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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (01/08/24)

 O EXORCISMO

Sinopse: Anthony Miller (Russell Crowe) é um ator com um passado sombrio, marcado pelo abuso de drogas. Durante as filmagens do seu novo filme de terror, ele começa a exibir um comportamento perturbador, levantando suspeitas sobre seu estado mental. 


PEQUENAS CARTAS OBSCENAS

Sinopse: Uma cidade litorânea inglesa dos anos 1920 testemunha um escândalo falso e ocasionalmente sinistro nesta comédia de mistério tumultuosa. Baseado em uma história real mais estranha que a ficção, “Pequenas Cartas Obscenas” segue duas vizinhas: a profundamente conservadora Edith Swan (Olivia Colman) e a desordeira imigrante irlandesa Rose Gooding (Jessie Buckley). 


TECA E TUTI: UMA NOITE NA BIBLIOTECA

Sinopse: A pequena traça Teca vive com sua família e seu fiel ácaro de estimação Tuti numa caixa de costura. O que eles mais gostam é de comer papel, mas quando Teca aprende a ler, percebe que os livros não podem ser comidos, afinal eles guardam as histórias que ela adora. 


TUESDAY: O ÚLTIMO ABRAÇO

Sinopse: Em TUESDAY – O ÚLTIMO ABRAÇO, uma mãe e sua filha adolescente precisam enfrentar a morte quando ela chega na forma de um surpreendente pássaro falante.

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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM APRESENTA “VALSA PARA BRUNO STEIN” NO GOETHE-INSTITUT

A Cinemateca Paulo Amorim, instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), segue com a programação de filmes em parceria com o Goethe-Institut. A sessão desta sexta-feira (dia 2), a partir das 19h, é VALSA PARA BRUNO STEIN, de Paulo Nascimento, seguida de um bate-papo com a produtora executiva Marilaine Castro da Costa.

Adaptado da obra homônima do escritor Charles Kiefer, o longa estreou nos cinemas em 2007 e tem como protagonista o ator Walmor Chagas (1930 – 2013). Ele deu vida ao personagem Bruno Stein, um alemão de moral rígida e conservadora que vive no sul do Brasil e não convive bem com seus próprios sentimentos. VALSA PARA BRUNO STEIN é mais um título de produção gaúcha que traz fatos e/ou personagens relacionados à cultura alemã e se integra a à programação da Cinemateca Paulo Amorim e do Goethe -Institut em comemoração aos 200 anos da chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul.

Devido ao fechamento temporário da Cinemateca Paulo Amorim, o Goethe-Institut disponibilizou a estrutura de seu auditório para a realização de exibições semanais, propostas pela curadoria da Cinemateca. Localizada na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), a CPA sofreu diversos danos causados pela enchente de maio e está passando por obras de recuperação. Os ingressos para a sessão do longa têm o preço único de R$ 10,00, com venda antecipada pela chave pix 91.343.103/0001-00 ou na hora da sessão pelo cartão de débito.

Serviço: Sessões especiais da Cinemateca Paulo Amorim no auditório do Goethe-Institut (av. 24 de Outubro, 112). Exibição de VALSA PARA BRUNO STEIN no dia 2 de agosto, às 19h.

Ingressos a R$ 10,00 (preço único)

Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Cine Dica: Streaming - 'The Acolyte'

Sinopse: Se passando cem anos antes do golpe de estado contra Alta-Republica, conhecemos a história de Mae e Osha, irmãs gêmeas criadas por lendárias Bruxas, mas que acabam fazendo parte da história dos Jedis de forma inesperada.    

Embora criticada por muitos fãs é notório que a segunda trilogia de Star Wars (1999-2005) comandada por George Luca não somente revelava o que levou Anakin a se tornar Darth Vader, como também o lado prepotente dentro do próprio universo Jedi. Defensores da Republica, esses cavaleiros acabaram sucumbindo perante a certeza que tinham com relação a tudo, quando na verdade não deixam de serem também humanos e tendo o risco de errarem ao longo do percurso. "The Acolyte" (2024) revela que isso já estava acontecendo já um bom tempo e que as sementes implantadas por Darth Sidious já estavam sendo implantadas nas sombras como um todo.

Criado por Leslye Headland, a série conta a história de uma jovem ex-padawan que se vê obrigada a se reunir com seu mestre Jedi para investigar uma série de crimes e cuja principal suspeita é a sua irmã gêmea. No caminho, eles deparam-se com forças mais sinistras do que esperavam, entre segredos e potências emergentes do lado sombrio da Força. Ao mesmo tempo, segredos são revelados e colocando todos em dúvida sobre quem é o principal envolvido nas principais peças da história.

Embora visualmente mais econômico se formos comparar com as outras séries lançadas nos últimos anos, "The Acolyte" se sobressai pelos seus personagens carismáticos, envolventes e ao mesmo tempo complexos diga-se de passagem. Amandla Stenberg se sobressai ao dar vida as irmãs Mae e Osha, cuja as personalidades de ambas aparentam serem distintas uma da outra, mas que aos poucos vai se revelando que essa diferença é na realidade bastante mínima. Duas personagens predestinadas para algo maior, mas que não era exatamente no mundo dos Jedis.

É aí que mora o ponto alto da produção como um todo, ao colocar em evidência certa arrogância, mesmo que mínima, da parte dos Jedis. O cavaleiro Sol, por exemplo, vivido pelo ótimo ator Jung-jae Lee, desde o primeiro momento em que surge em cena nota-se que ele carrega grandes segredos e que farão com que a história tome novos rumos. Por conta disso, nota-se que os atos e consequências, mesmo tendo sido orquestrados em um passado distante, são colocados em prática e resultando em uma grande carnificina que poderia ter sido evitada.

A série como um todo revela ainda alguns simbolismos já vistos nas trilogias anteriores, mas que aqui são melhor explorados, como no caso do significado dos siths usarem determinados capacetes e que se revelam não serem meras proteções. Além disso, é interessante observar que a série procura nos dizer que não é somente o lado sombrio que se nasce um determinado sith, mas sim devido as suas próprias ações e vindo da parte de outras pessoas. Quimir, por exemplo, é talvez um dos personagens mais complexos da trama ao sintetizar muito bem sobre isso, mas somente obtendo tal feito graças ao ótimo desempenho de Manny Jacinto.

Ao final, os erros do passado acabam ecoando forte no presente dentro da trama e fazendo com que ela se encaminhe para direções imprevisíveis. Pode-se dizer que a série termina de forma bem corajosa e se diferenciando e muito das demais produções que haviam sido lançados nos últimos anos. Cabe agora aguardar por uma segunda temporada, para não somente testemunharmos os desdobramentos da trama, como também explorar certos personagens que ficaram escondidos nas sombras.

"The Acolyte" é uma série que cresce e se tornando melhor a cada episódio, mesmo quando há alguns detratores que dizem ao contrário.  

Onde Assistir: Disney+ 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 01 A 07 DE AGOSTO DE 2024

 ESTREIA:

ESTRANHO CAMINHO

Brasil, Drama, 2023, 83'

Direção: Guto Parente

Sinopse: Um jovem cineasta que visita sua cidade natal é surpreendido pelo rápido avanço de uma pandemia e precisa encontrar seu pai, com quem não fala há mais de dez anos. Depois do primeiro encontro, coisas estranhas começam a acontecer.

Elenco: Lucas Limeira, Carlos Francisco, Tarzia Firmino, Rita Cabaço, Renan Capivara, Ana Marlene


EM CARTAZ:

VERMELHO MONET

Brasil/Drama/ 2022/ 135min

Direção: Halder Gomes

Sinopse:O mercado de arte mundial, cada vez mais repleto de ricos colecionadores, está sempre em busca de uma nova descoberta, mesmo que esta novidade não seja assim ‘original’. Antoniette sabe disso e joga como poucos no universo dos marchands de arte, eventualmente criando um ‘novo original’ de um grande artista para aquecer o mercado. Johannes é um velho artista plástico, romântico demais para ser reconhecido nos tempos atuais, mas técnico como poucos. Caterina é uma jovem estrela em ascensão, emanando uma beleza frágil capaz de reavivar o mais machucado coração. Os três irão se relacionar em um perigoso jogo que envolve falsificações, mentiras e paixões arrebatadoras.

Elenco: Maria Fernanda Cândido, Chico Díaz, Samantha Heck Müller, Gracinda Nave. 


A FILHA DO PALHAÇO

Brasil/Drama/104min.

Direção; Pedro Diógenes

Sinopse:joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha terão que conviver durante essa semana. Eles vão viver novas experiências, experimentar novos sentimentos e esse tempo juntos irá transformar profundamente a vida dos dois.

Elenco: Jesuíta Barbosa,Mateus Honori,Démick Lopes


HORÁRIOS DE 01 A 07 DE AGOSTO (não há sessões nas segundas feiras):

14h20: VERMELHO MONET

17h: A FILHA DO PALHAÇO

19h: ESTRANHO CAMINHO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários: Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 / e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

terça-feira, 30 de julho de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'GREICE'

Sinopse: Greice é uma estudante de Belas Artes que vive em Lisboa, Portugal. Quando se envolve em um acidente e fica suspensa por tempo indeterminado, ela decide voltar sem que ninguém saiba à Fortaleza. 

No filme "Cópia Fiel" (2010) do mestre Abbas Kiarostami se explora a questão sobre a importância das cópias, sejam elas como arte ou até mesmo com relação as pessoas. Em um determinado momento, por exemplo, vemos os protagonistas fingirem serem (ou não) outras pessoas e vendo até onde isso dará ao longo do tempo. Já no caso do filme "Greice" (2024) a trama nos diz que as próprias adversidades nos fazem mentir e fazendo com que a gente crie os nossos próprios personagens ou situações falsamente corriqueiras unicamente para fazermos prosseguir na vida.

Dirigido por Leonardo Mouramateus, o filme conta a história sobre Greice (Amandyra), uma jovem brasileira que estuda na Universidade de Belas Artes de Lisboa. Nos primeiros dias do verão, ela se envolve com um rapaz misterioso chamado Afonso (Mauro Soares). Depois de uma festa de boas-vindas para os novos estudantes, o casal é acusado de um estranho acidente que ocorreu no evento e fazendo com que Greice precise retornar a Fortaleza, sua cidade natal, para renovar a autorização de residência. Porém, as coisas não são assim tão fáceis de se resolver.

Leonardo Mouramateus procura brincar com as nossas perspectivas com relação a protagonista, já que em um primeiro momento a julgamos mal ao usar pequenas mentiras para se dar bem em determinados pontos da trama no primeiro ato. Em contrapartida, nota-se que os eventos da história, alinhados com ações e consequências de personagens de sua volta, fazem com a mesma tome certas atitudes questionáveis, mas que logo em seguida compreendemos que ser alguém verdadeiro também não é fácil neste mundo atual em que vivemos. Pode-se dizer que Greice usa todos os meios para alcançar os seus objetivos para crescer na vida, mas uma vez que usa o método da mentira ela acaba se metendo em situações que, por mais estranhos que sejam, eles acabam sendo verossímeis em tempos em que a verdade já não é o bastante para muitos.

Amanda Monteiro Soares se sai bem como protagonista, ao construir para a sua personagem alguém complexo, mas que não esconde uma certa inocência perante aos eventos da realidade em sua volta. Ao tentar fugir do seu passado, as suas ações fazem com que ela retorne ao ponto de início, ou mais precisamente com relação a sua história que ela havia deixado para trás já há muito tempo. Uma vez que ela retorna as suas raízes cabe a mesma aceitar as consequências de suas ações, mesmo quando elas não são verdadeiramente graves, mas que se tornam o suficiente para magoar algumas pessoas próximas em sua volta.

o filme somente peca pelo fato de se alongar demais, principalmente com o misterioso evento ocorrido dentro do museu e que fez com que a protagonista mudasse os seus planos ao longo da jornada. Curiosamente, quando achamos que a trama irá se encerrar, eis que Leonardo Mouramateus se alonga por demais, ao construir passagens da trama em que a protagonista terá que enfrentar, mas que soam mais como acrescimento desnecessário do que alimentar o lado positivo da trama como um todo. Ao menos o ato final se encerra com certa dignidade, pois a própria protagonista se convence que no mundo da mentira em que ela vive faz com que as suas fantasias se tornem inocentes perante a esse sistema tão complexo que chamamos de vida.

"Greice" é uma jornada sobre alto conhecimento, onde a verdade e a mentira em que convivemos no dia a dia se encontra somente separada em uma frágil  linha fina e da qual cada vez mais se encontra desgastada. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 30 de julho a 07 de agosto de 2024

WALL-E

 MOSTRA DESTACA CLÁSSICOS DO CINEMA NOIR

De 30 de julho a 11 de agosto, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra 1944, o ano noir, destacando obras-primas que definiram as bases do subgênero mais sedutor do cinema policial norte-americano. O valor do ingresso é R$ 10,00. No sábado, 03 de agosto, às 19h15, a mostra apresenta uma sessão de Pacto de Sangue, de Billy Wilder, apresentada pelo pesquisador César Almeida, idealizador do evento Porto Alegre Noir.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7485/1944-o-ano-noir/


LA CHIMERA EM CARTAZ

A partir de quinta-feira, 01 de agosto, o filme italiano La Chimera, dirigido por Alice Rohrwacher e protagonizado pela brasileira Carol Duarte, entra em cartaz na Cinemateca Capitólio. O valor do ingresso é R$ 16,00.  


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7490/la-chimera/


WALL-E NA SESSÃO VAGALUME

A Sessão Vagalume do mês de agosto vai te levar a uma viagem espacial na grande nave da Cinemateca Capitólio com a exibição, nos dias 03 e 04 de agosto, às 15h, de WALL-E, de Andrew Staton. O valor do ingresso é R$ 4,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7515/sessao-vagalume-wall-e/


ROBERTA FINDLAY NO CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS

No domingo, 04 de agosto, às 18h30, o Cineclube Academia das Musas apresenta na Cinemateca Capitólio a sessão de Janie (1970), da diretora Roberta Findlay, seguida de debate com integrantes do coletivo que pesquisa a obra de diretoras na história do cinema. Entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7275/cineclube-academia-das-musas-janie/


GRADE DE HORÁRIOS

30 de julho a 07 de agosto de 2024


30 de julho (terça-feira)

15h – Pacto de Sangue

17h – A Dama Fantasma

19h – Um Retrato de Mulher


31 de julho (quarta-feira)

15h – Barba Azul

17h – À Meia-Luz

19h – Até a Vista, Querida


01 de agosto (quinta-feira)

15h – Idílio Perigoso

17h – La Chimera

19h15 – Laura 


02 de agosto (sexta-feira)

15h – Até a Vista, Querida

17h – La Chimera

19h15 – À Meia-Luz


03 de agosto (sábado)

15h – Sessão Vagalume: WALL-E

17h – La Chimera

19h15 – Pacto de Sangue


04 de agosto (domingo)

15h – Sessão Vagalume: WALL-E

17h – Barba Azul

18h30 – Cineclube Academia das Musas: Janie


06 de agosto (terça-feira)

15h – Laura

16h50 – La Chimera

19h15 – Idílio Perigoso


07 de agosto (quarta-feira)

15h – Um Retrato de Mulher

16h50 – La Chimera

19h30 – Fehorama – 10 anos

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Em Cartaz - 'Deadpool e Wolverine'

Sinopse: Wolverine está se recuperando após uma grande tragédia, mas quando cruza no seu caminho Deadpool. Juntos, eles formam uma grande dupla para salvarem os multiversos.  

Quando "Vingadores - Últimato" (2019) atingiu o seu teto tão desejado, a Marvel Estúdios/Disney se viu na obrigação de continuar com as franquias a todo custo. Então veio a ideia de criar a super-saga do Multiverso, onde os heróis quase sempre são envolvidos em viagens no passado ou em realidades paralelas. O problema é que essa ideia acabou não levando a lugar nenhum, mesmo nas boas investidas que foram como, por exemplo, a série de "Loki, mas isso não foi o suficiente para o estúdio fugir das críticas e tão pouco esconder o fato que as obras estavam decaindo e muito.

Em meio a esse declínio testemunhamos a Disney comprar a Fox, que era a casa dos X-Men e de outros heróis pertencentes a Marvel, mas que estavam separados devido aos longos contratos. Dessa compra ficávamos nos perguntando onde se encaixaria Deadpool, já que é um personagem que tira sarro do seu próprio gênero em que vive e fazendo piadas a todo o momento, ao ponto que nem a própria Fox conseguia fugir de sua língua afiada. Mas Ryan Reynolds deve ter uma ótima lábia, pois somente assim para explicar a existência de "Deadpool e Wolverine" (2024), filme que tira o maior sarro do gênero, homenageia heróis esquecidos e lembrando quase sempre do legado que a franquia X-Men havia deixado.

Na trama, Deadpool está procurando uma forma de se encaixar na vida, mesmo largando a ideia de super herói para dentro do armário. Porém, ele fica sabendo através da AVT, uma organização secreta cuja missão estava em proteger a linha temporal do universo, de que a sua realidade está prestes a deixar de existir após a morte do Wolverine e que foi visto pela última vez em "Logan" (2017). Correndo contra o relógio, Deadpool decide viajar em diversas realidades paralelas para encontrar o Wolverine perfeito e com isso possa manter vivo o seu mundo.

Falar mais sobre o filme é o mesmo que estragar diversa surpresas que a trama nos esconde. Aliás, é exatamente isso que o filme é, sendo rechegado de aparições surpresas, heróis do passado que foram vistos pela última vez antes da Marvel/Disney dominar e, para nossa surpresa, determinadas versões de personagens que nunca foram levados as telas e que aqui ganham o seu tão esperado estrelato. Se vocês gostaram da versão nunca realizada de Nicolas Cage como Superman vista no filme do "The Flash" (2023) é algo parecido com que acontece aqui, mas muito melhor diga-se de passagem.

Curiosamente, o limbo onde vemos diversos personagens dos tempos da Fox sendo jogados por lá não deixa de ser uma metáfora curiosa com relação ao que a Marvel/Disney faz com relação a franquia dos X-Men realizada no passado, da qual com certeza não a veremos de novo futuramente, mas não quer dizer que deva ser esquecida e respeitando tempos em que fazer tramas de heróis para o cinema era tudo ainda mais fresco. Portanto, os excluídos têm a sua vez neste filme, uma vez que cada aparição nos desperta uma nostalgia e nos relembramos de tempos em que a Disney não ditava as suas regras.

Esse talvez seja o maior acerto do filme como um todo, ao saber brincar e ao mesmo tempo criticar e nos fazer rir dos absurdos em que as franquias do cinema chegaram, ao ponto que ninguém sabe mais ao certo aonde isso irá parar e tudo que resta é somente curtir a própria desgraça que criaram. Portanto, nada melhor que o próprio Deadpool brincar com esse circo de horrores e não se importando com as consequências que virá a seguir. Mas o coração pulsante do filme é realmente quando ele e Wolverine se encontram finalmente em cena e pode esperar por diversas homenagens sobre as mais diversas versões que Logan teve ao longo dos anos nas HQ.

Por mais que escape do papel que havia lhe consagrado, Hugh Jackman está mais do que consciente que sempre viverá da sombra de Wolverine, pois o próprio interprete nasceu para o personagem assim como Robert Downey Jr nasceu para ser Homem De Ferro. É impressionante que, mesmo em meio aos absurdos e piadas que são jogadas a todo momento dentro da trama, Jackman consegue nos brindar com momentos até mesmo dramáticos vindos do seu personagem, para logo depois partir pra cima de Deadpool. Falando nisso, a cena dentro do carro Honda é violenta, cartunesca, engraçada e muito absurda.

Em meio a toda essa loucura até impressiona o fato de termos ainda um vilão que nos chame atenção quando surge e que aqui no caso é Casandra Nova, irmã de Charles Xavier e vivida pela atriz Emma Corrin. Assim como nas HQ, Casandra é uma personagem poderosa, trágica e que vive com o desejo de poder e vingança e não se importando aqui em destruir todas as realidades paralelas em sua volta. É claro que a personagem é muito mais do que isso quando surgiu nas HQ, mas Emma Corrin se esforça e valendo a nossa atenção ao longo da projeção.

É claro que com o texto acima vocês já imaginam que o filme possui diversas cenas de ação, mas vocês não estão preparados quando ver a dupla central da trama enfrentar diversos Deadpools  de realidades paralelas e provocar um verdadeiro banho de sangue. Neste caso eu preciso reconhecer que o diretor Shawn Levy, mais conhecido pelo cultuado "Gigantes de Aço" (2011), consegue nos brindar com uma ótima e violenta cena de ação em plano-sequência que não deve nada ao clássico e cultuado "Old Boy" (2003), mas com muito mais sangue e bem ao estilo cartunesco da palavra. Tudo isso embalado com a clássica música "Like A Prayer" da Madonna e só faltando a própria surgir e cantar em cena.

Ao final, o filme não revitaliza e tão pouco diminui o gênero como um todo, mas sim chega para nos dizer que é muito melhor tirar sarro da situação que os super heróis se encontram no cinema do que se aborrecer com isso. Ao meu ver, o longa nos diz que os bons tempos sempre estarão lá para a gente revisitar, pois os melhores filmes são que nem vinho, já que eles melhoram no seu devido tempo. Resta saber se futuramente a toda poderosa Disney irá cair na real em que se deve respeitar o passado e se esforçar para se criar algo novo e que revitalize o gênero.

"Deadpool e Wolverine" é uma homenagem e ao mesmo tempo uma piada ao gênero de super heróis para o cinema que se encontra atualmente em declínio e é por isso mesmo que é tão saboroso e que merece ser visto no cinema a todo custo. 

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