UMA DIVERTIDA E INUSITADA HISTORIA DE AMOR
Sinopse: Elvis (Simone Spoladore) sonha em ser fotógrafa, mas a necessidade de sustento faz com que aceite o emprego de entregadora de pizza. Madona (Ígor Cotrim) é uma travesti que trabalha como cabeleireira. Ela sonha em produzir um show de teatro de revista. Logo após conhecer Elvis, que é homossexual, elas se tornam grandes amigas. Mas, pouco a pouco, desperta neles um sentimento mais forte que a mera amizade.
Enquanto o cinema americano vive no comodismo, sempre com a mesma formula com relação às comedias românticas por exemplo, percebo que outros países tentam inovar os gêneros. Se não se cria uma idéia nova, então rejuvenesça ela. E isso, o diretor estreante Marcelo Laffitte faz muito bem, ao fazer uma comedia romântica (com pinceladas a lá Pedro Almodóvar) inusitada de uma historia de amor do travesti Madona (o estreante Igor Cotrim, espetacular) com a lésbica entregadora de pizza Elvis (Simone Spoladore que conquista desde a primeira cena).
Se por um momento a relação soa um tanto que forçada para se criar algo novo no gênero, imediatamente somos conquistados pela simpática dos personagens, pois até mesmo eles próprios consideram imprevisível a situação que ambos estão vivendo, mas o coração fala mais alto, portanto, há de entender que eles se apaixonaram não pelo que eles são fisicamente, mas pelas suas almas, uma pela outra, tanto que eles pregam isso durante a trama e o que não deixa de ser verdade. É claro que nada disso seria valido se o casal central não funcionasse na química, mas não só funciona como flui de uma maneira prazerosa e imprevisível em inúmeros momentos, como quando Madona tira do baú o seu outro lado até então guardado. O que vemos na tela também é sobre duas pessoas em busca de seus sonhos ainda não realizados, o que serve de um tremendo laço de identificação do publico com os personagens, pois quem já não viveu com o desejo de tentar mudar de vida e realizar o tão sonhado desejo de virar a mesa.
O filme ainda nos reserva participações pequenas, mas ótimas de atores já bem conhecidos pelo publico, como no caso de José Wilker, que surge apenas em poucos segundos, mas em forma de piada, resolve um dos grandes empecilhos da trama, e Maltê Proença, que mesmo em poucos minutos em cena, arranca as maiores gargalhadas de todo o filme.
Com uma montagem agilizada e que faz um belo casamento com a fotografia (fazendo em vários momentos uma referencia ao sonho de Elvis em ser fotografa) Elvis e Madona é um filme para ser assistido de mente aberta e entrar de cabeça neste outro mundo do homem e da mulher, porque afinal de contas, são diferentes, mas humanos como todos nos. Que o preconceito fique do lado de fora da sala.
Curiosidade: A ideia de Elvis e Madona surgiu quando o diretor Marcelo Laffitte estava em Miami, para lançar seu curta Vox Populi. Ao assistir um programa de TV sensacionalista ele soube da história de um pai que abandonou a família para se tornar travesti e, anos depois, se apaixonou pela namorada do filho;
3 comentários:
Vi o filme. Realmente inusitado, bonito e prazeiroso. A trilha sonora também é muito boa.
Que boa história, eu pensei que seria puro drama, mas eu estava errado. É uma história curiosa, considerando os tempos, este estreante fita de Marcelo Laffitte poderia ser enquadrada mais como uma comédia romântica do que drama. Fiquei surpreso ao ver no elenco Simone Spoladore que está estrelando uma série altamente controversa chamada Magnífica 70, finalmente, voltar para o elenco deve dizer foram chave para o sucesso deste filme. Elvis & Madona é uma grata surpresa e faz jus aos prêmios que tem recebido. Conta uma boa história de amor possível (com seus percalços) e é ousado, abusado e angraçado. Não subestima a inteligência do espectador e muito menos provoca qualquer constrangimento sexo-sócio-cultural.
Que bom que gostou Soy
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