Nos dias 5 e 6 de novembro, estarei participando do curso, “INGMAR BERGMAN – O Cinema da Angústia Existencial”, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme pertencente, a uma filmografia incomum, de um diretor incomum.
"TRILOGIA DO SILÊNCIO”
ATRAVES DE UM ESPELHO (1961)
Sinopse: Karin (Harriet Andersson) é uma mulher que começa a ter crises familiares por causa de sua loucura, durante umas férias em uma longínqua ilha.
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, Através de um Espelho é uma das principais obras do mestre Ingmar Bergman, e o início da "trilogia do silêncio", formada ainda por O Silêncio e Luz de Inverno, foi na época, um dos grandes lançamentos em DVD da distribuidora Versátil. Harriet Andersson (Gritos & Sussurros) está magnífica como a frágil Karin que, afetada por crises de loucura, entra em conflito com seus familiares, durante as férias de verão numa ilha distante. Um drama psicológico intenso em que Bergman disseca o processo de degradação de uma família.
Luz de Inverno (1962)
Sinopse: a história do pescador que vai buscar ajuda de um pastor quando descobre que a China tem uma bomba atômica e pretende usá-la. Só que o pastor, também temendo a crise nuclear, passa por uma séria crise de fé e teme não poder ajudá-lo.
O meu filme preferido da trilogia "Do Silencio". A historia da falta de fé, tanto do pescador, como do padre, é um retrato do homem perante a falta de respostas que tem durante a vida. Por mais desanimadora que posa ser, a trama é um retrato da força de vontade do homem em abraçar os seus desígnios, mesmo nunca obtendo uma resposta concreta. Sendo que, melhor assim do que nada.
O Silêncio (1963)
Sinopse: A história de duas irmãs e suas dificuldades nos relacionamentos. Esther e Anna viajam com o filho da segunda para a Suécia, mas têm sua viagem interrompida por um imprevisto em um país desconhecido. Hospedadas no hotel, elas começam a confrontar o vazio existencial de suas vidas.
O encerramento da trilogia "Do Silencio", e também o mais ousado. Pois o filme (assim como diz o titulo) mostra o silencio de ambas as irmãs uma com a outra, mas o desejo incomum pela comunicação que ambas sentem. Ao se instalarem em hotel, começa um jogo de palavras curtas, mas certeiras e expressões nos rostos de ambas que dizem pouco, mas falam muito. Bergman sempre foi conhecido como o diretor que melhor soube filmar as expressões das faces de seus atores, e esse é um belo exemplo de esforço e de determinação, não só do diretor, como também de ambas as atrizes.
Revendo a obra atualmente, não me admira se o filme serviu de base para outros diretores (autores) em criar determinados títulos, como no caso de Lars Von Trier e seu genial Melancolia.
Um comentário:
Adoro a trilogia do silêncio de Bergman, principalmente os dois primeiros: Através de um espelho e Luz de inverno.
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