Leia a minha critica já publicada clicando aqui.
Quem sou eu
- Marcelo Castro Moraes
- Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
- Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Pesquisar este blog
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Faroeste Caboclo
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Segredos de Sangue
"AS VEZES PRECISAMOS FAZER COISAS RUINS PARA NÃO FAZERMOS COISAS PIORES"
India Stoker
Sinopse: No dia do
aniversário de 18 anos de India Stoker (Mia Wasikowska), seu pai sofre um
acidente de carro e morre. A convivência desta garota tímida com a sua mãe
(Nicole Kidman) torna-se ainda mais problemática, fato agravado pela visita dos
parentes durante o funeral. Entre os familiares presentes, está o tio Charlie
(Matthew Goode), um aventureiro que passou a vida inteira entre as cidades da
Europa, sem dar sinal de vida. India nunca soube da existência desse homem, mas
logo a sua presença traz à tona o sombrio passado da família Stoker.
Na
maioria das vezes, um diretor estrangeiro de grande prestigio em seu país de
origem, acaba não tendo uma estréia satisfatória quando filma pela primeira vez
em território americano. Felizmente esse não é o caso do sul coreano Park Chan-wook,
cineasta consagrado graças a sua “trilogia da vingança”, conhecida
principalmente pelo filme do meio, Old Boy, que fez o mundo ter um olhar mais
atento, não somente pelo cineasta como também dos filmes que vinham de lá. O
resultado final em território gringo não é só satisfatório, como também
surpreende ao criar um ótimo filme, com uma trama que não trás muitas
novidades.
Escrito pelo ator Wentworth Miller (da série de TV Prison Break)
a historia poderia ser filmada por qualquer um, mas que acabaria correndo o risco de ter um resultado pra lá de
desastroso. Porém, Park Cahn Wook injeta ao máximo originalidade no modo em que
é conduzido essa trama, começando na forma em que ele filma: sua câmera esta
sempre acompanhando os protagonistas, assim como também ela própria apresenta a
trama para o espectador(por vezes em simetria), sem que alguém fale sobre o que esta
acontecendo.
O inicio do filme, já
da uma pista do que virá a seguir, pois tudo começa com a morte do patriarca da
família. Habilidoso como ninguém, o cineasta somente apresenta sons do tal acidente,
enquanto apresenta os demais personagens e as letras dos créditos iniciais vão
surgindo em lugares pouco convencionais. Imediatamente surge Charlie (Matthew
Goode, de Watchmen) que se diz irmão do falecido e que aos poucos vai se
infiltrando na forma de sedução, nas vidas da mãe e filha, que são
interpretadas por Nicole Kidman e Mia Waskowska (Alice no País das Maravilhas).
Basicamente o filme é
voltado somente nesta trindade, cheios de ambigüidade, onde aos poucos se é
descascado quem são eles realmente por dentro e por fora. India, aliás, é a
personagem mais complexa, pois se isola dentro de sua mente cheia de mistério e
fazendo com que ela não tenha uma relação muito amistosa com a mãe, sendo que
essa ultima não se mostra muita afetada pela morte do marido e começa há ter
suas atenções voltadas para Charlie. Interessante é a forma como esse
personagem se infiltra na vida das duas, de uma forma sedutora, perigosa e que faz
principalmente India descobrir coisas de si própria que antes desconhecida.
Além da ótima direção
autoral que Wook passa para nos, o filme também ganha pontos graças ao ótimo desempenho
dos três astros principais, ao começar Mia
Wasikowska: consagrada no filme de Tim Burton, Wasikowska a
principio vivia sofrendo criticas devido a suas atuações por vezes inexpressivas.
Mas bastou atuar em filmes de qualidade, em que desafiassem o seu modo de
interpretar, que fez com que ela chegasse aqui surpreendendo com sua personagem
Stoker, que chega há ser mais assustadora do que seu próprio tio. Isso se deve
graças à frieza que ela passa em seu rosto e fazendo com que tenhamos um grau
cada vez mais elevado de tensão no decorrer do filme.
O mesmo vale pelo ótimo
desempenho de Matthew Goode, que embora já desde o começo seu personagem não
esconde que é um louco com segundas intenções, é graças à ótima interpretação
do ator que faz com que o personagem se torne mais interessante do que tem a
oferecer. Nicole Kidman por sua vez quase é eclipsada pelo desempenho dos seus
parceiros de cena. Porém, sua personagem realmente cresce no ato final da trama,
onde ela bota para fora tudo que sente pela filha, num momento de desabafo e
sinceridade crua.
Embora a origem da
historia no qual move todos os personagens da trama possa soar um tanto que previsível,
o ato final felizmente nos entrega momentos com que faz que a gente se encolhe
na poltrona, esperando pelo pior e faz com que a gente enxergue os melhores
momentos de Park Chan-wook quando
apresentou a sua "trilogia da vingança" para o mundo. Um começo bem promissor
para esse genial cineasta, num país que cada vez menos se está valorizando a
visão autoral dos diretores que querem passar algo de original para o
espectador que assiste.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Cine Dica: ?POR QUE VOCÊ PARTIU?? tem pré-estreia neste sábado, dia 28, às 21h, no CineBancários
POR QUE
VOCÊ PARTIU?”
Documentário
que conta a história de seis importantes Chefs franceses estreia em Porto
Alegre
Pré-estreia
– 28 de setembro, sábado, às 21h
no
CineBancários
(General
Câmara, 424 – Centro)
O CineBancários
exibe, no dia 28 de setembro, sábado, às 21h, “Por que você partiu?” do diretor
francês Eric Belhassen. O documentário reúne, pela primeira vez, seis dos mais
destacados Chefs franceses que atuam no Brasil: Erick Jacquin (La Brasserie
Erick Jacquin), Alain Uzan (Restaurante Avek), Emmanuel Bassoleil (Restaurante
Skye), Frédéric Monnier (Brasserie Rosário), Laurent Suaudeau (Escola de Arte
Culinária Laurent) e Roland Villard (Hotel Sofitel).
Por que você partiu? é a pergunta que permite
ao diretor Eric Belhassen transformar os Chefs em personagens. Para ir além das
respostas “oficiais”, o realizador viaja até a França em busca das origens de
seus personagens e de respostas mais profundas.
Ele percorre mais de 2000 km em uma espécie de
road movie pelas regiões mais gastronômicas da França, onde reencontra os
familiares e histórias do passado que ajudam a entender as razões que levaram
esses franceses a deixarem seu país em busca de uma nova vida no Brasil.
Tanto para os chefs que partiram quanto para
as famílias que ficaram, a separação é tema central do filme: a separação da
família, da pátria e da sua cultura. As razões dos seus exílios, mesmo se
diferentes para cada um, se conectam todas ao exílio do próprio autor do filme,
que se questiona sobre seu próprio partir, e os motivos que o levaram a deixar
a França, 15 anos atrás.
Essa primeira obra do diretor Eric Belhassen
foi selecionada no Festival do Rio, na categoria Panorama mundial, e foi
convidada para abertura do 30th Miami International Film Festival, na categoria
culinária.
Mais informações vocês conferem na pagina da
sala clicando aqui.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Cine Dica: SESSÃO PLATAFORMA: BESTIAIRE
Sinopse: Populares na
Europa medieval, os bestiários eram catálogos que reuniam informação sobre animais
reais e fantásticos, acompanhados por ilustrações e lendas antigas cujas
principais personagens eram animais exóticos. O filme desdobra-se como se de um
livro de imagens fílmicas se tratasse, onde os seres humanos e os animais estão
em exibição. Ao ritmo da mudança das estações do ano, os animais e as pessoas
observam-se entre si. Temos a oportunidade de ver criaturas fascinantes e encantadoras:
por um lado, búfalos, hienas, zebras, rinocerontes, avestruzes, por outro, taxidermistas
e tratadores de animais. Todos habitam organizada e silenciosamente um quadro
que o espectador observa. Uma meditação deslumbrante sobre a consciência da
natureza e as fronteiras entre natureza e "civilização".
Dirigido por Denis Côté cujo seus filmes são confinados aos
circuitos mais alternativos, fornece aqui em sua mais nova obra, inúmeras qualidades
estéticas,
juntamente com uma reflexão que nasce no espectador que assiste. Enquanto a maioria
das salas de cinema passa filmes convencionais, Bestiáire surge como uma verdadeira lufada de ar
fresco, cujos protagonistas são animais
em um zoológico, que embora não digam palavra alguma, expressam seus supostos
modos e sensações que transmitem para a câmera, de acordo com o lugar que eles
estão no momento. Como na maioria das obras deste tipo, parece absolutamente
necessário se criar uma história que enlaça o comportamento humano com os dos
animais (assim como acontece em animações,
documentários ou ficção), mas Bestaire evita
nas armadilhas que ocorrem em outros filmes, apresentando os animais em uma
relação consistente e crua com o os humanos que surgem na tela e com o próprio espectador
que assiste.
A relação entre os animais e os seres humanos, uma vez que é
mostrado, prova por vezes ser pacifica, mas que não esconde o lado hipócrita dessa
relação, para não dizer cruel. A crueldade realista, para não dizer bestial: um
taxidermista agindo friamente com o que faz de melhor, estudantes nas artes
plásticas e visitantes do zoológico. Mas eles estão ali presentes em sua
relação primaria com os animais, isto é, em um desejo de posse e dominação: as cabeças
empalhadas referem se ao troféu de caça, os guardas que controlam o ritmo de
vida no animal, tratadores que alimentam de hora em hora os animais, mas que
não muda o fato deles estarem privando a liberdade do animal dentro do zoológico,
para então dar mais segurança para as massas humanas alienadas que os visitam.
O filme como um todo é
produzido através das grades das gaiolas, que constantemente fica lembrando o
encarceramento e observação criada em torno dos animais encarcerados gerando em
alguns momentos sublimes, mas também de pura tensão: a cena que mostra zebras
nervosas sendo colocadas em cubículos, da há sensação de que a qualquer momento
elas serão abatidas. Do começo ao fim, somos apenas observadores de mãos atadas
e o filme também abre com pessoas observando, mas de uma forma diferente: seus
olhos observam o animal (jaz empalhado) enquanto suas mãos reproduzem os
contornos no papel. Este processo de trazer o espectador para o local de observador
junto com outras pessoas que surgem na tela, o diretor quer simplesmente encenar
uma relação pré-existente de dominante / dominado que caracteriza a relação ao
animal.
NOTA: O filme novamente será apresentado no próximo sábado as
17horas na sala P.F GASTAL. Mais
informações sobre a sessão Plataforma você encontra na pagina da sala clicando
aqui.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: TRUQUE DE MESTRE
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Cine Dica: Em Cartaz: ELYSIUM
Sinopse: No ano de 2159
existem duas classes de pessoas: os muito ricos que vivem numa estação espacial
imaculada construída pelo homem chamada Elysium e os demais que vivem na Terra
arruinada e superpovoada. As pessoas na Terra estão desesperadas para escapar
da criminalidade e da pobreza do planeta e precisam desesperadamente da
assistência médica de ponta disponível em Elysium mas alguns residentes de
Elysium farão de tudo para impor o cumprimento das leis anti-imigração e
preservar o estilo de vida luxuoso dos seus cidadãos. O único homem com alguma
chance de trazer igualdade a esses mundos é Max (Matt Damon) um sujeito comum
que precisa urgentemente chegar a Elysium. Com a sua vida em risco ele assume a
contragosto uma missão perigosa que o colocará cara a cara contra a Secretária
Delacourt (Jodie Foster) de Elysium e seu exército linha-dura. Se ele for
bem-sucedido entretanto poderá salvar não só a sua própria vida mas também a de
milhões de pessoas na Terra.
Como dito acima na
sinopse, basicamente é isso Elysium: uma premissa simples, mas muito bem orquestrado
na narrativa, proposta pelo cineasta Neill Blomkamp, cuja trama é também de sua
própria autoria. Elysium é pesado em sua proposta que passa, com personagens
inseridos em momentos chaves, com uma trama com começo, meio e fim bem amarrados. Assim como Distrito
9, o diretor novamente expõe a crueldade da diferença social, racial e colocada
na historia de uma forma convincente, mesmo se tratando um futuro incerto, mas
que passa uma metáfora sobre a hipocrisia e preconceito do nosso mundo atual.
O diretor
transmite sua mensagem através de diálogos, que embora curtos em alguns
momentos, são certeiros em sua proposta que quer passar. Novamente Neill Blomkamp prova que é a mais
nova promessa do cinema americano. Se em Distrito 9 ele deu o seu cartão de
visitas, em Elysium ele confirma que é um diretor repleto de idéias, nas quais
possui um estilo próprio em filmar e dirigir os seus atores que escolhe.
Resta
saber se o tema de diferença de classes, discriminação e o sofrimento das
minorias irá se estender para mais um filme. Como sempre. Matt Damon não faz
feio como herói de ação e convence no papel do errante Max, que na oportunidade
que tem de ir para Elysium para se curar, pode também ajudar todos aqueles que
precisam ir. Os brasileiros Wagner Moura e Alice Braga
cumprem muito bem suas funções em seus papeis. Wagner Moura, aliás, conseguiu
ter uma estréia em um filme americano muito mais feliz do que outros que
tentaram, já que seu personagem simplesmente rouba a cena toda vez que surge e
sua participação no ato final é de extrema importância.
A sempre ótima Jodie Foster me impressionou
pelo fato de interpretar uma personagem tão desprezível, sendo que ela nada
mais é do que uma referencia da política norte americana, com relação as pessoas
que tentam a todo ano entrar no país de forma clandestina. Porém, nem de
metáforas vive o filme e Sharlto Copley é uma prova disso. Ele havia trabalhado
com o diretor em Distrito 9 e aqui ele faz um vilão extremamente detestável e
uma verdadeira grande ameaça para os protagonistas. A fotografia de Elysium novamente
repete a técnica do filme anterior do cineasta, onde o mundo é composto de inúmeros casebres
que se estendem até onde a vista alcança .
Mas, assim como aconteceu
no filme anterior, todo o cenário caindo
em ruínas acaba que ajudando a contar a história. O contraste entre a Terra,
que mais parece um planeta sem vida, com o verdadeiro éden que é a estação
espacial Elysium é valorizado em cada centímetro da cenografia. Os efeitos do
filme, embora simples, são eficazes, sendo que a primeira vista de Elysium nos
primeiros minutos não tem como deixar de se impressionar.
As explosões, tiros, mortes são de uma forma
crua, suja e que explora o contato cada vez mais inevitável da maquina com o
ser humano. Aqui no caso, o personagem de Matt Damon usa um exoesqueleto que o torna
forte num determinado tempo. Não teve como eu não me lembrar de Robocop, sendo
que essa sensação é a mesma que eu senti em Distrito 9 e o que me faz acreditar
que Neill Blomkamp teria sido uma escolha
mais lógica para a nova versão que está sendo comandada atualmente por José Padilha.
Enfim, Elysium é uma
boa ficção científica que vai muito mais além do que um mero entretecimento.
Nos faz refletir sobre o nosso mundo atual e que nos faz acreditar cada vez mais que o futuro
será muito mais sombrio que nos possamos imaginar se não tomarmos uma
providencia com nos mesmos.
Leia também: DISTRITO 9
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Cine Dica: Sessão Plataforma apresenta Bestiaire
SESSÃO
PLATAFORMA EXIBE DOCUMENTÁRIO CANADENSE BESTIAIRE NA SALA P. F. GASTAL
O filme da Sessão
Plataforma de setembro é Bestiaire, do canadense Denis Côté, que participou dos
festivais de Sundance, Berlim e Toronto. Imagine Bestiaire como um filme
residência em um zoológico. Cotê faz um filme não sobre animais, mas sobre
imagens em extinção. Uma meditação sobre a vida e o movimento, sobre a criação
de imagens para representação do real, onde a todo o momento a câmera está
revelada como intermediador imprescindível desse processo. Não é um filme
apenas sobre a câmera e enquadramentos. Mas com seus rígidos e belíssimos
quadros, Cotê faz com que o espectador e os personagens (vale ressaltar personagens
não dirigíveis), troquem olhares constantes. Uma intimidadora experiência.
Bestiaire será exibido dia 24 de setembro, às 20h, com reprise no sábado, dia
28 de setembro, às 17h. O valor do ingresso é de R$ 3,00.
Bestiaire. Canadá, 2012, 72 minutos. Direção
de Denis Côté. Documentário. Exibição em Blu-ray, com legendas em português.
Abaixo, texto dos
curadores Davi Pretto e Giovani Borba e da produtora Paola Wink sobre o projeto
Sessão Plataforma:
BASE
Uma base para se
estar mais próximo aos filmes, pensando os filmes e pensando o cinema.
Foi com esse desejo
que concebemos a Plataforma; imaginando uma estrutura horizontal, praticamente
suspensa, onde se pode ir além. Um espaço para compartilhar a experiência
cinematográfica da sala, e que vai além dela, e a descoberta de novos filmes,
de novos realizadores. Lugar que nos aproxima do horizonte e nos convida a
contemplar, nos convida a refletir.
A Plataforma carrega
um conjunto de ideias e ações que venham a encontrar novos caminhos para a
situação paradigmática que nos encontramos atualmente na cinematografia
brasileira. Vemos uma quantidade grande, ainda que desigual, de ações e
investimentos governamentais, aliado com a facilidade trazida pela
transformação para os equipamentos digitais (câmeras, projetores, etc). Vemos
uma quantidade bastante significativa, e que cresce exponencialmente, de filmes
nacionais lançados, inúmeros novos realizadores de lugares que antes eram
desprovidos da possibilidade de produzir. Vemos a formação e crescimento de
movimentos e realizadores que buscam uma produção mais horizontal e igualitária
de criação coletiva, que corre em paralelo e independente de um modelo
industrial. Porém há ainda um abismo que distancia a possibilidade de diálogo e
inclusão desses filmes e cineastas com produções de grande orçamento e o
circuito comercial “de shopping”. Nessa inclusão, quando ocorre, essas obras
são forçadas a se enquadrar em um modelo industrial, que se propuseram a contrapor.
A democratização das salas de cinema não legitimaria esse novo cinema, afinal
essas obras já percorrem um circuito completo por si só. Festivais, mostras,
cineclubes e exibições online que já somam números de público para essas obras,
maiores que filmes de grande orçamento que pairam apenas em uma rede
convencional de exibição. É imprescindível pensarmos como esses dois modelos de
fazer cinema podem interagir sem a necessidade de nenhum deles perder sua
personalidade.
Essa questão da afirmação e preservação do
âmago desse novo cinema também é indiretamente abalada quando ações do estado
de financiamento fazem realizadores submeter seus projetos em modelos
clássicos, onde são exigidos documentos dignos de uma proposta industrial.
Roteiros, metas e justificativas. Projetos de realizadores internacionais
renomados que trabalham com propostas fluídas e híbridas de encontro e acaso
dificilmente seriam aprovados em editais no modelo encontrado no Brasil. Ainda
parece que esbarramos em um pensamento de criação de um produto óbvio, como uma
linha de montagem. Mais uma vez, vemos uma tentativa inadequada de controlar e
definir o descontrole.
A diversidade cinematográfica atravessa as
fronteiras entre gêneros, bitolas, formatos, meios de exibição, de linguagem e
metragem. Desta mesma maneira, pensamos que uma janela para este outro cinema
pode se apresentar de maneiras também diversas, onde o formato com que se
apresentam os filmes é parte de uma proposta artística.
Foi deste pensar os filmes que queremos mostrar
e como mostrá-los, que surge a Sessão Plataforma. Com o entendimento de que a
Plataforma não está para uma mostra, tampouco festival de filmes. Nossa
proposta é oferecer uma sessão única, e mesmo exibindo regularmente, essa
premissa da sessão única faz de cada uma das sessões, uma nova edição, para um
pequeno universo específico de cinema. Onde cada filme traz uma reflexão,
imprime uma ideia, aponta novos caminhos, proporciona um outro olhar. Uma
experiência cinematográfica periódica e extensiva; um formato horizontal, ao
invés do formato vertical, intensivo e anual de eventos do gênero.
A Sessão Plataforma é apenas uma das vertentes
desta rede maior que propomos para refletir, exibir, escrever e produzir junto
com esse novo cinema. Desta Plataforma, nosso olhar se lança neste horizonte,
em busca da produção contemporânea ao redor do mundo que explora nas
possibilidades narrativas e estéticas, sem artifícios mirabolantes, que
atritam, provocam e instigam; que possam reinventar o fazer cinematográfico, sob
a ótica das mais diferentes culturas, de onde volta e meia nos surpreendem as
cinematografias pouco conhecidas.
Davi Pretto, Giovani Borba,
Paola Wink.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Assinar:
Postagens (Atom)