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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 3 de maio de 2023

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 04 a 10 DE MAIO

ESTREIAS:

BEM-VINDA VIOLETA

Brasil/ Drama/ 107min

Direção: Fernando Fraiha

Classificação Indicativa:

Sinopse:Ana (Débora Falabella) é uma escritora que, ansiosa em busca de inspiração para escrever "Violeta", seu próximo romance, ingressa em um conhecido laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Nessa viagem, ela se envolve com Holden (Darío Grandinetti), criador de um método no qual os escritores abandonam suas próprias vidas para viverem como seus personagens. O líder carismático cativa a escritora e Ana mergulha em uma intensa investigação artística, vivendo, segundo o método orienta, como sua personagem Violeta - até que a ficção sai do controle. O longa é inspirado no romance “Cordilheira", de Daniel Galera.

Elenco: Débora Falabella,Dario Grandinetti,Germán De Silva



A PRIMEIRA MORTE DE JOANA

Brasil/ Drama/2021/100 min.

Direção: Cristiane Oliveira

Classificação Indicativa: 14 anos

Sinopse: Joana, 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó faleceu aos 70 sem nunca ter namorado alguém. Ao encarar os valores da comunidade em que vive no Sul do Brasil, ela percebe que todas as mulheres da sua família guardam segredos, o que traz à tona algo escondido nela mesma.

Elenco: Letícia Kacperski, Isabela Bressane, Joana Vieira, Lisa Gertum Becker, Pedro Nambuco, Graciela Caputti, Rosa Campos Velho e Emílio Speck.


EM CARTAZ:

JAIR RODRIGUES – DEIXA QUE DIGAM

Brasil/ Documentário /90 min.

Direção: Rubens Rewald

Classificação Indicativa: 10 anos

Sinopse:A história de Jair Rodrigues, um dos mais conhecidos e influentes cantores brasileiros. Com um sorriso franco e versatilidade sem igual, cantou samba, MPB, rap, sertanejo e fez história revolucionando os palcos com apresentações anárquicas e irreverentes. A figura de Jair faz emergir um Brasil presente no imaginário popular, um país marcado pela simplicidade, alegria e otimismo. Onde foi parar esse Brasil? É possível reencontrá-lo?

Elenco: Armando Pittigliani, Bruno Baronetti, Carlinhos Creck, Claudine Mello Rodrigues, Cristiane Paoli Quito, Giba Favery, Hermeto Pascoal, Jair Oliveira, Jairo Rodrigues, Lady Lu, Luciana Mello, Marat Descartes, Marcelo Maita, Mister Sam, Moises da Rocha, Padre Pedro (falta sobrenome), Paulinho Daflin, Pedro Mello, Rappin' Hood, Raul Gil, Roberta Miranda, Salloma Salomão, Solano Ribeiro, Theo de Barros, Wilson Simoninha, Zuza Homem de Mello.



HORÁRIOS DE 04 A 10 DE MAIO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: A PRIMEIRA MORTE DE JOANA

17h: JAIR RODRIGUES – DEIXA QUE DIGAM

19h: BEM-VINDA VIOLETA


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br

terça-feira, 2 de maio de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Terceira Guerra Mundial'

 Nota: Filme exibido para os associados no dia 22/04/23

Sinopse: Depois de ter perdido a mulher e o filho num terramoto, Shakib (Mohsen Tanabandeh) sobrevive como pode com o parco dinheiro que ganha a trabalhar na construção civil. Sem lugar para morar, dorme onde calha. A única coisa que o prende à vida é Ladan (Mahsa Hejazi), uma prostituta surda. 

Até uns quinze anos atrás o cinema Iraniano era um tanto que restrito para os olhares do restante do mundo, sendo que quando a gente falava sobre os filmes de lá pensávamos somente em cineastas autorais ilustres como Abbas Kiarostami ou Jafar Panahi. Porém, nos últimos anos, cada vez mais realizadores tem chamado atenção do público e tendo os seus títulos distribuídos ao redor do mundo e sendo premiados em diversos festivais. "Terceira Guerra Mundial" (2022) possui uma trama emblemática da qual poderia ser criada em qualquer outro país, mas o cinema iraniano provou que deseja diversificar.

Dirigido por Houman Seyyedi, o filme conta a história de um sem-teto chamado Shakib (Mohsen Tanabandeh) que sobrevive com o que tem e tenta obter uma relação com Ladan (Mahsa Hejazi), uma prostituta surda. Em certa ocasião ele consegue um emprego em uma determinada construção. Logo se percebe que estão filmando e fazendo uma reconstituição dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial.

Se você vai assistir ao filme com pouca informação isso faz com que se surpreenda com a obra como um todo, principalmente pelo fato de o título fazer com que tenhamos outro pensamento com relação ao conteúdo. O trabalho em que o protagonista se envolve, por exemplo, vai somente aos poucos sendo revelado, sendo que achamos em um primeiro momento de que se trata de um canteiro de obras, mas quando é revelado de que se trata de uma filmagem ela vem de surpresa. Curiosamente, chegamos até mesmo ficar tensos no início, já que o modo como tratam os figurantes é um tanto que bruto para dizer o mínimo.

A meu ver, o filme é uma crítica ácida aos tempos de hoje em que estamos vivendo, onde não temos exatamente uma nova guerra mundial, pois já convivemos com ela, seja na questão de sobrevivermos para obtermos o nosso pão do dia a dia, como também ao enfrentarmos um sistema cheio de regras e dos quais nos afeta de forma imediata. Embora a gente tenha poucas informações sobre o seu passado, Shakib nos passa através do seu olhar alguém que já havia obtido tudo, mas que perdeu por razões que os demais em cena não se importam, desde que ele trabalhe para que a máquina continue funcionando. Portanto, não podemos julgá-lo ao se apresentar como inocente demais com relação a personagem Ladan, pois a sua situação lhe dá o direito de sonhar mesmo quando os seus desejos sempre beiram a definhar.

No decorrer do tempo a situação fica cada vez mais tensa, principalmente quando ele esconde Ladan em um dos sets de filmagens e ao mesmo tempo um gigolo começa ameaçar ele e o extorquindo. Esses momentos acabam se tornando uma espécie de parábola com relação quando os Judeus se escondiam para não serem mortos pelos nazistas enlouquecidos nos tempos de campo de concentração. Aqui a guerra é outra, onde retrata o ser humano tentando obter o lucro através da violência, ou através de promessas das quais nunca serão compridas.

Na reta final, vemos o protagonista em um beco sem saída, onde tudo fica fora de controle e algumas verdades são expostas de uma forma jamais vista. Houman Seyyedi brinca com as nossas expectativas até o limite, ao ponto que nunca temos uma ideia precisa de como terminará a cruzada do protagonista. No final, a resposta vem de forma imediata, onde a imagem de Hitler se torna o símbolo do lado sombrio do ser humano e que pode despertar em qualquer um se não tomarmos cuidado com as nossas ações e com a do próximo.

"Terceira Guerra Mundial" testa a nossa tensão, ao fazer com que as filmagens de um filme se tornem um pesadelo psicológico e não devendo nada as verdadeiras grandes guerras do passado. 

Nota: O filme foi também exibido no último Fantaspoa de Porto Alegre. 

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 2 a 7 de maio de 2023

CARLOS SAURA EM DESTAQUE

De 2 a 12 de maio, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Carlos Saura, com sete filmes do consagrado realizador espanhol, morto em fevereiro de 2023. Destacando clássicos como A Caça, Cria Cuervos e Bodas de Sangue, a programação é uma realização do Instituto Cervantes de Porto Alegre, com apoio da Academia de Cine e do Ministerio de Asuntos Exteriores, Unión Europea y Cooperación. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6212/carlos-saura/


20 ANOS DE PROJETO RAROS!

A Cinemateca Capitólio celebra os 20 anos do Projeto Raros com uma edição especial da sessão na sexta-feira, 5 de maio, às 19h30. Na noite de comemoração, serão exibidos o curta-metragem Ne Pas Projeter, de Cristian Verardi, rodado na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro, sala de cinema que sediou a programação entre 2003 e 2017, e o longa-metragem O Paraíso Proibido, do saudoso Carlos Reichenbach, um dos grandes entusiastas do projeto, que participou na inesquecível noite do Raros 100, em 2009. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6217/projeto-raros-20-anos/


GRADE DE HORÁRIOS

2 a 7 de maio de 2023


2 de maio (terça-feira)

17h – Cria Cuervos

19h – Elisa, Vida Minha


3 de maio (quarta-feira)

17h – Goya

19h30 – O Terceiro Híbrido


4 de maio (quinta-feira)

15h – Elisa, Vida Minha 

17h – Cria Cuervos

19h – Mamãe Faz 100 Anos


5 de maio (sexta-feira)

15h – Goya

17h – Mamãe Faz 100 Anos

19h30 – Projeto Raros 20 anos: Ne Pas Projeter + O Paraíso Proibido


6 de maio (sábado)

15h – Sessão Vagalume: Frankenweenie

17h – Ibéria

19h – A Caça


7 de maio (domingo)

15h – Sessão Vagalume: Frankenweenie

17h – Cria Cuervos

19h – Bodas de Sangue

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segunda-feira, 1 de maio de 2023

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'O Cântico dos Nomes'

Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, Martin ganha um irmão judeu adotado. A época é difícil para todos, mas a família tenta suportar os obstáculos e permite que os garotos estudem música. Um deles desaparece, e as pistas surgem 45 anos depois. 

A música é uma arte que energiza o ser humano por dentro e por fora e que faz com que exorcize os seus demônios interiores. Já a religião, talvez, tenha sido criada para que o homem possa acreditar em algo maior do que ele, quando na verdade existe a possibilidade de que nós mesmos possamos fazer o nosso próprio milagre. "O Cântico dos Nomes" (2019) transita entre a arte, a razão e a fé e das quais podem se alinhar dependendo da jornada de cada um venha a trilhar.

Dirigido por François Girard, o filme começa em meio à Segunda Guerra Mundial, na Europa, Martin (Misha Handley), um menino de 9 anos de idade estreita laços com seu mais novo irmão de consideração, Dovidl (Jonah Hauer-King), um judeu refugiado em Londres. A admiração de Martin com relação a Dovidl fica ainda maior quando ele descobre que seu irmão é um prodígio do violino. Anos depois, justamente no dia de um grande concerto de música, Dovidl foge sem deixar nenhuma pista, causando uma enorme insatisfação na família. Porém, mesmo com um cenário tão caótico, Martin mostra que somente a música pode ser capaz de resolver as mais difíceis situações.

Não faltam filmes em que a trama explora as motivações que levam uma pessoa desistir de tudo e embarcar em uma nova encruzilhada, pois basta pegarmos como exemplo o clássico "O Selvagem da Motocicleta" (1983) de Francis Ford Coppola. Porém, enquanto naquele filme não há uma explicação plausível qui a situação é inversa, principalmente pelos inúmeros flashbacks que moldam a trama e fazendo com que tenhamos uma ideia das motivações e sobre o que incomoda Dovidl. O diretor François Girard procura não deixar essas passagens complexas, pois deseja que o espectador siga o fio narrativo e alinhado com os seus respectivos atores e que se parecem com as suas contrapartes de três épocas diferentes.

Neste último caso o veterano Tim Roth é que se sai melhor em cena, pois ele consegue transmitir para nós toda a confusão mental que o seu personagem traz consigo por vários anos, pois busca de todas as formas compreender as motivações que levaram o seu irmão de criação em desistir de tudo. Por outro lado, é preciso reconhecer que os atores que interpretam as três fases da vida de Dovidl não ficam muito atrás, principalmente quando Clive Owen surge em cena mesmo na reta final da trama. Aliás, só acho uma pena vê-lo tão pouco no cinema e tendo se dedicado mais em produções para a tv nos últimos tempos.

Voltando ao filme, a trama transita por uma questão delicada com relação ao talento e a fé do homem que carrega consigo. Se por um lado o mundo da música é o que fez de Dovidl ser o que ele é, por outro lado, a religião é um território que o fez transitar entre a fé e a descrença, principalmente com relação as tragédias cometidas pela insanidade do homem em tempos de Segunda Guerra. Portanto, ao fazer da religião uma espécie corrente que puxa o protagonista para novos rumos isso faz com que a trama soe forçada em alguns momentos, principalmente em tempos em que o papel da religião anda corroendo os principais poderes do mundo.

Porém, há de se reconhecer que a cena que representa o título do filme como um todo é digno de nota, sendo muito bem filmada, possuindo um peso significativo e que que somente o povo Judeu reconhece o seu verdadeiro significado. Ao final, talvez a religião esteja em nossas vidas para dar um empurrão para sermos mais virtuosos em vida, mesmo tendo que sacrificar algo que estava sendo planejado ao longo de nossa estrada. No final das contas, independente de qual religião, todos iremos para o mesmo caminho, a diferença é qual será o seu tipo de percurso.

"O Cântico dos Nomes" é a busca pela verdade sobre as motivações do protagonista e do qual transita entre a razão, fé, descrença e loucura.  


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Cine Dica: Cinema Fantástico RS

 Apresentação

Na história do cinema produzido no Rio Grande do Sul, foram feitos aproximadamente mais de 750 filmes de longa-metragem. O material inclui todo tipo de conteúdo, passando por ficções, documentários, cinejornais – nos mais variados formatos de captação (35mm, 16mm, super-8, VHS, digital, etc). Ao longo dessa jornada de mais de 100 anos, há passagens muito conhecidas, como o ciclo da bombacha e do chimarrão liderado por Vítor Mateus Teixeira (Teixeirinha). Ou a chegada da geração dos anos 1980, que revolucionou o setor graças às câmeras Super-8. A partir dos anos 2000, cada vez mais novos nomes surgem, formados por cursos universitários reconhecidos.


Objetivos

O Curso Cinema Fantástico no Rio Grande do Sul, ministrado por Rodrigo Figueiredo Nunes, irá apresentar os resultados do seu trabalho de pesquisa. A atividade responderá a alguns questionamentos que nortearam os estudos, tais como quantos filmes fantásticos teriam sido feitos no estado? Quem são os profissionais envolvidos? Sobre o que são essas histórias? As aulas trazem conteúdos expositivos, contextos históricos e conceitos temáticos encontrados na produção gaúcha do audiovisual de gênero, bem como apresentação de trechos selecionados de filmes representativos e/ou raros.


* MATERIAL *

Apostila

Certificado de participação

* APROVEITE O LOTE 1 COM  VALOR PROMOCIONAL*

(até 30/abril)


Ministrante: Rodrigo Figueiredo Nunes

Jornalista (PUCRS) e radialista (FEPLAM), com especialização em Cinema (Estácio) e mestrado em Comunicação Social (PUCRS). Trabalhou em veículos como Rádio Bandeirantes e Agência Radioweb, além da produção de podcasts. Atua como pesquisador junto a órgãos como IECINE (Instituto Estadual do Cinema do Rio Grande do Sul) e Cinemateca Paulo Amorim na implantação e manutenção do Portal do Cinema Gaúcho, um grande banco de dados sobre as produções audiovisuais feitas no estado (longas, curtas, médias, séries, etc.), dos primórdios aos dias de hoje.


Curso presencial

.. CINEMA FANTÁSTICO NO RIO GRANDE DO SUL   

de Rodrigo Figueiredo Nunes


Datas

21 e 28 de Maio

(2 Encontros aos domingos)


Horário

14h às 17h


Local

Cinemateca Capitólio

(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro - Porto Alegre - RS)


INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES

https://cinemacineum.blogspot.com/2023/04/cinema-fantastico-rs.html


Realização

Cine UM Produtora Cultural

Apoio

Cinemateca Capitólio


sábado, 29 de abril de 2023

Cine Especial: Revisitando 'O Império do Sol'

Às vezes é difícil descrever sobre determinadas situações através de nossas lembranças, pois as vezes nós não sabemos ao certo por onde elas começam. Com relação aos filmes que passavam na tv, cada exibição era um verdadeiro acontecimento, mesmo quando eu pegava pela metade da obra como um todo. "O Império do Sol" (1987) é um desses casos que não peguei a exibição desde o início, mas bastou eu começar assisti-lo que me marcou profundamente em todos os sentidos.

Dirigido pelo mestre Steven Spielberg, e baseado na obra de J G. Ballard, o filme conta a história de Jim Graham (Christian Bale), um garoto de 11 anos de uma família inglesa que vive no Oriente. Jim tem um padrão de vida alto, mas de repente é separado de seus pais em virtude da China ser invadida pelo Japão. Isto o força a se defender e o obriga a crescer, tornando-se então um sobrevivente em um campo de concentração com rígidas regras.

A tentativa de filmar na China consumiu vários meses de negociações por parte de Steven Spielberg, que só recebeu a autorização após as autoridades locais assistirem a vários filmes do diretor, que eram desconhecidos na China até aquela época. O esforço valeu muito a pena, já que o filme é um daqueles tipos de superprodução que não se fazem mais hoje em dia, onde os realizadores procuravam realmente colocar a mão na massa e não dependendo do CGI como se faz hoje em dia. Ao lado de "Gandhi" (1982), o filme de Steven Spielberg pode ser apontado facilmente como uma das últimas produções épicas de proporções monumentais em que se realmente usavam inúmeros figurantes de verdade e dando maior verossimilhança em cenas que até hoje nos impressiona.

Como sempre, o diretor usa e abusa de diversos planos-sequências, sendo que um deles começa já na abertura, onde vemos coroas de flores boiando na água de forma enigmática, para logo depois nos revelar uma situação mais mórbida. Não demora muito para conhecermos Jim, um garoto de família rica Inglesa e da qual sempre lhe davam o que ele queria. Porém, é curioso observar como ele tem uma curiosidade com relação as pessoas que passam por necessidades, principalmente em tempos em que a guerra entre Japão e China a recém estava começando.

A partir do momento em que o conflito realmente explode isso faz com que o nosso pequeno protagonista se separe de sua família e é então que testemunhamos um Jim que foi obrigado a despertar, pois se não fosse isso iria logo perecer. Da casa abandonada até os campos de concentração, vemos um Jim se transformar psicologicamente e fisicamente, ao ponto que ele acaba se tornando uma mera sombra do que já tinha sido um dia. Competindo com mais de cinco mil crianças pelo papel, o até então desconhecido Christian Bale estreia com o pé direito no cinema através dessa obra e arrisco dizer que ainda hoje é uma de suas melhores atuações da carreira.

A gente se assusta da forma como ele começa a enxergar aquela realidade da guerra, onde ele usa toda a sua criatividade para sobreviver e ajudar o seu próximo, mas não escondendo através do seu olhar o quanto esse mundo está lhe afetando. Curiosamente, Jim pertence ao lado da elite, mais precisamente dos colonizadores Ingleses e que nunca se imaginava na possibilidade de passar por necessidades. Porém, ao mesmo tempo, já demonstrava certo interesse em assuntos que não faziam parte de sua idade, desde a questão da existência ou não de Deus, como também na possibilidade de um dia estar do outro lado daqueles que lutavam pelo seu próprio pão.

Nesta cruzada ele acaba conhecendo personagens curiosos, desde o trambiqueiro Basie, interpretado magistralmente por John Malkovich, como também a figura de um jovem soldado japonês que possui a mesma paixão de Jim, mais precisamente com relação aos aviões kamikaze. Ambos, aliás, são dois lados da mesma moeda, onde no princípio enxergam a grandiosidade da guerra através desses incríveis veículos aéreos, mas logo conhecendo o outro lado sujo e grotesco. Embora tenha sido lançado em tempos em que hollywood ainda retratava outros povos de forma incoerente, é curioso observar que aqui há um respeito de ambos os lados do conflito, pois chega um ponto neste cenário que nada mais faz sentido, a não ser sobreviver com o que tem e proteger o seu próximo.

Voltando a minha infância, eu assisti a esse filme em uma época que o meu pai trabalhava de noite e minha mãe estava assistindo ao filme sozinha na sala. Acordei e decidi acompanhar a obra mais precisamente no momento em que ocorre o ataque aéreo no campo de concentração. Antes disso há uma maravilhosa cena em que Jim canta a mesma canção na abertura do filme diante de pilotos kamikaze que se preparam em voar para a morte. Após isso há um verdadeiro êxodo de diversos ingleses indo em direção ao deserto e onde o nosso protagonista começa a cada vez mais perder o controle de tudo.

Porém, a cena final é para mim um dos momentos mais inesquecíveis da minha infância quando testemunhei esse filme. Jim reencontra os seus pais em um abrigo onde se tinha diversas crianças perdidas durante a guerra e é então que ele abraça a sua mãe e testemunhamos o seu olhar cheio de cicatrizes emocionais e das quais fecham para finalmente descansar. Curiosamente, ao menos na minha lembrança, a cena parecia muito mais longa, mas talvez pelo fato que para uma criança inocente como eu testemunhar aquilo era algo muito emocional e do qual levei comigo até poder revisitar a obra recentemente e fazendo me dar conta o quanto ela ainda é impactante.

Embora não tenha sido um grande sucesso na época, "Império do Sol" é um dos filmes mais emocionais da carreira de Steven Spielberg, onde horror de um conflito tira a inocência de uma criança e fazendo dela alguém muito maior do que ela imaginava. 

Onde assistir: Pelo HBO MAX e lançado recentemente em mídia física em DVD e Blu-Ray .


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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (28/04/2023)

OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – SAINT SEIYA – O COMEÇO

Sinopse: Cavaleiros do Zodíaco traz a saga de Saint Seiya para a tela grande em live-action pela primeira vez. Seiya (Mackenyu), um obstinado adolescente de rua, passa seu tempo lutando por dinheiro enquanto procura por sua irmã sequestrada. Quando uma de suas lutas inadvertidamente explora poderes místicos que ele nunca soube que tinha, Seiya se vê lançado em um mundo de santos guerreiros, treinamento mágico antigo e uma deusa reencarnada que precisa de sua proteção. 



RENFIELD – DANDO SANGUE PELO CHEFE

Sinopse: Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe é um filme de comédia, terror e fantasia sombria, que conta a história de Renfield (Nicholas Hoult), o leal capanga do temido Conde Drácula (Nicolas Cage). Renfield se dedica totalmente a servir o Conde e obedece prontamente todas as suas ordens, incluindo encontrar as presas perfeitas para que o vampiro possa continuar vivendo por toda a eternidade. Porém, após tantos séculos de servidão, Renfield finalmente tem um momento de lucidez e decide que quer deixar seu posto para começar uma nova vida longe do “chefe” - vontade que se intensifica ainda mais quando ele acaba se apaixonando.



DEIXADOS PARA TRÁS: O INÍCIO DO FIM

Sinopse: Seis meses atrás, milhões de pessoas desapareceram sem deixar vestígios e o caos tomou conta do mundo. Muitos acreditam que o governo está por trás de tudo, outros defendem que a Bíblia já havia previsto os desaparecimentos há milhares de anos. Desesperado por respostas em um mundo cheio de medo e mentiras, o jornalista Buck Williams (Greg Perrow) decide ir até o fim em busca da verdade e de salvação.


NINGUÉM É DE NINGUÉM

Sinopse: Baseado no livro homônimo de Zíbia Gasparetto, Ninguém é de Ninguém segue o casal Gabriela (Carol Castro) e Roberto (Danton Mello), casados e com dois filhos. Roberto perdeu o emprego e quem sustenta a casa é Gabriela, mas com o passar do tempo ele se vê preso a um ciúme doentio pela esposa, seguindo-a em qualquer lugar, fantasiando que sua esposa está tendo um caso com o chefe dela. Dr. Renato (Rocco Pitanga) e sua esposa Gioconda (Paloma Bernardi) também são um casal que está passando por dificuldades. O ciúme, o desespero e a falta de confiança fazem com que esses dois casais tenham suas vidas entrelaçadas por mentiras, relacionamentos desgastantes e tragédias. A medida que os cônjuges se prendem a fantasias irreais de seus pares, a história vai se desenvolver.


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