O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) confirmou o patrocinio no valor de 1,1 milhão de reaias, através da Lei Rouanet, para a continuação das obras de restauração da Cinemateca Capitólio (Borges de Medeiros, 108). A expectativa é de que o contrato seja assinado até o final deste ano, e que o reinício das obras ocorra nos primeiros meses de 2010, com inauguração prevista para o primeiro semestre do ano que vem.
As obras no Cine Theatro tiveram inicio em dezembro de 2004. O projeto contou com um patrocinio, no valor de 4,2 milhões de reaias, da Petobras, que resultou na conclusão da parte Civil da obra.
O novo financiamento está sendo negociado desde 2006. "Em breve, contaremos com uma cinemateca e devolveremos a cidade uma sala de cinema de rua, tão rara nos dias de hoje" afirma o presidente d Fundacine, Cicero Aragon.
A Cinemateca Capitólio será a primeira da Região Sul e a segunda do Pais. Pretende reunir todo o acervo audiovisual do Estado e irá contar com uma sala de cinema com 188 lugares, conco salas de projeção multimidia, área de acervo, biblioteca, café e um espaço de exposições com mostras permanentes e temporárias de cartazes de filmes e outros materiais relacionados á historia do cinema.
Fonte: O Sul
Inaugurado em 12 de outubro de 1928, o Cinema Capitólio era de propriedade do alfaiate José Luiz Faillace, tinha capacidade de 1.295 lugares, numa área de 1.300 m². Na década de 30, época em que os cinemas ocupavam um lugar de sociabilização na sociedade, foi o cinema mais importante de Porto Alegre.
Estabeleceu um convênio com os dois maiores produtores de filmes da época, o United Artists e a R. K. O. Radio. O filme “Voando para o Rio” marcou o início deste convênio. Além de filmes exibia peças de teatro, bailes de carnaval e até concursos de misses.
Foi construído e projetado pelo arquiteto Domingos Rocco em estilo eclético com ornamentos voltados para a arquitetura colonial açoriana, pesquisada pelo arquiteto. Sua fachada era de ciréx ocre, e interior em tons de bege e branco com degraus de granitina, conferindo ao prédio suntuosidade.
Na década de 60, o mercado do cinema entra em colapso, e os cinemas de calçada, como eram chamados, começam a fechar. Em 1969, o Capitólio é arrendado para o Grupo Serrador, de São Paulo, que muda o nome para Cinema Premier. No final da década de 70, o cinema volta a ser denominado Capitólio.
Ainda em crise, na década de 80, passa a exibir filmes pornográficos até o seu fechamento, em 30 de Julho de 1994. O Capitólio foi desativado ao lado dos antigos Cinemas São João e Marrocos. Era o fim dos cinemas de calçada. Em um artigo publicado na Zero Hora, Tuio Becker relembra os tempos de gloria dos cinemas de bairro:
“A decadência destas três salas de cinema que já estiveram entre as mais tradicionais de Porto Alegre cumpre um ciclo ditado pelo nome de consumismo voltado para as colméias que se tornaram os Shoppings”.
Sem ter como manter a casa, nem atrair investimentos, os arrendatários entregam o imóvel para a família que transfere a propriedade ao Município em total decadência: rebocos caídos, vazamentos, goteiras, ornamentos quebrados, entre outros estragos. Através da Lei 365/95 o prédio é transformado em patrimônio histórico municipal.
A discussão sobre a criação de um centro cultural unificado no Centro da cidade estava em pauta na Câmara Municipal já em 1991. Em 1995, o SESC, através de um convênio com a Prefeitura, assume a restauração do prédio, orçada em R$ 1 milhão, e se responsabiliza pela administração do local. Pelo convênio, a cessão do local ao SESC deveria durar 50 anos. O projeto SESC Capitólio (ou Instituto Policultural Cine Theatro Capitólio) é lançado oficialmente em 23/11/97, mas o projeto não vingou.
Em 2001 o edifício passou por uma reforma no telhado - substituição da cobertura e o prédio foi escorado, em uma área de 448 m², de forma emergencial.
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