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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

O RETORNO DE NOSSAS VIAGENS A TERRA MÉDIA NOS FINAIS DE ANO
 
Sinopse: O filme relata a história de um hobbit pacato Bilbo Bolseiro que é convidado por um mago Gandalf a entrar numa aventura como ladrão com mais 13 anões. Esta aventura tem como objetivo recuperar o tesouro dos anões há muito tempo roubado por um dragão chamado Smaug. Os tesouros haviam sido saqueados por Smaug no tempo de Thror o avô de Thorin.

De dezembro de 2001, há dezembro de 2003, Peter Jackson nos acostumou mal ao nos fazer sempre desejar chegar rápido o final de ano, para daí então embarcarmos em novas aventuras da terra média, ao lado de Frodo, Gandalf e do resto da sociedade do anel. Com encerramento da trilogia épica, os fãs do universo de Tolkien ficaram órfãos, sendo que nem mesmo outros filmes, que pegaram carona do sucesso da saga (como Contos de Narnia) foram o suficientes para saciar a nossa vontade de voltar a terra média. Coube ao próprio Peter Jackson arregaçar as mangas e trazer uma aventura ainda inédita no cinema que era O Hobbit, mas ninguém imaginava o quanto iria longe essa adaptação.
Para começar, o cineasta ousou em dividir a pequena obra de Tolkin em três filmes, onde cada um irá possuir três horas cada. A pergunta é: como isso é possível? A resposta esta no fato que Jackson quis explorar ao máximo as  passagens que são somente citadas na pequena obra, tornando os ares de uma trama mais infantil, para os contornos que o levam ao clima que é visto em O Senhor dos Anéis. Além disso, Jackson foi ainda mais fundo, ao procurar textos que próprio Tolkien havia escrito no passado, que são sub-tramas que passam durante a trama principal de O Hobbit. Se esse farto material irá funcionar como um todo nos três filmes no cinema, só o tempo ira dizer e por enquanto, temos mais é que digerir e apreciar esse primeiro filme com calma.
Para começar, o cineasta foi abiu ao criar um inicio em que mostra Bilbo Bolseiro (Ian Holm), esperando Gandalf para sua festa de aniversario (vista no filme de 2001), sendo que é uma forma de enlaçar o espectador desavisado e mostrar que essa trama se passa anteriormente aos eventos vistos na trilogia anterior. Neste inicio, o protagonista começa a se lembrar dos seus primeiros dias de aventura e é ai que a trama começa, mais precisamente 60 anos antes. Sai o veterano Holm, entra então em cena Martin Freeman como jovem Bilbo, que surpreendentemente possui os mesmos trejeitos do velho Bilbo. Revelado na série de sucesso Sherlock, Freeman nos convence do inicio ao fim que é o jovem Bilbo e seus momentos que contra cena ao lado do veterano Ian McKellen são dignas de nota.
Mas se por um lado os dois nos encantam, o mesmo não pode dizer da maioria dos 13 anões que surgem na porta do protagonista, pois mesmo sendo carismáticos e engraçados ao se apresentarem, a maioria deles não tem muito tempo em cena para serem mais bem desenvolvidos, mesmo a gente vendo todos eles durante toda a jornada que eles irão passar. O único anão melhor construído é justamente o herdeiro do reino dos anões, Thorin Oakenshield (Richard Armitage), que nos conta a sua origem, da perda do seu reino perante as forças de um poderoso dragão, que de quebra, é finalmente  explicado o do porque da rixa dos anões e elfos.
Sendo apresentados todos os protagonistas, embarcamos finalmente nas terras da terra média, onde o cineasta não resiste em filmar belas paisagens nas quais apresenta o melhor desse universo criado pelo escritor Tolkin. De lugares novos, somos novamente levados a lugares já conhecidos como Valfenda, onde nos reencontramos com velhos conhecidos (mesmo quando alguns deles não apareceram realmente no livro), sendo que isso serve como laço para se conectar a trilogia anterior. O cineasta faz questão de criar isso, principalmente para jogar pistas nas quais os fãs de carteirinha sabem muito bem porque estão ali.
Contudo, se Jackson se mantém bastante fiel em cada momento visto no livro, por outro lado isso acaba se tornando o calcanhar de Aquiles do filme. Uma coisa que andei reparando nas ultimas obras do cineasta (como King Kong), é que ele esta sendo meio que seduzido pelo excesso, sendo que alguns momentos da trama não eram exatamente importantes para serem colocados em pratica, como no caso da luta dos gigantes da montanha, que embora esteja no livro, no filme esse momento acaba se tornando dispensável e sem propósito algum.
Essas passagens e outras poderiam muito bem ficar numa versão estendida num futuro DVD especial, mas pelo visto o cineasta fez um filme para os fãs fervorosos, que defendem com unhas e dentes todas as passagens da obra literária. Mas como é um filme, a produção era para ser feita para ambos os públicos, seja para os fãs como para o cinéfilo habitual.   
Apesar desses altos e baixos, o filme vai cada vez melhorando do final do segundo ato ao terceiro, principalmente quando acontece na tela uma das mais importantes passagens da obra literária, que é o encontro de Bilbo com  Gollum e seu “precioso” um anel. Embora não tendo o mesmo tempo de participação, se comparado aos filmes anteriores, novamente Gollum prova que é um dos mais trágicos e bem construídos personagens do universo de Tolkin e isso somente aumenta na tela graças à fantástica interpretação de Andy Serkis. Embora coberto por um incrível efeito digital que constrói o personagem literário, a interpretação de Serkis se sobressai a tal ponto, que até hoje os fãs imploram para que o ator seja reconhecido com um Oscar, mas pelo visto, os velhinhos da academia só conseguem enxergar os efeitos visuais, mas não a estupenda interpretação de Serkis.
Embora com um final que mais parece uma montanha russa de efeitos, o primeiro filme da trilogia  O Hobbit termina satisfatoriamente, mas assim como os seus antecessores, deixa um gostinho de quero mais para os fãs e desapontamento para os marinheiros de primeira viagem que não sabiam que o filme não tinha um fim. Para o bem ou para o mal, Peter Jackson conseguiu de novo, em nos fazer desejar que o próximo ano passe voando.

48 QUADROS POR SEGUNDO É A NOVA FORMA DE SE VER CINEMA QUE VEIO PARA FICAR?

Alardeado por todos os cantos do mundo, O Hobbit seria visto em inúmeras salas de cinema, não somente em 3D, como também em 48 quadros por segundo. Talvez alguns não saibam, mas todo filme que se preze possui 24 quadros por segundo, o que faz disso a imagem que estamos acostumados ao assistir o filme. Peter Jackson achou que era o momento de aumentar isso e O Hobbit foi um filme rodado neste novo formato e o resultado tem dividido opiniões. Uns consideram revolucionário, outros detestaram, alegando que isso acaba não sendo mais um filme e sim uma espécie de teatro filmado em vídeo. No meu caso, eu assisti nesse ultimo sábado, na única sala que estava passando o filme neste formato (veja o endereço abaixo) e devo admitir que nos primeiros momentos estranhei muito, mas aos poucos os meus olhos foram se acostumando com essa nova forma de se assistir uma historia. Aos poucos você vai reparando coisas que antes você não reparava como a pigmentação dos rostos dos personagens, a forma dos cabelos e olhos, tudo de uma forma tão viva, que da vontade de tocar. Essa sensação só aumenta, graças ao fato do filme também ter sido rodado em 3D, dando profundidade nas imagens que nos são jogadas em nossos olhos, fazendo da terra média muito mais viva do que nunca.     
É algo que irá mudar a forma de se assistir cinema? É difícil dizer, pois nem todos terão o privilegio de assistir dessa forma, portanto só o futuro irá dizer e até lá, continuemos andando pela terra média nos próximos dois e anos e vermos no que da!
  
Local onde o filme está passando no formato de 48 quadros por segundo no estado:  Cinemark Barra Sul. Av. diario de noticias, 300 - Porto Alegre – RS.

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Um comentário:

ANTONIO NAHUD disse...

Caríssimo, o blog O FALCÃO MALTÊS está aniversariando e entrando de férias. Obrigado pela parceria. Desejo um Natal harmonioso e um Ano Novo cheio de energia.
Cumprimentos cinéfilos,

O Falcão Maltês