Lampião da Esquina, documentário sob direção de Lívia Perez e coprodução de Doctela e Canal Brasil, estreia em Porto Alegre na sala do no CineBancários no dia 08 de dezembro, na sessão das 19h. O filme mostra o surgimento do movimento homossexual no país durante os anos 1970 e 1980, em plena ditadura militar, através do jornal "Lampião", contando com entrevistas de personágens icônicos da época.
Os ingressos
são R$ 10,00 (inteiras) para público geral, e R$ 5,00 (meias) para
estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e
jornalistas sindicalizados. Aceitamos os cartões Vale Cultura do
Banrisul, Banricompras, Visa e Mastercard.
SINOPSE
Com
a participação do dramaturgo Aguinaldo Silva, do escritor João Silvério
Trevisan, do poeta Glauco Macoso, do produtor cultural Celso Curi, do
antropólogo Petr Fry o documentário conta como um grupo de jornalistas,
intelectuais e escritores criou o Lampião,
um jornal crítico, pluralista e partidário, que expôs o descaso e
preconceito contra os homossexuais e as minorias sociais,
exibindo um ponto de vista homossexual sobre diversas questões
inclusive a sexualidade. O filme ainda traz entrevistas com figuras
constantes nas páginas do Lampião como o cantor Ney Matogrosso, a
cantora Leci Brandão e o cantor Edy Star, além da participação de
Winston Leyland, editor do Gay Sunshine, publicação americana gay
pioneira no mundo e que influenciou o Lampião. Os entrevistados expõem
os fatos, mas também emitem reflexões pertinentes sobre o
conservadorismo da época, as brechas na censura e o papel de libertação
representado por um veículo dedicado aos gays, lésbicas e transexuais.
Os entrevistados partem do Lampião para efetuar um panorama rico dos
costumes de um país em transformação.
O
filme revisita o Brasil do final dos anos 70, quando todos buscavam
desesperadamente um pouco de liberdade, inclusive a comunidade
homossexual. É assim que em 1978, pré-epidemia da aids e pré-abertura
política, chegava às bancas brasileiras o primeiro jornal destinado ao
público gay. Inspirado por um lado no jornal Gay Sunshine, e por outro
nas publicações “nanicas” brasileiras (como Pasquim), o Lampião
levantava a bandeira da diversidade, sem ser chato ou acadêmico mas
sendo anárquico e debochado. Bom humor e autocrítica faziam parte da
receita editorial, refletindo o jeito de ser da própria comunidade que
retratava.
"A
volta do esquadrão mata‐bicha", "Repressão: essa ninguém transa",
"Louca e muito da baratinada" e "Fortíssimo babado" eram algumas das
manchetes publicadas no Lampião, que desfrutava libertinamente da língua
portuguesa. A publicação não só celebrava a cultura homossexual, como
também denunciava crimes de ódio contra gays, mulheres, negros e índios.
"Há uma linguagem da subcultura gay. E é essa que vamos usar pra falar
no jornal", relata no filme o escritor e cineasta João Silvério
Trevisan, que compunha a equipe.
O
Lampião causou polêmica denunciando o machismo dentro da esquerda. Em
julho de 1979, publicaram uma entrevista com Lula chamada “Alô , alô
classe operária: e o paraíso, nada?”. Eles passaram alguns dias no ABC
paulista ouvindo operários e dirigente sindicais e, entre as muitas
declarações polêmicas, estão as de Lula que afirmou que “feminismo é
coisa de gente que não tem o que fazer” e que homossexualidade na classe
operária era algo que ele “não conhecia”.
Assim
o filme traz um pouco da personalidade arrojada de seus membros e da
expansão de temas que o Lampião trouxe para a pauta da imprensa
brasileira: Racismo, aborto, drogas e prostituição: tudo interessava ao
jornal Lampião, que estreou em abril de 1978 e durou por mais 37
polêmicas edições, até 1981.
Em
formato tablóide o jornal tinha editorias fixas como “Cartas na Mesa”,
onde as cartas dos leitores eram publicadas e respondidas, “Esquina”
onde eram reunidas notícias, “Reportagem”, onde sempre a matéria de
capa estava localizada, e a partir do número cinco a coluna
“Bixórdia”. Além das editorias fixas sempre havia espaço para
informações culturais, como indicações de livros, exposições,
shows e filmes; e também para entrevistas. A produção do conteúdo
era feira pelos conselheiros editoriais e também por convidados que
variavam a cada edição. O Lampião inicialmente estava mais preocupado
em retirar o gay da margem social, e aos poucos foi abrindo também o
discurso às minorias.
FICHA TÉCNICA
Duração: 85 min
Produção: Doctela
Coprodução: Canal Brasil
Direção: Lívia Perez
Produção Executiva: Giovanni Francischelli
Codireção: Noel Carvalho
Fotografia: Felipe Vieira, André Menezes
Montagem: Henrique Cartaxo
Apoio: Rio Film Commission, DOTCINE, Termas for Friends, Cantina Piolim
Realização: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, ProAC
Entrevistados: Aguinaldo
Silva, Ney Matogrosso, João Silvério Trevisan, Luiz Carlos Lacerda
(Bigode), Glauco Mattoso, Celso Curi, Antônio Carlos Moreira, Peter Fry,
João Carlos Rodrigues, Winston Leyland, Dolores Rodrigues, Leci Brandão
e Edy Star.
GRADE DE HORÁRIOS
08 de dezembro (quinta-feira)
15h – Maresia
17h – Maresia
19h – Lampião da Esquina
09 de dezembro (sexta-feira)
15h – Maresia
17h – Maresia
19h – Lampião da Esquina
10 de dezembro (sábado)
15h – Maresia
17h – Maresia
19h – Lampião da Esquina
11 de dezembro (domingo)
15h – Maresia
17h – Maresia
19h – Lampião da Esquina
13 de dezembro (terça-feira)
15h – Maresia
17h – Maresia
19h – Lampião da Esquina
14 de dezembro (quarta-feira)
15h – Maresia
17h – Maresia
19h – Lampião da Esquina
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