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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'GUARDE O CORAÇÃO NA PALMA DA MÃO E CAMINHE'

Sinopse: Uma cineasta conecta-se com uma mulher palestina em Gaza que documenta a vida sob bombardeios.   

Nos futuros livros de história com certeza os eventos que ocorreram na cidade de Gaza serão registrados como um dos maiores crimes contra a humanidade. Com a desculpa de destruir o Hamas, movimento de Resistência Islâmica, Israel invadiu a cidade e bombardeou diversos prédios, causando a morte de centenas de pessoas e que, infelizmente, ainda acontecem. O documentário "Guarde o Coração na Palma da Mão e Caminhe" (2025) revela o olhar de dentro daquele cenário e onde qualquer um poderia morrer a qualquer momento.

Dirigido pela iraniana Sepideh Farsi, o documentário revela os encontros digitais entre a cineasta e uma fotojornalista palestina Fatem Hassona. As duas se conhecem por um amigo em comum enquanto Farsi tenta obstinadamente chegar em Gaza apesar das estradas bloqueadas e dos bombardeios incansáveis. Fatem vira os olhos de Farsi em Gaza, uma correspondente que resiste aos desastres enquanto documenta a guerra de perto.

Quando recebi o convite da distribuidora para assistir ao documentário eu fui ver sem muita informação e fazendo com que a sessão se tornasse ainda mais interessante. A relação entre a cineasta e a fotojornalista é o coração do longa como um todo, onde enxergamos a realidade nua e crua de Gaza através do olhar dessa última e fazendo com que tenhamos uma dimensão maior das atrocidades que acontecem em volta. O mais chocante é ver os minutos iniciais desse documentário e termos uma dimensão do estrago que a cidade sofreu desde o início do conflito e como uma realidade pode mudar radicalmente da noite para o dia.

Curiosamente, é interessante observar a ação e reação de Fatem perante a isso tudo, onde inicialmente sempre a vemos sorridente mesmo estando no olho do furacão o tempo todo. Porém, por mais forte que ela seja, nota-se uma mudança gradativa, onde o seu olhar cansado, além do seu rosto fragilizado, sintetiza uma pessoa tendo que lidar com a sua possível morte de forma rotineira, como se não houvesse mais nenhuma opção, a não ser testemunha algo antes que tudo acabe. Conhecemos aos poucos a sua pessoa, assim como a sua história, dos seus amigos e familiares e fazendo a gente constatar o quanto eles são como nós e que não mereciam essa situação horrenda.

Filmado durante um ano, cada vídeo chamado entre a cineasta e a fotojornalista se torna cada vez mais angustiante, principalmente em um momento em que ambas estão conversando e próximo dali acontece um bombardeio que é registrado. Vemos então Fatem não saber reagir naquele momento, onde o seu sorriso logo se mistura com uma expressão de pavor e angústia perante a situação. Um registro puro e cru sobre o dia a dia daqueles que não deixaram o local e sendo algo que dificilmente se vê nos telejornais do mundo.

Além das vídeos chamados a própria Fatem enviou para a cineasta vídeos e fotos das ruas da cidade de Gaza, onde o inferno na terra se tornou rotineiro e fazendo com que cada novo dia possa se tornar o último. Confesso que não estava preparado para revelação sobre o destino dela naquele lugar, sendo que a última conversa entre a cineasta e a fotojornalista é revelado que o documentário seria exibido em Cannes e fazendo a gente torcer para que ambas possam se encontrar por lá. Infelizmente Fatem pereceu ao lado de seus familiares devido um bombardeio e fazendo com que o documentário tivesse maior peso mesmo quando a revelação me causou um grande impacto e do qual não queria ter sentido.

"Guarde o Coração na Palma da Mão e Caminhe" é o registo de uma vida em meio ao caos causado pela insanidade do homem, mas cujas imagens irão ser lembradas por todo o sempre.  


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Cine Dica: Cinema da UFRGS exibe clássico de Zé do Caixão

Na próxima quinta-feira, dia 4 de dezembro, às 19h, a Sala Redenção, em parceria com o Cineclube Vestígio, apresenta “O Despertar da Besta” (1969), de José Mojica Martins, mais conhecido como Zé do Caixão. A sessão gratuita é seguida de bate-papo com integrantes do cineclube.

Marco do cinema marginal, a trama segue um grupo de indivíduos envolvidos em um experimento científico que utiliza substâncias alucinógenas. Isso os arremessa em uma jornada intensa e desenfreada, mergulhando nos desejos mais profundos e medos mais sombrios da mente humana. Pensado originalmente sob o título “Ritual dos Sádicos”, o filme foi produzido em 1969 e imediatamente vetado pela censura da ditadura civil-militar, que, além de impedir sua exibição, pretendia também destruir todas as cópias e o negativo da obra. Durante os anos 1980, rebatizado de “O Despertar da Besta”, o longa-metragem pôde ser apresentado ao público em cinemas e festivais.


PROGRAMAÇÃO:


O Despertar da Besta

(1969 | dir. José Mojica Martins | Brasil | 91 min | Terror | 18 anos)

Um psiquiatra administra LSD em quatro voluntários para estudar os efeitos do tóxico sob a influência da imagem de Zé do Caixão. O personagem aparece de maneira diferente nos delírios psicodélicos de cada um, alternando entre sexo, perversão e sadismo.

4 de dezembro | quinta-feira | 19h + Conversa com integrantes do Cineclube Vestígio