De 08 á 11 de outubro,
estarei participando do curso EXPRESSIONISMO ALEMÃO - UMA SINFONIA DE LUZES E
SOMBRAS, criado pelo Cena Um e ministrado pelo especialista no assunto Carlos
Primati. E enquanto os quatro dias não vêm, por aqui, estarei postando os
principais filmes, sobre o melhor período cinematográfico da Alemanha.
NOSFERATU
Sinopse: Hutter
(Gustav von Wangenheim), agente imobiliário, viaja até os Montes Cárpatos para
vender um castelo no Mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf
Orlock (Max Schreck), que na verdade é um milenar vampiro que, buscando poder,
se muda para Bremen, Alemanha, espalhando o terror na região. Curiosamente quem
pode reverter esta situação é Ellen (Greta Schröder), a esposa de Hutter, pois
Orlock está atraído por ela.
Adaptação não
autorizada do livro Drácula, de Bran Stoker (o mesmo serviu de base para as
versões de Werner Herzog e de Francis Ford Coppola). A força perene deste clássico
do expressionismo está no seu belo visual sombrio, apoiado em uma incrível
cenografia gótica. Grandes momentos: a chegada ao porto de Bremem, o povo
carregando caixões e o antológico encontro entre o conde (Shreck,
extraordinário e sinistro) e Ellen (Schroeder).
O filme é do tempo do
expressionismo alemão e um dos melhores filmes que representam o que foi essa
época. Dirigido por F.W Murnau, um dos grandes gênios desse tempo, que infelizmente
morreu precocemente em um acidente de carro na década de trinta. Nosferatu é
mais do que um clássico, é o seu testamento para o mundo.
FAUSTO
Sinopse: Baseado na famosa
peça de Goethe, temos Fausto, um velho alquimista que vê sua cidade ser
assolada pela peste negra. Vendo tanta morte, começa a pensar sobre sua própria
finitude. Ele então evoca Mefistofeles, e lhe pede sua juventude de volta e
eterna. O demônio a garante, em troca da alma de Fausto. Tudo parecia perfeito,
até este se apaixonar por uma jovem italiana.
Mais outra grande obra prima
de Murnau. E sem sombra de duvida, um dos melhores exemplares do expressionismo.
Visualmente, o diretor se inspirou em pinturas góticas do século XIX. Num clima
sombrio e opressivo, o cineasta adaptou o poema de Goethe para defender a
paixão em detrimento da racionalidade. Um clássico indiscutível e que serviu de
base para outros filmes posteriormente. Atenção para a cena em que o demônio
lança a peste na cidade, onde com certeza Disney viu, e se inspirou ao criar o
ato final do filme Fantasia.
A Ultima Gargalhada
Sinopse: Um velho
porteiro de um hotel de classe se vê sendo substituído por um empregado mais
jovem, e posto para trabalhar como ajudante de lavatório. Sendo seu emprego de
porteiro o maior orgulho de sua vida, e agora ridicularizado por seus vizinhos
e amigos, o velho homem volta ao hotel à noite, em busca de seu antigo
uniforme, símbolo de sua glória passada.
Tragicomédia na qual
se explora até que ponto uma pessoa pode acreditar que será feliz através do
serviço que se vive, ou até mesmo pelo que se veste, acreditando friamente que
pela aparência irá se ganhar o respeito que merece. Uma bela critica a uma
sociedade que se esconde através das mascaras, e com isso, acaba sobrando para
pessoas que se tornam vitimas, que acreditam que para se viver em meio a essa
sociedade, precisa acima de tudo transmitir poder e respeito por onde passa.
Através do seu protagonista,
Murnau mostra a real decida do personagem ao inferno astral, quando percebe que
perdeu o respeito perante as pessoas próximas, contudo o filme pode ser visto
através de dois ângulos na sua reta final. Na época, os produtores pediram um
final digno para o personagem, e assim foi feito, mas se assistirmos agora, percebemos que tudo soa bom demais nos minutos finais e tudo aquilo pode ser
interpretado como um bom sonho que poderíamos ter para o personagem. Com isso,
não considero que o diretor foi covarde em não ter dado um final pessimista ao
protagonista, e sim assistir o final de duas formas diferentes, do que realmente
aconteceu, o que poderia acontecer e com isso Murnau foi inteligente na
construção final da narrativa. Mesmo assim, somente por isso, o filme é
considerado inferior se comparado a outra obra do diretor que é Nosferatu, mas
é um filme corajoso e talvez o mais silencioso da época, já que raramente aparecem
os letreiros que diz o que eles estão falando, sendo que tudo é narrado através dos
gestos dos personagens, principalmente do protagonista, interpretado
magistralmente por Emil Jennings.
7 comentários:
Pô, esse curso do Pimati deve ser um show, um amigo fez e adorou. Gosto muito dos filmes expressionistas, principalmente Caligari e Fausto. Gostei do teu espaço, vou linkar no meu blog para te acompanhar. Apareça no meu.
http://espectadorvoraz.blogspot.com.br/
A caracterização de vampiro de Nosferatu ficou muito mais assustadora do que a de todos os filmes do Drácula lançados depois, né? Até porque nas versões seguintes sempre procuravam dar ao Drácula um ar mais sedutor do que assustador. A não ser, talvez, no filme do Bela Lugosi.
Estarei aparecendo por lá sim Celo, e me acompanhe.
Bussola do Terror: Gary Oldman também trouxe um ar monstruoso na versão de 92, que até hoje impressiona. Embora o ar romântico tenha dominado mais aquela produção.
O único filme do expressionismo alemão que assisti foi O gabinete do Dr. Caligari e achei revolucionário. Li sobre todo o período e ainda quero conhecer mais filmes.
Ba Gilberto então corra atras. Uma pena que não more por aqui, pois o curso seria um otimo ponto de partida para vc.
Nosferatu é maravilhosos, melhor até que a versão de 1979! Ainda tenho que ver os outros dois filmes, mas com certeza devem ser ótimos!
Abraços!
Olha Lé, por mais que eu goste da versão de 1922, a de 1979 é hipnotizante, sendo que a cidade em climão de apocalipse está entre as melhores cenas da produção.
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