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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Convenção das Bruxas' (2020)

 Sinopse: A história  sombria de um jovem órfão que em 1967, vai viver com a sua Avó  numa cidade rural do Alabama, Demopolis. Quando o rapaz e a Avó encontram umas bruxas encantadoras, mas diabolicamente traiçoeiras, a avó decide levar o neto para um luxuoso resort à beira-mar. 

A refilmagem não é algo novo na história do cinema, pois basta lermos os livros de história para descobrimos que elas sempre estiveram lá. Basta pegarmos, por exemplo, "Ben-Hur" (1926), ou então "Os Dez Mandamentos" (1923), clássicos do cinema mudo, mas que tiveram as suas refilmagens lançadas nos anos cinquenta e se tornando melhores e muito mais bem lembradas. Contudo, nem todo o clássico precisa de uma refilmagem, pois sempre haverá o risco dela se tornar dispensável para os olhos de um cinéfilo mais exigente.

O problema dos produtores de cinema atualmente é subestimar a inteligência do cinéfilo, pois eles acreditam que o público atual não terá interesse de assistir a um filme mais antigo. Pegamos um exemplo recente da nova versão de "Rebecca", lançado recentemente pela Netflix e sendo uma refilmagem do clássico criado por Alfred Hitchcock em 1940. O resultado é uma refilmagem econômica, sem nenhum brilho e tão pouco ambicioso.

Outro fator determinante para existir mais refilmagens atualmente é devido à falta de ideias criativas dos produtores atuais, dos quais não conseguem criar uma história original e assim recorrendo ao passado e vendo o que já deu certo. Alguns lançamentos acabam se tornando bem sucedidos, outros um fracasso e há aqueles que dividem bastante a opinião do público. A nova versão de "Convenção das Bruxas" vem para fazer muito barulho, dividindo opiniões e ofuscando os seus pontos positivos como um todo.

Dirigido pelo consagrado diretor Robert Zemeckis, o filme é uma refilmagem do clássico de 1990, onde acompanhamos um garoto (Jahzir Bruno) de sete anos que se depara com uma conferência de bruxas em um hotel. Lá, ele acaba descobrindo que um grupo de bruxas está fazendo uma convenção, pretendendo transformar todas as crianças do mundo em ratos. Unindo forças com a sua avó, interpretada pela atriz Octavia Spencer, o pequeno protagonista luta contra o tempo para derrotar a grande Bruxa, interpretada pela atriz Anne Hathaway.

É curioso o filme ser dirigido por Robert Zemeckis, já que a primeira versão de 1990 tinha todos os ingredientes dos filmes de aventura de sucesso dos quais ele havia comandado na época como, por exemplo, a trilogia "De Volta para o Futuro", "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988) e tantos outros filmes que conquistaram uma geração inteira. Por conta disso, se o diretor tivesse comandado esse conto anos antes, talvez não passaria por certos vícios do diretor sofre atualmente, do qual cada vez mais se encontra obcecado na elaboração de efeitos visuais, mas esquecendo do ingrediente principal que é criar uma boa história. Ambas as tramas são quase identificas, mas é em sua elaboração que a coisa se complica.

Porém, é preciso reconhecer que o primeiro ato é muito mais bem elaborado nesta nova versão do que a anterior, principalmente na apresentação do neto e de sua avó e dos quais simpatizamos com eles rapidamente. Mas a situação se torna meio que complexa, justamente quando ocorre a convenção de bruxas em um hotel e ocorrendo, enfim, a tão famosa cena da conferência. Se na versão anterior esse momento foi muito bem orquestrado pela direção de Nicolas Roeg e pela atuação incrível de Anjelica Huston, por outro lado, essa nova versão sofre com os vícios de Robert Zemeckis.

Anne Hathaway fez o que pode para criar uma ótima versão da grande Bruxa para si, mas o seu visual acaba se tornando prejudicado por um CGI dispensável e que perde de longe se comparado a pesada e incrível maquiagem de Anjelica Huston. A situação se torna ainda pior na transformação das crianças para ratos, pois se na versão anterior ela era muito bem elaborada, aqui a situação é simplificada e nenhum pouco significativa. Os ratos em si, por mais fofos que sejam, acabam soando em alguns momentos artificiais e não superando a versão animatrônica do clássico.

Curiosamente, o final do filme acabou sendo ainda mais fiel ao livro do que a versão do clássico de 1990. O problema é os contornos que os realizadores fizeram para deixar tudo mais suave e menos sombrio para os novos olhos dessa nova geração. Enfim, o que falta talvez nesta nova versão seja coragem, ousadia e que tanto isso tinha no clássico e que acabou não envelhecendo ao longo dos anos.

O novo "Convenção das Bruxas" talvez seja melhor apreciado futuramente, mas que ainda assim sofrerá da grande sombra que o clássico original obteve. 

Leia também: Convenção das Bruxas (1990). 

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