Sinopse: Após uma
série de ousadas aventuras, o jovem Han Solo encontra seu futuro copiloto,
Chewbacca, e o notório jogador Lando Calrissian.
Se por um lado é fácil assistir as trilogias de Star Wars no cinema, por outro, acompanhar o universo
expandido de cabo a rabo é uma missão praticamente impossível. Basta, por
exemplo, observar que há um número cada vez maior de HQ, livros e vídeo games
vistos no mercado e isso sem contar as séries animadas e de futuros projetos
para TV que estão em andamento. Contudo, o projeto da Disney em criar filmes
recentes derivados da franquia original, nos convida para assistir histórias
fechadas e se tornando bem vindas até mesmo para aqueles que nunca assistiram
nada até hoje da franquia.
Rogue One, por
exemplo, foi um filme bem executado e sendo bem aceito pelo público. Ao focar
em eventos que se localizam pouco antes dos vistos no clássico Uma Nova
Esperança de 1977, o público teve a oportunidade de testemunhar uma trama que
vai muito além de mestres Jedis e dos significados da força. Han Solo: Uma
História Star Wars segue essa mesma cartilha, mas usando um personagem clássico
da franquia original e que, embora com as suas inúmeras falhas, é um filme até
certo ponto divertido e convidativo para os leigos.
Dirigido sob
encomenda pelo cineasta Ron Howard (Uma Mente Brilhante), aventura se passa
anos antes de Uma Nova Esperança, onde vemos o jovem Han Solo (Alden
Ehrenreich) iniciar os seus primeiros passos como contrabandista da galáxia. Além
de conhecer o seu futuro copiloto Chewbacca, Han conhece outros contrabandistas
como Tobias (Woody Harrelson) e Lando (Donald Glover), sendo ele dono da
millenium Falcon na época. Com o intuito de reencontrar a sua namorada Kira (Emilia
Clarke), Han embarca em inúmeras aventuras, tanto para reencontrá-la, como
também para obter algum lucro ao lado dela.
Se Rogue One
funcionava com uma história independente, mesmo ela trazendo alguns elementos da
primeira e segunda trilogia, Han Solo tem a missão ingrata de trazer de volta o
anti-herói para as telas que tanto os fãs amam e fazendo da obra algo muito
dependente da trilogia original. Porém, assim como Rogue One, a trama até que
funciona de uma forma fluida, mesmo quando ela possua situações que nos lembrem
demais os espetáculos visuais dos filmes originais. Quando eu pensava num filme
estrelado por Han Solo, por exemplo, eu
sempre imaginava algo bem mais próximo de um faroeste se passando no espaço e
desprendendo um pouco das questões que vão desde ao império e a resistência.
Mas se esse detalhe
me incomodou, por outro lado, foi uma surpresa em ver o bom desempenho de Alden
Ehrenreich em cena. Embora Harrison Ford ainda seja o interprete definitivo de
Han Solo, Ehrenreich até que se sai bem, não só interpretando, como também
imitando os trejeitos e os cacoetes que o ator havia inventado para o
personagem na época. Se alguns dirão que isso é falta de inspiração, por outro
lado, é uma prova que o ator tem uma total consciência do vespeiro que havia se
metido e não queria desapontar os fãs de imediato.
Mas se por um lado
Woody Harrelson se sai bem como uma espécie de mentor para o futuro
contrabandista, por outro lado, Donald Glover não consegue se sobressair ao dar
vida ao jovem Lando e estando somente em cena para mostrar como ele e Solo se
conheceram e como esse último adquiriu a millenium Falcon. Porém, Emilia Clarke
se sobressai como interesse amoroso do protagonista, pois além de se revelar
como mais uma mulher forte dentro da franquia, a interprete também consegue nos
passar certo ar de ambiguidade em sua personagem e fazendo com que nunca
tenhamos certeza de suas reais intenções. Isso acaba até mesmo gerando sementes
para a construção do caráter de Solo, já que no início do filme original ele
somente tinha interesse por lucro e nunca abraçar uma causa que existe em seu
mundo em volta.
Porém, quando
desejamos mais do filme, ele acaba se encaminhando por veredas que teimam em se
interligar aos filmes originais. Isso faz com que não tenhamos a construção por
completo da imagem de Han Solo que nós conhecemos. Ao invés disso,
principalmente no ato final da trama, os realizadores se preocuparam não
somente em terminar o filme logo de uma vez, como deixar algumas pontas soltas
para uma possível sequência e isso se potencializa com a aparição surpresa de
um personagem até então esquecido da franquia.
Em meio a tropeços e
acertos, Han Solo: Uma História Star Wars é uma aventura despretensiosa e da
qual os fãs precisam levar ela somente na esportiva.