McCartney, por exemplo, brincar com a sua filha adotiva, ou quando Linda McCartney, esposa na Paul na época, tirando inúmeras fotos do grupo para ser publicada na revista Rolling Stone Magazine. O trabalho no estúdio se torna ainda mais divertido com a participações ilustres como no caso de Billy Preston, grande fã da banda e fazendo parte dessa história.

Embora longo, com mais de oito horas projeção, Peter Jackson capricha em uma edição ágil, capitando os melhores momentos do quarteto e revelando momentos até mesmo tocantes em vários momentos. Não deixa de ser emocionante, por exemplo, o olhar de tristeza de Paul McCartney ao ver George Harrison quase desistindo, ou da não presença de John Lennon em uma determinada parte do documentário. É neste ponto que Peter Jackson nos fisga emocionalmente, já que os sentimentos de Paul naquele momento pareciam um prenuncio sobre destino da banda e dos seus integrantes em um futuro próximo.

Tristezas a parte, o documentário também revela o lado provocador da banda, principalmente com relação a letra "Get Back", da qual seria a música principal do último disco. Curiosamente, alguns acharam ao longo dos anos que a música era contra os imigrantes dentro do território inglês, quando na verdade ela foi criada contra os políticos conservadores daqueles tempos. O resultado é um clássico com várias camadas subliminares e onde cada um tira as suas próprias conclusões sobre o que a banda queria falar naquele momento.

Mas o ápice do documentário se encontra em seu ato final, onde o quarteto grava as suas músicas e fazendo um grande show no telhado de um prédio de Savile Row, em Londres. Logicamente diversas pessoas começam a parar nas ruas para escutar os seus ídolos e ao mesmo tempo despertando a ira dos conservadores daqueles tempos. A tensão aumenta quando as autoridades entram no prédio querendo parar com o evento, mas nada podia ser feito, pois aquele dia acabaria se tornando histórico.

Esse seria, enfim, o último show ao vivo da banda naquele momento. Os Beatles já haviam entrado para a história naqueles tempos, mas foi nesta reta final que eles provaram que eram realmente artistas de grande talento e cuja as suas mentes criativas não poderiam ser preservadas dentro de suas cabeças, mas sim compartilhadas para o todo o mundo. Nós, os fãs em geral, agradecemos a você Peter Jackson.

"The Beatles: Get Back" é um grande presente para todos os fãs e para aqueles que apreciam músicas provocadoras e que falam mais sobre o nosso próprio mundo. 

Onde Assistir: Disney+ 

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