Foi anunciado agora a pouco, que ninguém menos que Ridley Scott, pretende fazer uma seqüência direta dos eventos vistos no clássico Blade Runner que ele havia dirigido. A pergunta que paira na minha cabeça neste momento é....PORQUEEE? Quando o filme foi lançado em 1982 e se tornou um fracasso de bilheteria, tanto o cineasta como ator Harrison Ford, não queriam nem saber de ouvir falar sobre o filme. Daí veio o reconhecimento gradual na década de 80 (graças aos videos cassetes e as cinematecas da época) o filme, não se tornou somente um Cult, mas uma das melhores ficções cientifica do cinema.
De uns anos para cá, o culto foi crescendo mais e mais, tanto que foi lançado edições especiais com pelo menos quatro versões do filme (a uma, inédita por aqui com mais de três horas). Com dinheiro na caixa e tendo um grande clássico em mãos, era inevitável que surgisse na cabeça dos engravatados da Warner a idéia de gerar franquias da historia, principalmente pelo fato que 2019 (ano que se passa a trama) está chegando, e portanto não vão querer passar a data em branco.
Mas daí como seria uma seqüência? O personagem de Ford (Deckard) tentando fazer de todos os meios manter sua união com Raquel (Sean Young) em meio a duvida de quanto tempo ela irá viver? Seria explorado mais explicitamente o fato de Deckard ser um replicante? Outros personagens retornariam a vida? Qualquer uma dessas perguntas teria respostas que me fariam tremer nas bases, já que lá no fundo nenhuma delas quero ouvi-las. Qualquer tentativa de dar melhores explicações em uma seqüência,(enquanto no original era mais sugestivo), seria uma afronta a nossa inteligência, já que é ai que esta a graça de Blade Runner, fazer agente pensar em inúmeras teorias levantadas e nada dessa bobagem de ser tudo explicadinho, pois quanto mais se explica, mais pode poluir a trama de um filme.
É difícil também imaginar Blade Runner no mundo das franquias. Claro que todo o fã fanático pelo filme quer tudo sobre ele, mas Blade Runner possui uma trama com começo, meio e fim. Mas daí alguém me vem com a pergunta, mas aquele final com origami? Eram cinco ou quatro replicantes? Como eu disse acima, o filme vale para agente pensar em muitas teorias e criar inúmeros debates e foi por causa disso, e pela sua qualidade de produção única, que o filme ainda hoje é reverenciado. É claro que se Ridley Scott, tratar o assunto com a maior seriedade do mundo, podemos esperar um filme no mínimo interessante e que respeite a visão criada para aquela produção. Seria terrível por exemplo criar um visual futurístico diferente do criado em 1982, pois mesmo feito naquela época, ainda hoje não envelhece, tanto que é uma reprodução perfeita do que realmente acontece atualmente nas grandes metrópoles do mundo, mas ninguém via isso naquele tempo. Blade Runner foi o primeiro filme a mostrar a cara do mundo aglomerado e sujo de uma cidade grande poluída, mesmo com todos os recursos em mãos.
Dito isso, voltar ao mundo de Blade Runner é uma faca de dois rumes, é soco em ponta de faca, é o risco de fazer “mais do mesmo” assim como foi feito na seqüência de Tron.
Amo Blade Runner e prefiro pensar nele como um filme único e intocável (mesmo com as inúmeras versões), mas os engravatados são implacáveis e tudo que posso fazer é rezar.
Leia também: Finais de Blade Runner que ninguem viu (e ninguem irá ver)
3 comentários:
realmente é um dos grandes filmes de ficção-científica. já o vi umas 5 vezes.
O Falcão Maltês
olá marcelo, tudo bem? Vi o recado no Blogs de Cinema Classico.Caso queira participar do blog, pode pegar o selinho. Estamos ja acompanhando o seu. atenciosamente,
Carla Marinho
Marcelo, boa tarde. E aí, como foi a reação após o Blade Runner 2049?
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