Sinopse: O
documentário discorre sobre a relação de 42 anos entre a atriz norueguesa Liv
Ullmann e o diretor sueco Ingmar Bergman. Narrado sob o ponto de vista de Liv o
filme é construído a partir de uma entrevista com a atriz e de imagens dos
filmes realizados por ambos com cenas dos bastidores fotografias trechos de
Changing - autobiografia da atriz - e cartas pessoais de Ingmar para ela. Um
olhar sobre dois grandes artistas e seres humanos amigos e companheiros.
No inicio
do filme A Hora do Lobo, a personagem de Liv Ullmann se senta e começa a falar
com a gente sobre sua relação
conflituosa entre ela e o marido na trama(Max Von Sydow). Na época a atriz
estava grávida do cineasta Bergman e o que se vê na tela, nada mais são do que
a vida imitando a arte, pois o amor e conflitos que ambos os veteranos passavam
juntos, o cineasta inseria tudo isso em seus filmes em que trabalhou com ela. Para
marinheiro de primeira viagem, isso pode até parecer deselegante, mas acredito
que isso funcionava para exorcizar os demônios interiores que cada um tinha ao
longo dos anos que passaram juntos, rendendo então uma das melhores parecerias
entre um cineasta e sua musa nas telas.
Tanto
Bergman como Ullmann construíram uma carreira exemplar e muito elogiada na Suécia,
sem precisar do cinema americano para isso, mas como toda a perfeição que se preze
tudo tem o seu preço. Ambos se amavam, mas Bergman talvez não soubesse administrar
isso, ao ponto de tentar de todas as formas de isolar a atriz do mundo. Contudo,
Liv Ullmann é alguém maior do que a vida e mesmo amando o cineasta, não poderia
permitir que aquela situação continuasse o que acabou gerando a separação de
ambos, mas jamais o desligamento. Tornaram-se amigos muitos íntimos até o
ultimo dia de vida do cineasta e tudo isso é muito bem explicado pela própria
atriz, num desabafo e ao mesmo tempo uma declaração de amor ao cineasta neste belo
documentário dirigido por Dheeraj
Akolkar.
Na projeção,
vemos Ullmann ainda bela, mas carregando boas e más lembranças da vida que teve
ao lado do cineasta. A grande sacada do documentário é de exibir inúmeras cenas
dos filmes em que ela atuou para o cineasta, para então nos darmos conta de
como aquelas tramas (como Retratos de um Casamento), tinham tudo haver com os
altos e baixos que os dois passavam. O filme nos brinda com inúmeros momentos
clássicos desses filmes, além de termos
o prazer de presenciar a Ilha de Fårö que tanto Bergman gostava de
filmar e que se tornou lar dele com a atriz.
Embora
curto, o filme sintetiza como um todo a vida desse incrível casal e acima de
tudo é um tributo de amor e respeito para um dos grandes cineastas que surgiram
no século 20.
Um comentário:
Esse sim é um documentário, filme imperdível........obrigatório.
abs
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