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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 6


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos.
  
VOU RIFAR MEU CORAÇÃO

Sinopse: Assinado por Ana Rieper, o documentário Vou Rifar Meu Coração utiliza a obra dos principais nomes da música popular romântica - também conhecida como música brega - para falar sobre o imaginário romântico, erótico e afetivo do brasileiro.

O grande acerto desse documentário de Ana Rieper, foi ter escolhido as pessoas certas, acertar no tom das declarações dessas pessoas que vai do bem humorado ao mais puro desabafo. O documentário tem inicio focando as origens da musica brega, mais precisamente sobre os cantores e suas motivações que os levaram a cantar esses tipos de musicas. De todos os entrevistados, Vando é o que mais não se intimida em explicar, sobre as origens de suas musicas de sucesso, sendo que elas estão ligadas a sua vida amorosa do passado, que de uma forma ou de outra acaba em amor não correspondido ou traição.
Alias, Vando é de um grupo de geração de cantores, que decidiram não somente criar musica que contavam suas vidas amorosas, como também era uma forma de laçar o publico em geral que iria se identificar com elas. Mesmo reconhecendo que a musica não é aquelas coisas ou simplesmente brega, as pessoas entrevistadas reconhecem que se vêem em varias letras famosas e não tendo nenhum tipo de vergonha de ter ouvido e chorado junto com elas. O grande acerto da cineasta foi fazer a transição sobre as origens da musica brega, para focar os depoimentos de pessoas, cuja suas vidas poderiam gerar outras melodias semelhantes, através de suas historias de corações partidos e de uma grande bagagem para contar. O que vemos na tela, são pessoas humildes, humanas, sem papas na língua e não tendo nada para esconder. A sorte da diretora, foi ter pegado como exemplo, o depoimento do ex prefeito Osmar, que mesmo tendo tido uma relação fora do casamento durante 33 anos, e ter gerado filhos e netos do outro lado, ele ainda tenha a capacidade de chamar a outra nesta altura do campeonato de amante e focar a esposa como a sua prioridade.  
O que vemos, é a declaração de um ser humano reconhecendo os seus erros, que não deseja que outros façam o mesmo e que sente no fundo o sofrimento das suas mulheres que surgem na tela com as marcas das dores do passado que ainda as assombram. São momentos como esse e outros, que o publico em geral se vê na tela, compreendendo as pessoas que surgem, com seus erros e acertos e sem poder julgá-las se estão certas ou erradas. Pois no final das contas, há de todos nos cometermos erros semelhantes, mesmo quando não admitimos abertamente para outras pessoas. Para um documentário, cujo ponto de partida era descobrir as origens das musicas bregas, a proposta foi muito mais longe do que se poderia imaginar, e nos meros mortais com nossos inúmeros erros e defeitos, temos mais do que agradecer.

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terça-feira, 19 de março de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: OZ, MÁGICO E PODEROSO



Sinopse: Quando Oscar Diggs (James Franco), um inexpressivo mágico de circo de ética duvidosa é afastado da poeirenta Kansas e acaba na vibrante Terra de Oz, ele acha que tirou a sorte grande, até encontrar três feiticeiras, Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams), que não estão convencidas de que ele é o grande mágico que todos estão esperando. Relutantemente envolvido nos problemas épicos que a Terra de Oz e seus habitantes enfrentam, Oscar precisa descobrir quem é bom e quem é mau antes que seja tarde demais.

Revisitar um clássico sempre pode se tornar uma grande armadilha, principalmente um clássico de magnitudes que valem ouro como O Mágico de Oz. A produção de 1939 esta entre os melhores representantes, daquela que muitos consideram a era de ouro do cinema, mas coube a Disney entrar nesse desafio de revisitar aquele universo, mas respeitar a sua essência. Claro que muito disso se deve da nova onda de filmes de contos de fadas que andam fazendo sucesso atualmente, sendo que a própria casa do Mickey tem um grande sucesso recente desse gênero no currículo (Alice no País das Maravilhas).
Baseado nos primeiros contos de sucesso de  L. Frank Baum, o filme mostra as aventuras do mágico de araque Oz (James Franco) e o que levou a ser o grande mágico e rei das cidades das Esmeraldas daquele mágico lugar. Já no inicio, o filme presta uma bela homenagem ao clássico de 1939, sendo que os primeiros minutos que mostram o personagem fazendo suas mágicas, tudo é apresentado numa bela fotografia em preto e branco e com a tela reduzida, representando muito bem como os filmes eram apresentados naquele tempo. Quando Oz cai nesse mundo mágico, a cor finalmente aparece e a tela se estica, apresentando belas imagens coloridas que salta os olhos.
Até esse ponto, sentimos um pouco o lado autoral do diretor Sam Raimi (Uma Noite Alucinante), mas não espere as tão famosas marcas registradas do diretor (como a câmera vertiginosa), sendo que não é uma produção dele, mas sim de um grande estúdio que almeja ganhar um grande lucro com a produção. Se a intenção é essa, pelo menos capricharam em inúmeros momentos do projeto, no qual pode agradar tanto os adultos como as crianças. Muito embora não seja um filme que se pode exigir muito da interpretação do elenco, principalmente do seu protagonista: James Franco como Oz, por alguns momentos da entender que os produtores erraram feio na sua escolha, pois em muitos momentos sua atuação é exagerada, para não dizer caricata. Mas acredito que isso talvez tenha sido intencional, pois a todo o momento Oz interpreta algo que não é, mas que aos poucos terá que escolher um caminho, de ser um altruísta, ou falsário até o fim.       
Mas se o protagonista desaponta pelo menos os coadjuvantes que o seguem roubam a cena, como a garota de porcelana (Joey King) e o macaco Finley (Zach Braff) que se tornam a parte cômica e emocional do filme. Já o trio de bruxas é de altos e baixos: por mais elegante que esteja Rachel Weisz parece mais estar no piloto automático, interpretando a bruxa malvada Evanora, grande arquiteta do golpe de estado na cidade das Esmeraldas. Já  Mila Kunis oscila numa interpretação perfeita, para caricata, ao interpretar Theodora, a tão famosa bruxa verde do clássico de 1939, sendo que nos primeiros minutos em que ela é apresentada, fica até meio difícil de acreditar que a personagem se tornaria a clássica bruxa. Mas quando acontece isso, o lado caricato da personagem surge, mas somente para se casar perfeitamente com aquela imagem da bruxa que nos foi apresentado na década de 30. Já Michelle Williams está perfeita no papel de Glinda, uma moça cheia de doçura e bondade, que serve como contraponto para as armações de Oz.
Com começo, meio e fim bem previsíveis, embora  redondinhos, OZ, O Mágico e Poderoso é diversão garantida para toda a família e ao mesmo tempo pura nostalgia, para aqueles cinéfilos que tanto respeitaram o grande clássico da era de ouro do cinema.

NOTA: Por ser um filme dirigido por Sam Raimi, era mais do que lógico que o seu amigo de longa data Bruce Campell (o Ash da trilogia Uma Noite Alucinante) estaria no elenco. Mas ele está todo maquiado e quase irreconhecível, portanto boa sorte para aqueles que descobrirem onde ele está.          

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segunda-feira, 18 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 5


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos.

A História do Pirate Bay


Sinopse: Dois anos de filmagem, TPB AFK é um documentário sobre três viciados em computador que revolucionou o mundo da distribuição de mídia com seu site criado por hobby. Como Tiamo, um fanático por cerveja e louco por hardware, quebrou uma árvore abraçando um ativista ecológico e Anakata, um libertário cibernético paranoico. Como eles conseguiram que a Casa Branca ameaçasse o governo sueco com sanções comerciais? TPB AFK explora como o ódio de Hollywood pelos dos piratas atingiu um nível pessoal.”

O compartilhamento de filmes, musicas, livros e dentre outras coisas pela internet, sempre será um assunto espinhoso, pois os dois lados tem a sua razão. Se de um lado os estúdios de cinema e musica ficam furiosos pelo fato de estarem perdendo dinheiro com isso, por outro, os criadores como o torrents, por exemplo, criaram algo que na verdade antecipou o futuro do mercado e provou que a forma de distribuição de filmes e musicas (vide CD e DVD) seria algo no futuro obsoleto, mas até que os estúdios se dessem conta disso, não faltaram perseguições e processos contra aqueles que criaram essa nova forma de se ver e ouvir as coisas. Embora seja um novato, Simon Klose surpreende numa direção agiu ao acompanhar os eventos de 2008 á 2010, quando os criadores de Pirate Bay, Fredrik Neij, Peter Sunde e Gottfrid Svartholm foram julgados e condenados pela criação do site.
São interessantes como esses protagonistas são apresentados na tela, sendo que a principio se mostram jovens com atitudes ousadas e descompromissadas perante a situação que se meteram. Contudo, gradualmente com decorrer do tempo, o trio começa a sentir os efeitos dessa situação, principalmente quando foram condenados e começaram a fugir para outros territórios. O filme explora minuciosamente até onde eles estão certos e até onde estão errados e acima de tudo, é um filme que levanta inúmeros debates sobre a liberdade de expressão pela rede, o que gera então uma teia de pontos de interrogação vasta e que dificilmente acaba.   
Não é um documentário que retratam culpados ou inocentes, mas sim sobre um assunto para ser debatido com calma e que da o direito de todos levantem a sua própria opinião sobre isso.

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domingo, 17 de março de 2013

Cine Dica: Pirate Bay em Debate na Sala P. F. Gastal


A HISTÓRIA DO PIRATE BAY EM DOCUMENTÁRIO
QUE GANHA EXIBIÇÃO NA SALA P. F. GASTAL
  
Neste domingo, 17 de março, às 17h, acontece na Sala P. F. Gastal (Usina do Gasômetro - 3º andar) a sessão comentada do documentário A História do Pirate Bay, sobre o serviço online de compartilhamento de arquivos via torrents que se tornou uma verdadeira bandeira pela internet livre desde que seus fundadores passaram a ser perseguidos e processados por pirataria. 

Seguida de um debate sobre inovação, liberdade de informação, novas tecnologias e direitos autorais, a atividade é organizada conjuntamente entre o movimento Piratas Gaúchos, a Associação Software Livre.Org e o programa Na Boa em POA, abrindo a programação do Gabinete de Inovação e Tecnologia para a Semana de Porto Alegre. Com direção do sueco Simon Klose, a produção é de 2013 e foi licenciada em Creative Commons, formato de licença que pode permitir, entre outras atribuições, a reprodução da obra e seu uso para diversos fins.

A sessão é aberta ao público e a entrada é franca.
  
A História do Pirate Bay (The Pirate Bay: Away from Keyboard), de Simon Klose. Suécia/Dinamarca/Noruega/Inglaterra/Holanda/Alemanha, 2013, 85 minutos, documentário.

Cine Dica: Em Cartaz: DEZESSEIS LUAS



Sinopse: Ethan Wate (Alden Ehrenreich) é um estudante do colegial que mora em Gatlin, um pequeno vilarejo na Carolina do Sul. Ele vive isolado dos outros jovens em uma sociedade intolerante, perturbado pelos sonhos com uma garota misteriosa. Um dia, uma nova adolescente chega ao local: Lena Duchannes (Alice Englert), que também tem problemas de adaptação. Logo, os habitantes de Gatlin descobrem que ela possui poderes sobrenaturais. Ethan e Lena se apaixonam e agora devem lutar contra uma maldição se quiserem ficar juntos.

Com o fim da endiabrada saga Crepúsculo, era inevitável que os estúdios não largassem tão facilmente uma formula (boba) que deu tão certo e, portanto correram para que essa fase ainda estivesse fresca na cabeça dos jovens apaixonados e politicamente corretos. Baseado na obra de Kami Garcia e Margaret Stohl, aqui tem um verdadeiro repeteco de tudo que já assistimos na saga vampiresca, mas que em vez de vampiros brilhantes no sol, temos dessa vez bruxos (ou conjuradores), que em meio a esse novo cenário, temos o mortal(Alden Ehrenreich) um peixe fora d’água de sua própria cidade, que se apaixona pela jovem conjuradora (Alice Englert). Até ai, não é nenhuma novidade, principalmente pelo fato que (logicamente) surge um conflito que fará que os pombinhos não possam ficar juntos (devido a uma maldição antiga) e que fará que Lena tema o seu próprio destino.
No decorrer da projeção, sempre me soava um alarme na cabeça dizendo que eu já sabia como tudo isso terminaria, mas precisei seguir adiante para ter certeza disso e dei com burros d’água. Contudo, é preciso salientar que a produção é até bem cuidada, principalmente se comparado aos primeiros filmes da saga Crepúsculo, que de tão preguiçosa, se via claramente as maquiagens mal feitas. Aqui não existe isso, sendo que talvez alguns erros do passado tenham existido para não se cometê-los de novo. Mas isso não quer dizer muita coisa, pois a trama (ou formula) que é importante não evolui em nada e o mesmo pode-se dizer do casal central, que são apenas um pouquinho melhores se comparado aos nossos velhos (e irritantes) conhecidos Edward e Bella.    
Mas se por um lado o jovem casal não acrescenta muita coisa, o mesmo não se pode dizer dos velhos veteranos que surgem na tela: Viola Davis (Duvida) se sai bem como conselheira de Ethan, ao ponto de sempre roubar a cena quando surge na tela. O mesmo se pode dizer de Jeremy Irons (Adorável Julia), que embora já tenhamos visto em interpretações melhores, ele até que defende com certa elegância o seu personagem, mesmo em momentos em que não se pode inventar muito, o que acaba lhe deixando um tanto que travado em alguns momentos. Já Emma Thompson é um caso super interessante, pois quando ela surge em sua primeira cena, ela simplesmente arrasa e se torna a personagem mais interessante da historia. Mas eis que no (arrastado) ato final da trama, Emma simplesmente exagera, ao transformar a sua personagem tão bem construída na sua entrada, numa vilã boba e megalomaníaca. Talvez o roteiro tenha colaborado para esse retrocesso na construção que a atriz estava fazendo para a sua personagem, pois nunca vi um personagem surgir tão bem e terminar de uma forma tão miserável.   
Com um final arrastado e com as inevitáveis pontas soltas para abrir caminho para uma inevitável seqüência, Dezesseis Luas, pode até ser melhor em alguns pontos se comparado a Crepúsculo, mas não me surpreenderia se morresse no meio do caminho, pois o publico alvo chegara um ponto que deverá  amadurecer e deixar de curtir certas formulas tão cegamente. 

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sábado, 16 de março de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: COLEGAS



Sinopse: Stallone (Ariel Goldenberg), Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola) eram grandes amigos e viviam juntos em um instituto para portadores da síndrome de Down, ao lado de vários outros colegas. Um belo dia, surge a ideia de sair dali para realizar o sonho individual de cada um e inspirados pelos inúmeros filmes que já tinham assistido na videoteca local, eles roubam o carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem de lá. A imprensa começa a cobrir o caso e a polícia não gostou nem um pouco dessa "brincadeira". Para resolver o problema, coloca dois policiais trapalhões no encalço dos jovens, que só querem realizar os seus sonhos e estão dispostos a viver essa grande aventura, que vai ser revelar repleta de momentos inesquecíveis.

Os filmes de estrada normalmente colocam os protagonistas para se redescobrirem na vida, terem uma reflexão, ou simplesmente ter uma pequena aventura que jamais teve. No caso do trio de protagonistas deste filme, eles querem unicamente realizar alguns sonhos, como visitar o mar e voar, sendo que isso já basta para eles colocarem o pé na estrada e sem olharem para traz. Mas o que diferencia essa aventura de estrada com os outros filmes do mesmo gênero, está no fato dos três protagonistas serem portadores da síndrome de Down, mas que isso acaba se tornando um mero detalhe, pois nada impede dessa turma em acalcar os seus objetivos.    
A grande bola dentro do diretor e roteirista  Marcelo Galvão, foi inserir inúmeros momentos de humor, que embora possam ser um tanto que politicamente incorretos em alguns momentos, eles jamais ofendem a inteligência de ninguém, tão pouco para aqueles que tem a síndrome de Down. O que se vê na tela, são pessoas inocentes (embora o Marcio do trio seja o mais esperto do que aparenta ser), que graças a sua pureza perante o mundo em que eles vivem, acabam por serem levados para lugares que jamais imaginavam que um dia iriam. É claro que para os cinéfilos de plantão, o grande lance ao assistir o filme é catar as inúmeras referencias de inúmeros filmes clássicos que surgem no decorrer da trama, desde a Psicose (numa cena hilária) há Pulp Fiction, Taxi Driver, Blade Runner, Cães de Aluguel, Cidade de Deus,Tropa de Elite e Thelma & Louise,
Narrado por Lima Duarte, que interpreta o jardineiro da instituição que os personagens vivem, em números momentos, Colegas soa por vezes um conto de fadas contemporâneo em que todos os sonhos podem sim serem realizados. Despretensioso, divertido e ao mesmo tempo corajoso, Colegas é uma prova que uma idéia nova, mais um turbilhão de referencias de que todo mundo sabe de onde saiu, pode sim render algo original, desde que seja rodado de uma forma bem humorada, mas ao mesmo tempo com determinação.    


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sexta-feira, 15 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 4


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos. 

Liv & Ingmar – Uma História de Amor

Sinopse: O documentário discorre sobre a relação de 42 anos entre a atriz norueguesa Liv Ullmann e o diretor sueco Ingmar Bergman. Narrado sob o ponto de vista de Liv o filme é construído a partir de uma entrevista com a atriz e de imagens dos filmes realizados por ambos com cenas dos bastidores fotografias trechos de Changing - autobiografia da atriz - e cartas pessoais de Ingmar para ela. Um olhar sobre dois grandes artistas e seres humanos amigos e companheiros.

No inicio do filme A Hora do Lobo, a personagem de Liv Ullmann se senta e começa a falar com a gente  sobre sua relação conflituosa entre ela e o marido na trama(Max Von Sydow). Na época a atriz estava grávida do cineasta Bergman e o que se vê na tela, nada mais são do que a vida imitando a arte, pois o amor e conflitos que ambos os veteranos passavam juntos, o cineasta inseria tudo isso em seus filmes em que trabalhou com ela. Para marinheiro de primeira viagem, isso pode até parecer deselegante, mas acredito que isso funcionava para exorcizar os demônios interiores que cada um tinha ao longo dos anos que passaram juntos, rendendo então uma das melhores parecerias entre um cineasta e sua musa nas telas.
Tanto Bergman como Ullmann construíram uma carreira exemplar e muito elogiada na Suécia, sem precisar do cinema americano para isso, mas como toda a perfeição que se preze tudo tem o seu preço. Ambos se amavam, mas Bergman talvez não soubesse administrar isso, ao ponto de tentar de todas as formas de isolar a atriz do mundo. Contudo, Liv Ullmann é alguém maior do que a vida e mesmo amando o cineasta, não poderia permitir que aquela situação continuasse o que acabou gerando a separação de ambos, mas jamais o desligamento. Tornaram-se amigos muitos íntimos até o ultimo dia de vida do cineasta e tudo isso é muito bem explicado pela própria atriz, num desabafo e ao mesmo tempo uma declaração de amor ao cineasta neste belo documentário dirigido por  Dheeraj Akolkar.
Na projeção, vemos Ullmann ainda bela, mas carregando boas e más lembranças da vida que teve ao lado do cineasta. A grande sacada do documentário é de exibir inúmeras cenas dos filmes em que ela atuou para o cineasta, para então nos darmos conta de como aquelas tramas (como Retratos de um Casamento), tinham tudo haver com os altos e baixos que os dois passavam. O filme nos brinda com inúmeros momentos clássicos desses filmes, além de  termos o prazer de  presenciar a  Ilha de Fårö que tanto Bergman gostava de filmar e que se tornou lar dele com a atriz.
Embora curto, o filme sintetiza como um todo a vida desse incrível casal e acima de tudo é um tributo de amor e respeito para um dos grandes cineastas que surgiram no século 20.

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