Sinopse: A relação entre o
sanfoneiro Luiz Gonzaga (1912-1989) e seu filho, o cantor e compositor
Gonzaguinha (1945-1991), dois artistas, dois sucessos. Um do sertão nordestino,
o outro carioca do Morro de São Carlos; um de direita, o outro de esquerda.
Encontros, desencontros e uma trilha sonora que emocionou o Brasil. Esta é a
história de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, e de um amor que venceu o medo e o
preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.
Breno Silveira pegou o gosto de
fazer filmes que reconstituem a vida de celebridades do universo musical, sendo
que Gonzaga: De Pai para Filho se fecha
uma espécie de trilogia iniciada com 2 Filhos de Francisco e A Beira do Caminho.
Com a chegada do centenário do Rei do Bailão, era uma questão de lógica que
houvesse uma adaptação sobre a vida do cantor, que felizmente nas mãos de Silveira, consegue fazer com competência e sem cair num lugar comum. Para o
ponto de partida, o cineasta foi engenhoso na criação da trama, se baseando nas gravações
de áudio gravadas por Gonzaguinha no inicio dos anos 80, onde se ouve a
conversa que ele teve com o seu pai e na sua tentativa de ambos se entenderem.
Nesta viagem no tempo, o cineasta
constrói minuciosamente a trajetória da criação do mito, que por sua sorte, soube
bem escolher os três interpretes que dariam vida a Gonzaga no decorrer do
filme. Adélio
Lima, Land Vieira e Chambinho do Acordeon estão ótimos interpretando Gonzaga em
determinadas épocas especificas, porém, é Julio Andrade que da um verdadeiro
show de interpretação, ao passar para o espectador, toda a dor que Gonzaguinha
sentia em não se entender com o seu pai. Embora Gonzaga seja o foco principal,
me pergunto se não seria interessante ter um filme sobre a trajetória solo de
Gonzaguinha e novamente com Julio de Andrade. Já que Silveira pegou o gosto de
fazer esses tipos de filmes e com empenho, um filme derivado desse seria
questão de lógica e muito bem vinda.
Com uma boa reconstituição de época, embalada com as mais
belas paisagens do nosso país, Gonzaga: De Pai para Filho, é um bom filme sobre
a redenção de duas gerações, que embora diferentes, tem muito mais em comum do
que se possa imaginar.
2 comentários:
Ótimo texto. Concordo que gostaria de ver uma spin off de Gonzaguinha, o filme deixou gostinho de quero mais em relação a vida dele.
Abraço.
Valeu Celo
Postar um comentário