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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cine Curiosidade: O QUE EU AINDA NÃO SABIA DE BERGMAN?


Terminou neste domingo o curso sobre Ingmar Bergman, criado pelo CENA UM e administrado pelo entendedor de Bergman, Jorge Roldán. Primeiramente, devo dizer que o curso (mesmo curto) foi ótimo, pois tocou em assuntos que eu mesmo desconhecia sobre o diretor sueco, como no caso de sua infância difícil e de ele sempre ter tido medo da morte. Esses problemas durante a vida acabou por, não só servir de base para a criação de suas principais obras, como também por exorcizar seus medos pessoais. Com isso, Bergman não deixou que seus problemas internos lhe prejudicassem, e seguiu fazendo obras primas até os seus últimos ano de vida.
De legado, deixou filmes que são maiores que a vida, onde cada um deles, poderia se criar um livro, como no caso das misteriosas cenas de Persona, ou da estranha interligação que ele criou entre Vergonha e Paixão de Ana, onde se podem tirar inúmeras interpretações, e que acabou se tornando um dos principais pontos de interroganção no curso, onde cada um tinha a sua interpretação (em breve, abordarei mais sobre esses dois filmes por aqui). O curso também serviu para realizar um pequeno desejo, (pessoal) de ver na tela grande, o belo rosto de Liv Ullmann o grande xodó de Bergman em seus filmes, que atualmente, é bem difícil imaginar a filmografia dele, sem a presença magnética dessa bela e grande atriz.
 E para terminar, fiquei perplexo sobre o poder que Bergman tinha dentro da TV Sueca, com seus tele filmes e mini series. Eu já tinha visto Retratos de um Casamento e sabia de todas as suas qualidades, mas foi só ver uma única cena do tele-filme criado por ele, A Flauta Mágica, que tive a absoluta certeza, que as limitações impostas pela TV não eram problema para Bergman, para criar um verdadeiro espetáculo de imagem e interpretação. Uma pena que nos não temos um Bergman para injetar um pouco de inteligência nessas novelas da Globo, que são uns verdadeiros nós na vida.
Finalizo dizendo, que espero poder retornar novamente ao universo de Bergman e conhecer as inúmeras camadas desconhecidas, seja da sua vida, seja de suas obras.


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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CINE ESPECIAL: INGMAR BERGMAN: FINAL

Enfim, chego aqui com a ultima postagem sobre Ingmar Bergman antes de eu participar do curso de amanhã. Claro que nem todos os filmes que eu assisti sobre ele  estão nestes especiais por falta de tempo mesmo, mas quem sabe retorne a falar mais sobre ele e cite os filmes que faltaram por aqui, como a Flauta Mágica, Noites de Circo, O Ovo da Serpente e dentre outros. Espero que todos tenham curtido o especial até aqui e quem se interessou pelo curso que começa amanha, que agente se cruza por lá, para apreciarmos  juntos, uma viajem ao universo desse diretor Sueco que deixou a sua marca na sétima arte para sempre.  
REVEJA AQUI O ESPECIAL: Parte 1, 2, 3, 4, 56 

Cine Dicas: Estréias no final de semana (04-11-11)

Para todos um ótimo final de semana e tenham boas sessões de cinema. No meu caso, estarei ocupado com o curso sobre Ingmar Bergman, que espero que todos estejam acompanhando os meus especiais que fiz sobre ele. Infelizmente é aquela historia uma coisa ou outra, pois devido ao curso, não irei assistir a ultima sessão desse ano do Cine Clube ZH, onde atração principal (com debate) seria o mais novo filme de Pedro Almodóvar, A Pele que Habito. O Cine Clube ZH conheci apartir da exibição do filme Copia Fiel (inesquecível alias) e desde então, tenho acompanhado todas as sessões. Com essa de amanhã será a ultima desse ano, mas os organizadores do evento prometem mais no ano que vem, portanto vale à pena aguardar.


Confiram as outras estréias.


A Pele Que Habito
Sinopse: Antonio Banderas é o protagonista da nova produção assinada pelo renomado cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Em A Pele que Habito Banderas interpreta Robert um obcecado cirurgião plástico que após a morte de sua esposa num acidente concentra todas as suas energias e conhecimento na criação de uma pele com a qual ela poderia ter sobrevivido. Após 12 anos de estudos ele consegue criar em seu laboratório um tecido sensível ao toque mas resistente a qualquer tipo de agressão. Porém para chegar num resultado perfeito seria necessária uma cobaia humana além de um cúmplice e uma grande dose da falta de escrúpulos por parte de Robert. A cúmplice é Marília a mulher que o criou desde o dia em que nasceu. Já a cobaia uma jovem desaparecida para sua família não o fará de forma voluntária. O longa escrito pelo prórpio diretor em parceria com Augustín Almodóvar é baseado em Mygale de Thierry Jonquet.




A Árvore do Amor
Sinopse: Após ver seu pai preso pelo governo da China, Jing é mandada para o campo para passar por um período de reeducação durante a Revolução Cultural no país. Preocupada com o futuro de sua família, a jovem adota um comportamente bem prudente. Mas isso muda quando ela conhece Sun, o filho de um oficial, por quem se apaixona. Mesmo com origens tão distintas, os dois vivem um amor em segredo. Mas um dia Sun desaparece e retorna um tempo depois mudado. Jing terá que rever suas convicções para lutar pelo que realmente acredita.




A Casa dos Sonhos
Sinopse: Em A Casa dos Sonhos o bem-sucedido editor Will Atenton (Craig) deixa seu emprego de importante executivo em Manhattan e se muda com a esposa e duas filhas para uma charmosa cidade da Nova Inglaterra. Mas à medida que vão se adaptando à sua nova vida eles descobrem que seu lar perfeito foi o local do assassinato de uma mãe e seus filhos. E a cidade inteira acredita que foi pelas mãos do marido que sobreviveu. Quando Will investiga ele não tem certeza se está começando a ver fantasmas ou se a história trágica está chegando perto demais da sua casa.




O Preço do Amanhã
Sinopse: O filme se passa em um futuro não muito distante onde a ciência descobriu um processo que interrompe o envelhecimento aos 25 anos. Com os ricos se tornando belos imortais o resto da humanidade terá de lutar para sobreviver.


Terror na Água 3D
Sinopse: Um fim de semana sensual acaba em um sangrento pesadelo para um grupo de universitários assombrados por predadores sedentos por sangue em Terror na Água 3D uma apavorante jornada com um belo e jovem elenco.brChegando de barco à casa de sua família às margens do lago Louisiana Sara (Sara Paxton) e seus amigos logo vestem seus trajes de banho para um fim de semana de diversão sob o sol. Mas quando o jogador de futebol americano Malik (Sinqua Walls) sai cambaleando da água salgada do lago com o braço arrancado o humor do grupo subitamente escurece. Nick (Dustin Milligan) um tímido estudante e candidato à faculdade de medicina se vê cuidando do ferido &822 administrando os primeiros socorros e informando a Sara que eles não têm nem mesmo um único minuto a perder para levar Malik ao hospital do outro lado do lago.




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CINE ESPECIAL: ALFRED HITCHCOCK: Parte 3

Nos dias 16 a 19 de novembro, estarei participando do curso, “A OBRA DE ALFRED HITCHCOCK”, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os quatro dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme desse diretor, que não é somente o mestre do suspense, mas um dos melhores diretores de todos os tempos.



A Sombra de uma Dúvida
Sinopse: Charlie Oackley é um criminoso que seduz e mata viúvas. Para fugir da polícia, acaba indo visitar sua irmã Emma, que vive com seu marido e sua filha Charlie. Com a convivência, Charlie – a sobrinha - começa a cada dia mais desconfiar de que seu tio não seja realmente a pessoa que diz ser.
Alfred Hitchcock sempre disse que A sombra de Uma duvida era o seu filme preferido, e mesmo fazendo ao longo da historia do cinema inúmeros clássicos, é neste pequeno filme que o diretor depositava seu carinho. Hitchcock  sempre gostava de colocar uma pessoa comum perante a uma situação inexplicável, cuja qual, não sabe se sairá vivo dessa, e neste filme, apesar de ser o mais simples de toda a sua filmografia, é o melhor que representa essa idéia. Joseph Cotten que faz o Tio Charlie é o protagonista da trama, e mesmo sendo suspeito de algo que cometeu, Hitchcock sabe brincar com agente e faz que nos fiquemos mais ou menos torcendo pôr ele, para não ser realmente culpado, contudo, ao longo da historia, percebesse que a algo de errado nele, e uma das minhas partes favoritas da historia, é quando toda a família está sentada na mesa e seu lado sombrio começa aflorar, demonstrando total falta de amor com o próximo, mesmo que cauteloso.
A trama em si já diz que o ser humano, pôr mais que se comporte bem, talvez aja nele um lado que floresça, para o bem ou para o mau. E fora o tio, a melhor personagem que representa isso é a sobrinha, interpretada com maestria pela atriz Teresa Wright que na época tinha 25 anos e foi justamente interpretar uma garota de 19 anos, contudo o seu desempenho foi tão bom que faz com que ela demonstre uma total inocência perante o mundo que vive. Contudo, ao decorrer da trama, em que ela começa a descobrir a verdade sobre o tio e vemos que ela começa a amadurecer e encarar o lado sombrio da vida, principalmente pelo fato de ela enxergar que não tem escolha e parte em defesa da família perante o tio, numa cena digna de nota, onde ela ameaça em matar o tio caso ele faça algum mau a eles, é nesta cena que de menina ela vira mulher e chega até a mudar a vos pôr um momento, fazendo um verdadeiro show de interpretação. Como eu disse no inicio da matéria, Hitchcock gostava de colocar pessoas comuns perante o inexplicável e aqui ele faz com louvor, uma das partes mais interessantes sobre isso foi pôr exemplo a chegada do tio no trem.
A família esta a sua espera, tudo está claro e sereno, então, o trem chega, como se fosse uma verdadeira nuvem negra chegando à cidade de Santa Rosa, fazendo que pôr um momento a sobrinha se amedronte. Mas como todo bom filme do mestre do suspense que se preze, não falta humor negro nesta película e isso fica com o pai da sobrinha, cujo seu hobby discutir com o seu amigo, diversos modos de assassinar um ao outro e, embora essas cenas sejam um tanto quanto deslocadas da história principal, trazem um teor muito agradável à obra, definindo-a de vez como um filme leve - mas não superficial.
A Sombra de uma Dúvida é adepto do Expressionismo Alemão, apesar de Hitchcock ter começado a carreira de cinema na Inglaterra, ele era fã de filmar nesta forma. Sombras compridas e destacadas, além de ângulos de câmera irregulares fazem parte de muitas cenas-chaves do filme. É bom destacar que o aspecto visual jamais é muito carregado, como são os filmes expressionistas de forma geral, e somos brindados com cenas externas muito suaves e alegres.
Quando Charlie demonstra ser uma ameaça, o filme adquire tons mais escuros, o que traz uma variedade interessante às cenas. A música está sempre presente nos momentos de suspense, embora não seja especialmente marcante. Mesmo sendo um filme pequeno se comparado a grandes obras do diretor, A Sombra de Uma duvida é o melhor filme de Alfred Hitchcock que destaca todas as marcas registradas que o diretor usou ao longo de sua brilhante carreira, e como diz o ditado o melhor perfume esta sempre nos menores frascos.


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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CINE ESPECIAL: ALFRED HITCHCOCK: Parte 2

Nos dias 16 a 19 de novembro, estarei participando do curso, “A OBRA DE ALFRED HITCHCOCK”, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os quatro dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme desse diretor, que não é somente o mestre do suspense, mas um dos melhores diretores de todos os tempos. 

FESTIM DIABOLICO
O MEU PREFERIDO DO MESTRE DO SUSPENSE
Sinopse: Na cidade de Nova York, Brandon (John Dall) e Phillip (Farley Granger) assassinam seu amigo David, por considerarem-se superiormente intelectuais em relação a ele. Com toda a frieza e arrogância, resolvem provar para eles mesmos sua habilidade e esperteza: esconderão o cadáver em um grande baú, que servirá como mesa e estará exposto no meio da sala de estar do apartamento deles, durante uma festa que realizarão logo em seguida.
Junto com Psicose, Janela, Indiscreta, Um Corpo que Cai e Pássaros, Festim Diabólico está entre os melhores filmes do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Rodado em 1948, foi o primeiro filme que o diretor inglês utilizou cores, o primeiro de uma ótima parceria com o ator James Stewart e um dos primeiros filmes a ter a historia mostrada em tempo real.
Gravado totalmente em estúdio, esse filme com certeza, para o diretor particularmente, foi um dos projetos mais experimentais que ele participou, tanto que foi extremamente ousado em usar apenas 10 tomadas com oito minutos, cada uma. Explico: Naquele tempo o máximo que uma cena era gravada era em torno de 8 minutos, depois disso, era necessário trocar o rolo do filme, para continuar a filmagem. Neste, Hitchcock usou somente 10 tomadas e os cortes são praticamente imperceptíveis. A pessoa que for assistir a esse filme da o entender que foi rodado direto sem cortes, sendo que, hoje atualmente isso é bem possível, mas naquele tempo era impossível, mas Hitchcock, mestre como era na direção, fez com que os cortes fossem imperceptíveis, fazendo certo truques de câmera como, por exemplo, quando a imagem foca para as costas de alguém, e por meio segundo, a imagem fica escura e daí volta ao filme novamente, sendo neste instante, em que o diretor trocava os rolos de filme. Para época muitas pessoas acreditaram friamente que o filme foi rodado em uma única tomada. A sensação de assistir a esse filme é como assistirmos uma peça, só que filmada, durante toda a trama, e todos os personagens se encontram em um único lugar do prédio onde se concentra a historia. A única vez que se tem uma parte externa é a parte da rua, onde se inicia os créditos (nota: Hitchcock faz a sua ponta habitual passando pela calçada), o resto, tudo se passou dentro dos estúdios. Curiosamente, se vê o ambiente pela janela, sendo que a trama começa a tarde e ao decorrer dos minutos que se passam, o ambiente de fora começa a escurecer, e mesmo sendo feito em estúdio, Hitchcock fez de todas as maneiras possíveis para que as imagens do lado de fora fossem bem reais, desde a nuvens aos prédios com suas luzes. Mas essa pirotecnia não salvaria o filme se não contasse com uma boa historia, que alias foi baseada em fatos verídicos na época, sobre dois estudantes que mataram um amigo de 14 anos por acreditarem que eram superiores a ele, e o mataram por acreditar que o assassinato fosse algo especial, somente para as pessoas superiores que acreditaram eles serem. Após cometerem o crime Brandon (John Dall no papel de sua vida) e Phillip (Farley Granger visto depois em Pacto Sinistro também de Hitchcock) escondem o corpo de David (Dick Hogan) num baú de livros no meio da sala, e após isso ofereceram um banquete a convidados ligados a vitima, tornando-se ainda mais interessante ao descobrirmos que entre os convidados estarão o pai, a noiva e a tia da vítima, além do outro pretendente de sua noiva, Kenneth. Completando a lista de pessoas presentes na festa, está à senhora Wilson (a empregada) e principalmente Rupert Cadell (o também imortal James Stewart). Rupert é o professor da dupla de assassinos, cujas opiniões em classe, aceitas de forma errônea por eles, acabaram motivando-lhes a cometerem o crime. Ou seja, Rupert mesmo não sendo culpado pelo que a dupla fez, foi responsável pela idéias mal interpretadas por eles. Contudo, Hitchcock não coloca a culpa nos ombros do personagem, e sim faz com que ele vire um verdadeiro detetive ao longo da projeção, porque por mais que Brandon e Fhilipe acharem que cometeram um crime perfeito, cada um acaba jogando pistas no ar. Brandon, por exemplo, em sua arrogância cega, começa a jogar pistas, sutilmente, sobre o crime que acabara de cometer e, à medida que o professor Rupert vai começando a desconfiar dessas pistas, e principalmente de Fhilipe que começa a se desequilibrar por causa do crime que cometeu, e a maneira que o desgaste o pega vai progredindo e a tensão aumenta ao longo da festa. O maior suspense da trama é esse, será que eles serão pegos ao longo da trama? O baú será aberto ao longo do decorrer da festa? Essas questões são respondidas no clímax da trama, mas até lá fica aquele suspense angustiante, pois o espectador, junto com os assassinos são os únicos que sabem que tem um corpo guardado dentro do baú no meio da sala. Hitchcock habilidoso no suspense durante vários momentos brinca com a câmera, nos acompanhando, aproveitando cada detalhe, desde uma corda usada no crime, de certos detalhes em um chapéu e por ai vai. O mais surpreendente em Festim Diabólico é que os protagonistas principais eram na verdade homossexuais. Claro que como o filme foi feito em 1948 certos assuntos como opção sexual eram tabus naquele tempo, portanto mantém a suspeita de homossexualismo, da forma mais sutil possível, tanto que muitas pessoas nem desconfiam quando assistem ao filme, e tal assunto não era discutido muito abertamente naquele tempo.Por sua ousadia técnica e pela historia um tanto pesada para os padrões na época, Festim Diabólico não teve o reconhecimento merecido na época que a película estreou, mas felizmente o tempo fez que corrigisse esse erro e atualmente é para mim um dos melhores filmes do mestre do suspense.Com poucos recursos técnicos, somente pela força de vontade e ousadia, Alfred Hitchcock criou uma obra ousada, fantástica e simples. Um grande clássico que para aqueles que não assistiram ainda vale a pena ser descoberto.


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CINE ESPECIAL: INGMAR BERGMAN: Parte 6

Nos dias 5 e 6 de novembro, estarei participando do curso, “INGMAR BERGMAN – O Cinema da Angústia Existencial”, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme pertencente, a uma filmografia incomum, de um diretor incomum.
"TRILOGIA DO SILÊNCIO”



ATRAVES DE UM ESPELHO (1961)
Sinopse: Karin (Harriet Andersson) é uma mulher que começa a ter crises familiares por causa de sua loucura, durante umas férias em uma longínqua ilha.
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, Através de um Espelho é uma das principais obras do mestre Ingmar Bergman, e o início da "trilogia do silêncio", formada ainda por O Silêncio e Luz de Inverno, foi na época, um dos grandes lançamentos em DVD da distribuidora Versátil. Harriet Andersson (Gritos & Sussurros) está magnífica como a frágil Karin que, afetada por crises de loucura, entra em conflito com seus familiares, durante as férias de verão numa ilha distante. Um drama psicológico intenso em que Bergman disseca o processo de degradação de uma família.


Luz de Inverno (1962)

Sinopse: a história do pescador que vai buscar ajuda de um pastor quando descobre que a China tem uma bomba atômica e pretende usá-la. Só que o pastor, também temendo a crise nuclear, passa por uma séria crise de fé e teme não poder ajudá-lo.
O meu filme preferido da trilogia "Do Silencio". A historia da falta de fé, tanto do pescador, como do padre, é um retrato do homem perante a falta de respostas que tem durante a vida. Por mais desanimadora que posa ser, a trama é um retrato da força de vontade do homem em abraçar os seus desígnios, mesmo nunca obtendo uma resposta concreta. Sendo que, melhor assim do que nada.


O Silêncio (1963)

Sinopse: A história de duas irmãs e suas dificuldades nos relacionamentos. Esther e Anna viajam com o filho da segunda para a Suécia, mas têm sua viagem interrompida por um imprevisto em um país desconhecido. Hospedadas no hotel, elas começam a confrontar o vazio existencial de suas vidas.
O encerramento da trilogia "Do Silencio", e também o mais ousado. Pois o filme (assim como diz o titulo) mostra o silencio de ambas as irmãs uma com a outra, mas o desejo incomum pela comunicação que ambas sentem. Ao se instalarem em hotel, começa um jogo de palavras curtas, mas certeiras e expressões nos rostos de ambas que dizem pouco, mas falam muito. Bergman sempre foi conhecido como o diretor que melhor soube filmar as expressões das faces de seus atores, e esse é um belo exemplo de esforço e de determinação, não só do diretor, como também de ambas as atrizes.
Revendo a obra atualmente, não me admira se o filme serviu de base para outros diretores (autores) em criar determinados títulos, como no caso de Lars Von Trier e seu genial Melancolia.


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Cine Dica: Em Cartaz: O PALHAÇO

UM HUMOR QUE FAZ FALTA NO CINEMA BRASILEIRO
Sinopse: Benjamim e Valdemar formam a fabulosa dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Eles vivem pelas estradas na companhia da divertida trupe do Circo Esperança. Mas Benjamim acha que perdeu a graça e parte em uma aventura atrás de um sonho. Venha rir e se emocionar com este grande espetáculo.

Feliz Natal foi a primeira experiência de Selton Mello como diretor, mas é nesse, O Palhaço, que ele prova que nasceu, não só para ser um dos melhores interpretes do cinema brasileiro atual, como também prova ter talento atrás das câmeras. Além de dirigir o filme, ele também atua na historia o que já é um grande desafio que não é para muitos cineastas que existem por ai, portanto merece todo o credito. O seu personagem Benjamin pode tranquilamente figurar entre os melhores personagens que ele atuou na telona (ao lado do protagonista de Cheiro do Ralo) onde ele consegue passar para o espectador toda sua insegurança sobre que realmente quer da vida, e com isso, solta a triste e certeira frase: “eu faço as pessoas rirem, mas quem me faz rir?”.
Apesar da crise existencial do protagonista, o filme não cai no drama facilmente e oscila tranqüilamente com momentos de humor, por vezes pastelão, por vezes num estilo de humor inteligente visto nos filmes antigos como do Mazzaropi, que convenhamos, faz falta no cinema brasileiro atual. Um dos pontos, particularmente meus favoritos da trama, são as aparições hilárias de personagens excêntricos, que por mais estranhos que sejam, divertem pelas suas palavras incrivelmente engraçadas, como no caso do delegado que surge em certo ponto da historia. São participações pequenas, mas jamais vazias, pois elas estão ali por um significado, mas nunca para somente encher a linguiça. Vale destacar a fantástica fotografia em cor pastel, dando a entender que a trama se passa em um tempo passado distante, onde tudo era mais colorido, apesar das dificuldades do dia a dia do circo.
Por fim, O Palhaço é uma obra obrigatória, na qual nos diverti e nos faz pensar sobre do porque estamos aqui nesta vida. Uma dose reflexão, mas muito divertida e colorida.

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