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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 17 de maio de 2019

Cine Dica: Clube de Cinema de Porto Alegre: “Varda por Agnès"

No próximo Sábado as 10:15 da manhã no Espaço Itaú de Cinema (Bourbon Country) exibiremos o filme “Varda por Agnès"  (Varda par Agnès) .

Ano de produção: 2019
Data de Lançamento Mundial: 13 de Fevereiro de 2019 (Festival de Cinema Internacional de Berlim)
Direção: Agnès Varda
Duração: 115 min
Elenco: Agnès Varda, Sandrine Bonnaire, Hervé Chandès
Gênero: Documentário / Biografia
Colorido
Nacionalidade: França
Idioma: Francês
Distribuidor: Imovision
Não recomendado para menores de 12 anos

Sinopse: De mãe da Nouvelle Vague a ícone feminista, a diretora francesa Agnès Varda expõe seus processos de criação e revela sua experiência com o fazer cinematográfico. A cineasta dá um enfoque especial no método de storytelling que ela denomina de "cine-writing", uma espécie de fórmula utilisada por ela na grande maioria de seus documentários e ficções.

Curiosidades, bastidores, novidades, e até segredos escondidos de "Varda por Agnès" e da sua filmagem!
Festival de Berlim - Selecionado para a mostra World premiere da 69ª edição do Festival de Berlim.

Abraço a todos .
Antonio A. B. Boaretto 
E-mail principal: boaretto@gmail.com
Skype / E-mail alternativo: boaretto@outlook.com
Cel:.. (51) 99987.3632 (Claro) Telegram e Whatssapp

Cine Dica: Fantaspoa 2019 (16 de maio a 2 de junho)

Os Fantasmas Se Divertem 

A partir de quinta-feira, 16 de maio, a Cinemateca Capitólio Petrobras recebe a décima quinta edição do Fantaspoa, o maior festival de filmes fantásticos da América Latina.
O Fantaspoa 2019 vai apresentar mais de cem filmes (trinta e quatro exibidos em première latino-americana e seis em première mundial). Três personalidades do cinema mundial serão homenageadas: a atriz sueca Christina Lindberg, de Thriller – Um Filme Cruel, o roteirista Larry Wilson, que escreveu, dentre outros, A Família Addams e Os Fantasmas se Divertem e um dos maiores produtores da história, Roger Corman, que dirigiu mais de 50 filmes, produziu 415 e segue na ativa aos 93 anos de idade.

A programação completa está disponível no site do Fantaspoa: 

O Fantaspoa é o maior festival de cinema dedicado exclusivamente a filmes de gênero fantástico (fantasia, ficção-científica, horror e thriller) da América Latina. Ocorrendo anualmente na cidade de Porto Alegre desde 2005, entre os dias 16 de maio e 02 de junho de 2019, celebrará sua décima quinta edição. Serão exibidos aproximadamente 110 filmes, entre curtas e longas-metragens, a grande maioria inédita no Brasil, e o evento receberá mais de 60 convidados brasileiros e estrangeiros, que participarão de mais de 30 sessões comentadas com o público e sete atividades de formação. Além das sessões de exibição, serão realizadas atividades paralelas, como a segunda edição do FantasMercado, sessões musicadas, festas, Madrugadão Fantaspoa, entre outros. As sessões de exibição serão realizadas na Cinemateca Capitólio Petrobras e na Sala Redenção - Cinema Universitário; e as atividades de formação no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo e na Sala Redenção - Cinema Universitário. Os ingressos para as sessões na Sala Redenção Cinema Universitário são gratuitos. Na Cinemateca Capitólio Petrobras, os ingressos custarão os valores praticados normalmente pela sala, ou seja, R$16,00 (dezesseis reais) a inteira e R$8,00 (oito reais) a meia-entrada.

GRADE DE HORÁRIOS
16 de maio a 2 de junho de 2019

16 de maio
13h15 – Um Jovem com Muito Potencial
15h – Os Acumuladores
17h – O Retorno de Hanna
19h – Deodato Holocaust
21h30 – The Mongolian Connection

17 de maio
13h15 – Casa Decorada
15h – Tejano
17h – O Dia da Carta Vermelha
19h – Rebobinado, O Filme
21h30 – Por que Você Não Morre?

18 de maio
13h15 – Lobisomem
15h – Perdidos no Apocalipse
17h – Tr3sh
19h – Sou Tóxico
21h30 – Você Não Sabe com Quem Está Falando

19 de maio
13h15 – A Sereia
15h – Bloodline
17h – O Barco
19h – Ponto Morto
21h30 – A Carruagem Fantasma - Sessão Musicada

21 de maio
13h15 - Sou Tóxico
15h – A Sereia
17h – Você Pode Ser o Assassino
19h – O Inimaginável
21h30 – A Carruagem Fantasma - Sessão Musicada

22 de maio
13h15 – O Livro dos Monstros
15h - Casa Decorada
17h – O Vampiro do Lago
19h – O Caçador de Cabeças
21h30 – O Mistério do Gato Chinês

23 de maio
13h15 – Tejano
15h – A Babá
17h – O Assoviador
19h – Infecção
21h30 – Os Fantasmas se Divertem

24 de maio
13h15 – O Caçador de Cabeças
15h – É Você, Papai?
17h – O Último Nascer do Sol
19h – Eu Aprisionei o Diabo
21h30 – True Fiction

25 de maio
13h15 – A Babá
15h – Cada Vez Que Eu Morro
17h – Ingenium
19h – Ecos do Medo
21h30 – Renascida
23h55 – Madrugadão Fantaspoa

26 de maio
13h15 – Eu Aprisionei o Diabo
15h – O Portal
17h – Mutant Blast
19h – Novo Fim
21h30 – O Inimaginável

28 de maio
13h15 – Renascida
15h – O Livro dos Monstros
17h – Lobisomem
19h – Lifechanger
21h30 – A Família Addams

29 de maio
13h15 – Lifechanger
15h – Um Jovem com Muito Potencial
17h – A Voz de Seu Mestre
19h – A Orgia da Morte
21h30 – 7 Razões Para Fugir (Da Sociedade)

30 de maio
13h15 – Ingenium
15h – O Último Guerreiro
17h – Viagem ao Mundo da Alucinação
19h – Círculo Negro
21h30 – Morto Em Uma Semana (Ou o Seu Dinheiro de Volta)

31 de maio
13h15 – 7 Razões Para Fugir (Da Sociedade)
15h – Casa de Suor e Lágrimas
17h – Vivos
19h – Matem Ben Lyk
21h30 – Estou Mentindo Agora

01 de junho
13h15 – Matem Ben Lyk
15h – Deadtectives
17h – O Poço e o Pêndulo
19h – 70 Binladens
21h30 – Arpão

02 de junho
13h15 – Arpão
15h – Leve-me Para Saitama
17h – Achoura
19h – Thriller - Um Filme Cruel
21h30 – O Medo de Olhar Para Cima

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras – programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'John Wick 3: Parabellum' - Um Balé de Violência e Sangue

Sinopse: John Wick luta para sair de Nova York quando um contrato de 14 milhões de dólares faz dele o alvo dos maiores assassinos do mundo. 

Quando John Wick - De Volta Ao Jogo (2014) foi lançado nos cinemas eu dei pouco crédito a obra, pois eu achava somente mais uma tentativa de trazer as velhas fórmulas dos filmes de ação para os tempos atuais, mas usando uma nova roupagem e bem refinada. Porém, ninguém imaginava que o filme renderia uma continuação, não somente superior, como também expandindo esse cenário que antes nos parecia simplório. Eis que então chega aos cinemas "John Wick 3: Parabellum", se tornando não é só melhor filme dessa franquia, como também atinge patamares poucas vezes vistos em um filme de ação e que, por vezes, faz falta dentro do gênero.
Dirigido novamente por  Chad Stahelski, o filme começa exatamente onde a trama anterior havia se encerrado. John Wick (Keanu Reeves) havia eliminado o antagonista Santino D'Antônio (Riccardo Scamarcio) dentro do Hotel Continental, território proibido para a Alta Cúpula. Não demora muito para a Alta Cúpula declarar John Wick como culpado e pôr a sua cabeça a prêmio.
Embora o filme perca o seu tempo com uma trama conspiratória que, por vezes, soe desnecessária, o filme ganha ares refinados, tanto em suas elaboradas cenas de ação, como também em seu visual. Nova York, por exemplo, é apresentado no início da trama com um visual inesquecível, onde a chuva e a fotografia a moldam de uma maneira raramente vista no cinema. Ao mesmo tempo, se percebe um entrelaçamento entre o velho e o novo, como se estivéssemos vendo uma realidade retro, tanto no visual apresentado da cidade, como também dos seus ocupantes que se escondem dentro do submundo do crime.
Além disso, é preciso dar palmas pelas elaboradas e muito bem criativas cenas de ação. Cada uma delas é pensada de uma forma que nos impressione, como se fosse um ato de balé, mas orquestrado por uma edição agiu e que remete até mesmo os melhores momentos da "Trilogia de Bourner" iniciada em 2002. Portanto, não se surpreenda se surgir em algum momento da trama uma peça de balé vinda de um palco, pois a referência está mais do que explicita e claramente proposital.
Não resta dúvida que, em seus 54 anos de vida, Keanu Reeves esteja em boa forma nesse tipo de gênero e obtendo novamente um sucesso que não se obtinha desde o encerramento da franquia "Matrix". Mesmo com poucas palavras, o seu personagem tem o domínio da cena, principalmente nas cenas perigosas, onde constatamos que é o próprio ator em meio as vertiginosas cenas perigosas. Porém, é bom destacarmos as boas presenças de Laurence Fishburne, Anjelica Huston, Ian McShane e de Halle Berry, sendo que essa última precisava finalmente de um desempenho decente no cinema.
Mas é claro que nem tudo são flores nesse percurso dessa refinada obra de violência e sangue. Ao meu ver, os roteiristas meio que exageraram sobre a importância da Alto Cúpula, que ganha patamares desproporcionais, ao ponto que não me surpreenderia se ela controlasse até mesmo a própria Casa Branca. Além disso, os realizadores se arriscaram ao deixar em aberto o final da trama, para haver eventual sequência que, caso não tenham cuidado, periga a fórmula então se cansar.
Apesar disso, "John Wick 3: Parabellum" dá um novo frescor para o gênero de ação, cujo o seu entreterimento nos prende na cadeira e fazendo a gente se perguntar de que maneira nos será apresentado a próxima cena.   


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terça-feira, 14 de maio de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Mormaço' - Progresso Desumano

Sinopse: Ana, uma jovem advogada que trabalha em uma comunidade do Rio de Janeiro, assolada pela especulação imobiliária que atinge níveis extremos às vésperas das Olimpíadas de 2016, começa a experimentar sintomas peculiares de uma doença misteriosa, que vai tomando seu corpo aos poucos.  

O cinema "pós terror" está se tornando a mais nova fonte de criatividade para cineastas autorais brasileiros e que buscam passar para o cinéfilo sobre qual a situação se encontra o nosso país atual. "Animal Cordial" (2018) e o recente "A Sombra do Pai", ambos da cineasta  Gabriela Amaral Almeida, são filmes que falam sobre o real monstro que se encontra por detrás da máscara do "cidadão do bem" e de como os demais brasileiros, principalmente os verdadeiros trabalhadores que movem esse país, estão se tornando cada vez mais zumbis e que necessitam acordar. "Mormaço" chega agora aos cinemas para escancarar a desconstrução do velho pelo novo, o avanço do progresso, mas do qual se cobra um alto preço.  
dirigido pela cineasta Marina Meliande, o filme conta a história de Ana (Mariana Provenzzano), uma defensora pública e que defende um grupo de moradores, dos quais estão prestes a serem despejados da Vila Autódromo do RJ e dar lugar para as instalações esportivas das Olimpíadas de 2016. Ela, por sua vez, corre o risco de perder o seu apartamento, começando a sofrer com as mudanças climáticas do ambiente e surgindo marcas estranhas em seu corpo. Não demora muito para que as situações comecem a fugir do controle e fazendo com que isso tudo teste a sua própria sanidade. 
Transitando entre a ficção e um lado documental sobre as desocupações, a obra carrega em seu primeiro ato uma verdadeira aura de um "filme catástrofe", do qual faz com que tenhamos a certeza que a destruição daquele cenário onde moram aqueles habitantes se torne inevitável. Além disso, o filme carrega elementos clássicos de um filme de terror, mas colocando eles em segundo plano, pois a realidade daquele cenário se torna muito mais assustadora do que qualquer casa mal-assombrada. Aliás, tanto Ana como também a sua própria casa, começam a se transformar de acordo com o avanço da destruição que vai acontecendo na história e cujo os resultados se tornam, por vezes, inexplicáveis.  
Mariana Provenzzano surpreende em sua atuação como Ana, pois a sua personagem possui ares de melancolia, mesmo com as virtudes de sua pessoa intactas, e que sintetizam todo o lado indefinido e nebuloso da qual ela se encontra naquele momento. Sua transformação física vai de acordo com a destruição que aquele lugar vai passando e fazendo a gente compreender que ambos os destinos estão alinhados até o seu derradeiro minuto. Obviamente, muitos cinéfilos irão se lembrar de filmes como "A Mosca" (1986), "Cisne Negro" (2009) e até mesmo o recente 'Mãe" (2017), mas é através das referências vindas do mundo real que o filme ganha a sua força total.  
O avanço do progresso, mas do qual somente privilegia os ricos, já havia sido explorado em ótimos filmes brasileiros recentes, pois basta nos lembrarmos de "Era o Hotel Cambridge" (2016) e "Aquarius" (2016) como bons exemplos. Porém, principalmente se fizermos um paralelo com esse tenebroso primeiro semestre de 2019, percebemos como "Mormaço" é poderoso em sua mensagem e fazendo com que suas cenas jamais sejam esquecidas. Os minutos finais, aliás, são com certeza um dos melhores momentos do cinema brasileiro de 2019 e comprovando toda a coragem dos seus realizadores.  
"Mormaço" escancara o horror que as elites desse país provocam, dos quais atingem em cheio os brasileiros e que nenhum outro mostro clássico do cinema criaria tamanho estrago.     
  

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Cine Especial: Projeto Raros: 'A Caçadora de Almas' - Desligue o Cérebro e Curta o Absurdo

Sinopse: Antropóloga é possuída pelo espírito de rainha que quer vingança contra a bisneta do homem que a traiu. Transformada numa espécie de zumbi sem vontade própria, sai pelas ruas espalhando vítimas. 
  
Os dois volumes "Cemitério Perdido dos Filmes B", escrito pelo escritor do gênero fantástico Cesar Almeida, é um prato cheio para aqueles que buscam conhecimento por um cinema obscuro, porém, nostálgico. São filmes de baixo orçamento, dos quais se criou inúmeros subgêneros, como no caso de filmes sobre mulheres presas em presídios, ou de mulheres que vivem atrás dos muros de convento. Portanto, ao assistir "A Caçadora de Almas" (1989) me veio à mente esses livros e que com certeza mereceria estar na lista de um próximo relançamento.
O filme foi dirigido pelo indonésio H. Tjut Djalil, um dos principais nomes do cinema exploitation do sudeste asiático. Curiosamente o filme começa com ares mitológicos, mas que logo vai se enveredando para uma sátira deslavada do clássico "O Exterminador do Futuro" (1984). Tudo não passa de uma desculpa esfarrapada para nos brindar com cenas escancaradamente copiadas do filme de James Cameron.
Por conta disso, cada cena de ação do primeiro ato, por exemplo, já sabemos quais serão os resultados, como no caso da sequência em que se passa em uma danceteria, ou quando a perseguição ocorre nas ruas. Somente mais adiante é que o filme toma outros rumos, mas tudo muito tosco propositalmente, com direito a interpretações dos atores serem feitas a toque de caixa e que nos faz saltar muitas gargalhadas. Os minutos finais, aliás, fizeram me lembrar do projeto  "Grindhouse" (2007) elaborado por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, que prestavam uma homenagem aos subgêneros de baixo orçamento e não me surpreenderia se os dois tivessem assistido a esse filme absurdo.
"A Caçadora de Almas' é um filme para se curtir com o cérebro desligado e que fará você rir de uma tosquice de primeiro mundo.  

Nota: filme exibido na última sexta-feira (10/05/19) na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre. 


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segunda-feira, 13 de maio de 2019

Cine Especial: Accirs #5 - "A Vida Útil" - Não é Hora de Dizer Adeus.

Sinopse: Homem de meia idade luta para salvar do fechamento uma cinemateca a qual dedicou 25 anos de sua vida.   

"A vida útil" (2012), produção uruguaia dirigida por Federico Veiroj, é uma obra provocadora, da qual se cria um sinal de fumaça sobre o quão é importante manter os centros de preservação e difusão de filmes autorais e que sofrem para manter essa missão em prol da sétima arte. O protagonista Jorge (Jorge Jellinek), representa todos aqueles que amam o cinema e que defendem de todas as formas possíveis. Ele faz a curadoria, grava spots de divulgação, apresenta convidados especiais, dubla filmes ao vivo, se reúne com a diretoria para buscar soluções para a crise financeira.
Essa última questão, aliás, simboliza uma infeliz coincidência da qual o nosso mercado Audiovisual Brasileiro se encontra e que sobrevive entre altas penas em meio aos cortes que o governo impõe contra a nossa própria cultura. O diretor adverte, no início, que não se trata de uma obra baseada em fatos verídicos. Contudo, a primeira parte de “A vida útil” vai de contra a mão com os primeiros minutos de projeção que é dito isso e nos faz questionar a sua real proposta sobre o assunto. Além de ser em preto e branco e de contar com elenco de amadores (Jorge Jellinek, aliás, é um crítico de cinema daquele país), tem sequências com, aparentemente, pouca atuação, como no caso de uma reunião da diretoria da cinemateca, com diálogos curtos e que deixam alguns pontos em aberto.
Curiosamente, em nenhum momento é mencionado o nome “Cinemateca Uruguaya”, mas é lá que tudo acontece. Ao meu ver, o cenário estaria, portanto, representando a Cinemateca como um todo daquele país, que na época (2012) estava passando por uma terrível crise financeira. A segunda parte da obra segue para um novo rumo e mais ou menos curioso.
O protagonista sai da cinemateca, vai a um salão de cabeleireiros para um corte de cabelo e se dirige à universidade onde trabalha uma amiga para convida-la a sair. Enquanto aguarda por ela, é confundido com o professor substituto e surpreende todos, principalmente o cinéfilo que assiste, com um belo discurso sobre o papel da mentira. Se a intenção do cineasta era denunciar o desinteresse do estado perante esse universo da cinefilia, o resultado acaba se tornando muito bem-sucedido, mesmo em um curto espaço de tempo. Além disso, elaborou uma belíssima homenagem ao cinema como um todo, ao utilizar elementos clássicos do cinema, criar um final digno de nota e que remete a era de ouro do cinema.
“A Vida Útil” não é uma carta de Adeus as Cinematecas, mas sim uma carta de amor para todos os amantes do cinema. 

A sessão ocorre na Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085) dia 14 de maio, a partir das 20h. Após a projeção o filme será comentado por Carla Oliveira e Paulo Casa Nova. Ingressos à venda no local. Valor R$ 10,00. 

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domingo, 12 de maio de 2019

Cine Dica: Sessão Accirs #5 - A Vida Útil, de Federico Veiroj


Filmes com olhares diversificados para o cinema dão continuidade à Sessão ACCIRS, que realiza o segundo ciclo entre abril e julho de 2019. O programa de exibições de filmes com debate, iniciado no ano passado, é um dos eventos em comemoração aos 10 anos da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. As sessões comentadas com periodicidade bimestral e itinerância no circuito exibidor do Estado tem curadoria do associado da Accirs, crítico e programador da Cinemateca Capitólio, Leonardo Bomfim.

A programação do segundo ciclo tem sequência com a exibição da co-produção entre Uruguai e Espanha: A Vida Útil, de Federico Veiroj.

Sinopse: Empregado da cinemateca em Montevidéo, Jorge (Jorge Jellinek) cuida da programação da casa, assim como da projeção e das contas. Aficionado por cinema, o funcionário se desespera quando descobre  que a instituição vai fechar por causa das dificuldades financeiras. Realizado em preto e branco, escrito e dirigido por Federico Veiroj, o filme é uma ode ao cinema e à cinefilia. São feitas várias referências a filmes, inclusive aparece uma sucessão de fotogramas ampliados de um cavalo galopando, que é uma citação ao fotógrafo Muybridge, um dos precursores da arte cinematográfica. Participações de Paola Venditto e Manuel Martinez Carril, falecido em 2014, jornalista que dedicou sua vida profissional à Cinemateca Uruguaia.

A sessão ocorre na Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085) dia 14 de maio, a partir das 20h. Após a projeção o filme será comentado por Carla Oliveira e Paulo Casa Nova. Ingressos à venda no local. Valor R$ 10,00.

Atenciosamente,
Carlos Eduardo Lersch.

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Antonio A. B. Boaretto 
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