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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 4 de novembro de 2025

Cine Dica: Streaming - 'Kasa Branca'

Sinopse: Dé é um adolescente negro da periferia do Rio de Janeiro que descobre que sua avó está na fase terminal da doença de Alzheimer. Ele tem a ajuda de seus dois melhores amigos para enfrentar o mundo e aproveitar os últimos dias de vida da mulher.

Em um determinado momento de "O Vento Frio que a Chuva Traz" (2015), há uma mensagem subliminar com relação ao futuro do Brasil em tempos que antecederam o advento da extrema direita no país. Passado estes tempos temos então uma sensação sobre qual o próximo passo, independente de qual classe a pessoa pertence. "Kasa Branca" (2025)  é sobre uma geração perdida entre os altos e baixos no coração do RJ.

Dirigido por Luciano Vidigal, o filme conta a história de Dé (Big Jaum), Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), três adolescentes negros que vivem na periferia da Chatuba, em Mesquista, no Rio de Janeiro. O filme inspirado em histórias reais apresenta a relação de cuidado e amor entre Dé e sua avó Dona Almerinda. Sem nenhuma estrutura familiar, o rapaz é o único encarregado de cuidar da idosa, que vive com Alzheimer, e da subsistência dos dois.

Luciano Vidigal já havia explorado o universo de quem vive nos morros do RJ através de um dos capítulos do longa "5x Favela - Agora por Nós Mesmos" (2010). Porém, eram tempos em que o cinema nacional buscava um novo sucesso após "Cidade de Deus" (2002), e cuja temática era quase sempre com relação ao tráfico e a violência. Aqui temos uma análise mais verossímil com relação aos que moram no morro nos últimos tempos, onde a pobreza e a violência se encontram presentes, mas não se tornando o foco principal da obra como um todo.

O que vemos é a união de três jovens que não tem nada na vida, a não ser ajuda um do outro em tempos complexos. Dé, por exemplo, faz de tudo para ajudar a sua avó que se encontra enferma, nem que para isso a causa se torne perdida. Enquanto isso, Adrianim e Martins são dois lados da mesma moeda, entre idas e vindas com relação a relacionamentos, incertezas com relação ao futuro, mas acima de tudo se prestando em ajudar Dé a qualquer preço.

O filme nos surpreende pelas paisagens que Luciano Vidigal explora durante a projeção, sendo que sintetiza o fato que são jovens que passam por necessidade, mas ao menos conseguem desfrutar de um belo cenário natural e do qual nem a classe alta possa obter. É um filme que remete elementos até mesmo quase documentais, assim como foi visto no longa "A Vizinhança do Tigre" (2014), mas mantendo um lado mais poético, mesmo sendo inspirado em casos reais que o próprio realizador havia testemunhado. Ao final, constatamos que o destino do trio principal da trama fica em aberto, mas ao menos temos a certeza de que sempre continuaram juntos entre os altos e baixos.

Com participação especial de Babu Santana, Kasa Branca, é um filme delicado e verossímil sobre aqueles que convivem com pouco, mas que se mantêm firmes para obter os seus objetivos.


Onde Assistir: Telecine, Amazon Prime e Apple TV.

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 06 A 12 DE NOVEMBRO

"O Agente Secreto” e “Enterre seus Mortos” estreiam dia 6 de novembro no CineBancários

Sala exibe também o filme "O Filho de Mil Homens", baseado no romance de Valter Hugo Mãe

Depois de muitos prêmios e repercussão internacional, chega ao CineBancários em 6 de novembro “O Agente Secreto”, novo filme de Kleber Mendonça Filho. “Enterre seus Mortos”, filme com Selton Mello e Marjorie Estiano, baseado em livro de Ana Paula Maia, também estreia na sala da Casa dos Bancários, e “O Filho de Mil Homens” segue em cartaz na sessão das 17h.


Política, memória e afetos

Ambientado em Recife, em 1977, “O Agente Secreto” acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que retorna a Recife após anos fora em busca de paz, apenas para descobrir que sua cidade natal esconde perigos e segredos inquietantes.

O elenco do thriller político reúne ainda grandes nomes do cinema brasileiro, incluindo Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Alice Carvalho, Roberto Diogenes, Hermila Guedes, entre outros grandes artistas. A produção é assinada por Emilie Lesclaux, da brasileira Cinemascópio, em coprodução com MK Productions (França), Lemming Film (Holanda) e One Two Films (Alemanha).


Um arrebatamento final se aproxima

Inspirado no livro homônimo de Ana Paula Maia (duas vezes vencedora do prêmio São Paulo de Literatura), um dos principais nomes da literatura contemporânea, “Enterre seus Mortos” narra a rotina de Edgar Wilson, um homem encarregado de remover animais mortos nas rodovias da fictícia cidade de Abalurdes. Trabalhando ao lado de Tomás (Danilo Grangheia), um ex-padre excomungado, e com sua chefe Nete (Marjorie Estiano), Edgar vê seu cotidiano tomar rumos inesperados quando sinais de um possível apocalipse começam a surgir ao redor.

No elenco, Selton Mello (“O Palhaço”, “O Cheiro do Ralo” e o vencedor do Oscar “Ainda Estou Aqui”), Marjorie Estiano (“Paraíso Perdido” e da série “Sob Pressão”), Danilo Grangheia (“Homem com H”), Betty Faria (“Chega de Saudade” e das novelas "Tieta" e “A Dona do Pedaço”) e grande elenco.


PROGRAMAÇÃO DE 6 A 12 DE NOVEMBRO

ESTREIAS:


ENTERRE SEUS MORTOS

Brasil/ Drama/2024/130min.

Direção: Marco Dutra

Sinopse: Na pequena cidade de Abalurdes, Edgar Wilson trabalha como recolhedor de animais mortos nas estradas para mantê-las funcionando. Junto dele está Tomás, ex-padre excomungado que distribui extrema unção aos seres moribundos que cruzam seu caminho, e sua chefe Nete – com quem Edgar tem um relacionamento incipiente, além do desejo de fugir de Abalurdes. Ao redor deles, o mundo parece dar sinais de que um arrebatamento final se aproxima.

Elenco: Selton Mello, Marjorie Estiano, Danilo Grangheia, Betty Faria


O AGENTE SECRETO

Brasil/França/Holanda/Alemanha /Drama/2024/ 158 min.Direção: Kleber Mendonça Filho

Sinopse: O longa é um thriller político, que acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz, mas logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.

Elenco: Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Hermila Guedes, Alice Carvalho, Roberto Diogenes


EM CARTAZ:


O FILHO DE MIL HOMENS

Brasil/Drama/ 2025/126min.

Direção: Daniel Rezende

Sinopse: Primeira adaptação do romance de Valter Hugo Mãe, o filme conta a estória de Crisóstomo, pescador solitário de 40 anos que sonha em ser pai e encontra o menino órfão Camilo. Unidos pelo destino, formam uma família não convencional e descobrem juntos o amor.

Elenco: Rodrigo Santoro, Johnny Massaro, Miguel Martines e Rebeca Jamir



HORÁRIOS DIA 06 DE NOVEMBRO:

13h30:  ENTERRE SEUS MORTOS

15h45:   O FILHO DE MIL HOMENS

18h:  O AGENTE SECRETO – Sessão Cineclube Matinal, com debate após o filme conduzido pelos críticos Roger Lerina e Marcelo Perrone


HORÁRIOS DIAS 07 A 12 DE NOVEMBRO(não há sessões nas segundas):

14h40:  ENTERRE SEUS MORTOS

17h:   O FILHO DE MIL HOMENS

19h15:  O AGENTE SECRETO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.


CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz -'Conselhos de um Serial Killer Aposentado'

Sinopse: Um escritor faz amizade com um serial killer aposentado em uma tentativa desesperada de encontrar inspiração para seu próximo romance e salvar seu casamento. O assassino lhe ensina seus métodos à medida que a realidade se torna mortal.    

Muitos cineastas autorais que conhecemos hoje começaram a carreira lá embaixo, mas que aos poucos foram conquistando o público. Tolga Karaçelik é um diretor turco e que com certeza chamou atenção realizando obras em seu país de origem e obtendo passe livre para dirigir nos EUA. Só assim para explicar "Conselhos de um Serial Killer Aposentado" (2025), longa de estreia do diretor em terras americanas, mas que se continuar assim terá uma vida longa por lá e próspera.

Na trama, um escritor chamado Keane (John Magaro) vive um momento ruim em sua carreira e em seu casamento, principalmente ao se dedicar em um livro que já lhe custou quatro anos. Sua esposa Suzie (Britt Lower) decidiu pedir divórcio devido à situação em que ambos estão vivendo. Ao mesmo tempo, Keane conhece Kollmick (Steve Buscemi), que se diz um assassino em série aposentado e oferece o seu talento para que sirva de inspiração para o seu livro e ao mesmo tempo o ajuda como terapeuta matrimonial.

Confesso que eu fui assistir a esse filme sem nenhuma informação e somente sabendo que era protagonizado por Steve Buscemi. Ao começar a assisti-lo eu acreditava que estava diante de um filme dirigido pelos irmãos Coen, pois tudo está lá, desde personagens excêntricos em situações absurdas, humor ácido e culminando em situações imprevisíveis. Essa sensação aumenta ainda mais graças a presença de Steve Buscemi, já que o intérprete havia trabalhado com os irmãos cineastas em filmes como "Fargo" (1996) e "O Grande Lebowski" (1998).

Porém, ao ver que nos créditos finais é dito que o realizador é o diretor turco Tolga Karaçelik, somente me fez desejar assistir futuramente os seus próximos projetos. O diretor cria uma trama em que o humor sombrio transita para momentos de até puro suspense, principalmente em sua abertura inicial onde achamos que o pior pode acontecer. Ao mesmo tempo, os minutos iniciais também já nos dão uma dica de como esses personagens se movem, ao se direcionarem através de situações fora do comum, mas isso graças as suas frustrações e paranoias que acumularam ao longo da vida.

O filme ganha a nossa atenção principalmente com relação ao relacionamento entre Keane e Suzie, sendo que essa última se sente tão frustrada com o marido que acaba nascendo dentro de si um desejo de querer matá-lo. Ao mesmo tempo, a mesma acha que Keane quer matá-la e gerando situações de pura comédia e alinhada com certa tensão. Ponto para o cineasta, pois não é sempre que suspense e comédia andam de mãos dadas de uma maneira tão divertida.

Steve Buscemi, por sua vez, novamente nos brinda com uma atuação digna de nota, ao interpretar um assassino excêntrico, calculista, mas que não esconde uma certa inocência perante o mundo real em sua volta. Isso pesa ainda mais quando Keane lhe conduz, mesmo de uma forma indireta, em uma situação fora do comum e fazendo com que ambos passem por diversas adversidades. Ao mesmo tempo, Suzie começa a suspeitar de ambos e faz com que a sua investigação lhe revele uma nova faceta sobre a sua pessoa.

É preciso também reconhecer o talento da atriz Britt Lower em cena, já desde que ela havia se consagrado na série "Ruptura" constatamos que ela possui uma facilidade de construir personagens ambíguos e fazendo a gente se perguntar qual é a suas reais intenções sempre quando ela surge em cena. Tudo isso se casa com perfeição com a proposta que o diretor  Tolga Karaçelik quer nos passar, ao revelar personagens que aparentam serem simplesmente ordinários, quando na verdade possui algo dentro deles que até mesmo os próprios desconheciam. Claro que não me surpreenderia se alguns cinéfilos começarem acusar o diretor de imitar as fórmulas dos irmãos Coen, mas desta cópia quem sabe surja um novo grande cineasta autoral em cena.

"Conselhos de um Serial Killer Aposentado" foi uma grata surpresa para mim que fui assisti-lo sem nenhuma informação e fui pego desprevenido e desde já só agradeço. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO Cinemateca Capitólio - 06 a 12 de novembro de 2025

The Mastermind

DIRETORA HÚNGARA É DESTAQUE DE MOSTRA NA CAPITÓLIO

Entre os dias 7 e 23 de novembro, a Cinemateca Capitólio, a Mutual Films e o Consulado-Geral da Hungria em São Paulo apresentam a mostra Judit Elek: Uma ilha em terra firme, com oito filmes de uma das grandes realizadoras da história do cinema húngaro. A programação tem entrada franca. A mostra conta com sessão comentada no dia 8, às 17h, com a participação do curador Aaron Cutler e da pesquisadora gaúcha Carla Oliveira

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/9386/judit-elek-uma-ilha-em-terra-firme/


FILME DE KELLY REICHARDT EM CARTAZ

A partir de quinta-feira, 06 de novembro, a Cinemateca Capitólio exibe The Mastermind, o mais novo filme da renomada diretora Kelly Reichardt. O valor do ingresso é R$ 16,00.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9404/the-mastermind/


DOCUMENTÁRIO PARAGUAIO NA SESSÃO POADOC

Na quinta-feira, 06 de novembro, às 19h, a Sessão POADOC apresenta o documentário paraguaio Sob as Bandeiras, o Sol, de Juanjo Pereira. Depois da projeção, será realizado um debate com Giba Assis Brasil e Maria Henriqueta Satt. Entrada franca.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9406/sessao-poadoc-sob-as-bandeiras-o-sol/


GRADE DE HORÁRIOS

06 a 12 de novembro de 2025


06 de novembro (quinta-feira)

15h – LAN - O Caricaturista

17h – The Mastermind

19h – Sob as Bandeiras, o Sol


07 de novembro (sexta-feira)

15h – LAN - O Caricaturista

17h – The Mastermind

19h30 – Projeto Raros: A Dama de Constantinopla


08 de novembro (sábado)

15h – The Mastermind

17h – Filmes do Estúdio Béla Balázs + debate


09 de novembro (domingo)

15h – The Mastermind

17h – No Campo de Deus em 1972-73

19h – Uma história Comum


11 de novembro (terça-feira)

15h – LAN - O Caricaturista

17h – The Mastermind

19h – Bicho Monstro


12 de novembro (quarta-feira)

15h – LAN - O Caricaturista

17h – The Mastermind

19h – Curtas da França: Démocratie et Mondialisation

domingo, 2 de novembro de 2025

Cine Dica: O Cineclube Torres vai exibir o filme francês "Normandia Nua", de Philippe Le Guayy

 O Cineclube Torres vai exibir o filme francês "Normandia Nua", de Philippe Le Guayy com François Cluzet, na segunda-feira dia 3, às 20.

A comédia inaugura o ciclo de novembro focado na fotografia, no âmbito da programação continuada do cineclube na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo.

A programação de Novembro do Cineclube Torres vai ser inteiramente dedicada ao olhar fotografico, sob vários aspectos. A programação integra também uma exposição de fotografias antigas do Jacob Prudêncio Herrmann, que vai ser inaugurada na Galeria Ten Caten no dia 22, mostrando resultados de um projeto cultural do Cineclube Torres contemplado pela Lei Paulo Gustavo a nível estadual.

O filme que abre o ciclo, "Normandia Nua", é uma comédia do diretor Philippe Le Guayy, de quem o Cineclube já exibiu anos atrás o filme "Pedalando com Moliére". Em uma pequena aldeia da Normandia, os agricultores são gravemente afetados pela crise. O prefeito da cidade tenta de tudo para salvar seu povoado e um grande fotógrafo conceitual, na cidade por um acaso, pode ajudar. Mas há um porém! Nas fotos do artista os modelos não tem roupa. O filme, ambientado numa das mais encantadoras, e agrestes, regiões da França é "um bem-vindo respiro de simplicidade e humor" (Planeta Tela).

Entrada franca até lotação do espaço.

O Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos devidamente formalizada e regularizada, não só é cineclube inscrito na Agência Nacional do Cinema e no Conselho Nacional de Cineclubes, mas é Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo Instituto Brasileiro de Museus, Equipamento de Animação Turística certificado pelo Ministério do Turismo (Cadastur) e Biblioteca Comunitária.


Serviço: 

O que: Exibição do filme  "Normandia Nua", de Philippe Le Guay (França) - 1h45m

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto à escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, 3/11, às 20h

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).

Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística - Cadastur


CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Cine Especial: Halloween - 'Frankenstein de Mary Shelley'

Talvez nem a própria escritora Mary Shelley imaginava que o seu primeiro conto literário iria tão longe. Embora filha de um romancista a jovem testemunhou a miséria, fome e a arrogância do ser humano através dos anos e essas adversidades lhe serviram de inspiração naquilo que viria se tornar "Frankenstein" (1818), história sobre um cientista disposto em criar vida com as suas próprias mãos, mas não assumindo a responsabilidade com relação as suas consequências. Mais de dois séculos já se passaram, mas ainda é impressionante como ainda hoje esse conto é atual e como influenciou outras obras, assim como também diversas adaptações dela.

Para o cinema, sem sombra de dúvida adaptação mais conhecida se tornou a de 1931, dirigida por James Whale, onde a figura da criatura interpretada por Boris Karloff entrou no imaginário da cinefilia e se tornando até mesmo hoje insuperável. De lá para cá houve continuações, releituras e até mesmo sátira como o clássico "Jovem 'Frankenstein" (1974). Porém, de todas as adaptações até hoje, a minha preferida é sem sombra de dúvida "Frankenstein de Mary Shelley" (1994), dirigido por Kenneth Branagh.

O início dos anos 90 serviu para que o cinema norte americano decidisse revisitar alguns dos seus monstros clássicos e apresentar uma nova visão para um novo público. Quem se saiu melhor nessa brincadeira foi Francis Ford Coppola ao dirigir "Drácula de Bram Stoker" (1992), obra luxuosa, deslumbrante, vencedora de três Oscar e onde o realizador usou as velhas técnicas de cinema para criar o longa. Com um grande sucesso de público e crítica, o diretor decidiu então investir na produção de 'Frankenstein" e chamando Kenneth Branagh para a direção. Na época o cineasta britânico já era conhecido pelo seu primeiro longa-metragem intitulado "Henrique V" (1989) e que fez com que fosse notado pelos grandes estúdios.

Para "Frankenstein" Branagh não se poupou em assumir não somente a direção, como também ser o próprio cientista obcecado em trazer a vida de volta dos mortos. Até então esse longa foi sem sombra de dúvida adaptação mais fiel ao conto, pois já no início é apresentado o explorador do ártico, interpretado com intensidade por Aidan Quinn, que decide achar uma nova fronteira em meio ao gelo infinito. Lá ele encontra o enfraquecido Victor Frankenstein, que está sendo assombrado pela sua própria criatura e começa a contar a sua trágica história para o capitão.

Em um grande flashback iremos conhecer a vida do protagonista, desde a sua infância, assim como um evento trágico que o levará a querer desejar ter o poder de trazer os mortos a vida. Ao mesmo tempo conhecemos Elizabeth, interpretada por Helena Bonham Carter, uma jovem órfã que passa a ser adotada pela família de Victor. Crescendo juntos como irmãos ambos se apaixonam e se tornam o coração emocional do longa como um todo.

A partir deste momento que começamos a testemunhar a queda gradual do protagonista em busca do seu objetivo e é então que Kenneth Branagh surpreende não somente na direção, como também na atuação. Na tela podemos ter uma noção do trabalho árduo que o artista impôs com ele mesmo, pois vemos ele atuando, mas ao mesmo tempo notamos uma câmera em movimento constante, planos-sequência fantástico, além de giros de 360 graus entre os personagens que faz com que o filme nunca perca o seu ritmo. É como se estivéssemos testemunhando a mente de Victor sempre em movimento constante, como se entrássemos uma mente febril e pronta para abraçar os seus propósitos sombrios.

Visualmente o filme é um outro espetáculo do realizador, onde a edição de arte e fotografia andam de mãos dadas, assim como um figurino que inala o melhor e o pior da época em que a trama se passa. A sequência da criação da criatura em si sintetiza não somente ambição do protagonista, como também o lado perfeccionista do diretor que neste momento se encontra em sintonia máxima e culminando no surgimento imprevisível da criatura. É neste momento que existe um paralelo entre Deus e sua criação, sendo que o criador abandona a sua cria enquanto essa última é largada perante uma sociedade doente e cega devido ao preconceito e desinformação com relação ao próprio mundo.

A criatura em si é interpretada por ninguém menos do que Robert De Niro, que usa uma pesada maquiagem que se diferencia muito da versão conhecida apresentada por Boris Karloff. Uma vez abandonado pelo seu criador, o personagem conhece aos poucos o lado singelo da humanidade através de uma família da floresta que ele observa escondido e ao mesmo tempo começa aprender a ler através do diário de Victor que estava guardado na capa que ele acabou usando. Uma vez que a família da floresta sai de cena ele não somente perde a única chance de ser feliz, como também descobre a sua trágica origem através do diário e despertando em si uma ira contra o seu criador.

A partir daí o filme se torna uma descida ao inferno, onde vemos a criatura cometer crimes horríveis para afetar Victor. Tudo culmina na morte e ressurreição de Elizabeth e onde Helena Bonham Carter nos brinda com uma de suas melhores e mais trágicas atuações de sua carreira. Por mais que as outras adaptações tenham se tornado clássicos, essa cena faz com que o filme ganhasse o meu coração como um todo, pois sintetiza a obsessão cega de Victor, sua paixão por Elizabeth, mas nunca pensando nas consequências dos seus atos. O filme, portanto, termina com o criador obtendo, enfim, o seu descanso eterno enquanto a sua criatura finalmente o perdoa pelos seus atos mesmo depois de tudo que havia acontecido.

Diferente de "Drácula de Bram Stoker", o filme não se tornou um sucesso que os realizadores esperavam, sendo que um dos pontos que eu observo é que os críticos não aceitaram na época a direção autoral de Branagh, assim como a sua atuação em cena. O filme se distância do óbvio, ao nos brindar com uma crítica sobre a ganância do ser humano em acreditar que pode criar e controlar acima de tudo, quando na verdade deveriam se perguntar primeiro se deviam. Portanto, tanto o conto literário como as suas adaptações funcionam até hoje porque a sua temática é mais atual do que nunca e sendo que esses dilemas são debatidos até hoje em dia.

Mary Shelley, portanto, enxergou em sua época o lado sombrio do ser humano, sobre até que ponto ele acredita que pode alcançar o controle de tudo, quando na verdade mal sabe com relação ao que está se envolvendo. Na minha visão, Kenneth Branagh foi a escolha ideal para o projeto, onde não escondeu a sua ambição em realizar um filme perfeito e se casando com o lado obsessivo de Victor. O tempo passou e constatamos o quanto o filme envelheceu bem devido às obsessões do seu realizador que compreendeu os pensamentos conflituosos de uma escritora de tempos distantes.

Com uma bela trilha sonora monumental de Patrick Doyle, "Frankenstein de Mary Shelley" é uma das melhores adaptações da obra clássica e que sempre merece ser revisitada na medida em que o tempo passa.   

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Cine Dica: Clube de Cinema de Porto Alegre: O Sétimo Selo (01/11) na Cinemateca Paulo Amorim

Nosso encontro deste sábado será às 10h15 da manhã, na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim, com a exibição de O Sétimo Selo, clássico de Ingmar Bergman.


🎬 SESSÃO DE SÁBADO NO CLUBE DE CINEMA

📅 Data: Sábado, 01/11/2025, às 10h15 da manhã

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim


O Sétimo Selo (Det sjunde inseglet)

Suécia, 1957, 96 min, 12 anos 

Direção: Ingmar Bergman 

Elenco:  Gunnar Björnstrand, Bengt Ekerot, Nils Poppe, Max von Sydow, Bibi Andersson, Inga Landgré, Åke Fridell   

Sinopse:  De volta das Cruzadas após dez anos, um cavaleiro encontra seu país devastado pela peste negra. Com a fé abalada e refletindo sobre o sentido da vida, ele é abordado por uma estranha e enigmática figura: a Morte. Pronta para levá-lo, a Morte é desafiada para uma partida de xadrez, cujo resultado determinará o destino do cavaleiro. A Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

Esperamos por você!

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