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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Cine Dica: Curso Cinema Independente Brasileiro



Apresentação

Ao mesmo tempo prolífico e de nicho, o cinema brasileiro vive um paradoxo neste século 21: faz-se muitos filmes no país, mas, em sua maioria, esses títulos são pouco vistos pelo grande público, consequência direta das dificuldades de ocupação de um mercado totalmente dominado pelos blockbusters de Hollywood. O que o espectador está perdendo?


Acima de tudo, uma diversidade enorme de propostas estéticas, muitas destas apresentadas por novas gerações, as primeiras formadas na era do vídeo digital, dostreaming e do compartilhamento de longas-metragens via internet. À margem do circuito e na era “pós-industrial”, surgiu um novo e vigoroso cinema independente brasileiro.


Quais são suas características? Suas correntes, seus principais filmes e cineastas? E como estes estão organizados? Além de apresentá-los, este curso pretende refletir sobre como esse novíssimo cinema nacional problematiza a produção de imagens nestes tempos de hiperconectividade, aproximação das linguagens artísticas e bombardeio de informações, sobretudo visuais.


Objetivos

O Curso Cinema Independente Brasileiro Hoje, ministrado por Daniel Feix, vai propor uma discussão sobre os caminhos do novo cinema independente do Brasil neste início de século XXI. O acesso às novas tecnologias e a realidade dos compartilhamentos pelas redes promoveram uma revolução no audiovisual brasileiro, gerando propostas inovadoras e vigorosas, em forma e conteúdo. O curso fará uma reflexão sobre este momento do nosso cinema, imerso na explosão de imagens e informações que estimulam novos cineastas e geram novas possibilidades artísticas e estéticas.


Conteúdo programático

1. O que é ser independente no Brasil: o paradoxo do mainstream.

2. Independentes ontem e hoje: dos filmes marginais aos filmes pós-industriais.
A autoficção, o cinema de um homem só e os filmes sem distribuição;
Estrada para Ythaca;
Morro do CéuPacificRiscado e 33.

3. Sensação de realidade: o documentário na ficção.
- A influência de Eduardo Coutinho;
- A subversão a Eduardo Coutinho;
O Céu sobre os Ombros;
Terra Deu, Terra Come.

4. Cinema de galeria: a aproximação às outras linguagens.
Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo;
Vídeo digital, cinemascope e internet;
Sudoeste e As Horas Vulgares.

5. Outra sensação de realidade: o apelo da fantasia.
A Alegria e Girimunho.

6. O público cada vez mais longe.
Meu Nome É DindiOs Monstros e A Vizinhança do Tigre.

7. Um realismo brasileiro: questões acerca da autenticidade.
Ela Volta na QuintaCastanha e Branco Sai, Preto Fica.


Ministrante: Daniel Feix

Jornalista e crítico de cinema. Graduou-se pela PUCRS em 2000 e, desde então, atua em veículos de imprensa de Porto Alegre. Foi editor da revista de cultura “Aplauso” e atualmente é editor e crítico no jornal Zero Hora. Tem artigos publicados em livros como Bernardet 80 (Paco Editorial), Os 100 Melhores Filmes Brasileiros (Letramento) e Os Filmes que Sonhamos (Lume). Cursa mestrado na PUCRS, com pesquisa sobre o realismo nos filmes híbridos brasileiros do século 21. Integra as associações de críticos do RS (ACCIRS) e do Brasil (ABRACCINE).


Curso
Cinema Independente Brasileiro Hoje
de Daniel Feix


Datas: 08 e 09 de Julho (sábado e domingo)

Horário: 14h às 17h

Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)

Local: Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)

Investimento: 
R$ 85,00
* Desconto para pagamento por depósito ou transferência bancária:
a) R$ 70,00 (primeiras 10 inscrições)
b) R$ 80,00 (demais inscrições)

Formas de pagamento: Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro)

Material: Certificado de participação

Informações
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714

Inscrições

Realização

terça-feira, 20 de junho de 2017

Cine Especial: Micro Vídeos & Redes Sociais: Novas narrativas e linguagens: Parte 3



 Nos dias 24 e 25 de Junho eu estarei participando do curso Micro Vídeos & Redes Sociais:Novas narrativas e linguagens, criado pelo Cine Um e ministrado pela Publicitária formada pela PUCRS Sheron Neves. Por aqui, antes da atividade, eu estarei postando uns vídeos caseiros, onde eu farei uma pequena analise das cenas de determinados filmes.

 Mais informações sobre o curso vocês encontram clicando aqui. 


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Cine Dica: Cineclube Academia das Musas debate Um Divã em Nova York

COMÉDIA ROMÂNTICA DE CHANTAL AKERMAN É ATRAÇÃO DO CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS
Na terça-feira, 20 de junho, às 20h, o Cineclube Academia das Musas exibe na Cinemateca Capitólio Petrobras a singular comédia romântica dirigida por Chantal Akerman, Um Divã em Nova York (Un Divan à New York, 104 min., França/Alemanha/Bélgica, 1996). Após a sessão, acontece um debate com integrantes do grupo. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. 

UM DIVÃ EM NOVA YORK

O doutor Henry Harriston (William Hurt) é um importante psicanalista novaiorquino. Béatrice Saulnier (Juliette Binoche) é uma bailarina francesa. Os dois decidem trocar de apartamentos por algumas semanas, para fugir da rotina e do stress. Mas como a decisão é tomada da noite para o dia, eles acabam se envolvendo nos assuntos pessoais, profissionais e amorosos do outro. A comédia romântica Um Divã em Nova York é, ao mesmo tempo, o maior fracasso e o filme mais singular da trajetória de Chantal Akerman, diretora que abriu diversas portas para o cinema experimental contemporâneo, desde a sua estreia em longa-metragem nos anos 1970.

CHANTAL AKERMAN

Nasceu em Bruxelas, Bélgica, e foi uma das mais influentes realizadoras de cinema experimental. Entre seus filmes, destacam-se Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975), exibido nos festivais de Cannes, Veneza e Toronto; Histoires d'Amérique (1989), seleção oficial do Festival de Berlim; Je, tu, il, elle (1977), Festival de Toronto; Toute une nuit (Berlim 1982) e The Captive (Cannes 2000). Akerman morreu em 2015.

CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS

O Cineclube Academia das Musas é formado por um grupo de pesquisas sobre filmes dirigidos por mulheres. Em 2017, já realizaram na Cinemateca Capitólio Petrobras sessões com os filmes O Touro, de Larissa Figueiredo, e Quando a Mulher Se Opõe, de Dorothy Arzner.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Quem é Primavera das Neves



Sinopse: Em março de 2010, o cineasta Jorge Furtado (O Homem que Copiava) publica em seu blog, indagando quem pode ter notícias sobre a tradutora de Alice no País das Maravilhas, Primavera das Neves, cujo nome o fascina. Três anos depois, numa noite de insônia, Eulalie Ligneul responde: Primavera Ácrata Saiz das Neves foi sua amiga. A busca sobre quem foi Primavera ganha a ajuda de duas amigas de infância da tradutora e poetisa: Eulalie e a artista plástica Anna Bella Geiger.

Muitos buscam o sucesso e se tornam celebridades, mesmos aqueles que se dizem mestres na área, mas que não irão acrescentar em nada na vida das outras pessoas. Porém, há pessoas que vivem no anonimato, mas que conseguem passar um conteúdo, graças ao seu talento escondido e do qual se consegue nos passar algum significado. É nessas linhas de pensamentos do qual transita o documentário Quem é primavera das neves e provando que um grande talento às vezes se encontra escondido nas entrelinhas de um pequeno texto.
Neste documentário, Jorge Furtado busca respostas sobre quem é Primavera das Neves, nome da tradutora de uma das versões do livro Alice do País das Maravilhas do qual ele leu em certa ocasião. Uma vez que ele levantou essa pergunta em seu blog, imediatamente surgiu uma resposta, mais precisamente vinda de uma velha amiga da tradutora, chamada Eulalie Ligneul. Não demorou muito para então surgir mais uma amiga da tradutora, a artista plástica Anna Bella Geiger e nascendo então uma história sobre essa enigmática personagem.
De forma incomum, Jorge Furtado abre o filme com uma cena da primeira versão de Alice no País das Maravilhas da época do cinema mudo. A intenção, logicamente, é sintetizar uma aura de descoberta que irá se estender ao longo do documentário sobre a tradutora e poetiza, cuja sua vida ganha forma na tela, através de depoimentos de suas amigas e do seu ex-marido, o português Manoel Pedroso. Não demora muito para Furtado descobrir que Andrea tinha uma história rica, do qual começava antes do início da Segunda Guerra Mundial, até nos tempos de ditadura que assombrava países como Portugal, Brasil e dos quais ela presenciou e enfrentou.
Através de jornais antigos, fotos de arquivo e volumes literários dos quais ela veio a traduzir, o documentário não somente presta uma bela homenagem a tradutora, como também para aqueles que amam uma boa leitura literária e poética. É nesses momentos que, entre um depoimento e outro, surge em cena atriz Mariana Lima (Olga), do qual presta um pequeno e belo serviço lendo os principais trechos dos livros do qual das Neves traduziu e das suas poesias até então inéditas. Furtado cria então uma linha de tempo da escritora, mas não para buscar respostas fáceis sobre o porquê de ela ter preferido uma vida reservada.
Em vez disso, o cineasta opta em revelar de forma gradual para o cinéfilo, o talento dessa escritora, da qual se prestou a inserir em clássicas obras literárias o seu dom em passar vida nas palavras. Mesmo traduzindo livros, dos quais já eram conhecidos do grande público, Primavera das Neves passava a idéia de que poderia ir longe e criar histórias e poesias de sua própria autoria. Infelizmente ela partiu cedo desse mundo, mas ao mesmo tempo, manteve intacto o seu trabalho, cujas inúmeras poesias de sua autoria vieram agora ao público.
Em pouco mais de uma hora de projeção, o documentário Quem é Primavera das Neves nos prova que grandes histórias podem estar escondidas e aguardando para então serem finalmente reveladas. 



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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2017 das salas de cinema da Casa de Cultura Mario Quintana.

PATERSON
 
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 1 / PAULO AMORIM
15h30 – AS FALSAS CONFIDÊNCIAS
 (Les Fausses Confidences - França, 2016, 95min). Direção de Luc Bondy, com Isabelle Huppert, Louis Garrel e Yves Jacques. Supo Mungam Filmes, 12 anos. Comedia dramática.
Sinopse: Baseada na comédia farsesca de Pierre de Marivaux (1688-1763), a trama acompanha as tentativas do jovem sedutor Doravante em conquistar a ricaça Araminte, plano que conta com a ajuda de Dubois, empregado da madame. O filme foi rodado na mesma época em que o elenco encenava a peça no Théâtre de l´Odéon, em Paris.
 17h15 – ALÉM DAS PALAVRAS
 (A Quiet Passion – Inglaterra-Bélgica, 2016, 125min). Direção de Terence Davies, com Cyntia Nixon, Jennifer Ehle, Keith Carradine. CineArte, 12 anos. Drama.
Sinopse: A norte-americana Emily Dickinson (1830-1886) é considerada uma das maiores poetisas de todos os tempos – mas seu talento praticamente não foi reconhecido em vida. O filme acompanha a trajetória da artista desde a juventude, quando abandonou o internato religioso, até a maturidade em família. Emily nunca se casou e nem aceitou as convenções da época, transformando suas repressões e paixões secretas em inspiração para sua obra.
  19h30 – UNA
(Estados Unidos/Canadá, 95min, 2016). Direção de Benedict Andrews, com Rooney Mara, Ben Mendelsohn, Riz Ahmed. Mares Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse: Quinze anos depois de ser abusada sexualmente por um vizinho, Una resolve confrontar seu trauma. Ela vai ao escritório de Ray buscando respostas para o que aconteceu, o que traz à tona um passado de segredos e sentimentos não revelados. O filme é baseado na peça “Blackbird”, de David Harrower.

PROGRAMAÇÃO DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2017
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 2/ EDUARDO HIRTZ

15h – STEFAN ZWEIG: ADEUS, EUROPA
(Stefan Zweig: Farewell to Europe - Áustria/Alemanha/França, 105min, 2016). Direção de Maria Schrader, com Josef Hader, Tomas Lemarquis, Barbara Sukowa. Esfera Filmes, 12 anos. Drama.
Sinopse: Em 1936, o escritor austríaco Stefan Zweig fugiu do nazismo na Europa e veio para a América. Ele viveu nos Estados unidos e na Argentina, mas se apaixonou mesmo pelo Brasil, fixando residência em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Mas Zweig nunca se conformou com a intolerância e os extremismos que tomaram conta da Europa nos tempos de Hitler e cometeu suicídio, junto com a mulher, em 23 de fevereiro de 1942.

17h – PATERSON
(Estados Unidos, 115min, 2017). Direção de Jim Jarmusch, com Adam Driver, Golshifteh Farahani, Rizwan Manji. Fênix Filmes, 12 anos. Comédia dramática.
Sinopse: Paterson é um pacato motorista de ônibus que vive em uma cidade que também se chama Paterson. Sua rotina é a mesma todos os dias: ele vai do trabalho para casa e vice-versa, passeia com o cachorro e tem uma relação carinhosa com a mulher. O diferencial de Paterson é que ele é um grande observador do cotidiano e gosta de fazer poesias. 

19h – ARGENTINA
(Argentina/França/Espanha, 2015, 90min). Documentário com direção de Carlos Saura. Imovision, Livre.

Sinopse: Depois de filmes como “Tango”, “Iberia” e “Fados”,  o diretor espanhol investiga o folclore argentino. O documentário revisita a cultura musical do país vizinho desde o passado até os dias atuais, com participações de Mercedes Sosa, Juan Falú, Pedro Aznar, Soledad Pastorutti e Luis Salinas.

PROGRAMAÇÃO DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2017
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 3 / NORBERTO LUBISCO
 
15h30 – A JOVEM RAINHA
(The Girl King – Finlândia/Alemanha/Canadá/Suécia/França, 2017, 105min). Direção de Mika Kaurismäki, com Malin Buska, Sarah Gadon, Michael Nyqvist. Mares Filmes, 14 anos. Drama histórico.
Sinopse: Cristina I (1626 – 1689) se tornou rainha da Suécia com apenas seis anos, após a morte do pai. Ela assumiu o trono 12 anos depois e entrou para a história como uma mulher à frente do seu tempo por conta dos ideais progressistas, pela opção em ficar solteira e pela imensa cultura - um de seus amigos era o filósofo René Descartes. Mas ela teve vários enfrentamentos com a corte política e acabou abdicando do trono em favor de um primo.   

17h30 – CENTRAL
(Brasil, 90min, 2017). Documentário de Tatiana Sager. 14 anos.
Sinopse: Baseado no livro "Falange Gaúcha", do jornalista Renato Dornelles, o filme mostra a realidade do Presídio Central de Porto Alegre, que já foi considerado o pior cárcere do Brasil. A partir de depoimentos de policiais, representantes do judiciário, de presos e seus familiares, o filme mostra uma realidade que passa por galerias superlotadas, o controle das facções (inclusive financeiro) e as decisões governamentais para evitar tragédias.

19h15 – A FILHA AMERICANA
(Rússia, 1995, 94min). Direção de Karen Shakhnazarov, com roteiro de Aleksandr Borodyansky. MosFilm, 14 anos. Drama.

Sinopse: Dez anos depois de ser abandonado pela mulher, que foi morar nos Estados Unidos, um músico russo viaja à terra do Tio Sam disposto a restabelecer os laços com a filha pré-adolescente.  O longa integra a série Cinema Soviético, com títulos do famoso estúdio MosFilm.

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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Cine Dicas: Em Blu-Ray - DVD - VOD: O Lagosta



Sinopse:Num futuro, muitas pessoas estão fadadas à solteirice. Todas elas são obrigadas a passarem 45 dias em um hotel para encontrarem suas caras-metades. Caso contrário, os solteiros são transformados em bichos e levados para uma floresta. David (Colin Farrell) é um deles. Se ele não conseguir achar o amor de sua vida já está decidido a virar uma lagosta, pois o crustáceo vive até os 100 anos.




O sucesso recente de franquias como Jogos Vorazes, dos quais mostram futuros distópicos, levantou o interesse de alguns estúdios em investir cada vez mais nesse tipo de assunto. O problema é sempre tentar agradar o público, mas ao mesmo tempo, alguns filmes caem no óbvio e posteriormente no esquecimento. Em meio a esse quadro, esse pequeno O Lagosta representa uma agradável surpresa, pois utiliza uma trama originalíssima e aliada com um humor negro curioso e ao mesmo tempo crítico.
Dirigido pelo cineasta grego Yorgos Lanthimos, acompanhamos  uma trama da qual se passa no futuro, onde as pessoas são obrigadas a terem que se casar e nunca viverem sozinhas. Caso as pessoas não consigam uma união, elas então são obrigadas a se transformarem num animal, do qual elas precisam escolher, pois caso não se transformarem, elas então são jogadas na floresta para servirem de caça. Num hotel de luxo, o personagem de Colin Farrell se vê obrigado a ter que escolher então o seu par perfeito, ou então se transformar num animal, que no caso da sua escolha foi uma lagosta que dá titulo ao filme.
Embora a sensação de estranheza nos atinja em seus primeiros minutos de projeção, os roteiristas Lanthimos e Efthymis Filippou se encarregaram de criar situações inusitadas e das quais nos prende atenção. Em tempos atuais dos quais vivemos, onde há diversas escolhas na forma de se viver, é interessante assistir uma trama que nos lança uma realidade da qual não há muita opção para o indivíduo e que se vê obrigado a ter que escolher uma vida da qual até mesmo não consegue se enquadrar. E se essa situação já é muito incomoda, os que optam em viverem sós e se tornando caça não é muito diferente, já que a sua política da individualidade acaba se tornando tão cruel quanto aquela criada pelo próprio estado. 
Colin Farrell se sai bem como um personagem que convive com essa realidade, mas que não consegue se encaixar em nenhum dos lados. Com uma melancolia se cruzando com um grau de ambiguidade, o ator nos brinda com o seu melhor desempenho depois de muito tempo. E se Rachel Weisz é uma espécie consciência lúcida da qual nos convida (no primeiro ato em narração off) para compreendermos essa realidade, Léa Seydoux (Azul é a cor mais quente)  nos passa uma personalidade fria e calculista perante o mundo do qual vive e se tornando uma espécie de contra parte da personagem Weiz aos olhos do personagem de Farrell. 
Com um final em aberto, mesmo havendo um fio de esperança para determinados personagens, O Lagosta possui uma originalidade peculiar em suas entrelinhas e por isso mesmo convidativa para aqueles que buscam por algo de novo no cinema. 

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