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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 16 de março de 2023

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 16 A 22 DE MARÇO DE 2023

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

 SHORTBUS


SALA PAULO AMORIM


15h – A PORTA AO LADO Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 110min). Direção de Júlia Rezende, com Dan Ferreira, Letícia Colin, Túlio Starling e Bárbara Paz. Manequim Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Mari e Rafa vivem um relacionamento tradicional e estável. O casamento segue tranquilo até o dia em que se muda para o apartamento ao lado o casal Isis e Fred. Os novos vizinhos vivem em uma relação aberta, separam sexo de amor e decidiram não ter filhos. O encontro dos dois casais irá provocar desejos, dúvidas, inseguranças, mentiras e transformações, fazendo com que cada um reavalie suas escolhas.


17h - BELCHIOR – APENAS UM CORAÇÃO SELVAGEM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 90min). Documentário de Natália Dias e Camilo Cavalcanti. Clariô Filmes. 14 anos.

Sinopse: Antonio Carlos Belchior Fontenelle Fernandes (1946 – 2017), mais conhecido como Belchior, ganha um autorretrato que mergulha no coração selvagem do poeta, cantor e compositor cearense. Com suas canções geniais e suas ideias cortantes, ele marcou e ainda marca a vida de muita gente.


18h45 – CLOSE Assista o trailer aqui.

(Bélgica/França/Holanda, 2022, 105min). Direção de Lukas Dhont, com Eden Dambrine, Gustav De Waele, Émilie Dequenne. O2 Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Léo e Rémi, de 13 anos, são inseparáveis - melhores amigos e próximos como irmãos. Mas, quando começam um novo ano escolar, as pressões da adolescência desafiam este vínculo tão fraterno, gerando consequências inesperadas e de longo alcance. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor longa internacional.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA TERÇA, DIA 21.)


SALA EDUARDO HIRTZ


15h30 – CLOSE

(Bélgica/França/Holanda, 2022, 105min). Direção de Lukas Dhont, com Eden Dambrine, Gustav De Waele, Émilie Dequenne. O2 Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Léo e Rémi, de 13 anos, são inseparáveis - melhores amigos e próximos como irmãos. Mas, quando começam um novo ano escolar, as pressões da adolescência desafiam este vínculo tão fraterno, gerando consequências inesperadas e de longo alcance. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor longa internacional.


17h30 – SEGUNDO TEMPO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 105min). Direção de Rubens Rewald, com Kauê Telloli, Priscila Steinman, Michael Hanemann. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Ana e Carl são filhos de Helmut, um imigrante alemão que veio para o Brasil em busca de uma nova vida. Os dois irmãos nunca se deram bem, mas, depois da morte do pai, decidem ir para a Alemanha na tentativa de resolver alguns mistérios do passado e conhecer suas origens.


19h30 – SHORTBUS - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(EUA, 2006, 100min). Direção de John Cameron Mitchell, com Paul Dawson, Lindsay Beamish, Sook-Yin Lee, Adam Hardman. Imovision, 18 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Lançado em 2006, no Festival de Cannes, o filme volta aos cinemas em versão remasterizada e revive a polêmica de 16 anos atrás. Disposto a falar de sexualidade em tempos de conexões virtuais, o diretor chamou para os testes de elenco atores e não atores que estivessem dispostas a fazer sexo diante das câmeras. A trama segue alguns personagens que vivem em Nova York e se encontram em uma balada chamada Shortbus: uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo e passou anos fingindo, uma dominatrix que não consegue se conectar e um casal gay que está decidindo se deve ou não abrir seu relacionamento.

 (NÃO HAVERÁ SESSÃO NA SEXTA, DIA 17.)


SALA NORBERTO LUBISCO


14h30 - AFTERSUN Assista o trailer aqui.

(Reino Unido/EUA, 2022, 100min). Direção de Charlotte Wells, com Frankie Corio e Paul Mescal. O2 Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Quando tinha 11 anos, Sophie passou alguns dias de férias com o pai, numa praia ensolarada e cheia de descobertas. Vinte anos depois, ela encontra um vídeo daquele verão e tenta se reconciliar com suas lembranças e com aquele homem que até hoje não conhece plenamente. Paul Mescal é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor ator.


16h30 – MEDUSA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 130min). Direção Anita Rocha Da Silveira, com Mari Oliveira, Lara Tremouroux, Joana Medeiros. Sessão Vitrine, Drama fantástico. 14 anos.

Sinopse: Mariana, de 21 anos, é uma jovem religiosa que busca a perfeição. Para resistir às tentações, ela e suas amigas se escondem atrás de máscaras e saem à noite para caçar e linchar quem supostamente se desviou do caminho certo. Mas, aos poucos, Mari percebe que outros sentimentos estão surgindo dentro dela. Com seu segundo longa, a diretora conquistou os prêmios de melhor filme e direção na Première Brasil do Festival do Rio.


19h10 – MORTE A PINOCHET Assista o trailer aqui.

(Kill Pinochet - Chile, 2021, 81min). Direção de Juan Ignacio Sabatini, com Daniela Ramírez, Cristián Carvajal, Gastón Salgado. A2 Filmes, 16 anos. Drama político.

Sinopse: Enquanto o Chile vivia uma ditadura cruel sob o comando de Augusto Pinochet, poucos ousados consideravam o impossível: matar o presidente general. Os integrantes da Frente Patriótica Manuel Rodríguez, liderados pelo professor de educação física Ramiro e a psicóloga Tamara, marcaram o ataque armado para uma tarde de domingo, em setembro de 1986. Baseado em um episódio real, o filme destaca um movimento que foi determinante para a história chilena no contexto da época.

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PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 15 de março de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'TÁR'

NOTA: Esse texto eu escrevi horas antes do Oscar 2023.

Sinopse: O filme examina a natureza mutável do poder, seu impacto e durabilidade em nosso mundo moderno. 

Quando eu estiver escrevendo esse texto faltará poucas horas para o Oscar 2023 e do qual o filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" (2022) é o favorito para levar a maioria das estatuetas. Michelle Yeoh, por exemplo, pode se tornar a primeira atriz asiática a levar um Oscar de melhor atriz para casa e fazendo história. Porém, "Tár" (2022) é um daqueles filmes que surgem do nada e podem surpreender na noite da cerimônia devido a sua poderosa proposta.

Dirigido por Todd Field, do filme "Pecados Íntimos" (2006), o filme conta a história de Lydia Tár (Cate Blanchett), a primeira diretora musical feminina da Filarmônica de Berlim e está no topo do mundo. Como regente, Lydia não apenas orquestra, mas também manipula. Como uma pioneira, a virtuosa apaixonada lidera o caminho na indústria da música clássica dominada por homens. Além disso, Lydia se prepara para o lançamento de suas memórias enquanto concilia trabalho e família. Ela também está disposta a enfrentar um de seus desafios mais significativos: uma gravação ao vivo da Sinfonia nº 5 de Gustav Mahler. No entanto, forças que nem mesmo ela pode controlar lentamente destroem a elaborada fachada de Lydia, revelando segredos sujos e a natureza corrosiva do poder. E se a vida derrubar Lydia de seu pedestal?

Todd Field começou a carreira como ator secundário em filmes ótimos como "De Olhos Bem Fechados" (1999), mas foi através da direção que ele encontrou o seu verdadeiro caminho. Infelizmente foram poucas as chances que ele teve para revelar para nós o seu grande potencial, pois antes de "Tár" tínhamos somente dois ótimos exemplo, o já citado "Pecados Íntimos" e "Entre Quatro Paredes" (2001). Em "Tár", ele dá uma verdadeira aula de como se deve dirigir uma trama em que todas as atenções se voltam para uma grande protagonista.

É preciso destacar a sua edição, não somente ágil, como também em surpreendentes planos sequências, principalmente em uma passagem sem cortes durante um ensaio em a protagonista começa a se descascar e revelando o seu real ser. Com uma bela direção, o filme nos passa a sensação de nunca sabermos ao certo se estamos diante de algo que está realmente acontecendo ou se não passa de delírios da protagonista que começa a ter a sua realidade ruindo, pois a mesma não conseguiu obter o controle por muito tempo. Talentosa, porém, manipuladora em todos os sentidos, a protagonista irá enfrentar uma gradual queda e da qual enfrentará os seus demônios mais profundos para dizer o mínimo.

Cate Blanchett novamente nos surpreende em uma atuação digna de nota, da qual nos transmite através de sua personagem uma pessoa segura de si e que se acha no direito de derrubar qualquer um que lhe venha atrapalhar. Não deixa de ser pesado, por exemplo, uma cena em que ela ameaça uma criança, ou quando ela tenta manipular as pessoas que podem revelar segredos sujos que podem vir à tona. Cada vez mais que questionamos a personagem mais temos o desejo de seguirmos em frente ao lado dela e sabermos qual será o seu verdadeiro destino na reta final da história.

O filme é um retrato de tempos atuais em que todos nós nos encontramos sendo observados e cujo um erro é o suficiente para arruinar a vida da pessoa como um todo. Portanto, ao vermos um celular no primeiro plano do filme é uma espécie de sintetize sobre tempos em que, aparamente, vivemos em Democracia, quando na verdade é uma espécie de "1984", mas cuja diferença que há diversos olhos nos observando e nos julgando o tempo todo. A protagonista, por sua vez, é falha, mas também humana e cabe a mesma buscar as raízes da simplicidade da vida para dar a volta por cima, pois é neste ponto que talvez todos nós busquemos a nossa redenção pessoal uma vez que fomos banidos de nossa própria área de conforto em que sentíamos poderosos.

"Tár" é um poderoso filme sobre a arte da música e de seus talentos, mas cujo seus pecados estão sendo sempre observados por todos. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO Cinemateca Capitólio 14 a 23 de março de 2023

MOSTRA CELEBRA O ANIVERSÁRIO DE KING KONG

A Cinemateca Capitólio celebra o aniversário de 90 anos de King Kong, obra-prima de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack lançada em março de 1933, com uma sessão especial no sábado, 18/03, às 18h, comentada pelo pesquisador Marcelo Severo.

A partir de terça-feira, 14/03, a Cinemateca Capitólio apresenta o ciclo Universo Kong, com filmes de horror e aventura realizados em Hollywood nos primeiros anos da era sonora. A programação possibilita um mergulho no imaginário violento do período que gerou King Kong, a partir de obras marcantes como O Médico e o Monstro, de Rouben Mamoulian, A Ilha das Almas Selvagens, de Erle C. Kenton, Zaroff, o Caçador de Vidas, de Ernest B. Schoedsack e Irving Pichel, e Monstros, de Tod Browning, entre outros clássicos. O valor do ingresso é R$ 10,00.

A mostra Universo Kong ganha uma continuidade em abril, com novos títulos e reprises.    


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5980/universo-kong-selvageria/


JEAN VIGO RESTAURADO EM CARTAZ

A partir de terça-feira, 14/03, a Cinemateca Capitólio exibe duas cópias restauradas de obras-primas do grande diretor francês Jean Vigo: Zero de Conduta, que completa 90 anos em 2023, e O Atalante, seu único longa-metragem, lançado originalmente em 1934. A exibição é uma parceria com a Cinemateca da Embaixada da França e o Institut Français. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/3128/zero-de-conduta/ e http://www.capitolio.org.br/eventos/5976/o-atalante/


GRADE DE HORÁRIOS

14 a 23 de março de 2023


14 de março (terça)

15h – Vingança Diabólica

16h15 – Anjo e Demônio

17h30 – Traga-a Para Casa

18h30 – Zero de Conduta

19h30 – O Atalante


15 de março (quarta)

15h – Zero de Conduta

16h – O Monstro

17h30 - Os Crimes do Museu

19h – Letícia, Monte Bonito, 04 + Meu Primeiro Verão


16 de março (quinta)

15h – O Atalante

17h – Traga-a Para Casa

18h - A Patrulha Perdida

19h30 – Monstros


17 de março (sexta)

15h – A Patrulha Perdida

16h30 – Traga-a Para Casa

17h30 – Tarzan, o Filho das Selvas

19h30 – Projeto Raros: Ave do Paraíso


18 de março (sábado)

15h – Zero de Conduta

16h – Zaroff, O Caçador de Vidas

18h – King Kong + debate


19 de março (domingo)

15h – Anjo e Demônio

16h15 – O Filho de King Kong

17h30 – A Ilha das Almas Selvagens

19h – O Atalante


21 de março (terça)

15h – Traga-a Para Casa

16h – Zero de Conduta

17h – O Morcego Vampiro

18h30 – O Monstro

20h – Só Juntos


22 de março (quarta)

15h – Os Crimes do Museu

16h20 – Lua Negra

17h30 – Congo

19h – O Médico e o Monstro


23 de março (quinta)

15h – O Morcego Vampiro

16h15 – Vingança Diabólica

19h30 – Sessão de abertura (EFIC)

terça-feira, 14 de março de 2023

Cine Dica: Cine Dica: Streaming - 'O Menu'

Sinopse: Um jovem casal visita um restaurante exclusivo em uma ilha remota onde o aclamado chef prepara um delicioso menu e algumas surpresas chocantes. 

Não é de hoje que o cinema explora a vida alienada da burguesia e cuja mesma se acha dona do mundo. Se no passado o mestre  Luis Buñuel havia criado um retrato ácido sobre essa ala no seu clássico "O Discreto Charme da Burguesia" (1972), recentemente tivemos o "Triangulo da Tristeza" (2022), em que retrata a mesma complemente perdida em meio a força da própria natureza. "O Menu" (2022) é humor alinhado com suspense e cujo sabor se torna peculiar e fora do comum diga-se de passagem.

Mark Mylod, o filme conta a história de Margot (Anya Taylor-Joy), que é convidada por Tyler (Nicholas Hoult) para viver uma experiência inesquecível em um dos restaurantes mais conhecidos - e exclusivos - do mundo. Chamada às pressas por Tyler após o rapaz terminar um relacionamento pouco antes do evento, Margot logo percebe que aquele não é o seu lugar. Lá, a cozinha é liderada pelo famoso chef Slowik (Ralph Fiennes) e estabelecimento fica localizado em uma ilha distante, na qual todos os seus ingredientes frescos são cultivados. Junto de outros clientes autointitulados especiais, como um astro de cinema, funcionários do mercado financeiro, uma crítica gastronômica e um casal milionário, Margot e Tyler entram no bizarro mundo comandado pelo chef Slowik.

Mark Mylod sabe jogar através da sutileza, principalmente pelo fato dele apresentar os personagens principais da trama de forma gradual e fazendo a gente achar que eles são uma coisa, quando na verdade é bem outra. Belo exemplo disso é o casal principal que é apresentado logo no primeiro minuto de projeção, fazendo a gente crer que eles são um casal da elite que foram convidados para esse evento especial, quando na verdade a história entre eles é bem diferente. Isso gera, por exemplo, um verdadeiro contraste quando é apresentado os demais personagens, dos quais são realmente pertencentes a elite dominadora e já nos preparando para determinados pensamentos sobre suas reais naturezas.

A surpresa, logicamente, fica na apresentação do personagem chef Slowik, do qual é brilhantemente interpretado por Ralph Fiennes e cujo o mesmo constrói para si um personagem enigmático, mas bastante lucido com relação ao que está oferecendo. O filme em si transita entre momentos de humor ácido para o mais puro suspense, principalmente quando aos poucos é revelado que tudo não passa de um verdadeiro jogo insano para desmascarar cada pessoa daquele local e ao mesmo tempo revelando o lado podre escondido de cada um. Slowik, por sua vez, brinca a todo momento com as expectativas dos convidados e fazendo com que os mesmos não tenham a menor ideia do que está vindo a seguir.

Por outro lado, é preciso reconhecer que o filme também pertença a personagem de Anya Taylor-Joy, já que a mesma consegue construir alguém que não é inocente perante o mundo que vive, mas sim que sabendo jogar conforme as cartas que lhe dão. Portanto, o embate entre ela e o personagem de Ralph Riennes é o ponto alto do filme, mas é uma luta psicológica e que irá se enveredar para um resultado cujo mesmo estava exposto a todo tempo e só era preciso saber como jogá-lo. Ponto para Mark Mylod ao realizar um filme que não se limite para os momentos de puro impacto, mas cujo embates verbais moldados na história nos conquistam de imediato.

"O Menu" é um filme que mistura perigosamente dois gêneros, mas cujo sabor pode se tornar bem interessante para dizer o mínimo. 

Onde Assistir: STAR+

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segunda-feira, 13 de março de 2023

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Algre - 'Luzes da Cidade'

Segue a programação do Clube de Cinema na próxima terça-feira.


CICLO COMÉDIA ROMÂNTICA

Sessão Comentada Clube de Cinema

ENTRADA FRANCA

Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS

Data: 14/03/2023, terça-feira, às 19:00 horas


"Luzes da Cidade" (City Lights)

EUA, 1931, 87 min, legendado, Livre

Direção: Charles Chaplin 

Elenco: Charles Chaplin, Virginia Cherrill, Harry Myers, Florence Lee, Al Ernest Garcia, Hank Mann, Robert Parrish, Henry Bergman, Albert Austin


Sinopse: Um vagabundo (Charles Chaplin) impede um homem rico (Harry Myers), que está bêbado, de se matar. Grato, ele o convida até sua casa e se torna seu amigo. Só que ele esquece completamente o que aconteceu quando está sóbrio, o que faz com que o vagabundo seja tratado de forma bem diferente. Paralelamente, o vagabundo se interessa por uma florista cega (Virginia Cherrill), a quem tenta ajudar a pagar o aluguel atrasado e a restaurar a visão. Só que ela pensa que seu benfeitor é, na verdade, um milionário.

Sobre o Filme: Obra prima com Chaplin em seus melhores dias como o vagabundo envolvido com um milionário que, quando bêbado, o trata como amigo, mas, quando sóbrio, o desconhece e o trata a pontapés . Apesar de lançado em 1931, o filme é mudo porque Chaplin se recusou por anos a fazer filmes falados. Bela trilha sonora composta pelo próprio Chaplin. Vale destacar que o filme possui uma das cenas mais marcantes do cinema, e carregadas de significado. Não precisou de uma única palavra, apenas um olhar. Até hoje a cena é relembrada pelos grandes críticos como um exemplo da magia do cinema.

Com relação à escolha da atriz principal, Chaplin escolheu Virginia Cherrill, uma garota de 20 anos amadora – experiência não era exatamente um requisito, Chaplin apenas queria atores que seguissem suas ordens. O relacionamento dos dois no set não era fácil, e mesmo 50 anos depois, Cherrill dizia que os dois não se gostavam. Na ocasião das gravações, o diretor chegou a demiti-la e iria colocar a protagonista de Em Busca do Ouro no filme, mas refilmá-lo seria muito caro, então devolveu à Cherrill o papel. Talvez por conta da tensão, o trabalho da atriz foi brilhante.

Aliás, quer ver o exigente Chaplin dirigindo uma cena em Luzes da Cidade? 342 takes pra ele conseguir o que queria na cena em que o vagabundo conhece a florista. 


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Cine Curiosidade: Vencedores do Oscar 2023

A cerimônia da 95ª edição do Oscar, a principal premiação do cinema, aconteceu neste domingo (12), no Teatro Dolby, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A Academia de Artes e Ciências Cinematográfica recebeu as celebridades Hollywood e premiou os destaques desta temporada. Veja todas as categorias abaixo.

“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” foi o grande vencedor da noite, levando sete dos 11 prêmios que concorria. São eles: Melhor Filme, Direção, Atriz, Ator Coajudvante, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original e Montagem. Além de fazer história no Oscar, o filme se tornou o mais premiado da história do cinema, conquistando 165 prêmios nesta temporada.

Outro destaque da premiação foi o longa alemão “Nada de Novo no Front” que ganhou quatro categorias: Melhor Filme Internacional, Direção de Arte, Fotografia e Trilha Sonora Original. Brendan Fraser marcou seu retorno à Hollywood com “A Baleia” e ganhou como Melhor Ator. O filme também venceu na categoria de Cabelo e Maquiagem. Um vídeo mostra como é feita a transformação do ator.Guillermo del Toro venceu mais um Oscar, dessa vez por “Pinóquio”, em que usou a técnica stop-motion para dar vida à uma nova versão do boneco de madeira.


Confira os vencedores do Oscar 2023:


Melhor Filme

“Nada de Novo no Front”

“Avatar: O Caminho da Água

“Os Banshees de Inisherin”

“Elvis”

Vencedor “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo"


“Tár”

“Os Fabelmans”

“Top Gun: Maverick”

“Triângulo da Tristeza”

“Entre Mulheres”


Melhor Direção

Vencedores: Daniel Kwan e Daniel Scheinert, por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”

Martin McDonagh, por “Os Banshees de Inisherin”

Steven Spielberg, por “Os Fabelmans”

Todd Field, por “Tár”

Ruben Östlund, por “Triângulo da Tristeza”


Melhor Ator

Austin Butler, por Elvis

Colin Farrell, por “Os Banshees de Inisherin”

Paul Mescal, por ‘Aftersun”

Bill Nighy, por “Living”

Vencedor: Brendan Fraser, por “A Baleia”


Melhor Atriz

Cate Blanchett, por “Tár”

Ana de Armas, por “Blonde”

Andrea Riseborough, por “To Leslie”

Michelle Williams, por “Os Fabelmans”

Vencedora: Michelle Yeoh, por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”


Melhor Ator Coadjuvante

Vencedor: Ke Huy Quan, por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”

Brendan Gleeson, por “Os Banshees de Inisherin”

Bryan Tyree Henry, por “Passagem”

Barry Keoghan, por “Os Banshees de Inisherin”

Judd Hirsh, por “Os Fabelmans”


Melhor Atriz Coadjuvante

Vencedora: Jamie Lee Curtis, por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”

Angela Bassett, por “Pantera Negra: Wakanda para Sempre”

Hong Chau, por “A Baleia”

Kerry Condon, por “Os Banshees de Inisherin”

Stephanie Hsu, por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”


Melhor Roteiro Original

Vencedor: “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”

“Os Banshees de Inisherin”

“Os Fabelmans”

“Tár”

“Triângulo da Tristeza”


Melhor Roteiro Adaptado

Vencedor: “Entre Mulheres”

“Nada de Novo no Front”

“Glass Onion: Um Mistério Knives Out”

“Top Gun: Maverick”

“Living”


Melhor Filme Estrangeiro

Vencedor: “Nada de Novo no Front” (Alemanha)

“Close” (Bélgica)

“EO” (Polônia)

“The Quiet Girl” (Irlanda)

“Argentina, 1985” (Argentina)


Melhor Animação em Longa Metragem

Vencedor: “Pinóquio de Guillermo del Toro”

“Marcel the Shell with Shoes On”

“O Gato de Botas 2: O Último Pedido”

“Red – Crescer é uma Fera”

“A Fera do Mar”


Melhor Animação em Curta Metragem

Vencedor: “O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo”

“The Flying Sailor”

“Ice Merchants”

“My Year of Dicks”

“An Ostrich Told Me the World Is Fake and I Think I Believe It”


Melhor Documentário em Longa Metragem

Vencedor: “Navalny”

“All That Breathes”

“All The Beauty and the Bloodshed”

“Fire of Love”

“A House Made of Splinters”


Melhor Documentário em Curta Metragem

Vencedor: “The Elephant Whisperers”

“Haulout”

“How do You Measure a Year?”

“The Martha Mitchell Effect”

“Stranger at the Gate”


Melhor Curta-metragem em Live-action

Vencedor: “A Irish Goodbye”

“Ivalu”

“Le Pupille”

“Night Ride”

“The Red Suitcase”


Melhor Fotografia

Vencedor: James Friend, por “Nada de Novo no Front”

“Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades”

“Elvis”

“Tár”

“Império da Luz”


Melhor Cabelo e Maquiagem

Vencedor: “A Baleia”

“Nada de Novo no Front”

“Batman”

“Pantera Negra: Wakanda para Sempre”

“Elvis”


Melhor Figurino

Vencedora: Ruth E. Carter, por “Pantera Negra: Wakanda para Sempre”

“Babilônia”

“Elvis”

“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”

“Sra. Harris Vai a Paris”


Melhor Trilha Sonora Original

Vencedor: “Nada de Novo no Front”

“Babilônia”

“Os Banshees de Inisherin”

“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”

“Os Fabelmans”


Melhor Design de Produção

Vencedor: “Nada de Novo no Front”

“Avatar: O Caminho da Água”

“Babilônia”

“Elvis”

“Os Fabelmans”


Melhores Efeitos Visuais

Vencedor: “Avatar: O Caminho da Água”

“Nada de Novo no Front”

“Batman”

“Pantera Negra: Wakanda para Sempre”

“Top Gun: Maverick”


Melhor Canção Original

Vencedor: “Naatu Naatu” (de “RRR”)

Sofia Carson – “Applause” (de “Tell it Like a Woman”)

Lady Gaga – “Hold My Hand” (de “Top Gun: Maverick”)

Rihanna – “Lift Me Up” (de “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”)

Son Lux – “This is a Life” (de “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”)


Melhor Som

Vencedor: “Top Gun: Maverick”

“Nada de Novo no Front”

“Batman”

“Avatar: O Caminho da Água”

“Elvis”


Melhor Montagem

Vencedor: “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”

“Os Banshees de Inisherin”

“Elvis”

“Tár”

“Top Gun: Maverick”

Tópicos

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domingo, 12 de março de 2023

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'As Linhas Tortas de Deus'

Sinopse: Alegando sofrer de paranoia, uma detetive particular se interna em um hospital psiquiátrico para investigar a morte de um dos pacientes. 

Um filme de suspense é bom quando ele nos surpreende com uma fantástica reviravolta na reta final da trama e fazendo a gente revisitar a obra em uma outra ocasião. Porém, há casos de que determinado filme possui tantas reviravoltas que faz com que a obra como um todo crie para si um sério risco de ficar na corda bamba e fazendo com que a gente se canse da história. Pois bem, "As Linhas Tortas de Deus" (2022) seguem essa minha última observação, mas se salvando por uma ótima direção e elenco competente.

Dirigido por Oriol Paulo, do filme "Um Contratempo" (2016), o filme conta a história de Alice, uma investigadora particular, que se interna em um hospital psiquiátrico fingindo paranoia com o objetivo de coletar evidências para o caso em que está trabalhando: a morte de um interno em circunstâncias pouco claras. Mas a realidade que ela enfrenta em seu confinamento excederá suas expectativas e lançará dúvidas sobre sua própria sanidade. Um mundo desconhecido e emocionante se abrirá diante de seus olhos.

Filmes que exploram os lados mais sombrios da mente humana não é novidade para o cinéfilo, pois basta pegarmos, por exemplo, o grande clássico do expressionismo alemão "O Gabinete do Dr. Caligari" (1920) para se obter uma vaga ideia do que eu estou falando. O clássico, aliás, serviu de base para o ótimo "A Ilha do Medo" (2010) do mestre Martin Scorsese, mas obtendo alma própria, graças a sua bela direção e com o seu final ambíguo. Neste último caso, a ambiguidade é a palavra-chave que move o filme de Oriol Paulo, que é baseado em um livro policial "Los renglones torcidos de Dios" e escrito por Torcuato Luca de Tena.

Em um primeiro momento, nós ficamos na dúvida sobre as reais intenções da protagonista, ou se ela possui realmente problemas mentais que a faça criar uma nova realidade para ela. Ao mesmo tempo, a trama principal é intercalada com uma subtrama de um assassinato que ocorre no mesmo sanatório, mas que num primeiro momento a gente acredita que se trata de algo que se passe no passado. Porém, há várias pistas que são disparadas a todo momento para fazer com que duvidemos disso.

O grande problema do filme de Oriol Paulo talvez seja pelo fato de ser fiel por demais com relação a sua fonte literária, já que em alguns momentos me dá aquela sensação de que determinada passagem me soaria melhor se ela tivesse ficado somente na escrita de uma página. Em tempos em que várias obras da literatura são adaptadas como minisséries para a tv eu acredito que o conto se encaixaria melhor neste formato. Porém, não significa que o filme não tenha os seus méritos.

Para começar, é preciso dar crédito ao realizador em criar diversas cenas muito bem filmadas, principalmente aquelas que vem e vão como uma forma de pista e se casando com as soluções que virão logo em seguida. Ao explorar, aparentemente, uma protagonista cuja a mente pode estar fragmentada, é preciso dar crédito para as cenas em que testemunhamos a mesma adentrar a sua própria mente que procura determinadas respostas: a cena em que ela se vê em diversos momentos em único cenário é desde já um dos melhores momentos do filme como um todo.

Mas o filme é sustentado ainda mais graças ao seu grande elenco, em especial pela atriz Bárbara Lennie, do filme "Todos Já Sabem" (2019). Como Alice, ela constrói uma personagem complexa, da qual nos faz duvidar dela a todo momento e ficamos na dúvida sobre a sua sanidade até o ato final, pois as diversas reviravoltas se casam com a ambiguidade que a própria intérprete cria e que passa para nós do começo ao final da história. Neste último caso, é preciso digerir os últimos acontecimentos de forma gradual para termos então um veredito.

Eu sinceramente não li o livro que serviu de base para o filme, mas há quem diga que ele soa tão complexo quanto ao que foi apresentado na adaptação, que dede já nos brinda com mais dúvidas do que respostas. Porém, não há como negar que o plano final é realmente enigmático e que me fez lembrar rapidamente do filme "A Origem" (2009), sendo que ambos são obras que exploram o potencial e a complexidade da mente humana e sobre até que ponto ela pode se tornar a nossa inimiga. Talvez não haja uma resposta plausível e cabe cada um tirar suas próprias conclusões com relação ao seu final complexo.

"As Linhas Tortas de Deus" é aquele típico filme enigmático, do qual irá dividir a opinião de muitos e fazendo a gente desejar revisitá-lo mesmo quando ele possui alguns defeitos nítidos. 


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