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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 9 A 15 DE SETEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim.

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

 POR QUE VOCÊ NÃO CHORA? 


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h30 – BAGDÁ VIVE EM MIM Assista o trailer aqui.

(Baghdad in My Shadow – Suíça/Alemanha/Reino Unido, 2019, 105 min). Direção de Samir, com Haytham Abdulrazaq, Zahraa Ghandour, Waseem Abbas. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O café Abu Nawas é um ponto de encontro popular entre os iraquianos que vivem em Londres. É por lá que se cruzam histórias de vida como a de Taufiq, um escritor fracassado; de Amal, uma arquiteta que se esconde do marido violento; e do jovem gay Muhannad, especialista em tecnologia. Mas Taufiq acompanha com preocupação a trajetória de seu sobrinho Nasseer, que acaba de aderir ao islamismo radical.


17h30 – EMA Assista o trailer aqui.

(Chile, 2021, 105min). Direção de Pablo Larraín, com Gael García Bernal e Mariana DiGirolamo. Imovision, 14 anos. Drama

Sinopse: Ema e Gastón forma um belo casal, moderno e dedicado à dança. Mas, entre quatro paredes, sofrem por conta de uma adoção que não deu certo e também por causa do comportamento nada convencional de Ema. Entre números de danças e muitos questionamentos, a mulher embarca em uma odisseia de libertação, autoconhecimento e desejo – e faz tudo o que estiver ao seu alcance para ser mãe novamente.


* Na terça, dia 14, às 17h30min, exibição do filme “No Tempo das Diligências” (1939), de John Ford, dentro do ciclo “Clássicos na Cinemateca – 35 anos”. Assista o trailer aqui.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – KING KONG EN ASSUNCIÓN Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 90min). Direção de Camilo Cavalcante, com Andrade Junior, Ana Ivanova. ArtHouse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Um velho matador de aluguel está escondido no interior da Bolívia, na região desértica do Salar de Uyuni. Ele acaba de cumprir sua última missão e tem um sonho: ir ao Paraguai para encontrar sua única filha, que ele não conhece. Nesta longa jornada em busca do paradeiro dela, que já é uma mulher de 38 anos, ele reflete sobre a sua vida e o que restou após passar tantos anos se escondendo e matando gente. O filme foi o vencedor do Festival de Cinema de Gramado em 2020, levando os Kikitos de melhor filme e ator póstumo para Andrade Júnior (1945 – 2019).


16h30 – POR QUE VOCÊ NÃO CHORA? *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 105min) Direção de Cibele Amaral, com Bárbara Paz, Carolina Monte Rosa e Cristiana Oliveira. O2 Play, 14 anos. Drama.

Sinopse: Jéssica é uma jovem introspectiva que cursa a faculdade de Psicologia. Um dos estágios obrigatórios do curso a aproxima da explosiva e falante Bárbara, que sofre do transtorno de borderline e precisa de psicoterapia. A convivência entre estas duas mulheres de origens e comportamentos tão distintos faz com que ambas questionem suas vidas e seus princípios, procurando mudar perspectivas. Baseado na experiência da própria diretora, que também é psicóloga, o filme tem como pano de fundo a discussão sobre o suicídio - e se integra agora às campanhas do Setembro Amarelo. O filme competiu na mostra de longas brasileiros do Festival de Gramado 2020.


18h30 – HOMEM ONÇA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 90min). Direção de Vinicius Reis, com Chico Diaz, Emilio de Mello, Bianca Byington. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O roteiro acompanha dois momentos da vida de Pedro. No primeiro, em 1997, ele vive com a família no Rio de Janeiro e trabalha na Gás do Brasil, uma empresa que está passando por um duro processo de reestruturação, com demissões e aposentadorias antecipadas. No segundo momento, em 1999, Pedro vive aposentado em Barbosa, sua cidade natal, na companhia da namorada e das memórias de infância. O filme foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Gramado 2021, ficando com o Kikito de atriz coadjuvante para Bianca Byington.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).

CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Um Animal Amarelo’

Sinopse: Fernando, um cineasta falido, mergulha em uma jornada entre Brasil, Portugal e Moçambique em busca de pistas sobre o passado violento de seu avô. 

O Brasil não era um país desabitado quando foi descoberto, mas sim ele foi invadido por Portugueses que, por sua vez, roubaram a terra dos índios e sendo que esses últimos foram mortos, escravizados ou se refugiando no coração da floresta. Após isso, os poderosos começaram a invadir o continente africano, para escravizar o povo negro e traze-lo para cá como gado e servir ao homem branco. Terras invadidas e raízes misturadas, pois não temos um sangue do qual podemos dizer que é brasileiro, mas sim misturado, um cruzamento de ancestrais estrangeiros que buscavam, infelizmente, poder em outros países, nem que para isso tivesse que matar em busca de sua riqueza e glória.

Devido a essa ambição que perdura até bem recentemente, o Brasil de hoje vive em transe continuo desde o segundo golpe (político dessa vez) ocorrido em 2016, sendo que golpe após golpe perdemos cada vez mais a nossa identidade e fazendo com que não mais saibamos para onde ir. Por conta desse cenário, viver através da cultura neste país atual é o mesmo que pedir esmolas, pois vivemos em terra em que o cinema, por exemplo, está definhando e fazendo com que os realizadores reflitam em que pé estarão amanhã ou no mês próximo. "Um Animal Amarelo" (2021) retrata o indivíduo brasileiro perdendo a sua identidade ao abraçar o que os nossos antepassados faziam e se colocando em um retrocesso continuo.

Dirigido por Felipe Bragança, o filme conta a história de Fernando (Higor Campagnaro), um cineasta brasileiro que está falido. Ele cresceu assombrado pelas lembranças de seu avô e também sempre foi assombrado por um espírito moçambicano que prometia grandes riquezas. Perseguido pelo estado político e cultural do Brasil, Fernando vai a fundo em sua jornada de aventuras e milagres para descobrir seu passado.

Dividido em atos, o filme pode ser interpretado como uma metáfora sobre o Brasil de ontem e hoje, onde individuo brasileiro em busca de riquezas se perdia em sua própria busca e se vendendo em nome de um sistema que diz que não há vida bem sucedida se não se tornar um homem de seu próprio negócio. Por conta disso ficamos conhecendo o avô do protagonista no início da projeção, assim como um misterioso osso que ele vive carregando e de uma presença misteriosa que seria essa o monstro amarelo. A figura em si pode ser interpretada de diversas formas, sendo ela uma figura folclórica, ou uma entidade que faz com que os personagens centrais se lembrem do que tiraram dela.

O filme é cheio de simbolismo, sendo que os navios encalhados em uma praia distante simbolizam a vinda do homem branco a terras desconhecidas, para sim adquirir riquezas e escravizar aqueles que achavam inferiores e descartáveis. Curiosamente, Fernando sai de um Brasil à beira de mudanças após o golpe de 2016, sendo que no passado foi um país invadido, redemocratizado e voltando, portanto, à estaca zero. Ao tentar conseguir a sorte em terras estrangeiras, indo direção as suas raízes portuguesas, constatamos uma similaridade vista no filme "Terra Estrangeira" (1995), de Walter Salles, sendo que ambos os filmes falam sobre a incerteza e do desejo de viver de uma riqueza e glória, mas que se encontra muito mais distante do que se imagina.

Nos últimos capítulos da trama se constata também que a imprevisibilidade é o que domina o protagonista, ao ponto de se encontrar em um beco sem saída e sendo obrigado a rever o que havia ficado de lado em um passado que havia abandonado. O ato final é simbólico, ao vermos Fernando retornando ao Brasil forçadamente e cujo o discurso conservador e hipócrita do novo Presidente do Brasil ecoa ao fundo e tornando tudo muito mais sombrio do que imaginamos. Ao menos ele retorna ao fazer o seu filme, mesmo em um país que se encontra ainda em transe e não valorizando o seu patrimônio cultural e do qual o mesmo é jogado a própria sorte.

"Um Animal Amarelo" confronta de frente com o Brasil de hoje, que não consegue ser uma nação independente e ficando em transe diante da destruição de tudo que nos pertence.

Nota: O filme também se encontra em locação pelo Youtube. 

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terça-feira, 7 de setembro de 2021

NOTA: Brasileiros ouçam Charles Chaplin neste 07 de Setembro

“Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do homem… um apelo à fraternidade universal… à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora… milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas… vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela… de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo… um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!.”

Charles Chaplin no discurso final no clássico "Grande Ditador" (1940). 


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Luto: Jean-Paul Belmondo (1933 - 2021)

Morreu na última segunda-feira (06/09) o ator Jean-Paul Belmondo, aos 88 anos. Astro do cinema francês e um dos maiores representantes da Nouvelle Vague, Bébel, como era conhecido entre amigos e fãs, infelizmente teve seu falecimento anunciado por seu advogado, Michel Godest. "Ele estava cansado há algum tempo. Morreu em paz", disse o profissional à AFP. A causa da morte não foi divulgada.
Belmondo tinha apenas 26 anos quando participou do filme que mudaria a sua vida e o próprio cinema francês: Acossado, dirigido pelo também iniciante Jean-Luc Godard. No filme, ele interpreta Michel Poiccard, um ladrão que, após roubar um carro em Marselha, foge para Paris e acaba matando um policial no caminho. Na capital, ele se relaciona com Patricia Franchini (Jean Seberg), uma jovem americana que passa a escondê-lo em seu apartamento.
Godard, que na época era crítico da revista Cahiers du Cinéma, filmou Belmondo sem um roteiro definido, com baixo orçamento e carregando sua câmera pelas ruas de Paris. Com uma atuação improvisada, Bébel construiu um dos anti-heróis mais famosos da história da sétima arte – e foi o grande responsável pelo sucesso da obra, que se tornou uma das pioneiras da Nouvelle Vague.

Filmografia: 
2016 Viagem Através do Cinema Francês
2009 De um Filme ao Outro
2008 Un Homme et Son Chien
1999 Além do Meu Futuro
1995 As Cento e Uma Noites
1974 Stavisky ou o Império de Alexandre
1972 Armadilha para um Lobo
1971 Os Ladrões
1969 A Sereia do Mississipi
1967 Cassino Royale
1967 O Ladrão Aventureiro
1966 Paris Está em Chamas?
1965 O Demônio das Onze Horas
1964 Gloriosa Retirada
1964 O Homem do Rio
1964 Ouro, Brilhantes e Morte
1963 Dragées au poivre
1963 Peau de banane
1963 Um Homem de Confiança
1962 Técnica de um Delator
1961 Léon Morin - O Padre
1961 Uma Mulher é uma Mulher
1960 Acossado
1960 Como Fera Encurralada
1960 Duas Almas em Suplício
1960 Michele Di Libero
1959 Quem Matou Leda?
1957 Basta Ser Bonita


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Cine Dica: Repensando o Filme Noir

 FILME NOIR

Gênero ou estilo?


Herdeiro do expressionismo alemão, do romance policial hard-boiled e do filme de gângster, o filme noir hollywoodiano teve seu ciclo histórico entre o início dos anos 1940 e o final dos 1950, permeando diversos gêneros, do melodrama ao policial. Este curso introdutório pretende ir além do debate “gênero ou estilo” que norteia muitos dos estudos sobre o filme noir, a fim de pensar sua complexidade histórica, social, cultural e cinematográfica.

A partir da análise de cenas de filmes emblemáticos serão discutidas as principais vertentes e destacados realizadores do cinema noir e, sobretudo, evidenciando que o noir não deve ser reduzido apenas a termos estéticos, mas sim compreendido como uma visão cínica e moralmente ambígua de um mundo corrompido pelo dinheiro, revelando assim o lado sombrio do sonho americano no imediato pós-guerra.

COMO SERÁ?

O Curso online INÉDITO "REPENSANDO O FILME NOIR", de Fernando Brito, vai tratar da origem, das bases e dos conceitos que permeiam toda a produção cinematográfica do período, enfocando a estética fílmica, o comportamento (a)moral das personagens, as grandes obras do ciclo clássico dos anos 40 e 50, concluindo com uma análise da permanência mítica do filmes noir nos tempos atuais e o revisionismo que resultou em novas vertentes, como o neo-noir.


MINISTRANTE: FERNANDO BRITO

Doutor em Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em romance gótico. Pesquisador e crítico de cinema, tendo colaborado ao longo de sua carreira com diversas publicações, como a "Sci-Fi News Cinema" e o "Jornal do Vídeo".

Desde 2001 trabalha como curador na Versátil Home Video, onde idealizou e supervisionou o lançamento de muitos clássicos do cinema. Um de seus trabalhos de curadoria de maior destaque tem sido justamente a série Filme Noir, que já está com 18 volumes e traz, a cada exemplar, seis filmes do período clássico do ciclo noir (1940-1959) em cópias restauradas.


Curso online

"REPENSANDO O FILME NOIR"

de Fernando Brito

* Datas: 11 e 12 / Setembro (sábado e domingo)

* Horário: 14h às 16h30

* Duração: 2 encontros online

(carga horária total: 5 horas / aula)

* Material: Certificado de participação + Apostila

* Investimento

R$ 70,00 (parcelado em até 12x)


Informações

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714

Inscrições

https://cinemacineum.blogspot.com/2021/08/filme-noir.html


segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Cine Especial: Próximo Cine Debate: 'A Senhora da Van'


“A Senhora da Van”

Sinopse: Alan Bennett simpatiza inesperadamente com uma excêntrica mulher que vive em um carro estacionado na frente de sua casa. À medida que a amizade se fortalece, ele descobre a verdadeira história sobre o passado desta misteriosa senhora. 

Ficamos nos perguntando o que leva uma pessoa a viver nas ruas, ou simplesmente pegar o pé na estrada com o seu antigo veículo e com a roupa no corpo. Não foi por motivos quaisquer, mas sim por carregar uma curiosa história, mas que a maioria de nós sempre irá desconhece-la. "A Senhora da Van" (2015) é uma singela comédia dramática que representa essas diversas pessoas pelo globo e que tem mais história para nos contar do que nós imaginamos.

Dirigido por Nicholas Hytner, que dirigiu "As Bruxas de Salen" (1996), e baseado em fatos verídicos, a trama se passa em Camden Town, bairro de Londres, 1970. Mary Shepherd (Maggie Smith) é uma senhora idosa, que mora dentro de uma van. Devido aos seus hábitos pouco higiênicos, os moradores não gostam nem um pouco quando ela decide estacionar o carro próximo à sua casa. O único que a tolera é o escritor Alan Bennett (Alex Jennings), que permite que ela use seu banheiro de vez em quando. Após algum tempo, os moradores conseguem que a prefeitura proíba que qualquer carro fique estacionado no bairro. A intenção era que a sra. Shepherd deixasse o local, mas ela encontra uma saída quando Alan oferece que estacione na vaga existente em sua própria casa.

O prólogo já começa com uma situação bem curiosa, onde vemos a protagonista escapando de um possível acidente da qual ela havia provocado, ou não. Porém, isso acaba ficando em segundo plano, já que o roteiro nos apresenta diversas camadas escondidas sobre a vida dessa pessoa e das quais, gradualmente, são reveladas. Até lá, ficamos apreciando a construção da origem da amizade entre Mary e o escritor Alan, sendo duas figuras de realidades diferentes, mas das quais ambas tiram certo proveito uma da outra.

Se por um lado Mary consegue obter um espaço no pátio de Alan, do outro, Alan vê nesta figura curiosa uma chance de escrever um novo livro ou peça do qual ele está trabalhando. Ao mesmo tempo, o mesmo precisa lidar com o fato de sua mãe estar cada vez mais doente e se distanciando de sua realidade. Falando nisso, é curioso que a realidade e fantasia se entrelaçam de forma simples dentro da história, pois simplesmente testemunhamos Alan falando com o seu duplo, ou se preferir, falando consigo mesmo.

Por conta disso, embora a trama seja baseada em fatos reais, nunca sabemos ao certo se a história narrada é realmente verídica ou se alguns fatos são ficção, já que estamos assistindo uma história narrada por um escritor buscando inspiração. Independente disso, nós nos encantamos com o dia a dia de Mary, já que ela se locomove da sua maneira e adentra o coração de Londres de uma forma bem curiosa. Por conta disso, sua memória se abre para nós e cujo os flashback desvendam uma Mary que tinham um grande talento, mas que foi detido devido uma realidade conservadora vinda do catolicismo.

Em sua reta final, vemos a protagonista aceitar lembranças do seu passado de dor e opressão, mas abraçando o seu verdadeiro dom e do qual sempre guardou. Acima de tudo, é um filme que nos diz que cada um tem o seu talento para desfrutar e transmitir para aqueles que apreciam uma boa cultura. Independente da qualidade do filme, o filme se sustenta principalmente graças ao enorme talento da veterana Maggie Smith e pelo tom sarcástico da interpretação de Alex Jennings como narrador e escritor.

"A Senhora da Van" é uma singela comédia dramática para todas as idades, da qual nos ensina que cada um tem a sua história para contar, mesmo quando as pessoas tem certo receio de nos compartilhar. 

Onde Assistir: Netflix. 

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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Um Casal Inseparável'

Sinopse: Apesar de não ter um relacionamento como meta, Manuela se encanta por Léo. Eles então iniciam um romance que tempos depois acaba. Em meio a conversas e reflexões, a dupla tenta chegar a um denominador comum. 

Não será hoje e nem amanhã que as comédias românticas ganharão uma revitalizada para voltar a ser o que era antes em tempos mais dourados, pois esse gênero foi tão revisitado ao longo das décadas que simplesmente se esgotou em ideias mais criativas. O que sobra é a boa vontade dos interpretes que fazem o que podem para manter a nossa atenção do começo ao final da projeção. "Um Casal Inseparável" ´ (2021) é um desses casos em que a trama romântica a gente já sabe como termina, mas que ficamos um tanto que apegados com os personagens carismáticos.

Dirigido por Sérgio Goldenberg, o filme conta a história de Manuela (Nathalia Dill), que é uma determinada professora e musa de vôlei de praia que sempre está pronta para defender seus ideais. Ela nunca pautou sua felicidade a um relacionamento e nunca planejou se casar. Porém, um dia, inesperadamente conhece o romântico Léo (Marcos Veras), um pediatra bem-sucedido, e se apaixona, mas circunstâncias da vida os separam. Em meio a brigas e saudades, e com a ajuda da manipuladora Esther (Totia Meireles), mãe de Manuela, os dois vão descobrir se são mesmo inseparáveis.

As comédias brasileiras recentes dificilmente sobrevivem ao teste do tempo e isso graças a falta de vontade de seus realizadores, pois eles sempre acabam optando em abraçar o convencional ao invés de se arriscar por algo mais original. "Um Casal Inseparável" sofre pelo fato de que já no primeiro ato da trama temos uma ideia de como tudo irá começar e de como irá terminar e olha que isso nem é muita culpa de seus protagonistas. Nathalia Dill surpreende ao interpretar uma protagonista independente, que defende com unhas e dentes pelo que acredita e fazendo a gente até duvidar que ela um dia poderia se apaixonar pelo protagonista certinho e interpretado com certa eficácia pelo ator Marcos Vera.

O problema que as fórmulas usadas e desgastadas das comédias românticas estão todas lá: o casal se conhece; o casal se apaixona; o casal briga e, por fim, o casal se casa. O que se salva é umas piadas ali e aqui e as situações bastante hilárias que o casal central passa nas mãos dos pais de Manuela, interpretados pelos ótimos Totia Meirelles e Stepan Nercessian.

Resumidamente, é um filme bem água com açúcar e que irá agradar mais para aqueles que ainda acreditam em contos de fadas, mesmo que no fundo todo mundo sabe que as absurdas fórmulas das comédias românticas somente funcionam na ficção e não no mundo real. Em tempos de hoje cinzentos, o filme serve mais para se curtir mesmo. "Um Casal Inseparável" é mais para aqueles casais que a recém se ajuntaram e que ainda estão na fase de acreditar em “até que a morte os separe”.


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