Sinopse: Em março de 2010, o
cineasta Jorge Furtado (O Homem que Copiava) publica em seu blog, indagando
quem pode ter notícias sobre a tradutora de Alice no País das Maravilhas,
Primavera das Neves, cujo nome o fascina. Três anos depois, numa noite de
insônia, Eulalie Ligneul responde: Primavera Ácrata Saiz das Neves foi sua
amiga. A busca sobre quem foi Primavera ganha a ajuda de duas amigas de
infância da tradutora e poetisa: Eulalie e a artista plástica Anna Bella
Geiger.
Muitos buscam o sucesso e se
tornam celebridades, mesmos aqueles que se dizem mestres na área, mas que não irão
acrescentar em nada na vida das outras pessoas. Porém, há pessoas que vivem no
anonimato, mas que conseguem passar um conteúdo, graças ao seu talento
escondido e do qual se consegue nos passar algum significado. É nessas linhas
de pensamentos do qual transita o documentário Quem é primavera das neves e provando
que um grande talento às vezes se encontra escondido nas entrelinhas de um
pequeno texto.
Neste documentário, Jorge Furtado
busca respostas sobre quem é Primavera das Neves, nome da tradutora de uma das
versões do livro Alice do País das Maravilhas do qual ele leu em certa ocasião. Uma vez
que ele levantou essa pergunta em seu blog, imediatamente surgiu uma resposta, mais
precisamente vinda de uma velha amiga da tradutora, chamada Eulalie Ligneul. Não
demorou muito para então surgir mais uma amiga da tradutora, a artista plástica
Anna Bella Geiger e nascendo então uma história sobre essa enigmática
personagem.
De forma incomum, Jorge
Furtado abre o filme com uma cena da primeira versão de Alice no País das
Maravilhas da época do cinema mudo. A intenção, logicamente, é sintetizar uma
aura de descoberta que irá se estender ao longo do documentário sobre a
tradutora e poetiza, cuja sua vida ganha forma na tela, através de depoimentos
de suas amigas e do seu ex-marido, o português Manoel Pedroso. Não demora muito
para Furtado descobrir que Andrea tinha uma história rica, do qual começava
antes do início da Segunda Guerra Mundial, até nos tempos de ditadura que
assombrava países como Portugal, Brasil e dos quais ela presenciou e enfrentou.
Através de jornais antigos, fotos
de arquivo e volumes literários dos quais ela veio a traduzir, o documentário
não somente presta uma bela homenagem a tradutora, como também para aqueles que
amam uma boa leitura literária e poética. É nesses momentos que, entre um
depoimento e outro, surge em cena atriz Mariana Lima (Olga), do qual presta um pequeno
e belo serviço lendo os principais trechos dos livros do qual das Neves traduziu
e das suas poesias até então inéditas. Furtado cria então uma linha de tempo da
escritora, mas não para buscar respostas fáceis sobre o porquê de ela ter
preferido uma vida reservada.
Em vez disso, o cineasta
opta em revelar de forma gradual para o cinéfilo, o talento dessa escritora, da
qual se prestou a inserir em clássicas obras literárias o seu dom em passar
vida nas palavras. Mesmo traduzindo livros, dos quais já eram conhecidos do
grande público, Primavera das Neves passava a idéia de que poderia ir longe e
criar histórias e poesias de sua própria autoria. Infelizmente ela partiu cedo
desse mundo, mas ao mesmo tempo, manteve intacto o seu trabalho, cujas inúmeras
poesias de sua autoria vieram agora ao público.
Em pouco mais de uma hora de projeção, o
documentário Quem é Primavera das Neves nos prova que grandes histórias podem
estar escondidas e aguardando para então serem finalmente reveladas.
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