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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Cine Especial: JOHN CARPENTER: ELE VIVE: Parte 2



Nos dias 24 e 25 de outubro eu estarei no Cine Capítulo, participando do curso John Carpenter: Ele Vive, criado pelo Cine Um e ministrado pelo escritor, cineasta e especialista em Cinema  Fernando Mantelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei destrinchar sobre os principais filmes desse cineasta que está entre os mais cultuados da história do cinema.

 

Halloween - A Noite do Terror (1978)



Sinopse: Na noite de halloween aos 6 anos de idade, Michael assassina brutalmente sua irmã, Judith Myers, após a mesma ter relações sexuais com o namorado na ausência dos pais. Por este ato, é enviado ao Sanatório Smith Groove, em Handonfield, onde permanece por exatos 15 anos. Fugindo do sanatório, Myers volta à sua cidade natal e na noite de halloween de 1978 persegue e mata os vizinhos de sua casa abandonada.


Violência e sangue, na medida para quem procura sustos e arrepios em cada sequência. Grande sucesso de bilheteria, que abriu caminho para a explosão do cinema de horror dos anos 70 aos anos 80. Gerou inúmeras sequências e várias imitações. Primeiro grande sucesso da carreira de Jamie Lee Curtis, que na época, era mais conhecida por ser filha de Tony Curtis e Janet Lee (Psicose)

Curiosidade: Por causa do baixo orçamento, não foi possível contratar um figurinista, por isso os atores vinham para as filmagens com as roupas de casa.

 

A Bruma Assassina (1980)



Sinopse: Antonio Bay, uma comunidade pesqueira, está prestes a comemorar cem anos de fundação, mas justamente nestes dias acontecem estranhos acontecimentos enquanto o lugar é coberto por uma estranha bruma brilhante. Stevie Wayne (Adrienne Barbeau), a proprietária e operadora da rádio local, vê que algo muito grave está acontecendo e se preocupa em alertar a população.


Apenas dois anos depois do surpreendente sucesso de Halloween, John Carpenter retornou ao gênero terror com A Bruma Asssassina. O filme é um conto moral sobre o que os males da ganância podem causar ao se abaterem sobre uma pequena comunidade, repetindo alguns aspectos de Halloween, como os assassinatos em série e Jamie Lee Curtis, no papel de uma moça que vive de cidade em cidade e acaba por ajudar a combater a ameaça que vem da bruma.Mas, em se tratando de um filme de John Carpenter, o conto moral vem disfarçado em um dos melhores filmes de terror e suspense já filmados, com as cenas dos assassinatos evocando passagens de filmes de Dario Argento. 
O terror e o suspense no filme aparecem muito mais nas atmosferas criadas por Carpenter com o uso do som de objetos caindo, coisas se quebrando, a música eletrônica, composta por ele mesmo, o uso dos espaços vazios como elementos geradores de tensão, proporcionado pelo enquadramento em cinemascope, do que com a violência física dos assassinatos, que ocorre em grau até detalhado em termos gráficos, mas é apenas um elemento a mais na construção estética do filme.Metáfora de um país que entrava nos anos 1980 cada vez mais voltado para políticas econômicas neoliberais, ou seja, que visavam o lucro antes do bem-estar social, A Bruma Assassina expõe que há algo na natureza (e a maneira com que Carpenter filma a bruma faz com que ela se pareça com um ser vivo) que transcende o simples materialismo do dinheiro. Como cena símbolo do filme, àquela em que o padre da cidade, neto do padre que tramou a morte dos leprosos, devolve aos mortos-vivos o dinheiro que seu avô havia escondido dentro da igreja, na forma de uma cruz de ouro maciço.
 Interessados no curso devem se dirigir na pagina do Cine Um clicando aqui. 

 
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Cine Dica: Estreia de Filme Cubano Homenageia os Professores

O CineBancários, o Programa de Alfabetização Audiovisual e a Esfera Filmes convidam professoras e professores a comemorar o Dia dos Professores e Professoras, 15 de outubro, participando da sessão especial do lançamento do filme cubano “Numa Escola de Havana”, de Ernesto Daranas, na sessão das 19h. Após a exibição, ainda terá um debate com os convidados Gabriel de Andrade Junqueira Filho (pedagogo, mestre e doutor em educação e professor da Faculdade de Educação da UFRGS), Milton do Prado Franco (montador, professor e coordenador do CRAV/Unisinos) e Marcelo Perrone (crítico de cinema). A sessão será exclusiva para professoras e professores com entrada franca.
“Numa Escola de Havana” foi exibido em dezenas de festivais pelo mundo, entre eles, Habana Film Festival em Nova York, Festival de Cine de Giffoni (itália), seleção oficial do Festival de Toronto, recebeu o prêmio de melhor direção (Ernesto Daranas) e melhor ator (Armando Valdés) no Festival Internacional de Cinema de Brasília (Brasil) e foi o grande vencedor do 36º Festival del Nuevo Cine Latino-americano (Cuba), além de ter sido o filme escolhido por Cuba para representar o país no Oscar 2015 e ter sido indicado ao prêmio Goya deste ano.
“Numa Escola de Havana” entra em cartaz no CineBancários dia 15 de outubro, com sessões às 15h, 17h e 19h e ingressos por R$8,00, para o público geral, e R$4,00, para estudantes, idosos, deficientes físicos e jornalistas e bancários sindicalizados.

SINOPSE:
   Chala é um garoto de 11 anos com uma vida familiar difícil e um comportamento problemático na escola. Quando sua professora Carmela, a única pessoa que Chala respeita, tem que se ausentar por motivos de saúde, sua substituta o transfere para um internato. Ao voltar, Carmela tenta reverter a decisão, mas os compromissos que ela terá que assumir irão colocar os dois em risco.

SOBRE O FILME:
“Numa Escola de Havana” faz um retrato da educação em Cuba a partir da emocionante relação de um estudante rebelde com sua professora. O filme foi visto por mais de 400 mil espectadores em seu país, um fenômeno que conseguiu o milagre de ser indicado tanto pelo jornal Granma (pró governo), quanto pela blogueira Yoani Sanches (uma das pessoas mais influentes do mundo, segundo a Revista Times, crítica ferrenha ao regime cubano).
 Embora a educação cubana seja o núcleo do longa-metragem, outras realidades da ilha são apreciadas neste filme, assim afirma a atriz Alina Rodriguez, interprete de Carmela. A atriz, um grande nome da dramaturgia em seu país, acaba de falecer vítima de um câncer sendo este é seu último trabalho no cinema. Sobre o filme, Aline declarou: "Raramente você encontrar um roteiro que tem tanto em comum com o que você quer dizer. Ensinar foi o meu primeiro emprego, por isso utilizei a experiência que tive. Este filme foi feito com crianças, mas é, sem dúvida, destinado a adultos, para fazê-los refletir sobre questões como a educação, valores, conflitos éticos.... Temos que lutar por tudo o que foi perdido dentro e fora da sala de aula."
O longa-metragem relaciona-se com outros filmes dirigidos por Ernesto Daranas, como “Dioses Rotos” (2008) pelo tema da marginalidade, e junto com outros filmes como “Pelo Malo” e o ainda não lançado “El Abrazo de La Serpiente” (que chegará aos cinemas pela Esfera Filmes) fazem parte de uma tríade mágica do cinema latino-americano contemporâneo. São filmes com histórias muito bem contadas, e com inúmeras camadas de desdobramentos e reflexões. A partir desses filmes seria possível reconstruir uma histórica simbólica da América Latina contemporânea, urbana, passional, injusta e guerreira.

FICHA TÉCNICA:
“NUMA ESCOLA DE HAVANA” (Conducta)
Cuba - 2014 – 108’ - Drama
Direção: Ernesto Daranas
Elenco: Silvia Aguila, Alina Rodríguez, Armando Valdés Freire
Distribuição: Esfera Filmes

TRAILER:

GRADE DE HORÁRIOS:
13 de outubro (terça-feira)
15h - Orestes, de Rodrigo Siqueira
17h - Orestes, de Rodrigo Siqueira
19h - Orestes, de Rodrigo Siqueira

14 de outubro (quarta-feira)
15h - Orestes, de Rodrigo Siqueira
17h - Orestes, de Rodrigo Siqueira
19h - Orestes, de Rodrigo Siqueira

15 de outubro (quinta-feira)
15h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
17h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
19h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas (Sessão especial gratuita para professoras e professores: debate após a exibição com Gabriel de Andrade Junqueira Filho, Milton do Prado Franco e Marcelo Perrone)

16 de outubro (sexta-feira)
15h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
17h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
19h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas

17 de outubro (sábado)
15h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
17h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
19h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas

18 de outubro (domingo)
15h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
17h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas
19h - Numa Escola de Havana, de Ernesto Daranas

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Cine Especial: JOHN CARPENTER: ELE VIVE: Parte 1



 Nos dias 24 e 25 de outubro eu estarei no Cine Capítulo, participando do curso John Carpenter: Ele Vive, criado pelo Cine Um e ministrado pelo escritor, cineasta e especialista em Cinema  Fernando Mantelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei destrinchar sobre os principais filmes desse cineasta que está entre os mais cultuados da história do cinema. 

 Dark Star (1974)



Sinopse: m meados do século 22, a humanidade atingiu um ponto em seus avanços tecnológicos para permitir a colonização dos confins do universo. Armado com uma excepcional bomba inteligente , os tripulantes da Nave Dark Star estão no espaço há 20 anos em uma missão para destruir "planetas instáveis" que poderiam ameaçar a futura colonização. A tripulação é composta pelo tenente Doolittle, o sargento Pinback, Boiler, e Talby. Seu comandante, Powell, morreu e existe somente através de um processo de criogenia. A tripulação precisa desempenhar suas funções ao mesmo tempo que luta contra o tédio e solidão no espaço.

Dark Star de 1974, é o primeiro filme de John Carpenter e foi co-escrito por Dan O'Bannon. John Carpenter e Dan O'Bannon escreveram o roteiro. O'Bannon também estrelou no longa no papel do sargento Pinback. A "Bola de praia com garras", alien que faz a subtrama em Dark Star, foi reformulado e se tornou a base para o roteiro de  Alien (1979), clássico do Horror/Sci-Fi, escrito por O'Bannon que também roteirizou e dirigiu The Return of the Living Dead (1985). Algumas vezes classificado como do gênero Ficção Científica e em outras como comédia de humor negro, Dark Star serviu de inspiração para as Franquias de ficção científica Red Dwarf e Science Theatre 3000.
Trabalhando com um orçamento estimado em US $ 60.000, Carpenter e O'Bannon tiveram que fazer das tripas coração para produzir o filme. A maioria das cenas foram improvisadas, como a sequência do "elevador" onde Pinback (O'Bannon) teve que ficar se arrastando no chão. Bandeja de bolinhos e caixas de isopor foram alguns dos materiais improvisados para a criação da vestimenta espacial. Os efeitos especiais do filme foram feitos por Dan O'Bannon, o projeto da Espaçonave por Ron Cobb, e a animação por Bob Greenberg
   

Assalto à 13ª DP (1976)



Sinopse: Los Angeles. As gangues de rua resolveram se unir e declarar guerra à polícia. Neste contexto, um pai estaciona seu carro no subúrbio para que a filha possa comprar um sorvete. Ela é assassinada a sangue frio pelo integrante de uma gangue. O pai parte atrás dele e o mata com vários tiros, fugindo em seguida para a 13ª DP. Ethan Bishop (Austin Stoker) assumiu há pouco tempo a delegacia, que deve ser fechada nos próximos dias. O local conta apenas com Leigh (Laurie Zimmer) e uma telefonista, além de três prisioneiros que aguardam a chegada de um médico para tratar de um deles. Com a chegada do pai, logo a delegacia é cercada por gangues. Aqueles que estão dentro dela, sejam policiais ou prisioneiros, terão que unir forças para defendê-la.


Assalto à 13º DP foi uma das primeiras produções de John Carpenter e até hoje figura no rol dos melhores filmes de ação e suspense. Carpenter conseguiu criar um sucesso definitivo com sua história de cerco urbano que pegava referências de faroestes e filmes de terror com zumbis. O próprio diretor já confirmou que se inspirou nos filmes Rio Bravo, de Howard Hawks, e A Noite dos Mortos-Vivos, de George A. Romero. De fato, parece uma mistura inteligente entre ambos. Muitos elementos apresentados aqui — como a estranheza da trama e a ambiguidade dos personagens — já expressavam um pouco do caminho que seria traçado pelo cineasta no futuro. 
O ritmo da trama é ainda estimulado pela edição, com cortes secos e tomadas longas que combinam com o estilo cru do filme e ainda lembram um pouco a forma dos velhos filmes de faroeste — por motivos óbvios. Porém, depois que o cerco à delegacia começa, as sequências tornam-se mais frenéticas e violentas e não devendo nada aos principais clássicos do gênero.
Interessados no curso devem se dirigir na pagina do Cine Um clicando aqui. 
 

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Cine Dica: Clássico Paixão dos Fortes no Cine AURORA

Neste sábado, 17 de outubro, às 19h, a Sessão Aurora exibe na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) o faroeste Paixão dos Fortes (My Darling Clementine, 1946, 92 minutos), uma das obras-primas de John Ford. Com projeção digital em alta definição, a sessão tem entrada franca. Depois do filme, acontece um debate com os editores do Zinematógrafo, fanzine de crítica de cinema de Porto Alegre. 
SINOPSE: Wyatt Earp (Henry Fonda) é o lendário xerife de Dodge City, mas hoje ele se limita a viajar com seus irmãos carregando gado. Em uma das viagens, ele deixa seu irmãos mais novo tomando conta do rebanho enquanto vai ao saloon. Quando volta, encontra o pequeno morto e decide aceitar trabalhar no cargo de xerife da cidade, tentando trazer a justiça ao local.
A exibição faz parte do ciclo Histórias do Cinema Americano, que propõe ao longo do ano uma reflexão sobre o cinema realizado nos Estados Unidos, exibindo filmes de diferentes tempos, gêneros e autores. A partir de Paixão dos Fortes, a ideia é debater a obra e o legado do maior nome do cinema americano: John Ford.
“Ao lado de Fomos os Sacrificados e Domínio dos Bárbaros, Paixão dos Fortes forma uma sombria trilogia de tristeza, esperança, resistência e ansiedade (...). Aproxima-se da alegoria sobre as experiências na Segunda Guerra Mundial. Wyatt Earp (Estados Unidos) desiste de controlar Dodge City (Primeira Guerra Mundial), mas vai à guerra novamente para combater os Clantons (Segunda Guerra Mundial), para deixar o mundo seguro. A vitória é horrível, e Wyatt precisa voltar ao deserto, a seu pai (confissão, reconstrução), deixando a inocência, a esperança e a civilização (Clementine) para trás, “lost and gone forever”, uma memória distante (a grande estrada) em Tombstone (o mundo de 1946)”. Tag Gallagher (John Ford, The Man and His Films).

“Terceiro faroeste falado de Ford (depois de No Tempo das Diligências e Ao Rufar dos Tambores). O filme contribuiu significativamente para dar notoriedade ao gênero, especialmente pela solenidade plástica que instala uma aura mítica suplementar em torno de personagens já célebres: cada um de seus gestos, seus deslocamentos no espaço do plano, adquirem infinita importância, como já acontecia na evocação de Ford da juventude de Lincoln. Com No Tempo das Diligências Ford forneceu a ilustração mais brilhante do faroeste clássico. Na época de Paixão dos Fortes, começa a era do faroeste moderno (Canyon Passage, Pursued, I Shot Jesse James, Winchester 73). Ford dificilmente pode ser relacionado a esse movimento geral de renovação. Ele se contenta em ser, por assim dizer, moderno comparado a si mesmo (...) Recusando toda continuidade linear na estrutura dramática, o filme muitas vezes parece ser uma sequência indiferente de digressões”. Jacques Lourcelles, Dictionnaire du Cinéma: Les Films.
“Eu conheci Wyatt Earp – ele me contou sobre a luta no O. K. Corral. Então em Paixão dos Fortes nós fizemos exatamente do jeito que foi. Eles não caminharam pela rua e começaram a se bater, foi uma manobra militar muito inteligente”. John Ford em entrevista a Peter Bogdanovich.