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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 28 de março de 2022

Cine Especial: Vencedores do Oscar do Tapa

Nos últimos anos tenho tido cada vez menos interesse em assistir à cerimônia do Oscar.  Preocupada com a audiência, os produtores vivem ano após ano remodelando o evento para atrair o público, mas isso tem afastado cada vez mais o cinéfilo que se vê sendo menosprezado pela forma como os organizadores tem tratado determinadas categorias. Esse ano, por exemplo, diversas categorias técnicas foram entregues antes do programa entrar ao vivo, sendo que boa parte foi entregue a "Duna", ´épico de ficção cientifica que acabou levando para casa seis prêmios, incluindo de melhor trilha sonora para o mestre Hans Zimmer.

Durante a cerimônia ao vivo aquele mesmo roteiro de sempre, desde os atores e atrizes subindo ao palco para anunciar os vencedores dos prêmios, como também do fato de sempre fazerem comentários e piadas sem graça e que nem o norte americano aguenta. Como se não bastasse eles tentaram alegrar o momento em que se faz homenagem aos que partiram no último ano, mas de uma forma rápida, mal organizada e que mal se via na tela quem havia perecido recentemente. Mas o pior estava por vir.

Infelizmente o Oscar 2022 entra na lista de tempos recentes em que a academia tem se mostrado conservadora e premiando filmes bons, mas que não mereciam nem de longe levar o prêmio principal da noite. Ao lado de exemplos semelhantes como "Spotlight"(2015) e "Green Book" (2018), "No ritmo do coração" será aquele bom filme para ser assistido e apreciado, mas que não será lembrado pelas próximas décadas, pois não tem peso para isso e tão pouco possui uma visão autoral de um realizador que faz do filme se tornar inesquecível. Ao menos, ver o ator surdo e mudo Troy Kotsur  levar o prêmio de melhor ator coadjuvante pelo filme é algo para ser sim ser lembrado com gosto.

Outro ponto negativo foi a forma como eles prestaram a homenagem para alguns clássicos que estavam fazendo ano. A obra prima "O Poderoso Chefão" (1972) foi homenageada devido aos seus cinquenta anos e ver os veteranos Al Pacino, Robert De Niro e o diretor Francis Ford Coppola subindo ao palco não tem preço. Porém, o clipe que fizeram em homenagem ao filme foi totalmente pobre, rápido demais, além de criar uma trilha sonora que não tinha nada a ver com a essência principal da trilogia mafiosa.

As homenagens se seguiram com o trio John Travolta, Samuel L. Jackson e Uma Thurman subindo ao palco para o público relembrar de "Pulp Fiction" (1994), clássico dos anos noventa que está chegando perto dos seus trinta anos. Novamente, a homenagem é curta, onde somente vemos o casal central do filme reconstituindo a clássica dança que ambos haviam protagonizado, mas sem aquele mesmo brilho. Uma cerimônia que se diz lembrar dos grandes clássicos, mas que na prática fizeram tudo na má vontade e sem nenhum carinho.

Das demais premiações fiquei muito feliz em ver Kenneth Branagh finalmente levar o seu Oscar por "Belfast", mais precisamente na categoria de roteiro original. O surpreendente filme japonês "Drive my car" ganhou o prêmio de Melhor Filme Internacional de forma merecida, muito embora torcesse por ele nas outras categorias. E se por um lado não foi dessa vez que Kristen Stewart levou o prêmio pela sua ótima atuação em "Spencer", ao menos, Jessica Chastain finalmente consegue levar o prêmio de atriz pelo filme "Os olhos de Tammy Faye" após anos sendo injustiçada sempre quando era indicada.

Mas sejamos sinceros, boa parte do público não irá se lembrar dos premiados da noite, mas sim da cena grotesca protagonizada por Will Smith em Chris Rock. Durante a cerimônia, Rock subiu ao palco para apresentar o vencedor da categoria de melhor documentário. Em seu discurso, ele fez piadas com a cabeça raspada de Jada Pinkett-Smith, mulher de Will, comparando-a com a personagem de Demi Moore, em "Até o limite da honra" (1997). O ator foi até o palco e deu um tapa na cara do comediante, que ficou sem graça. Entre os presentes e o público nas redes sociais, não ficou imediatamente claro se era um momento combinado ou uma reação genuína.

No meu entendimento, ambos erraram em toda a situação, sendo que Smith deveria ter se contido e tirado satisfação com o comediante nos bastidores. Ao receber o prêmio de Melhor Ator pelo filme "King Richard: criando campeãs" vemos Smith abalado e tendo a consciência do absurdo que protagonizou e que pode muito bem prejudicar a sua carreira futuramente. Se a troca dos envelopes da cerimônia do Oscar em 2017 foi desastroso, esse tapa protagonizado por ambos os interpretes foi a síntese genuína de um Oscar entrando de vez em uma fase de pura decadência.

Por conta disso, os prêmios dos festivais pelo mundo, desde Veneza a Cannes, acabam se tornando muito mais relevantes, pois nessas premiações não há uma preocupação doentia pela audiência, mas sim dos realizadores procurarem premiar os filmes indicados de forma justa. Enfim, só o tempo dirá se o Oscar voltará a se estabilizar, pois por enquanto está indo a ladeira abaixo e nem todas as mudanças do mundo na forma de apresentar o evento irão salva-lo. Confira abaixo a lista dos indicados e vencedores. 


Melhor filme

"Belfast"

"Não olhe para cima"

"Duna"

"Licorice pizza"

"Ataque dos cães"

"No ritmo do coração" (vencedor)

"Drive my car"

"King Richard: criando campeãs"

"O beco do pesadelo"

"Amor, sublime amor"


Melhor atriz

Jessica Chastain - "Os olhos de Tammy Faye" (vencedor)

Olivia Colman - "A filha perdida"

Penélope Cruz - "Mães paralelas"

Nicole Kidman - "Apresentando os Ricardos"

Kristen Stewart - "Spencer"


Melhor ator

Javier Bardem - "Apresentando os Ricardos"

Benedict Cumberbatch - "Ataque dos cães"

Andrew Garfield - "Tick, tick... Boom!"

Will Smith - "King Richard: criando campeãs" (vencedor)

Denzel Washington - "A tragédia de Macbeth"


Melhor direção

Kenneth Branagh - "Belfast""

Hamaguchi Ryusuke - "Drive my car"

Jane Campion - "Ataque dos cães" (vencedor)

Steven Spielberg - "Amor, sublime amor"

Paul Thomas Anderson - "Licorice Pizza"


Canção original

"Be Alive" - "King Richard: criando campeãs"

"Dos Oruguitas" - "Encanto"

"Down To Joy" - "Belfast"

"No time to die" - "Sem tempo para morrer" (vencedor)

"Somehow you do" -"Four good days"


Melhor documentário

"Ascension"

"Attica"

"Flee"

"Summer of Soul (...ou Quando A Revolução Não Pôde Ser Televisionada)" (vencedor)

"Writing with fire"


Melhor roteiro adaptado

"No ritmo do coração" (vencedor)

"Drive my car"

"Duna"

"A filha perdida"

"Ataque dos cães"


Melhor roteiro original

"Belfast" (vencedor)

"Não olhe para cima"

"King Richard: criando campeãs"

"Licorice pizza"

"A pior pessoa do mundo"


Melhor figurino

"Cruella" (vencedor)

"Cyrano"

"Duna"

"O beco do pesadelo"

"Amor, sublime amor"


Melhor filme internacional

"Drive my car" - Japão (vencedor)

"Flee" - Dinamarca

"A Mão de Deus" - Itália

"A Felicidade das Pequenas Coisas" - Butão

"A Pior Pessoa do Mundo" - Noruega


Melhor ator coadjuvante

Ciarán Hinds - "Belfast"

Troy Kotsur - "No ritmo do coração" (vencedor)

Jesse Plemons - "Ataque dos cães"

J.K. Simmons - "Apresentando os Ricardos"

Kodi Smit-McPhee - "Ataque dos cães"


Melhor animação

"Encanto" (vencedor)

"Flee"

"Luca"

"A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas"

"Raya e o último dragão"


Efeitos visuais

"Duna" (vencedor)

"Free guy"

"Sem tempo para morrer"

"Shang-Chi e a lenda dos dez anéis"

"Homem-Aranha: Sem volta para casa"


Melhor fotografia

"Duna" (vencedor)

"Ataque dos cães"

"Beco do pesadelo"

"A tragédia de Macbeth"

"Amor, sublime amor"


Melhor atriz coadjuvante

Jessie Buckley - "A filha perdida"

Ariana DeBose - "Amor, sublime amor" (vencedor)

Judi Dench - "Belfast"

Kirsten Dunst - "Ataque dos cães"

Aunjanue Ellis - "King Richard: criando campeãs"


Maquiagem e cabelo

"Um Príncipe em Nova York 2"

"Cruella"

"Duna"

"Os olhos de Tammy Faye" (vencedor)

"Casa Gucci"


Melhor som

"Belfast"

"Duna" (vencedor)

"Sem tempo para morrer"

"Ataque dos cães"

"Amor, sublime amor"


Melhor trilha sonora

"Não olhe para cima"

"Duna" (vencedor)

"Encanto"

"Mães paralelas"

"Ataque dos cães"


Melhor edição

"Não olhe para cima"

"Duna" (vencedor)

"King Richard: criando campeãs"

"Ataque dos cães"

"Tick, tick... boom!"


Melhor design de produção

"Duna" (vencedor)

"Ataque dos cães"

"O beco do pesadelo"

"A tragédia de Macbeth"

"Amor, sublime amor"


Melhor curta-metragem em live action

"Ala kachuu - Take and run"

"The long goodbye" (vencedor)

"The dress"

"On my mind"

"Please hold"


Melhor documentário de curta-metragem

"Audible"

"The queen of basketball" (vencedor)

"Onde eu moro"

"Três canções para Benazir"

"When we were bullies"


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