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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 8 de março de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: FINAL

Bom, chego ao final desse especial sobre os filmes de Brian de Palma e que antecede minha participação do curso sobre ele pelo CENA UM. Abaixo, segue uma matéria especial de um filme ainda inédito dele em nossos cinemas e que merece ser conferido, não importa de que forma.
  
 Guerra Sem Cortes (Redacted)
  
Sinopse: Um esquadrão de soldados americanos está parado em um posto no Iraque, convivendo com a população local e a mídia instalada na região. Cada grupo destes é afetado pela guerra de forma distinta, e suas histórias são contadas pelas imagens criadas no momento: um soldado produz um vídeo-diário, uma equipe francesa filma um documentário, sites árabes colocam cenas de insurgentes plantando bombas, mulheres mandam mensagens para seus maridos via blogs e o You Tube revela a barbaridade existente na guerra.

Durante boa parte da minha vida que assisto filmes, tanto no cinema como em casa, normalmente jamais recuo ou fecho os olhos quando assisto uma imagem do mais puro terror, Talvez porque lá no fundo do meu subconsciente, algo grita dizendo que aquilo, por mais forte que seja, é uma ficção. Contudo, talvez o ser humano seja preparado a assistir a uma imagem forte, porém artificial, mas jamais estará preparado para ver o horror da realidade e meu “ser” não estava preparado para os segundos finais de uma das ultimas obras realizadas por Brian De Palma.
Mas cinema é isso: seja para entreter, fazer reflexão ou simplesmente dar uma tapa na cara e fazer o cinéfilo acordar para a realidade. Num mundo “pós governo Bush”, haverá outros filmes como esse, que não terão papas na língua para escancarar a idiotice que foi a invasão do Iraque, mas enquanto não houver mais filmes sobre o assunto, esse será o melhor representante do que foi toda essa guerra. Com pouco mais de cinco milhões de dólares do bolso e feito no formato digital, De Palma cria um falso documentário que retrata a historia real de um grupo de soldados norte americanos que estupra e assassina uma jovem de 15 anos Iraquiana, além de fuzilar toda a sua família por meio de um ato cruel e sem sentido. De Palma culpa quem nesse episódio? Culpa o governo norte americano que inventou a mais fajuta desculpa para invadir aquele país? Culpa os soldados despreparados que não souberam administrar seus atos em meio à guerra? Culpa a própria guerra em si, que faz nascer o pior de nos?
A resposta para isso talvez seja um tanto difícil e que com certeza, para encontrá-la, se alonga por muito tempo a busca, mas está mais do que provado que De Palma, assim como muitos, foi contra a essa guerra que acabou tirando inúmeras vidas de ambos os lados. O filme não tem heróis e tão pouco vilões, pois tudo que se vê são seres humanos, que acabam por ficarem cegos demais perante o que acham certo ou errado, perante as suas crenças duvidosas e perante a espera interminável pelo inevitável ataque vindo de qualquer lugar. Tudo que se vê, são pessoas que se perdem nas estribeiras de um inferno que não pediram para estarem ali. E para fazer todo esse terrível cenário, De palma está quase que irreconhecível, pois o filme em nada lembra sua pirotecnia com a câmera e sim lembra mais um filme realmente amador e cru e o diretor aproveita para escancarar que, por mais que o governo tente censurar um determinado ato, não existe mais como. Isso graças à tecnologia rápida atual como a internet, em que inúmeras pessoas usam e abusam para escancarar e fazer a sua critica, um retrato mais do que atual e que o diretor soube muito bem retratar
Os momentos de pura tensão como o ato do estupro e a decapitação de um determinado personagem feito por um grupo terrorista, são de momentos que o espectador prende a respiração. Contudo, o diretor jamais nestes momentos quer ser 100% explicito e com isso a câmera se afasta, ou determinado personagem fica na frente do aparelho, sendo isso tudo para fazer o espectador ficar ainda mais aflito, ou fazer-lo imaginar o que esta acontecendo nos segundos em que o diretor tenta esconder o terror dos nossos olhos, mas que o pior estava por vir. Após a declaração em forma de desabafo de um determinado personagem sobre o que viu na guerra, o diretor joga na tela fotos de cenas que mostram o horror desse conflito, como mortos e feridos, mas nada me preparou para a foto da verdadeira menina de 15 anos estuprada e morta pelos soldados norte americanos. Sinceramente não esperava por aquilo e foi um verdadeiro baque para o meu cérebro que tentou, mas não conseguiu esquecer-se daquela cena. Alias isso me fez me lembrar de outro filme de guerra, a animação Valsa com Bashir, no qual o protagonista tenta, mas não se lembra do que lhe ocorreu na guerra do Líbano, sendo que o motivo veio como resposta no final do filme com cenas terríveis dessa guerra no qual o protagonista, perante o horror do que viu, subconscientemente fez por esquecer daquilo tudo. No meu caso não participei de uma guerra, e sim simplesmente vi uma terrível cena na qual, depois da sessão tentei, mas não consegui esquecer, felizmente, a luz do sol da tarde me serviu de consolo.
Em Apocalipse Now foi dito que a guerra era um horror. Em Guerra ao Terror foi dito que a guerra era uma droga, sendo essas duas palavras não precisaram ser ditas no filme de Brian de Palma, elas simplesmente irão soar na mente de cada espectador que for assistir a esse filme, que é para poucos, mas basta um para dizer o que viu, seja numa guerra ou em um filme que retrate ela de maneira real, nua e crua.

Nota: Infelizmente esse filme se encontra ainda inédito nos cinemas e sem previsões de chegar em DVD no Brasil. Tive o privilegio de participar de uma sessão especial e debate seguido no Cinebancários de Porto Alegre tempos atrás. Para a direção dessa sala os meus parabéns.  
  
Leia também: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Partes 1,2,3,4,5,6,7 e 8.

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Cine Dicas: Estreias do final de semana (08/03/13)


Oz, Mágico e Poderoso

Sinopse: Oscar Diggs (James Franco) trabalha como mágico em um circo itinerante, é bastante egoísta, mas é seu envolvimento com mulheres que o acaba levando para uma mágica aventura na Terra de Oz. 

A Parte dos Anjos

Sinopse: Robbie (Paul Brannigan) escapa, por pouco, de uma sentença de prisão. Ele acaba de ter um filho com a namorada Leonie (Siobhan Reilly) e promete que o futuro do primogênito será diferente de tudo que viveu. Durante o serviço comunitário, ele conhece pessoas que enfrentam a mesma dificuldade de encontrar emprego e descobre um dom em degustação de whisky, que pode mudar suas vidas para sempre.

Amigos Inseparáveis

Sinopse: Em 'Amigos Inseparáveis', dois criminosos idosos decidem chamar os antigos companheiros para uma última noite de trapaças, quando um deles é contratado para executar o parceiro.

Amor é Tudo o que Você Precisa

Sinopse: AMOR É TUDO O QUE VOCÊ PRECISA é uma comédia romântica, passada em Sorrento e na Costa Amalfitana, na Itália. Duas famílias muito diferentes encontram-se em uma casa de campo na Itália para festejar um grande casamento, planejado nos mínimos detalhes. Mas nada ocorre como esperado... Em meios aos preparativos da grande festa, muita confusão, encontros, desencontros e grandes revelações.

Mulheres Africanas - A Rede Invisível

Sinopse: Este documentário apresenta a trajetória de lutas e conquistas históricas da mulher africana em diferentes países do continente africano. São retratadas não apenas as grandes líderes reconhecidas que têm se destacado em diferentes áreas, mas também as mulheres comuns, igualmente corajosas e vitoriosas em suas lutas do dia-a-dia.


O Quarteto

Sinopse: Membros de um mundialmente renomado quarteto de violino lutam para continuarem juntos. 

Tainá 3 - A Origem

Sinopse: Depois de Tainá – Uma Aventura na Amazônia e Tainá 2 – A Aventura Continua, a indiazinha mais famosa do Brasil está de volta. E desta vez o público poderá descobrir como começou a saga da pequena guerreira. Em Tainá – A Origem, Tainá, uma indiazinha órfã de cinco anos, que sonha em se tornar uma guerreira e descobrir sua verdadeira origem, faz amigos surpreendentes como Laurinha (Beatriz Noskoski), uma garota da cidade, perdida na selva, e Gobi (Igor Ozzy), um indiozinho nerd.


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Cine Dica: FILME COLETIVO SOBRE A PACIFICAÇÃO DAS FAVELAS CARIOCAS ENTRA EM CARTAZ NO CINEBANCÁRIOS



O CineBancários lança com exclusividade a partir de 12 de março o documentário 5x Pacificação, produção coletiva assinada pelos mesmos diretores que realizaram o projeto de ficção 5x Favela – Agora por Nós Mesmos (2010), coordenado pelo cineasta Cacá Diegues, no qual um grupo de cineastas oriundos de favelas do Rio de Janeiro fez uma releitura contemporânea do clássico do Cinema Novo Cinco Vezes Favela (1962).5x Pacificação permanece em exibição no CineBancários de 12 a 24 de março, em três sessões diárias, às 15h, 17h e 19h.

Ingressos: R$ 6,00 para público geral e R$ 3,00 para bancários e jornalistas sindicalizados, idosos, estudantes e clientes do Banrisul

Como seu título indica, 5x Pacificação está dividido em cinco episódios. Em"Morro" os habitantes de comunidades que já possuem Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) instaladas entram em confronto com pessoas que vivem em comunidades ainda não atendidas por elas. Em "Polícia" é abordada a preparação de novos policiais para que possam trabalhar nas UPPs e prestar apoio à população local. Em "Bandidos" vários ex-traficantes contam suas histórias e a tentativa de reintegração à sociedade, a partir de um programa de empregabilidade realizado pela sociedade civil. Em "Asfalto" os vizinhos de comunidades pacificadas expressam sua opinião, analisando também as consequências da implementa&cce dil;ão das UPPs para o Rio de Janeiro como um todo. Em "Complexo" é abordado o processo da invasão do Complexo do Alemão, realizado pelo BOPE e a polícia em 2010.
Um fato curioso a respeito de 5x Pacificação é que originalmente o projeto previa a realização de apenas quatro episódios. Entretanto, durante a produção do longa-metragem aconteceu a invasão do Complexo do Alemão, o que fez com que os diretores se reunissem e rodassem um novo episódio sobre o tema. Entre os diretores envolvidos no projeto, Cadu Barcellos era o único que não morava em uma comunidade pacificada durante as filmagens.

Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui. 

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quinta-feira, 7 de março de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 8


Faltam somente três dias para o curso do Cena Um sobre Brian de Palma. Portanto neste post eu irei me agilizar, para citar mais alguns filmes dele que merecem serem vistos. Infelizmente o ultimo dessa lista não pude assistir ainda, mas em breve irei apreciá-lo e para então depois escrever  o que eu achei. Amanhã será o post final e especial, pois falarei de um filme do cineasta que ainda permanece inédito em nossos cinemas.  
   
DÁLIA NEGRA


Sinopse: Na Los Angeles dos anos 40, dois policiais - Bucky Bleichert (Josh Hartnett) e Lee Blanchard (Aaron Eckhart) - investigam o assassinato da aspirante a atriz Elizabeth Short (Mia Kirshner). Bucky logo percebe que sua namorada tinha laços inexplicados com a garota assassinada. Mal sabe ele que o crime pode estar ligado a uma rede de corrupção dentro da própria polícia.
  
O roteiro de Dália Negra é inspirado no assassinato real da aspirante a atriz Elizabeth Short, encontrada morta no subúrbio de Los Angeles. Estando a vontade na direção, De Palma se mostra apito no gênero noir, onde usa e abusa de todos os ingredientes que fizeram desse gênero um grande sucesso nos 30 e 40, desde as mulheres fatais, figurino e fotografia que sintetiza aquele período. Embora não esteja entre os seus melhores filmes, o filme possui momentos que surpreendem principalmente o ato final que me fez me lembrar muito Crepúsculo dos Deuses.   

 Femme Fatale

Sinopse: Laura Ash é uma linda mulher que é também mestre na arte da manipulação. Após ter um papel crucial em um assalto de jóias, ela repentinamente decide deixar para trás sua carreira criminosa. Reinventando a si mesma como a respeitável esposa do embaixador norte-americano na França, Laura quer agora fugir dos holofotes e atrair a menor atenção possível. Porém, um repórter paparazzi, Nicolas Bardo, fica atraído por sua beleza e decide segui-la. Subitamente exposta pelas lentes de Nicolas, Laura passa a ser vulnerável aos ataques de seus inimigos e decide usar seus talentos e o instinto voyeurístico de Nicolas para criar uma nova identidade para si e escapar novamente.

Todo mundo já ouviu o ditado que “nem tudo é o que se parece” e isso funciona muito bem nesse intrigante filme policial do diretor, que se por um lado não chega ser uma obra prima dele, por outro surpreende (novamente) pelo seu incrível jogo de câmera já no primeiro ato da historia. Isso sem contar, que a obra presta homenagens á clássicos do gênero noir, desde O Falcão Maltes, á Pacto de Sangue e a bela fotografia fortalece ainda mais esse clima. Destaque pela beleza contagiante de  Rebecca Romijn-Stamos, que infelizmente não foi mais adiante na carreira como atriz.   

O Fantasma do Paraíso

Sinopse: Swan é um produtor de discos que rouba uma cantata de um desconhecido compositor e ainda o incrimina por um crime que o leva à prisão perpétua. Enquanto Swan planeja usar a música roubada para inaugurar uma nova casa de espetáculos, o compositor consegue fugir da prisão e busca vingança.


Tai uma obra de Brian de Palma, que por mais que possuam inúmeras referências cinematográficas e literárias, a meu ver, é o filme que tem menos a cara do diretor. Em “O Fantasma do Paraíso”, ele nos envolve numa atmosfera musical, com toques de terror e sátira, mas que não deixa de escancarar o fato de ser uma versão contemporânea do clássico O Fantasma da Opera. É um filme que já faz tempo que eu assisti e precisaria revê-lo para tirar melhores conclusões.

 Trágica Obsessão

Sinopse: Na tentativa de resgate de um sequestro, mulher e filha de um executivo de New Orleans são mortas. Anos depois, durante uma visita à Itália, ele se apaixonará por uma outra mulher, cuja aparência física o faz lembrar da sua esposa.

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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: UM GATO EM PARIS



Sinopse: Dino é um gato de estimação que leva uma vida dupla em Paris. Durante o dia, ele mora com Zoe, uma garotinha muda, cuja mãe Jeanne é detetive da polícia da cidade. À noite, Dino sai de fininho pela janela para trabalhar com Nico, outro gato que, apesar de seu enorme coração, é um talentoso ladrão, capaz de grandes artimanhas. Certo dia, Dino traz de presente para Zoe um bracelete bastante caro. Lucas, assistente de Jeanne, percebe que o objeto pertence a uma coleção que acabou de ser roubada. Agora, as duas vidas de Dino estão prestes a colidir, já que Zoe, curiosa com as escapadas noturnas de seu gatinho, resolve segui-lo. Quando a menina cai nas garras do gângster Victor Costa, um bandido que planeja roubar uma obra de arte valiosa, Dino e Nico terão de se unir para resgatar Zoe.

Indicado ao Oscar de melhor longa de animação em 2012, essa pequena historia policial poderia ter sido muito bem  transformada em filme com atores em carne e osso. Em vez disso, se tornou uma bela animação, que embora com um teor um tanto que adulto (onde envolve ladrões e gângsteres) em alguns momentos, é bem acessível para todas as idades.  A relação de uma menina que fala pouco (devido a morte do pai) com o seu gato de estimação é apenas o estopim para o inicio de uma grande aventura, onde o gato acaba se envolvendo com um ladrão de jóias mas de bom coração.
A trama por vezes se torna uma mera desculpa para apresentar incríveis imagens de Paris, feitas em animação tradicional, provando que essa velha arte sempre terá espaço nas salas de cinema. Curto, divertido e para toda a família assistir numa tarde de sábado.     


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quarta-feira, 6 de março de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 7

Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.
IRMÃS DIABÓLICAS 
Sinopse: Danielle (Margot Kidder) é suspeita de ter assassinado seu namorado. Aparentemente, ela foi vista cometendo o crime pela sua vizinha e repórter Grace (Jennifer Salt). No entanto, as investigações se complicam quando é revelado que Danielle tem uma irmã siamesa, que pode estar envolvida com o episódio.
Até a pouco tempo, eu acreditava que Brian de Palma começou a filmar que nem Alfred Hitchcock a partir do filme Vestida para Matar. Mas essa obsessão do cineasta pelo mestre do suspense já vinha de muito antes, mais precisamente em 1973, com o seu pequeno filme Irmãs Diabólicas. A trama é sobre assassinato, envolvendo duas irmãs siamesas problemáticas (Margot Kidder), mas isso serve somente como estopim, para que De Palma possa criar uma trama, cujas peças chaves já até vimos em outros filmes conhecidos de Hitchcock (desde PsicoseJanela Indiscreta). Com isso, quando começam a surgir esses momentos, já temos uma noção do que irá acontecer no final, que felizmente, isso é contornado pela direção eficaz do cineasta, que se por um lado lembra às vezes Hitchcock, por outro ele consegue inovar: a cena em que a vitima da trama tenta pedir socorro em uma janela é digno de nota, pois De Palma cria um verdadeiro jogo de câmera, onde em alguns momentos, vemos a tela dividida e presenciamos a mesma situação em perspectivas diferentes.              
Para minha grande surpresa, foi ver Margot Kidder (a eterna Lois Lane de Superman de 78) num papel com tantas camadas complexas e que não teve como eu não deixar de me lembrar dos problemas de saúde e mentais que ela teve no decorrer dos anos e que infelizmente a impossibilitou de crescer ainda mais na carreira. 

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Cine Dica: Meu Amigo Claudia



Sinopse: Documentário sobre a ativista, atriz, cantora e travesti Claudia Wonder, grande agitadora cultural da cidade de São Paulo. Através de depoimentos e material de época acompanhamos a trajetória de Claudia e, em paralelo, a história do país nos últimos 30 anos.

É interessante observar, que nos últimos documentários nacionais que eu assisti, sempre tem como pano de fundo determinado período de nossa historia brasileira, mais especificamente anos 60,70 e 80. Filmes como Tropicália e DZI Croquetes, são obras que retratam determinado movimento artístico, mas que sempre sofriam em decorrência da ditadura na época. Meu Amigo Claudia é mais ou menos isso, onde temos depoimentos da atriz, cantora e travesti Claudia Wonder, que dentre outras coisas que fez durante a vida, se tornou grande estrela da musica nas noites de São Paulo e se tornando um dos símbolos do rock brasileiro daquele período. Isso sem contar o seu inicio de carreira, que começou como atriz nos filme do gênero pornochanchada, onde na maioria dos casos, os travestis eram tratados na trama com boas doses de humor.
Infelizmente Claudia não conseguiu escapar da opressão da época contra os gays, tanto que durante o filme, ela conta inúmeras historias de como ela e seus amigos sofriam certos abusos das autoridades. Além de depoimentos de Leão Lobo que fortalece essas informações, é de ficarmos espantados de certos recortes de jornal da época, que são jogados na tela e revelam a intolerância daquele período, que infelizmente só piorou ainda mais quando estourou a paranóia sobre a Aids e que se achava que os gays haviam gerado a doença. Mas buscando os seus direitos de ir, vir e ser o que bem entender, Claudia foi adiante e aos poucos viu o seu país começar a ter uma mente mais aberta, principalmente após o fim da ditadura, onde qualquer resquício dela começou a se esfarelar no inicio dos anos 90.
Infelizmente Claudia Wonder veio a falecer em 2010, mas deixando um legado de coragem e individualismo para todos que desejam dizer e fazer o que pensam. Embora sem muitas ambições, o filme de estréia do Dácio Pinheiro, não é somente um pequeno tributo a essa personagem, como também uma boa reconstituição dos fatos, de um período distante de nossa historia que não deve ser esquecido.  

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