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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Twisters'

 Sinopse: Dois caçadores de tempestades arriscam suas vidas na tentativa de testar um sistema experimental de alerta meteorológico. 

Os anos noventa foram invadidos pela retomada dos filmes catástrofes norte-americanas que haviam feito grande sucesso durante a década de setenta. Vários anos já se passaram e dentre os mais lembrados se encontra "Twister" (1996), filme estrelado por Bill Paxton e Helen Hunt que foi um sucesso de bilheteria e se tornando até mesmo cultuado nas Sessões da Tarde. Vários anos depois vem então  "Twisters" (2024), filme que quase não tem nenhuma conexão com o longa original, mas é justamente por isso que faz o filme funcionar.

Dirigido agora por Lee Isaac Chung, filme foca em uma dupla de caçadores de tempestade. Kate Cooper (Daisy Edgar-Jones) é uma ex-caçadora desses fenômenos, mas que acaba sendo atraída de volta às planícies por seu amigo Javi (Anthony Ramos), para testar um novo sistema experimental de rastreamento meteorológico. Nessa missão, ela cruza seu caminho com Tyler Owens (Glen Powell), um ícone das redes sociais que compartilha suas aventuras de caça à tempestade.

Se formos comparar ao filme original esse é uma espécie de releitura da obra de Jan de Bont, mas troca-se os personagens centrais por novos, motivações diferentes e tem então um novo filme. A única ligação com a obra de 1996 é a invenção "Dorothy", que aqui é aprimorada e tem então uma nova motivação pela caça desses eventos da natureza. Como sempre, os efeitos visuais roubam a cena, sendo que aqui ação é desenfreada, efeitos visuais muito bem feitos na construção dos tornados e fazendo jus ao nome como um todo.

Porém, o filme não seria nada se não tivesse um pouco de calor humano, mas felizmente isso o longa possui e com estilo. Daisy Edgar-Jones se sai bem ao interpretar a personagem Kate, que precisa enfrentar o seu passado traumático para conseguir seguir em frente e voltar a caçar os tornados. Já Glen Powell vem para provar que soube aproveitar muito bem a sua participação em "Top Gun: Maverick" (2022), colecionando depois disso novos sucessos e aqui interpretando o típico herói cafajeste, mas que todo mundo gosta.

A interação entre ele e Daisy Edgar-Jones se torna a peça chave para o desenvolvimento da trama. Rivais nas buscas pelos tornados, logo começam a se conhecerem melhor e ambos percebendo que possuem mais em comum do que imaginam. Felizmente o roteiro colabora para que a relação entre ambos não se torne piegas e fazendo com que a possível relação amorosa fique em aberto até o final e fazendo com que ela se torne especial.

Claro que o ato final é um verdadeiro corre e corre para fugir do grande tornado que surge em cena, com direito a uma cidade sendo devastada e culminando com a destruição atingindo uma sala do cinema. Claro que por ser um filme de grandes proporções e sendo lançado no verão norte americano, o final dá entender que pode ocorrer uma possível continuação. Resta saber se o terceiro capítulo levará quase trinta anos para ser lançado no cinema novamente.

Com uma pequena e deliciosa homenagem ao clássico "Frankenstein" (1931), "Twisters" é uma boa aventura do cinemão norte americano, que se sustenta graças aos seus personagens carismáticos e com boas cenas de ação no ponto certo. 

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Cine Dica: Sessão 31/08: "Mar Adentro" e Lançamento da 2ª Edição do ZineClube na Sala Redenção

Temos um convite muito especial para você! Neste sábado, o Clube de Cinema de Porto Alegre, em parceria com a Sala Redenção e o Instituto Cervantes, exibe o premiado filme franco-ítalo-espanhol de 2004, "Mar Adentro".

Além da exibição, estamos empolgados em anunciar o lançamento da segunda edição do nosso ZineClube! Essa nova edição, dedicada ao tema do som no cinema, conta com 13 textos e uma entrevista exclusiva com Kiko Ferraz. A versão impressa será distribuída gratuitamente durante a sessão.

📣 Convide seus amigos, o evento é aberto à comunidade e gratuito! 


SESSÃO CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE

EM PARCERIA COM A SALA REDENÇÃO E INSTITUTO CERVANTES DE PORTO ALEGRE

Local: Sala Redenção - Campus Central da UFRGS (Rua Eng. Luiz Englert, 333)

Data: 31/08/2024, sábado, às 10:15 da manhã.


"Mar Adentro"

Espanha/França/Itália, 2004, 126 min, 12 anos

Direção: Alejandro Amenábar

Elenco: Javier Bardem, Belén Rueda, Lola Dueñas

Sinopse: Ramón sofreu um acidente que o deixou paralisado e preso a uma cama por boa parte de sua vida. Cansado, ele luta pelo direito a eutanásia e entra em conflito com a sociedade, a Igreja e sua família. Baseado na verdadeira história do espanhol Ramón Sampedro.

Contamos com sua presença para celebrar esse momento especial!

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 29 de agosto a 04 de setembro de 2024

Ouro e Maldição

SESSÃO ESPECIAL DE OURO E MALDIÇÃO

No sábado, 31 de agosto, às 18h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial gratuita de Ouro e Maldição, clássico de Erich von Stroheim, na versão mais próxima daquela que foi lançada nos cinemas em 1924. A sessão será apresentada pelo programador Leonardo Bomfim. A partir de terça-feira, 27 de agosto, a Cinemateca Capitólio celebra o centenário de uma obra mítica da história do cinema com a mostra especial Stroheim, Ouro e Maldição.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7561/stroheim-ouro-e-maldicao/


LANÇAMENTO DA SESSÃO VAGALUME PROFESSOR

A primeira Sessão Vagalume Professor acontece no dia 31 de agosto (sábado), às 10 horas da manhã, com o filme Orlando, Minha Biografia Política (2023), de Paul B. Preciado. A sessão será comentada por Alexandre Santos, professor do Instituto de Artes da UFRGS. A entrada é franca para professores. 


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7616/sessao-vagalume-professor-orlando-minha-biografia-politica/


CINEMA POLONÊS NO CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS

No domingo, 01 de setembro, às 18h, o Cineclube Academia das Musas apresenta na Cinemateca Capitólio o longa-metragem Sem Amor (1980), dirigido pela polonesa Barbara Sass. Após a sessão, ocorre um debate conduzido pela cineclubista Thainá Maria. Entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7613/cineclube-academia-das-musas-sem-amor/


GRADE DE HORÁRIOS

29 de agosto a 04 de setembro de 2024


29 de agosto (quinta-feira)

15h – Crepúsculo dos Deuses

17h – A Boneca do Diabo

19h – Esposas Ingênuas


30 de agosto (sexta-feira)

15h – A Grande Ilusão

17h – Crepúsculo dos Deuses

19h - Ferro's Bar + debate


31 de agosto (sábado)

10 - Vagalume Professor: Orlando, Minha Biografia Política

15h – A Boneca do Diabo

16h30 – Simão, o Caolho

18h30 – Ouro e Maldição


01 de setembro (domingo)

15h – A Pérola

16h30 – Amei um Bicheiro

18h – Cineclube Academia das Musas: Sem Amor


03 de setembro (terça-feira)

15h – Simão, o Caolho

17h – Amei um Bicheiro

19h – Absolutamente Certo


04 de setembro (quarta-feira)

15h – Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia

17h30 – A Pérola

19h – O Tesouro de Sierra Madre

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Testamento'

 Nota: Filme exibido para os associados no último Domingo (25/08/24).  

Sinopse: Em uma era politicamente correta, evolução de identidade, protestos e outras disputas, um homem de 70 anos vive em um lar de idosos e descobre novos marcos e felicidade.  

Em tempos em que a Direita e a Esquerda se enfrentam ao extremo ao redor do globo me parece que chegou o ponto que os seus discursos não se diferem muito um do outro. Se por um lado temos uma Extrema Direita que briga pelo retorno da idade da pedra, por outro lado, a própria esquerda prega a censura com relação as artes feitas no passado, sendo que as próprias são pertencentes de um período e da qual as mesmas contam a sua história. "Testamento" (2023) fala desta crise de identidade de ambos os lados e dos quais acabam se esquecendo do porque estão brigando.

Dirigido por Denys Arcand, do já clássico "Invasões Barbaras" (2003), o cineasta retorna com sua marca registrada de humor ácido ao centrar na vida de Jean-Michel (Rémy Girard), um homem culto e aposentado. Vivendo em um lar para idosos, Jean-Michel desfruta de uma vida tranquila ao lado de sua amiga Suzanne (Sophie Lorain) que é diretora da instituição. Porém, não demora muito para que um grupo de jovens começarem a protestar contra uma pintura antiga que se encontra dentro do local.

Denys Arcand capricha com o seu humor refinado, porém, satírico em alguns momentos, principalmente em seu primeiro ato onde vemos o protagonista Jean meio que deslocado perante uma geração que se diz intelectual, mas que não sabe como compreender um passado cuja história tem muito a oferecer. Jean, por sua vez, procura alguma razão de continuar existindo nesta realidade cheia de informação, mas das quais são consumadas somente na superfície enquanto o mesmo vê a sua geração partindo aos poucos da maneira mais estupida possível. Neste ponto, por exemplo, o filme ganha a nossa atenção de imediato, principalmente pelo fato de nos identificarmos com o protagonista devido aos seus dilemas e dos quais não são muito diferentes dos nossos.

O estopim de todo o conflito de ambos os lados se encontra em uma curiosa pintura antiga, que retrata a chegada do homem branco em terras desconhecidas, mas das quais já eram pertencentes pelos Índios da época. A imagem em si pode até ser politicamente incorreta para os padrões daqueles que defendem os primeiros habitantes do país, mas desejando que a peça seja destruída é o mesmo que desejar que uma parte da história seja arrancada. Imagine, por exemplo, se todas as lendas sobre as perversões que Leonardo da Vinci praticava fossem realmente verdadeiras daí então lhe perguntaria: Você teria coragem de destruir a pintura "Última Ceia" que é tão venerada pela igreja Católica?

O filme vem em um momento em que se deve separar o artista de sua pessoa cheia de falhas, de saber manter o passado intacto, mesmo quando ele é hediondo, para que assim os erros daqueles tempos não se repetirem em nosso presente. Assim é usada a cultura, mas da qual se encontra nas mãos de uma sociedade que se movimenta somente através de suas redes e cuja verdade já não é mais o suficiente. Diante disso, o protagonista Jean seria um observador que contesta todo esse circo de horrores, mas que não vê uma razão plausível para lutar, pois a sua batalha já havia passado e tendo que somente se contentar com essa realidade cujo status se mantém confusa para dizer o mínimo.

Suzanne, por sua vez, é uma sobrevivente dentro de um sistema capitalista que a fez se sustentar através de uma realidade cheia de regras, mas das quais são controladas por empresários e políticos que mal entendem o significado da arte ou da história. Esses mesmos, por exemplo, são retratados de forma caricata, onde Denys Arcand não os poupa com um humor ácido e contestador na medida certa. Ao final, tudo que resta para a Jean e Suzanne é se darem em conta que possuem algo em comum, mas até lá o circo prossegue naquele local.

Em resumo, contatamos que Denys Arcand acerta novamente ao falar sobre uma sociedade atual dividida e que se encontra cada vez mais perdida nesta terra. Se isso já era percebido em tempos de Pandemia, logo constatamos que nenhum dos lados aprendeu com as adversidades perante aquela doença e seguindo com uma briga incessante que nunca acaba. Sendo assim, a cena que surge durante os créditos é incrivelmente pesada, pois ela não está muito longe da realidade que iremos entregar para as gerações futuras.

"Testamento" é o retrato de uma sociedade alienada, cujo politicamente correto ao extremo está emburrecendo boa parte das pessoas e sendo que os seus discursos sem nenhum embasamento já não mais se sustentam. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 29 DE AGOSTO a 04 DE SETEMBRO DE 2024

ESTREIAS:

CIDADE;CAMPO

Brasil/ Drama /120min

Direção: Juliana Rojas

Sinopse:Duas histórias sobre migração entre a cidade e o campo. Na primeira parte, após o rompimento de uma barragem inundar sua terra natal, a trabalhadora rural Joana se muda para São Paulo para encontrar sua irmã Tânia, que mora com o neto Jaime. Joana luta para sobreviver na 'cidade do trabalho'. Na segunda parte, Flávia se muda com Mara, sua companheira, para a fazenda que herdou do pai, falecido recentemente. A natureza obriga as duas mulheres a enfrentar frustrações e lidar com memórias e fantasmas.

Elenco: Fernanda Vianna,Mirella Façanha,Bruna Linzmeyer

Z É

Brasil/Drama/2023/124min.

Direção: Rafael Conde

Sinopse:Zé é líder do Movimento Estudantil Brasileiro e participa de um grupo de resistência contra a ditadura militar no Brasil (1964-73). Perseguido, ele escolhe a clandestinidade. Ele deixa sua vida de classe média alta para viver com o povo, realizando o trabalho de alfabetização e conscientização política dos mais pobres. Ele conhece sua parceira Bete, com quem tem 2 filhos. Durante seu tempo de clandestinidade, ele recebe Gilberto, irmão de Bete, como um novo militante. Gilberto é, no entanto, um informante do regime repressivo. Zé morre sob tortura aos 27 anos, falsamente acusado pelos militares de ter traído todos os seus companheiros, desaparecidos até hoje.

Elenco: Caio Horowicz, Eduarda Fernandes,Yara de Novaes


EM CARTAZ:


MOTEL DESTINO

Brasil/drama/ 2023 /112min.

Direção: Karim Aïnouz

Sinopse: Sob o céu em chamas numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino é palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.

Elenco: Iago Xavier,Nataly Rocha,Fábio Assunção


Dia 04, ás 19h: PRÉ ESTREIA COM A PRESENÇA DO DIRETOR, FLÁVIO BOTELHO 

A METADE DE NÓS

ENTRADA FRANCA

A METADE DE NÓS

Brasil/Drama/ 20 / 89min

Direção: Flavio Botelho

Sinopse: Francisca e Carlos lutam para se adaptar à nova realidade após o suicídio do único filho, Felipe. Mergulhados em fantasias, medos e melancolia, cada um a seu modo vivencia experiências radicais. Carlos se muda para o antigo apartamento de Felipe, alienando-se na vida do filho morto. Já Francisca, assombrada pela culpa, dedica-se a desvendar o enigma do suicídio.

Elenco: Cacá Amaral, Denise Weinberg, Kelner Macêdo, Clarice Niskier


HORÁRIOS DE 29 DE AGOSTO a 04 DE SETEMBRO (não há sessões nas segundas):

14h45m: ZÉ

17h: MOTEL DESTINO

19h: CIDADE;CAMPO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos'

 Nota: Filme exibido para os associados no último sábado (24/08/24). 

Sinopse: Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos é um longa-metragem documental dirigido por Daniela Broitman e produzido pela Videoforum Filmes. O filme conta a história de Dorival Caymmi, cantor e compositor brasileiro que revolucionou a canção no país e influenciou movimentos como a Bossa Nova e a Tropicália. 

Se você é fã de cinema com certeza você irá conhecer a história de outras áreas como a música e tendo até mesmo uma total plenitude sobre o assunto. Até a pouco tempo assisti "Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor" (2022) documentário que contava um dos grandes gênios da nossa música gaúcha e sendo responsável até mesmo pela construção do hino do time do Grêmio. Agora, eis que assisto "Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos" (2019), documentário que fala sobre o compositor e cantor de grandes obras primas da nossa música brasileira e que tive o privilégio de conhecê-lo melhor a partir da minha paixão pelo cinema.

Dirigido por Daniela Broitman, o documentário fala sobre de Dorival Caymmi, cantor e compositor brasileiro que se tornou uma das peças principais das canções do país e influenciou movimentos que vieram posteriormente como a Tropicália. A produção revela trechos de entrevistas de fãs, compositores, cantores e familiares que acompanharam de perto esse talento até o final dos seus dias. Além disso, a obra revela até mesmo o lado mais pessoal dessa figura como um todo.

Recentemente eu havia assistido "Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você" (2023) e fiquei muito impressionado com a qualidade das cenas gravadas durante os anos setenta e quando os dois artistas se uniram para criar a música "As Águas de Março". Aqui não é diferente, já que Daniela Broitman utiliza entrevistas realizadas em 1998, do qual o próprio Dorival Caymmi é entrevistado, mas nos passando a sensação de que essas gravações foram realizadas ontem e nos surpreendendo pela sua qualidade e preservação. Uma forma perfeita de ouvirmos o próprio mestre realizador de diversos clássicos como "O que é que a baiana tem?” e que foi imortalizado pela voz de Carmen Miranda.

Como não poderia deixar de ser, Caymmi foi modelo para aqueles que viriam posteriormente ao se tornarem ilustres da nossa música como no caso de Caetano Velozo e Gilberto Gil e sendo que ambos falam sobre o artista e de como ele serviu de inspiração para os movimentos que viriam posteriormente e moldariam a história da nossa música. Porém, o fio condutor, ou coração do documentário como um todo, pertence aos depoimentos dos filhos e netos de Dorival Caymmi, sendo que é impressionante como eles estiveram tão próximos dele, seja nos melhores e piores momentos de sua vida e dando detalhes até então inéditos para muitas pessoas. É claro que as passagens mais polêmicas do artista são postas na tela de uma forma mais conservadora, mas que não diminui o resultado da obra.

Curiosamente, é surpreendente como o artista se tornou até mesmo bastante conhecido lá fora, mas não só nos EUA, como também até mesmo na Rússia. Em tempos de Ditadura, Dorival Caymmi participou do filme "Capitães da Areia" (1971), dirigido por Hall Bartlet e baseado na obra de Jorge Amado. Na produção, o artista participa como ator e cuja sua música se tornou um verdadeiro sucesso entre os russos e provando que o seu talento não tinha fronteiras e tão pouco muros para ser limitado.

logicamente, o documentário permite que o ato final faça com que nos emocione, principalmente na forma como o artista se despediu deste mundo, mas deixando o seu legado eterno. É uma pena, portanto, que esses cantores de hoje, que se dizem grandes artistas da música brasileira, não se prezem para olhar para trás e se dando conta que ainda precisam muito o que aprender sobre como fazer músicas de verdade e somente talentos como Dorival Caymmi poderia nos proporcionar. Se o mundo atual da nossa música está acinzentado não custa a gente olhar para trás e nos darmos conta de como ele era mais dourado.

"Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos" é uma declaração de amor não somente para um grande artista, mas também para aquelas pessoas que buscam ouvir a verdadeira música brasileira. 

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Cine Dica: Mostra de cinema espanhol encerra nesta semana

 

Entre 05 e 30 de agosto, a Sala Redenção e o Instituto Cervantes apresentam a mostra “Cineastas Espanhois: À Direita e à Esquerda do Tempo”. Com título inspirado em uma citação do dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, a programação conta com 12 filmes de cineastas espanhois, produzidos entre as décadas de 1960 e 2000. A partir do recorte temporal, a mostra promove uma reflexão sobre como os diretores captaram os contextos históricos nos quais viveram, através de suas obras.

Para celebrar o centenário do Manifesto Surrealista, a mostra apresenta duas produções do diretor Luis Buñuel. A obra do cineasta e sua relação com o surrealismo são o foco de dois bate-papos que integram a programação. A sessão de Viridiana (1961), no dia 15 de agosto, às 19h, conta com a participação de Luís Edegar Costa, professor de História da Arte. Já a exibição de O anjo exterminador (1962), no dia 20 de agosto, às 19h, é seguida de uma conversa com o cineasta e historiador da arte Giordano Gio.

O diretor Carlos Saura também ganha destaque especial na programação, com quatro produções em cartaz: Cria Corvos (1976), Elisa, Minha Vida (1977), Mamãe Faz Cem Anos (1979) e Goya em Bordeaux (1999). A filmografia de Saura é tema de bate-papo com a professora e crítica de cinema Fatimarlei Lunardelli, que acontece após a exibição de Mamãe Faz Cem Anos (1979), no dia 14 de agosto, às 16h.

Além de Buñuel e Saura, a mostra ainda apresenta obras de outros seis diretores espanhois. Em cartaz na programação, estão: O Espírito da Colméia (1973), de Victor Erice; Tasio (1984), de Montxo Armendáriz; As Galinhas de Cervantes (1988), de Alfredo Castellón; Todos a la carcel (1993), de Luis Garcia Berlanga; Lucia e o Sexo (2001), de Julio Medem; e Mar Adentro (2004), de Alejandro Almedabar.

A programação tem entrada franca e é aberta à comunidade em geral. O cinema da UFRGS está localizado no campus central da Universidade, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial clicando aqui.