Sinopse:Eric Packer
(Robert Pattinson) é um milionário egocêntrico que acordou com uma obsessão:
cortar o cabelo no seu barbeiro localizado do outro lado da cidade. Para isso,
o gênio de ouro das finanças terá que atravessar, em sua limousine, uma caótica
Nova York que irá revelar uma ameaça a seu império a cada quilometro
percorrido.
No curso sobre David Cronenberg, que aconteceu
em fevereiro desse ano (que foi criado pelo Cena Um e ministrado por Rosângela Fachel), havia
soltado uma pergunta: será que Cronenberg seria capaz de tirar leite da pedra? A resposta é sim e não!
Embora ainda limitado, eu devo
confessar que a interpretação de Robert Pattinson é no mínimo competente neste
filme e que bate com a proposta que a trama quer passar, sendo que o seu personagem é um
ser de imagem fria e que não passa nenhum sentimento perante as pessoas que ele
considera inferiores. Mas é aquela historia: se o protagonista é opaco, os coadjuvantes é que roubam a cena.
Na verdade as situações que o
personagem passa é que rouba a atenção do espectador. De uma simples ida com a
sua limusine (para ir cortar o cabelo no outro lado da cidade), se torna uma
verdadeira via crus, em que o protagonista riquinho vê o seu mundinho perfeito
ser destroçado por diversos eventos que ocorrem durante o percurso: desde a
vinda do presidente, há um funeral de um famoso cantor e inúmeros protestos que
ocorrem nas ruas devido à crise financeira. É curioso observar, que embora o
cineasta tenha deixado um pouco de lado algumas de suas características nos
seus filmes anteriores, elas novamente vêm à tona, que é a exploração do corpo
e a fixação pela maquina. Que aqui no caso, seria o protagonista proteger o seu
“eu” dentro de uma limusine hiper equipada, mas que acaba se tornando uma verdadeira
lixeira no decorrer do filme devido aos percalços que ela passa.
A limusine destroçada acaba se
tornando uma representação da mente já declinada de Eric, que atinge o se fundo
do poço, num ato final onde ele testa a sua própria sanidade. Até lá, a trama é
invadida por coadjuvantes, que mesmo pouco tempo em cena, acaba por roubar os
holofotes, como no caso da personagem de Juliette Binoche, mais translocada do
que nunca.
Para os fãs de Cronenberg é
prato cheio, mas para as meninas avoadas que só pensam em apreciar Robert Pattinson na tela grande, pode se
tornar um verdadeiro soco no estomago para elas. E olha que esse filme não
representa nenhum pouco o período sanguinolento do cineasta.
Leia também: Cine Especial:David Cronenberg.
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