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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: GOLPE



Sinopse: O documentário traz uma cronologia e reflexão sobre os fatos políticos que marcaram o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva Lula.


No documentário O Processo, dirigido pela cineasta Maria Ramo, a câmera somente registra os fatos que desencadearam o afastamento da até então Presidente Dilma Rouseff em 2016 e fazendo com que o público tire suas próprias conclusões com relação aos eventos que viriam posteriormente em nosso país. Já o documentário Dedo na Ferida, de Silvio Tendler, possui uma edição ágil, com inúmeras entrevistas e criando um mosaico sobre os males vindos de ontem e hoje do capitalismo. É então que chegamos ao documentário “Golpe”, em que se reúne a fórmula do melhor dos dois mundos e se cria um “filme denuncia” sobre os eventos que estão nos levando ao retrocesso social e econômico.
Dirigido por Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol, o documentário reúne testemunhos de cientistas sociais, historiadores, jornalistas, artistas e ativistas de movimentos sociais. Analisam desde o sistema eleitoral, até a influência do judiciário, da mídia e das redes sociais na crise política. Resumidamente, o documentário é um resumo de eventos que ocorreram no Brasil nos últimos cinco anos e dos quais se encontram longe de um epilogo.
Com pouco mais de uma hora de duração, o documentário é ágil em sua edição, mesmo jogando na tela inúmeros eventos, dos quais datam a partir dos movimentos estudantis que desencadearam o nascimento de inúmeros protestos em 2013 pelo país. Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol deixam mais do que claro que aqueles movimentos serviram de desculpa para que a elite, da qual é moldada por uma direita atual conservadora, usasse isso como desculpa para armar inúmeros planos para sabotar o governo de quase dez anos da esquerda. Testemunhamos, então, as eleições de 2014, a perseguição intolerante vinda da direita, a derrocada de Aécio Neves, o plano B que foi Eduardo Cunha e do qual liderou o pior congresso de nossa história.
Falando nisso, o documentário também aborda o contexto das reformas neoliberais impostas à população e a ascensão do fascismo político e social que seguem em curso no país. "Dentro do possível, a gente tentou dar um outro olhar: o que representa e o que representará, por muitos anos, a falta de investimento em educação, saúde, intervenção militar (no Rio de Janeiro), extermínio da juventude negra, inclusive a questão da Marielle Franco", explica Gleidson Dias, do Movimento Negro Unificado. A cientista política Katia Azambuja foi uma das entrevistadas e falou sobre aspectos machistas no golpe que derrubou Dilma Rousseff. "Várias facetas do golpe tiveram presença do machismo e da misoginia, contra a presidenta Dilma. Muitos elementos que aconteceram foram pelo fato de ela ser mulher", afirma.
Mas, talvez, o ápice do documentário se encontre nos momentos em que se vê na tela uma mídia brasileira que se vendeu somente para um lado da história, criando uma realidade mentirosa e da qual desconsiderou os outros movimentos em favor do governo Dilma e do ex-presidente Lula. Logicamente, a Globo é o alvo fácil na representação desse mosaico de informações parciais, principalmente com a presença de William Bonner na tela que é, talvez, a melhor face que represente um jornalismo falido e completamente desencontrado. Dentre os entrevistados, o jornalista Moisés Mendes, destaca também o grande veneno que foi e o que são os fake news, elaborado, por exemplo, pelo MBL e que revelou outros movimentos criados por pessoas preconceituosas e que reacenderam tempos intolerantes de perseguição e medo.
Curiosamente, o documentário vem justamente num momento de vésperas de eleições, sendo que os articuladores do golpe ainda tentam a todo custo obter uma vitória por meio de mentiras, seduzindo pessoas desinformadas e das quais perderam a sua fé com relação à política. A obra vem, portanto, para reacender o debate entre as pessoas, para que elas se recordem de tempos do pré - golpe e de quão elas foram enganadas por políticos gananciosos, por uma elite que possui raízes dos colonizadores escravistas e que tentam retirar todos os direitos dos trabalhadores e tornando eles os escravos de hoje. O documentário “Golpe” é testemunharmos um soco no estômago, mas que é preciso ser sentido, para então realmente acordarmos e voltarmos a obter o que é nosso.   

NOTA: o documentário terá novamente uma sessão hoje às 21h15min no Cinebancários de Porto Alegre. Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre.   


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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Cine Dicas: Estreias do final de semana (16/08/18)





Christopher Robin ‑ Um Reencontro
Sinopse: Christopher Robin (Ewan McGregor) já não é mais aquele jovem garoto que adorava embarcar em aventuras ao lado de Ursinho Pooh e outros adoráveis animais no Bosque dos 100 Acres. Agora um homem de negócios, ele cresceu e perdeu o rumo de sua vida, mas seus amigos de infância decidem embarcar no mundo real para ajudá-lo a se lembrar que aquele amável e divertido menino ainda existe em algum lugar.

Abrindo o Armário
Sinopse: Abrindo o Armário é um documentário que mergulha nos processos de libertação e conquistas do movimento gay no Brasil.


De Carona Para o Amor
Sinopse: Jocelyn, bem-sucedido homem de negócios, é um sedutor e mentiroso experiente. Apesar de cansado de si mesmo, acaba seduzindo uma jovem bonita, fingindo ser deficiente, até o dia em que ela lhe apresenta sua irmã, que é realmente deficiente.


Fátima, O Último Mistério
Sinopse: Fatima marcou a história do mundo? Estranhas coincidências parecem indicar que as misteriosas aparições de Fátima marcaram o curso da história destes últimos 100 anos ... Poderia a mensagem de Fátima nos dar pistas sobre o nosso futuro? Esta é uma das grandes questões que tenta revelar este documentário. Com base em dados reais e opiniões de especialistas, revela eventos ignorados e oferece uma visão global empolgante. Cenas de ficção, e as recriações das aparições, aumentam o interesse desta rigorosa investigação. O que Fátima tem a ver com a revolução bolchevique e as duas guerras mundiais? O que parou o terceiro? Por que João Paulo II não morreu? Por que o comunismo caiu na Rússia e na Europa Oriental? Fatima tem alguma relação com o Islã? O que pode acontecer se o mundo ignorar as advertências da Virgem?

Mentes Sombrias
Sinopse: Em um mundo apocalíptico, onde uma pandemia mata a maioria das crianças e adolescentes da América, alguns sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Eles então são tirados pelo governo de suas famílias e enviados para campos de custódia. Ruby, uma das sobreviventes, consegue escapar com outras crianças e sua vida muda para sempre.

O Protetor 2
Sinopse: Sequência dos feitos de Robert McCall (Denzel Washington), um agente aposentado que ajuda pessoas em perigo. Até onde el irá por alguém que ele ama?
 
Troca de Rainhas
Sinopse: Em 1721, para manter a paz entre França e Espanha após anos de guerra, o Regente do Reino da França, Philippe d'Orléans, propõe uma troca de princesas que resulta no noivado do rei da França, Louis XV, de 11 anos, com Anna Maria Victoria, 4 anos, e as do príncipe herdeiro Louis, de 11 anos, com Louise-Elisabeth d'Orleans, 12 anos. Porém, a chegada dessas princesas pode comprometer os jogos de poder na Corte.

Tudo é irrelevante, Hélio Jaguaribe  
Sinopse: Hélio Jaguaribe é um dos cientistas políticos mais importantes do Brasil. Conheça o legado de um pensador que participou da elaboração da identidade brasileira e que sonhou com o estabelecimento de uma sociedade justa e igualitária.
 
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Cine Dica: Filme de Thomas Elsaesser e pré-estreia de Unicórnio



FILME DE THOMAS ELSAESSER E SESSÃO ESPECIAL DE UNICÓRNIO SÃO ATRAÇÕES DA SEMANA NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
 Unicórnio

No sábado, 18 de agosto, às 20h, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a exibição do filme A Ilha do Sol (Die Sonneninsel, 2017, 60 minutos), dirigido pelo alemão Thomas Elsaesser, importante nome dos estudos internacionais de cinema. O evento é uma co-realização do PPG em Comunicação – Unisinos, do Curso de Realização Audiovisual – Unisinos, do Instituto Goethe, e do Risco Cinema. Entrada franca.
No domingo, 19 de agosto, às 18h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a sessão especial de pré-estreia do filme Unicórnio, adaptação da obra da escritora Hilda Hilst, com a presença do diretor Eduardo Nunes. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

A ILHA DO SOL DE THOMAS ELSAESSER
A Ilha do Sol
(Die Sonneninsel)
Alemanha, 2017, 60 minutos
HD com legendas em português
Direção: Thomas Elsaesser
Um filme-ensaio sobre coincidências, vidas destruídas e glória póstuma, mas também um filme familiar sobre paixões e amizades em Berlim entre duas guerras. A carreira de um arquiteto modernista, Martin Elsaesser (1884 - 1957) está no centro deste filme.
Thomas Elsaesser é professor emérito de Estudos de Cinema e Televisão na Universidade de Amsterdã, Elsaesser leciona desde 1976 como professor visitante em universidades dos Estados Unidos, principalmente na Universidade de Iowa, na Universidade da Califórnia (Los Angeles, San Diego, Berkeley, Irvine, Santa Bárbara), na Universidade de Nova York e na Universidade de Yale.
Entre 2000 e 2005, coordenou um projeto de pesquisa internacional sobre Cinema Europeu na Universidade de Amsterdã. O projeto resultou em várias publicações de livros sobre cinema europeu, história do cinema, cinema contemporâneo, os movimentos de vanguarda e sociedade cinematográfica europeia, e o circuito de festivais de cinema europeus. Outros estudos do projeto foram dedicados a estudos comparativos, como a narração pós-clássica e o cinema mundial, o cinema, a guerra e a memória, a música no cinema europeu dos anos 90 e vários estudos sobre as cidades europeias e a cultura das mídias.
Elsaesser é um importante representante dos estudos internacionais de cinema, cujos livros e ensaios sobre teoria do cinema, teoria do gênero, Hollywood, história do cinema, arqueologia e novas mídias, cinema europeu de arte e arte de instalação foram publicados em mais de 20 idiomas. Em 2013 ele se tornou professor visitante da Escola de Artes da Universidade de Columbia.

Organização:
João Martins Ladeira, Milton do Prado, Adilson Mendes, Julio Bezerra, Lucas Murari, Luiz Garcia
Realização: PPG em Comunicação – Unisinos Curso de Realização Audiovisual – Unisinos Instituto Goethe Risco Cinema
Apoio: Edições SESC – SP Cinemateca Capitólio
 
UNICÓRNIO DE EDUARDO NUNES
Unicórnio
Brasil, 2017, 122 minutos
DCP
Diretor: Eduardo Nunes
Distribuição: Vitrine Filmes
Maria, uma menina, está sentada num banco ao lado de seu pai. A conversa que eles têm ali conduz a narrativa do filme: acompanhamos a história na rústica casa de campo, onde ela mora com a mãe e onde as duas aguardam a volta deste mesmo pai. A relação entre Maria e a sua mãe muda com a chegada de um outro homem.​
Eduardo Nunes nasceu em 1969, em Niterói, e estudou cinema na UFF. Seus curtas foram exibidos em importantes festivais pelo mundo e receberam mais de 50 prêmios internacionais. Seu primeiro longa como diretor, Sudoeste (2011), estreou na competição do Festival de Roterdã e ganhou três prêmios no Festival do Rio, incluindo o Prêmio Especial do Júri. Unicórnio é seu segundo longa.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Medo Viral

Sinopse: Um grupo de amigos baixa um aplicativo que, no início, parece uma maneira inofensiva de receber direções ou recomendações de restaurantes. Mas a natureza sinistra do 'app' logo se revela. O aplicativo não só conhece os medos mais profundos e sombrios de cada pessoa, como é capaz de manifestar esses medos no mundo real para literalmente assustar os jovens até a morte.

Quanto It - A Coisa se tornou um grande sucesso de público e crítica do ano passado  era questão de tempo para surgir filmes similares para pegar uma fatia do bolo. O problema é que, logicamente, nem todos sairão de forma satisfatória nessa corrida pelo lucro e gerando, por vezes, filmes horrendos no mal sentido. Medo Viral talvez seja o primeiro filme que venha descaradamente pegar a onda do sucesso de It - A Coisa, mas que  jamais obterá o mesmo reconhecimento.
Dirigido pelos irmãos Abel e Burlee Vang, o filme acompanha um grupo de jovens amigos que a recém haviam perdido uma amiga numa estranha morte repentina. Logo depois eles recebem um aplicativo com inteligência artificial, cuja a função é obedecer as mais diversas ordens. Porém, gradualmente, se percebe que o aplicativo não só obedece ordens, como também explora os piores medos dos jovens. 
O início do filme até começa promissor, ao explorar o mundo atual da tecnologia, onde cada vez mais as pessoas se veem presas aos seus celulares e nas  redes sociais. Mas é aí que os roteiristas inventam que as entidades sobrenaturais podem surgir desses aparelhos, sendo algo que já foi visto a exaustão em filmes como O Chamado ou até mesmo em clássicos como Poltergeist. Mas o filme falha miseravelmente mesmo quando imita descaradamente algumas passagens do filme It - A Coisa e quando você ver o clássico balão vermelho daquele filme  aqui não se surpreenda. 
Do elenco, o filme é moldado por rostos conhecidos do gênero de horror como Saxon Sharbino (‘Poltergeist: O Fenômeno'), Brandon Soo Hoo (da série ‘Um Drink no Inferno‘), Alexis G. Zall (‘Ouija: Origem do Mal‘), Bonnie Morgan (a Samara de ‘O Chamado 3‘) e Victory Van Tuyl ('Zumbilândia'), mas nenhum deles se sobressai realmente em cena. O pior é que eles até não são maus atores em cena, mas é o próprio filme que também não ajuda e faz com que eles fiquem travados em fórmulas já muito manjadas. Os irmãos Abel e Burlee Vang conseguem fazer cenas em que a fotografia e enquadramento das cenas chamem a nossa atenção, mas levam nota zero em realização de roteiro, cujo o efeito é um verdadeiro déjà vu e transformando o longa metragem numa  colcha de retalhos inspirados de outros longas do passado.
Com a sempre famigerada dica nos minutos finais de que haverá uma sequência, Medo Viral nos faz a gente se lembrar daquela velha frase de que nada se cria e sim tudo se copia, mas não precisava ser de uma forma assim tão explicita.